trodução deste elemento fundamental de comunicação entre exterior e interior também tornou possível a existência de um espaço mais profundo no interior da loja, onde a luz solar poderia penetrar mais (MURIALDO, 2013, p.26). Segundo Murialdo (2013, p.25), dois marcos históricos foram responsáveis pela introdução de mudanças profundas em todos os aspectos da cultura europeia no final do século XVIII: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Revolução Francesa introduziu leis de mercado livre com a eliminação da obrigação de lojistas de ser membros de alianças rígidas, chamadas guildas. Até aquele momento, tinham sido as guildas que organizaram as lojas, concentrando-as em determinados distritos. A partir de então, lojistas estavam livres para escolher onde se estabelecer, experimentando diferentes tipos de colaboração com outros comerciantes. A Revolução Industrial, que se espalhou da Inglaterra a toda a Europa, introduziu mudanças radicais no ciclo de produção e distribuição de bens e serviços, como a produção mais rápida, o desenvolvimento do transporte ferroviário, da máquina à vapor para a produção de ferramentas de trabalho, etc. Além disso, fez com que os pontos de comércio se desenvolvessem de acordo com as novas exigências da população, dando vida aos centros, iluminando e embelezando as cidades. A tecnologia aplicada a espaços de comércio teve dois objetivos fundamentais até o século XIX: fazer uso mais eficiente das superfícies (de forma a exibir um número maior de mercadorias) e melhorar a comunicação entre o exterior e interior do espaço de varejo (MURIALDO, 2013, p.26). Dentro deste contexto, abriu-se espaço para o surgimento de novas tipologias de locais de comércio, como os mercados cobertos, as arcadas ou galerias e as grandes lojas. Aquele espaço aberto, porém enclausurado, das praças medievais, fóruns, ágoras etc. no período anterior foi reproduzido e explorado no interior das quadras (no caso das arcadas) ou no interior dos edifícios (no caso das grandes lojas), com requintes que a tecnologia do momento permitia realizar (VARGAS, 2001, p.237).
Mercados Cobertos É possível observar que a história do desenvolvimento varejista refere-se, até meados do século XVIII, a um movimento espontâneo, resposta às manifestações e necessidades das sociedades da época. O avanço do capita| 66