Midnight Breed 02
Elise permanecia em pĂ© na soleira de seu estudo, irradiando beleza, inclusive com as roupas de luto brancas e sem forma que levava sempre durante os Ăşltimos cinco anos. A tĂşnica com mangas acampanhadas e a saia larga ondeavam em torno de sua pequena figura, e a Ăşnica nota de cor a dava a bandagem de viĂşva, em seda vermelha, que ia atada solta a seus quadris. Dada a rigidez de seus costumes, Chase nunca tivesse imaginado que seria capaz de entrar em sua propriedade sem ser convidada. Levantou-se da cadeira de seu escritĂłrio e lhe ofereceu a mĂŁo em sinal de bem-vinda. —Por favor —lhe disse, incapaz de apartar os olhos dela enquanto se separava da soleira e ficava em pĂ© junto Ă parede longĂnqua. —Dizem que tomou algum tipo de droga quando estavam na discoteca e que se voltou louco —disse ela brandamente—. Tratou de atacar a alguĂ©m. Seus amigos se assustaram e saĂram fugindo. Perderam-no nesse momento de pânico, e nĂŁo sabem o que lhe ocorreu. Transcorreu o dia inteiro sem que tenhamos nenhuma notĂcia dele. Chase nĂŁo respondeu. Elise nĂŁo quereria saber a verdade, e ele seria a Ăşltima pessoa em submetĂŞ-la aos horrĂveis detalhes que sabia de primeira mĂŁo a respeito da agonia final do jovem vampiro. —Jonás Ă© um dos melhores amigos do Camden, sabe. —Sim —disse Chase com serenidade. — Sei. Elise enrugou sua lisa frente, logo apartou o olhar dele, sem deixar de toquetear seu anel de bodas. —CrĂŞ que Ă© possĂvel que os encontrem aĂ fora? Talvez CAM e Jonás se esconderam juntos em alguma parte. Devem estar tĂŁo assustados, com necessidade de encontrar proteção para protegerse do sol. Ao menos escurecerá logo, dentro de tĂŁo somente umas horas. Talvez esta noite tenhamos boas notĂcias. Chase nĂŁo foi consciente de mover-se atĂ© que se achou ao outro lado do escritĂłrio, tĂŁo somente a uns poucos passos do Elise. —Encontrarei a Camden. Prometo-lhe isso. Tem meu juramento, Elise: nĂŁo descansarei atĂ© que esteja a salvo contigo de novo em casa. Ela sacudiu fracamente a cabeça. —Sei que está fazendo tudo o que pode. Mas está fazendo um grande sacrifĂcio para procurar CAM. Sei o muito que desfruta do trabalhar para a agĂŞncia. E agora te vĂŞ envolto com esses perigosos valentões da Ordem... —NĂŁo tem que preocupar com nada disso —lhe disse com suavidade. — Minhas decisões tomo eu. Sei o que estou fazendo... e por que. Ao elevar o olhar para ele, esta vez lhe sorriu, um presente pouco comum que ele devorou com cobiça. —Sterling, eu entendo que vocĂŞ e meu marido tinham suas diferenças. Quentin as vezes podia ser... inflexĂvel. Sei que te apertava muito com os assuntos da agĂŞncia. Mas ele te respeitava mais que a ninguĂ©m. Sempre dizia que foi o melhor, que tinha mais potencial. VocĂŞ lhe importava, embora freqĂĽentemente lhe custasse demonstrar isso. Inspirou e logo soltou o ar em um rápido suspiro. — Estou segura de que ele agradeceria muitĂssimo tudo o que está fazendo por nĂłs, Sterling. Estaria tĂŁo agradecido como eu. Olhando os quentes olhos lavanda de Elise, Chase se imaginou trazendo seu filho de volta a casa como um prĂŞmio que ele ganharia sĂł para ela. Haveria lágrimas de alegria e abraços 60