Midnight breed 02 o beijo carmesim

Page 144

Midnight Breed 02

—Sim —disse Chase, e suas vísceras se convulsionaram enquanto a imagem cada vez mais nítida mostrava o rosto despenteado e selvagem de Camden. Era a segunda vez que via o jovem nas últimas horas e a prova irrefutável de que era impossível qualquer tipo de recuperação. — Todos são dos Refúgios Escuros de Boston. Posso-te dar os nomes, se quiser. Aquele se chama Camden. É o filho de meu irmão. —Porra —murmurou Gideon. —Um desses renegados é seu sobrinho? —Começou a tomar carmesim e desapareceu faz quase duas semanas. Ele é a verdadeira razão pela que fui a Ordem em busca de ajuda. Queria localizá-lo e trazer o de volta antes de que isto acontecesse. O rosto do outro guerreiro expressava gravidade. —Sabe que todos os indivíduos nesta metragem de satélite são renegados. Já são viciados, Chase. Casos perdidos... —Sei. Vi Camden esta noite, quando Dante, Tegan e eu estivemos na casa do Ben Sullivan. Assim que olhei aos olhos, compreendi no que se converteu. Isto não faz mais que confirmá-lo. Gideon se manteve calado durante um comprido momento enquanto desligava o aparelho. —Nossa política com os renegados é bastante simples. É necessário que o seja. Sinto muito, Chase, mas se nos topamos com qualquer destes indivíduos em nossas patrulhas, não há nenhuma alternativa possível. Chase assentiu. Sabia que a postura da Ordem quando se tratava dos renegados era inquebrável, e depois de acompanhar Dante durante as últimas noites, sabia que tinha que ser assim. Camden estava perdido, e agora era só uma questão de tempo que a quebra ávida de sangue em que se converteu seu sobrinho fosse destruída, em combate com os guerreiros ou como resultado de suas próprias e temerárias ações. —Tenho que voltar acima e fazer algo por Dante —disse Chase. — Mas retornarei dentro de uma hora, e poderei te dar qualquer informação que necessitem para ajudar a limpar as ruas desses renegados. —Obrigado. —Gideon lhe deu uma palmada no ombro. — Chase, sinto-o muito. Oxalá as coisas fossem diferentes. Todos perdemos a seres queridos nesta maldita guerra. Nunca é fácil. —Está bem. Vejo-te mais tarde —disse Chase, e se afastou a grandes passos para o elevador que o levaria a garagem dos veiculos da Ordem ao nível da rua. Enquanto subia, pensava em Elise. Havia dito toda a verdade sobre o Camden a Dante e aos outros, mas seguia sem dizer a Elise. Ela tinha que sabê-lo. Tinha que estar preparada para aceitar o que tinha passado a seu filho e compreender o que significava. Chase já não ia poder trazer para a casa seu filho. Ninguém poderia fazê-lo. A verdade ia matar Elise, mas tinha que sabê-lo. Chase saiu do elevador e tirou o telefone móvel do bolso de seu casaco. Enquanto caminhava para o carro de Dante, tocou o botão para chamar sua casa. Elise respondeu depois do segundo timbre, sua voz soava ansiosa, esperançada. —Olá? Sterling, está bem? Encontraste-o? Chase deixou de caminhar, amaldiçoando em silêncio. Durante um segundo comprido foi incapaz de falar. Não sabia como expressar o que tinha que dizer. —Eu, hum... Sim, Elise, vimos Camden esta mesma noite. —OH, Meu Deus. —Emitiu um soluço, logo duvidou. —Sterling, está... Por favor, me diga que está vivo. Merda. Não tinha pretendido fazer isto por telefone. Pensava chamá-la só para lhe dizer que chegaria mais tarde e o explicaria tudo, mas a inquietação maternal do Elise era incapaz de um 144


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.