

MMEC 2024
Uma janela para o futuro sustentável
A window to a sustainable future
TOP 30 MULHERES
Em Comunicação, Marketing e Relações Públicas
In Communication, Marketing, and Public Relations

Uma janela para o futuro sustentável
A window to a sustainable future
Em Comunicação, Marketing e Relações Públicas
In Communication, Marketing, and Public Relations
As influências que moldam a sua obra The influences that shape his work
Construindo pontes para o futuro Building bridges for the future
Décima Edição da Conferência Internacional de Mineração e Energia de Moçambique: Uma Janela para o Futuro Sustentável
Este ano, a MMEC, que já vai na 10ª edição, atraiu a participação de mais de 500 profissionais de alto nível, incluindo decisores governamentais e líderes corporativos de várias partes do mundo.
Entre os dias 2 e 3 de Maio de 2024, a capital moçambicana foi palco da 10ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique (MMEC 2024). Este evento, já consolidado como um dos maiores e mais influentes encontros de negócios em Moçambique, atraiu a participação de mais de 500 profissionais de alto nível, incluindo decisores governamentais e líderes corporativos de várias partes do mundo.
Acerimónia de abertura contou com a notável presença de Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, cujo discurso enfatizou a importância da mineração e da energia como pilares para o desenvolvimento sustentável do país. Num momento em que o mundo ainda se reajusta devido aos duradouros impactos da pandemia da covid-19 e enfrenta uma crise geopolítica desencadeada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a MMEC 2024 representou uma oportunidade crucial para se rediscutirem estratégias de resiliência e crescimento económico.
Durante dois dias intensos, a conferência ofereceu um leque de painéis e discussões que abordaram temas críticos como o futuro do gás natural, investimentos em infra-estruturas de energia, e o potencial de Moçambique no mercado global de minerais essenciais para a transição energética. Em particular, a sessão sobre "Parcerias para a prosperidade" reuniu ministros e especialistas de diversos países africanos para debater sobre como desbloquear os recursos naturais de Moçambique para impulsionar o crescimento económico regional.
Também merecedor de destaque foi o painel sobre o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do gás natural liquefeito (GNL), onde se discutiu a posição de Moçambique como um futuro líder na produção de GNL na África Subsaariana. Este painel examinou as barreiras ao pleno potencial do sector e explorou políticas e incentivos necessários para atrair mais investimentos.
No âmbito do contexto regional, as infra-es-
truturas são uma peça-chave para o desenvolvimento dos sectores de mineração e energia. Considerando esta prioridade, o painel "Conectando-se aos mercados" explorou as necessidades concernentes à melhoria de estradas, portos e ferrovias, essenciais para optimizar o transporte de matérias-primas.
A conferência culminou com uma sessão de encerramento que reflectiu sobre as lições aprendidas ao longo dos anos e como estas podem moldar estratégias futuras para um desenvolvimento sustentável. O consenso foi claro: Moçambique está numa posição única para explorar os seus recursos naturais de forma a beneficiar tanto a sua população quanto a economia global, especialmente num momento em que o mundo procura soluções mais verdes e sustentáveis.
Assim, a MMEC 2024 foi um ponto de inflexão para Moçambique e seus parceiros internacionais, destacando o papel crucial que o país desempenhará no futuro energético e mineral do planeta.
Durante dois dias intensos, a conferência ofereceu um leque de painéis e discussões que abordaram temas críticos como o futuro do gás natural, investimentos em infra-estruturas de energia e o potencial de Moçambique no mercado global de minerais essenciais para a transição energética.
From May 2nd to 3rd, 2024, Mozambique's capital hosted the 10th edition of the Mozambique Mining and Energy Conference and Exhibition (MMEC 2024). This event, now firmly established as one of the largest and most influential business gatherings in Mozambique, attracted over 500 high-level professionals, including government decision-makers and corporate leaders from around the world.
The opening ceremony featured the notable presence of Filipe Jacinto Nyusi, President of the Republic of Mozambique, whose speech underscored the importance of mining and energy as pillars for the country’s sustainable development. At a time when the world is still adjusting to the long-lasting impacts of the COVID-19 pandemic and facing a geopolitical crisis triggered by the conflict between Russia and Ukraine, MMEC 2024 represented a crucial opportunity to reassess resilience strategies and economic growth.
Over the course of two intense days, the conference offered a range of panels and discussions addressing critical topics such as the future of natural gas, investments in energy infrastructure, and Mozambique's potential in the global market for minerals essential to the energy transition. Notably, the session on "Partnerships for Prosperity" brought together ministers and experts from various African countries to discuss how to unlock Mozambique’s natural resources to drive regional economic growth.
Also worthy of highlight was the panel on the sustainable development of the liquefied natural gas (LNG) value chain, which discussed Mozambique’s position as a future leader in LNG production in Sub-Saharan Africa. This panel examined the barriers to the sector’s full potential and explored the policies and incentives necessary to attract further investment.
In the regional context, infrastructure is a key component for the development of the mining and energy sectors. Given this priority, the panel "Connecting to Markets" explored the needs related to the improvement of roads, ports, and railways, which are essential for optimising the transportation of raw materials.
The conference concluded with a closing ses-
sion reflecting on the lessons learned over the years and how these can shape future strategies for sustainable development. The consensus was clear: Mozambique is uniquely positioned to leverage its natural resources to benefit both its population and the global economy, especially at a time when the world is seeking greener and more sustainable solutions.
Thus, MMEC 2024 marked a turning point for Mozambique and its international partners, highlighting the crucial role the country will play in the future of global energy and minerals.
Uma janela para um futuro sustentável
A Window to a sustainable future
Em Comunicação, Marketing e Relações Públicas
In Communication, Marketing, and Public Relations
Música com assinatura: O percurso e o futuro de DJ Damost
Music with a signature: The journey and future of DJ Damost
Cépticos VS Optimistas
The AI Dilemma Sceptics vs Optimists
O papel do relações públicas nas organizações
The Role of public relations in organisations
Dicas financeiras para uma vida melhor. Como aumentar os seus rendimentos
Financial tips for a better life: How to increase your income
Cook Off, uma deliciosa surpresa do cinema zimbabueano
Cook Off: A delicious surprise from zimbabwean cinema
Textos livres com assinatura
Signature free texts
As múltiplas influências de Álvaro Taruma
The multiple influences of Álvaro Taruma
A participação de Moçambique na INDABA 2024 Mozambique's participation at INDABA 2024
Moçambique em destaque em Berlim
Mozambique in the spotlight in Berlin
Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): Pedro Sargaço • Fotografia/Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Amina Inguane • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Omar Diogo, Nuno Lopes, Ana Piedade• Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Minerva Print • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018)
Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.
The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion. All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine
Caros leitores e amigos,
É com imenso prazer que vos dou as boas-vindas à 69.ª edição da Revista Xonguila, em que uma vez mais nos propomos ser a janela através da qual poderão vislumbrar novas perspectivas e aprofundar conhecimentos em diversos domínios respeitantes à sociedade moçambicana e ao mundo em geral.
Na presente edição, temos uma entrevista exclusiva ao escritor Álvaro Taruma na qual ele nos fala do seu mais recente trabalho, "Criação do Fogo". Álvaro desvenda as camadas de inspiração que moldam a sua escrita e como os elementos culturais moçambicanos se entrelaçam nas suas narrativas, tentando elevar a literatura nacional a novos patamares.
Tivemos também a honra de testemunhar a décima edição da Conferência Internacional de Mineração e Energia de Moçambique, um evento que tem vindo a cimentar a posição de Moçambique no que concerne a práticas sustentáveis. Mais de 500 profissionais reuniram-se em Maputo, debatendo e delineando o futuro do sector energético e mineiro no panorama global.
Na área da comunicação, o destaque vai para o evento "TOP 30 Mulheres Mais Influentes na Comunicação, Marketing e Relações Públicas em Moçambique", que se realizou no conhecido Hotel Rovuma. A iniciativa, pioneira no país, não só homenageou trinta mulheres excepcionalmente talentosas, como também reforçou a importância da liderança feminina numa era de crescente igualdade de género.
Além destes temas, a nossa edição está recheada de artigos que abrangem desde a participação de Moçambique na feira INDABA 2024 ou o legado e futuro da música nacional com DJ Damost, até conselhos práticos sobre como melhorar os vossos rendimentos e viver uma vida financeiramente mais saudável. O artigo "O dilema da IA: Cépticos VS Optimistas" promete acender debates, enquanto exploramos também os segredos das Ilhas Xefina, um tesouro de biodiversidade e história.
Espero sinceramente que encontrem nesta edição temas que vos inspirem, eduquem e entretenham. Desejo-vos uma leitura excelente e profundamente enriquecedora.
Dear readers and friends,
It is with immense pleasure that I welcome you to the 69th edition of Xonguila Magazine, where once again we aim to be the window through which you can glimpse new perspectives and deepen your knowledge on various aspects of Mozambican society and the world at large.
In this edition, we have an exclusive interview with the writer Álvaro Taruma, in which he talks about his latest work, "Creation of Fire." Álvaro reveals the layers of inspiration that shape his writing and how Mozambican cultural elements intertwine in his narratives, aiming to elevate national literature to new heights.
We also had the honour of witnessing the tenth edition of the Mozambique International Mining and Energy Conference, an event that has been cementing Mozambique's position regarding sustainable practices. Over 500 professionals gathered in Maputo, debating and outlining the future of the energy and mining sectors on the global stage.
In the field of communication, the highlight goes to the event "TOP 30 Most Influential Women in Communication, Marketing, and Public Relations in Mozambique," held at the renowned Hotel Rovuma. This pioneering initiative in the country not only honoured thirty exceptionally talented women but also reinforced the importance of female leadership in an era of increasing gender equality.
In addition to these topics, our edition is packed with articles ranging from Mozambique's participation in the INDABA 2024 fair or the legacy and future of national music with DJ Damost, to practical advice on how to improve your income and live a financially healthier life. The article "The AI Dilemma: Skeptics vs Optimists" promises to ignite debates, while we also explore the secrets of the Xefina Islands, a treasure of biodiversity and history.
I sincerely hope you find in this edition topics that inspire, educate, and entertain you. I wish you an excellent and profoundly enriching read.
Nuno Soares DirectorCom o apoio de:
Reconhecimento e inspiração:
na vanguarda da comunicação em Moçambique
Na tarde inspiradora de 10 de Maio, as luzes do salão de conferências do Hotel Rovuma em Maputo iluminaram-se para acolher um marco histórico na comunicação, marketing e relações-públicas moçambicanas.
Celebrava-se a primeira edição do evento “TOP 30 Mulheres Mais Influentes na Comunicação, Marketing e Relações Públicas em Moçambique”, uma iniciativa pioneira organizada pelo COMARP Group e diversos parceiros, que não só reconheceu o talento excepcional de trinta mulheres notáveis nestes sectores, mas também sublinhou a importância crescente da liderança feminina na moldura social e profissional do país.
O evento desdobrou-se numa atmosfera única, onde tudo foi desenhado para enaltecer as realizações destas mulheres extraordinárias. Líderes visionárias, inovadoras audazes e estrategistas incansáveis foram celebradas perante uma audiência composta por colegas, familiares e diversos entusiastas da comunicação, todos ansiosos por testemunhar este momento ímpar.
Durante o evento, foi realizada uma sessão de debate enriquecedora sob o tema "Como se tornar numa mulher de sucesso na comunicação, marketing e relações-públicas". Este fórum contou com a participação de figuras proeminentes do sector, incluindo Christine Ramela, Directora de Responsabilidade Social Corporativa do banco Millennium bim; Jónia Presado, Head of Marketing Communications & PR da MultiChoice Mozambique; e Felícia Nhama, Coordenadora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Tmcel Moçambique. A moderação ficou a cargo da comunicadora Inês da Ressurreição Pereira, que conduziu a sessão com maestria, facilitando uma troca de ideias tanto esclarecedora quanto motivadora. Um dos pontos
altos do evento foi, sem dúvida, a interacção com o público, que teve a oportunidade de fazer perguntas incisivas e pertinentes sobre os desafios e as oportunidades no sector das comunicações em Moçambique.
Este diálogo aberto sublinhou a importância da partilha de conhecimento e experiências para o crescimento contínuo e inclusivo da indústria.
A celebração foi também abrilhantada por um momento cultural especial, com a actuação da talentosa Ingrid Salomão, cuja voz maravilhosa adicionou uma dimensão artística ao evento, reforçando a ligação entre cultura e comunicação.
Este prémio, embora simbólico, é um reconhecimento vital para as mulheres que têm sido verdadeiras agentes de mudança no sector da comunicação, marketing e relações-públicas em Moçambique. A esperança é que esta iniciativa continue a crescer e a inspirar mais mulheres a alcançar o seu potencial máximo, contribuindo para um sector cada vez mais dinâmico e inclusivo.
Com o sucesso desta primeira edição, as expectativas para os próximos anos estão elevadas. O evento não só reconheceu o mérito destas mulheres notáveis, mas também solidificou a promessa de continuar a celebrar e inspirar a liderança feminina na comunicação em Moçambique. A comunidade espera com entusiasmo pela próxima oportunidade de se reunir e celebrar as conquistas das mulheres que estão à frente da inovação e do sucesso neste vibrante sector.
A lista não obedece a uma ordem de importância. Cada nome representa uma contribuição igualmente valiosa e merecedora de reconhecimento.
Frases:
Por séculos, as mulheres têm sido as arquitectas invisíveis por trás das narrativas que moldam nossa sociedade, impulsionando marcas, causas e movimentos com sua criatividade, perspicácia e determinação. - Edson Rufai - Fundador e Coordenador do COMARP Fórum
Quando as mulheres são valorizadas e capacitadas, toda a sociedade se beneficia. Elas trazem uma perspectiva única, uma sensibilidade inigualável e uma determinação incansável para elevar o padrão de excelência em nossa indústria - Edson Rufai - Fundador e Coordenador do COMARP Fórum
O evento do COMARP Group não só reconheceu o mérito de trinta mulheres notáveis, mas também solidificou a promessa de continuar a celebrar e inspirar a liderança feminina na comunicação em Moçambique.
On the inspiring afternoon of 10 May, the conference hall lights of the Rovuma Hotel in Maputo illuminated a historic milestone in Mozambican communication, marketing, and public relations. The first edition of the event "TOP 30 Most Influential Women in Communication, Marketing, and Public Relations in Mozambique" was celebrated. This pioneering initiative, organised by the COMARP Group and various partners, not only recognised the exceptional talent of thirty remarkable women in these sectors but also highlighted the growing importance of female leadership in the country’s social and professional landscape.
The event unfolded in a unique atmosphere, designed to elevate the achievements of these extraordinary women. Visionary leaders, bold innovators, and tireless strategists were celebrated before an audience of colleagues, family members, and various communication enthusiasts, all eager to witness this unparalleled moment.
An enriching debate session on "How to Become a Successful Woman in Communication, Marketing, and Public Relations" was held during the event. This forum featured prominent sector figures, including Christine Ramela, Director of Corporate Social Responsibility at Millennium bim; Jónia Presado, Head of Marketing Communications & PR at MultiChoice Mozambique; and Felícia Nhama, Corporate Communication and Social Responsibility Coordinator at Tmcel Mozambique. The session was masterfully moderated by communicator Inês da Ressurreição Pereira, who facilitated an exchange of ideas that was both enlightening and motivating. One of the event's highlights was undoubtedly the interaction with the audience, who had the opportunity to ask incisive and pertinent questions about the challenges and opportunities in Mozambique's communications sector. This open dialogue underscored the importance of sharing knowledge and experiences for the industry's continuous and inclusive growth.
The celebration was also graced by a special cultural moment, featuring a performance by the talented Ingrid Salomão, whose wonderful voice added an artistic dimension to the event, reinforcing the connection between culture and communication.
Although symbolic, this award is a vital recognition for the women who have been true agents of change in the communication, marketing, and public relations sector in Mozambique. The hope is that this initiative will continue to grow and inspire more women to reach their full potential, contributing to an increasingly dynamic and inclusive sector.
With the success of this first edition, expectations for the coming years are high. The event not only recognised the merit of these remarkable women but also solidified the promise of continuing to celebrate and inspire female leadership in communication in Mozambique. The community eagerly anticipates the next opportunity to gather and celebrate the achievements of the women leading innovation and success in this vibrant sector.
The list does not follow an order of importance. Each name represents an equally valuable and deserving contribution.
A HEINEKEN Moçambique acredita que o bem-estar dos colaboradores está no equilíbrio entre a sua vida pessoal, profissional, emocional e física.
A HEINEKEN Moçambique, uma referência no sector das bebidas, destaca-se não apenas pela qualidade dos seus produtos, mas também pela forma exemplar como gere o seu capital humano. O Departamento de Recursos Humanos (RH) da empresa tem implementado uma série de práticas inovadoras e eficazes que promovem um ambiente de trabalho saudável e inclusivo, alinhado com os valores globais da marca.
Obem-estar dos colaboradores é uma prioridade constante na HEINEKEN Moçambique. A empresa aposta no equilíbrio entre a vida pessoal, emocional, profissional e física dos seus trabalhadores, e, para promover esta harmonia, implementa várias iniciativas ao longo do ano. As “Sextas Saudáveis” são um exemplo claro desta abordagem: todas as sextas-feiras, os funcionários têm acesso a frutas durante o dia, usufruem de música no horário de almoço e têm a oportunidade de brindar com uma Heineken 0.0. Além disso, os pais recentes são presenteados com uma mensagem especial e um peluche, enquanto todos os colaboradores participam em sessões de ginástica laboral semanalmente.
A integração de novos colaboradores é cuidadosamente estruturada através do programa de acolhimento, que garante que nenhum trabalhador inicia a sua jornada sem ser devidamente introduzido à cultura e aos valores da empresa. Este programa de três dias é seguido por uma indução específica na área de trabalho do novo colaborador, promovendo a redução de barreiras entre departamentos através de programas de conexão como “um dia no
mercado e na fábrica”. A capacidade de escuta activa é uma das maiores forças do Departamento de RH. São promovidas pesquisas anuais que resultam em planos de acção desenvolvidos com base nas opiniões e feedback dos colaboradores. Para garantir que as acções implementadas são eficazes, realizam-se pesquisas de pulso entre as pesquisas anuais, permitindo ajustes rápidos e precisos.
As políticas de RH da empresa têm tido um impacto significativo na carreira dos seus colaboradores. No contexto do mercado moçambicano, o maior desafio enfrentado pelo departamento é a atracção de talentos num mercado altamente competitivo. A empresa também enfrenta desafios na obtenção de fornecedores qualificados para atender às demandas do dia-a-dia.
Para fomentar a liderança dentro da organização, a HEINEKEN Moçambique implementa vários programas de desenvolvimento, incluindo o programa "Gestores de Primeira Linha" e encontros mensais entre a liderança de topo e os líderes da organização. Dias de liderança são promovidos regularmente para incentivar o desenvolvimento contínuo de competências de liderança.
A tecnologia desempenha um papel crucial, com mais de 90% das actividades do departamento sendo automatizadas. A tecnologia facilita a compilação de dados, o processamento de pagamentos, o armazenamento de informações e a preparação de relatórios e apresentações.
A inclusão e a diversidade são pilares fundamentais na estratégia organizacional da instituição. A empresa promove sessões de escuta com as mulheres e mantém uma taxa de turnover de mulheres na área de vendas próxima de 0 há cinco anos. As políticas de pagamento igualitário e a presença de mulheres em cargos de liderança são exemplos claros do compromisso com a diversidade. Além disso, a liderança é constituída por moçambicanos e nacionais de outros países africanos, e os princípios de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) são expandidos aos parceiros, com acompanhamento contínuo.
Com estas práticas, a HEINEKEN Moçambique reafirma o seu compromisso com os recursos humanos, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo e inovador que reflecte os valores da empresa e contribui para o desenvolvimento sustentável da organização e dos seus colaboradores.
“A capacidade de escuta activa é uma das maiores forças do departamento de RH da HEINEKEN Moçambique.”
- Salomao Chavana - Director de Recusos Humanos da Heineken MoçambiqueFotografia: Cortesia de Helton Perengue
As políticas de pagamento igualitário e a presença de mulheres em cargos de liderança são exemplos claros do compromisso da Heineken Moçambique.
HEINEKEN Mozambique, a leading name in the beverage sector, stands out not only for the quality of its products but also for its exemplary management of human capital. The company's Human Resources (HR) Department has implemented a series of innovative and effective practices that promote a healthy and inclusive working environment, in alignment with the brand's global values.
Employee well-being is a constant priority at HEINEKEN Mozambique. The company focuses on the balance between personal, emotional, professional, and physical life for its workers, implementing various initiatives throughout the year to promote this harmony. "Healthy Fridays" are a clear example of this approach: every Friday, employees have access to fruit during the day, enjoy music during lunch, and have the opportunity to toast with a Heineken 0.0. Additionally, new parents receive a special message and a teddy bear, while all employees participate in weekly workplace exercise sessions.
The integration of new employees is carefully structured through an onboarding programme, ensuring that no worker starts their journey without being properly introduced to the company's culture and values. This threeday programme is followed by specific induction in the new employee's work area, promoting the reduction of barriers between departments through connection programmes such as "a day in the market and the factory."
Active listening is one of the HR Department's greatest strengths. Annual surveys are conducted, resulting in action plans developed based on employee opinions and feedback. To ensure the effectiveness of implemented actions, pulse surveys are conducted between annual surveys, allowing for quick and precise adjustments.
The company's HR policies have had a significant impact on employees' careers. In the context of the Mozambican market, the greatest challenge faced by the department is attracting talent in a highly competitive market. The company also faces challenges in obtaining qualified suppliers to meet daily demands.
To foster leadership within the organisation, HEINEKEN Mozambique implements various development programmes, including the "First Line Managers" programme and monthly meetings between top leadership and organisational leaders. Leadership days are regularly promoted to encourage the continuous development of leadership skills.
Technology plays a crucial role, with over 90% of the department's activities being automated. Technology facilitates data compilation, payment processing, information storage, and the preparation of reports and presentations.
Inclusion and diversity are fundamental pillars in the institution's organisational strategy. The company promotes listening sessions with women and has maintained a nearly 0% turnover rate for women in sales over the past five years. Equal pay policies and the presence of women in leadership roles are clear examples of the commitment to diversity. Furthermore, the leadership team comprises Mozambicans and nationals from other African countries, and the principles of Diversity, Equity, and Inclusion (DEI) are extended to partners, with continuous monitoring.
Through these practices, HEINEKEN Mozambique reaffirms its commitment to human resources, promoting an inclusive and innovative work environment that reflects the company's values and contributes to the sustainable development of the organisation and its employees.
Quais são as principais influências literárias e culturais que se reflectem nas suas obras? Devo confessar que sou um produto de diversas influências no campo da arte, especialmente da literatura, embora esta não seja a única fonte que contribuiu para o meu desenvolvimento artístico. Posso citar, por exemplo, a fotografia, o cinema, a pintura, a escultura e, principalmente, a música, que ampliaram minha percepção e meu apreço pelo belo e pela sensibilidade artística. No entanto, ao falar de literatura, nomes como Rui Knopfli, Luís Carlos Patraquim, Eduardo White e outros, tanto nacionais quanto estrangeiros, como Jorge Luís Borges, Carlos Drummond de Andrade, Al Berto e Herberto Hélder, exerceram uma forte influência sobre mim desde a minha juventude. Com o passar dos anos, a minha geografia literária expandiu-se, e hoje acompanho com grande entusiasmo os poetas brasileiros contemporâneos, os poetas poloneses e húngaros das décadas de 1950 a 1970, a poesia grega e espanhola, além da literatura africana, especialmente a de expressão francesa, que apresenta uma conexão profunda com a oralidade e os pequenos dramas quotidianos do nosso continente e da nossa experiência de vida.
A sua participação no Movimento Literário Kuphaluxa influenciou a sua visão artística e a sua interacção com outros escritores moçambicanos?
O Movimento Literário Kuphaluxa foi uma parte fundamental
de minha jornada como escritor, forneceu-me um espaço de colaboração e troca de ideias com outros escritores moçambicanos. Essa experiência influenciou muito a minha visão artística e fortaleceu a minha conexão com a comunidade literária local, além do facto de que ganhei irmãos, no verdadeiro sentido da palavra. Gosto da irreverência que tivemos na altura, no sentido de sermos altruístas, participativos e na adopção da literatura ou do fazer literário como uma acção ou uma palavra de ordem. Hoje orgulho-me dos companheiros e dos escritores que são os membros desse grupo.
Em que medida a sua formação académica em sociologia e antropologia influencia a sua abordagem literária?
Tanto a sociologia quanto a antropologia são duas ciências de extrema importância, pois possibilitam a leitura do mundo e a compreensão plena do ser humano. Para mim, como poeta, trabalhar com essas disciplinas é natural, já que o objecto de estudo, se assim quisermos dizer, se alinha. Assim como essas ciências, a poesia também nos permite ler o mundo, tanto o visível quanto o invisível. No meu caso, apenas me considero uma pessoa curiosa, e ter tido a oportunidade ou possibilidade de beber dessas epistemologias e adoptar os seus métodos para compreender o mundo ao meu redor é crucial para mim, para formular não apenas teorias, mas também poemas. No entanto, não me vejo como
um poeta melhor, mais interessante ou mais sortudo por ter tido acesso a essas disciplinas. Acredito que qualquer pessoa sensível, que compreenda que a poesia serve principalmente para buscar a subversão da linguagem, se pode tornar um excelente poeta. Essa é minha busca diária.
Quais são os principais temas abordados na sua poesia?
Tenho um fascínio pelos grandes temas universais, mas os meus poemas exploram uma variedade de assuntos, desde questões existenciais e culturais até crítica social e política. O amor, a morte, a noite e a nossa identidade moçambicana são alguns dos temas recorrentes em minha poesia. Utilizo tudo aquilo que sinto que pode ser explorado como matéria poética. Para mim, não há limites em termos de temas a serem abordados; cada experiência, cada sentimento, cada reflexão pode-se tornar fonte de inspiração para dar forma à minha expressão artística.
Como interpreta a evolução temática e estilística na sua poesia, culminando em "Criação do Fogo"?
Ao longo da minha carreira, tenho buscado evoluir tanto temática quanto estilisticamente na minha poesia, e é natural que isso aconteça, pois vamos crescendo e adquirindo certa maturidade e, se calhar, mais sensibilidade e apuração na forma como vemos e interpretamos certos fenómenos. Eu sempre procuro desafiar-me a
mim mesmo para encontrar melhores perspectivas e formas de lidar com a linguagem e não me repetir. Ou seja, é necessário dominar a técnica, mas também possuir uma base cultural alargada, e isso tem que ver com o que nós consumimos artisticamente, mas não só, é preciso compreender a própria língua e a forma de manipulá-la. Portanto, agora me sinto cada vez mais apto e a poesia não é algo que me ocorra como um mero acidente, é sim uma escolha que suporto com muita responsabilidade e com muito treino, até surgir o texto pretendido, porque só este estudo contínuo, a aprendizagem, a exposição e o contacto com diversas culturas, literaturas e pessoas permitem esse salto constante, sempre em busca de algo que surpreenda e crie um impacto nos leitores.
E o que nos pode dizer do uso da poesia como uma ferramenta de crítica social e política nas suas obras, especialmente considerando o contexto moçambicano actual?
Para começar, tenho a dizer que isto não é algo inédito na história da nossa literatura moçambicana. José Craveirinha, Noémia de Sousa, Patraquim ou Eduardo White, sem falar de muitos mais, inauguraram esta forma do fazer poesia como arma ou como um instrumento de arremesso. A minha poesia também sempre foi uma forma de expressar as minhas preocupações e críticas em relação aos vícios pessoais e da sociedade, mas não gosto de me limitar por aí. Certamente há quem só me interprete por essa via, mas tenho outras perspectivas mais festivas, mais de celebração
da palavra e da nossa língua, que é bela, e da nossa gente, que é heróica e capaz de realizar milagres mesmo com recursos escassos. Somos um dos povos mais bonitos do mundo, com pessoas que, apesar de tudo, acreditam no trabalho e na força dos seus sonhos e das suas mãos, e isso também merece ser celebrado. No entanto, não sou alheio às injustiças. Acredito cada vez mais que a função da poesia no nosso tempo é criar empatia entre os seres humanos, uns com os outros e também com a natureza.
Qual é a importância do Prémio BCI de Literatura e do Prémio Internacional Pena de Ouro na consolidação da sua carreira e na promoção da literatura moçambicana?
Os prémios são uma parte integrante de um proces-
so de reconhecimento, mas, na nossa realidade particular, é necessário proceder com cautela, para não estender demasiadamente as asas. É, antes de tudo, necessário perceber que qualquer prémio é apenas resultado de um trabalho que corresponde a uma época ou a um determinado livro, e essas fases, geralmente, passam. O verdadeiro grande prémio, na verdade, é a possibilidade de cultivar leitores. Por exemplo, no caso do Prémio Internacional Pena de Ouro, ser o único representante moçambicano e júri residente, entre tantas possibilidades e pessoas, algumas talvez mais capacitadas e experientes do que eu, é algo que me orgulha. Porque acredito que há uma razão para eu estar lá, e isso é o reconhecimento do talento. E sempre é um prazer e uma honra receber reconhecimento, tal como foi o caso do prémio BCI, por exemplo, ou saber que o Prémio Internacional de Tradução Stephen Spender foi ganho por um tradutor que usou um poema meu, o que é uma grande honra. Não apenas pelo prémio em si, mas porque começo a ganhar notoriedade dentro de um mercado que não é o lusófono, mas sim o mercado dos Estados Unidos e do Reino Unido, que oferecem outras perspectivas e oportunidades.
Quais são os principais desafios enfrentados como escritor moçambicano em termos de acesso ao mercado literário e reconhecimento internacional?
O nosso mercado é bastante limitado e é difícil fazer o livro circular. Esse é o primeiro grande desafio. Outro desafio tem a ver com uma quase ausência de crítica especializada que consiga acompanhar a literatura contemporânea mo -
çambicana e amplificar a sua voz. O terceiro é um grande vício cultural, o da não-comunicação entre as classes e dos vários grupos que compomos como moçambicanos, tenho um juízo de que a grande maioria da nossa classe média-alta tende a olhar com desdém para obras que não vêm do seu próprio meio. E são nesses que se concentra o poder de compra. Apesar desses obstáculos, continuo a trabalhar. É inspirador ver como a nossa literatura é recebida no Brasil, em Portugal e até mesmo em lugares como o Uganda, onde estive. Perceber que tradutores americanos estão interessados em traduzir e publicar meus livros é algo surpreendente. No entanto, reconheço que ainda temos um longo caminho pela frente.
Como recebe a crítica às suas obras?
A maior crítica, aquela que realmente valorizo, é das pessoas que afirmam terem sido profundamente tocadas por minhas palavras, que sentem que tiveram uma nova oportunidade de se enxergar e de observar o mundo através dos meus poemas. Isso é extremamente significativo para mim. No entanto, a crítica, digamos que especializada, é também bem-vinda e, felizmente, neste quesito, a minha obra tem sido bem referenciada, e isso é muito bom, mas, em geral, precisamos de uma crítica mais presente que acompanhe o crescimento dos artistas, pois isso é o que pode contribuir para uma maior e melhor aceitação do público e no seio dos leitores.
Em que actividades ou projectos, para além da escrita, está envolvido, e como é que essas actividades complementam ou influenciam a sua prática literária?
Eu faço da escrita o meu trabalho, ou seja, trabalho exclusivamente com a escrita, o que já me traz muita satisfação. Todos os projectos em que estou envolvido têm relação directa com a escrita. Actualmente, por exemplo, tenho estado a colaborar com alguns músicos que têm a vontade, ou talvez a ousadia, de compor suas letras em parceria com escritores. Já tive o privilégio de trabalhar com a Xixel Langa, a Banda Kakana e Abuchamo Munhoto em alguns projectos, e gostaria de continuar. Além disso, também me dedico à escrita de roteiros para cinema e novelas. Por estes dias, estou envolvido na preparação de uma performance de dança contemporânea e teatro, através da minha poesia. Busco experimentar em todas as formas criativas possíveis, pois sinto que isso enriquece minha obra e também o meu percurso.
Para além dos prémios literários, como é que a sua obra, incluindo "Criação do Fogo", contribui para a construção da identidade cultural e nacional de Moçambique?
Acredito que cada um faz a sua parte e contribui da melhor maneira possível para a construção de uma identidade cultural e nacional dos moçambicanos. Ter a possibilidade de ser um porta-voz de uma geração é o meu contributo, se calhar. Dentro dos meus textos há muitas facetas de quem somos, creio que a partir daí é possível reconhecermo-nos ou afirmarmo-nos perante aqueles que ainda não nos conhecem. Acho que esse é o contributo das minhas obras. Espero que a minha poesia ajude ainda mais a promover uma maior compreensão e apreciação da diversidade e riqueza do nosso tecido cultural.
What are the main literary and cultural influences reflected in your works?
I must confess that I am a product of diverse influences in the field of art, especially literature, though it is not the only source that has contributed to my artistic development. I can cite, for instance, photography, cinema, painting, sculpture, and primarily music, which have broadened my perception and appreciation for beauty and artistic sensitivity. However, when it comes to literature, names like Rui Knopfli, Luís Carlos Patraquim, Eduardo White, and others, both national and international, such as Jorge Luís Borges, Carlos Drummond de Andrade, Al Berto, and Herberto Hélder, have exerted a strong influence on me since my youth. Over the years, my literary geography has expanded, and today I follow contemporary Brazilian poets, Polish and Hungarian poets from the 1950s to the 1970s, Greek and Spanish poetry, as well as African literature, particularly French-speaking literature, which has a deep connection with orality and the everyday dramas of our continent and our life experiences.
How has your participation in the Kuphaluxa Literary Movement influenced your artistic vision and interaction with other Mozambican writers?
The Kuphaluxa Literary Movement was a fundamental part of my journey as a writer, providing me with a space for collaboration and exchange of ideas with other Mozambican writers. This experience greatly influenced
my artistic vision and strengthened my connection with the local literary community, and I gained brothers in the true sense of the word. I appreciate the irreverence we had at the time, in terms of being altruistic, participatory, and adopting literature or literary creation as an action or a rallying cry. Today, I am proud of the companions and writers who are members of this group.
To what extent does your academic background in sociology and anthropology influence your literary approach?
Both sociology and anthropology are extremely important sciences, as they enable the reading of the world and the full understanding of the human being. For me, as a poet, working with these disciplines is natural, since the object of study, so to speak, aligns with them. Like these sciences, poetry also allows us to read the world, both the visible and the invisible. In my case, I consider myself just a curious person, and having had the opportunity or possibility to draw from these epistemologies and adopt their methods to understand the world around me is crucial for me to formulate not only theories but also poems. However, I do not see myself as a better, more interesting, or luckier poet for having had access to these disciplines. I believe that any sensitive person who understands that poetry mainly serves to seek the subversion of language can become an excellent poet. This is my daily pursuit.
What are the main themes ad-
dressed in your poetry?
I am fascinated by great universal themes, but my poems explore a variety of subjects, ranging from existential and cultural issues to social and political criticism. Love, death, the night, and our Mozambican identity are some recurring themes in my poetry. I use everything I feel can be explored as poetic material. For me, there are no limits in terms of themes to be addressed; every experience, every feeling, every reflection can become a source of inspiration to shape my artistic expression.
How do you interpret the thematic and stylistic evolution in your poetry, culminating in "Creation of Fire"?
Throughout my career, I have sought to evolve both thematically and stylistically in my poetry, and it is natural for this to happen, as we grow and acquire a certain maturity and, perhaps, more sensitivity and precision in the way we see and interpret certain phenomena. I always challenge myself to find better perspectives and ways of dealing with language and not repeating myself. In other words, it is necessary to master the technique but also to have a broad cultural base, which involves what we consume artistically, but also understanding the language itself and how to manipulate it. Therefore, I now feel increasingly capable, and poetry is not something that occurs to me by mere accident; it is a choice I support with great responsibility and much practice until the desired text emerges, because only this
continuous study, learning, exposure, and contact with various cultures, literatures, and people allow for this constant leap, always in search of something that surprises and creates an impact on readers.
What can you tell us about using poetry as a tool for social and political criticism in your works, especially considering the current Mozambican context?
First, I must say that this is not unprecedented in the history of our Mozambican literature. José Craveirinha, Noémia de Sousa, Patraquim, or Eduardo White, among many others, inaugurated this form of making poetry as a weapon or a tool for expression. My poetry has always been a way of expressing my concerns and criticisms regarding personal and societal vices, but I do not like to be limited to that. Certainly, there are those who only interpret me this way, but I have other perspectives that are more festive, more about celebrating the word and our beautiful language, and our people, who are heroic and capable of performing miracles even with scarce resources. We are one of the most beautiful peoples in the world, with people who, despite everything, believe
in the work and strength of their dreams and hands, and this also deserves to be celebrated. However, I am not oblivious to injustices. I increasingly believe that the function of poetry in our time is to create empathy among human beings, with each other and also with nature.
What is the importance of the BCI Literature Prize and the International Golden Pen Prize in consolidating your career and promoting Mozambican literature?
Prizes are an integral part of a recognition process, but in our particular reality, it is necessary to proceed with caution, so as not to spread our wings too far. It is, first of all, necessary to understand that any prize is just the result of work that corresponds to a time or a particular book, and these phases generally pass. The real great prize, in fact, is the possibility of cultivating readers. For example, in the case of the International Golden Pen Prize, being the only Mozambican representative and resident jury member, among so many possibilities and people, some perhaps more capable and experienced than me, is something that makes me proud. Because I believe there is
a reason for me being there, and that is the recognition of talent. And it is always a pleasure and an honour to receive recognition, as was the case with the BCI prize, for example, or knowing that the Stephen Spender International Translation Prize was won by a translator who used one of my poems, which is a great honour. Not just for the prize itself, but because I am beginning to gain notoriety in a market that is not Lusophone, but rather the US and UK markets, which offer other perspectives and opportunities.
What are the main challenges faced as a Mozambican writer in terms of access to the literary market and international recognition?
Our market is quite limited, and it is difficult to get books to circulate. That is the first major challenge. Another challenge is the almost absence of specialized criticism that can keep up with contemporary Mozambican literature and amplify its voice. The third is a major cultural vice, the lack of communication between the classes and the various groups that we compose as Mozambicans; I have a view that the vast majority of our up-
per-middle class tends to look down on works that do not come from their own milieu. And it is in these that the purchasing power is concentrated. Despite these obstacles, I continue to work. It is inspiring to see how our literature is received in Brazil, Portugal, and even in places like Uganda, where I have been. Realizing that American translators are interested in translating and publishing my books is surprising. However, I recognize that we still have a long way to go.
How do you respond to the criticism of your works?
The most valuable criticism is from people who claim to have been deeply touched by my words, who feel they had a new opportunity to see themselves and observe the world through my poems. This is extremely meaningful to me. However, specialized criticism is also welcome, and fortunately, my work has been well-referenced in this regard, which is very good. But, in general, we need more present criticism that follows the growth of artists, as this can contribute to greater and better acceptance by the public and among readers.
What activities or projects, besides writing, are you involved in, and how do these activities complement or influence your literary practice?
I make writing my job, working exclusively with writing, which already brings me great satisfaction. All the projects I am involved in are directly related to writing. Currently, for example, I have been collaborating with some musicians who have the will, or perhaps the audacity, to compose their lyrics in partnership with writers. I have had the privilege of working with Xixel Langa, the Kakana Band, and Abuchamo Munhoto on some projects, and I would like to continue. Additionally, I also dedi-
cate myself to writing scripts for cinema and novels. These days, I am involved in preparing a contemporary dance and theatre performance through my poetry. I seek to experiment in all possible creative forms, as I feel this enriches my work and my journey.
Beyond literary awards, how does your work, including "Creation of Fire", contribute to the construction of Mozambique's cultural and national identity?
I believe that everyone does their part and contributes in the best possible way to the construction of a cultural and national identity for Mozambicans. Having the possibility of being a spokesperson for a generation is perhaps my contribution. Within my texts, there are many facets of who we are, and I believe that from there we can recognize ourselves or assert ourselves to those who do not yet know us. I think this is the contribution of my works
Com a sua participação, Moçambique reforçou a sua posição não só como destino turístico de excelência, mas também como ponto de investimento promissor no continente africano.
De 13 a 16 de Maio de 2024, o Centro de Convenções Inkosi Albert Luthuli, em Durban, KwaZulu-Natal, acolheu a INDABA 2024. Este evento, já firmado como uma das principais plataformas de marketing turístico do continente, expôs uma vasta gama de produtos turísticos africanos, atraindo o interesse de compradores e da imprensa internacional. Na presente edição, destacou-se a inclusão do Pavilhão Hidden Gems, que proporcionou às empresas turísticas uma oportunidade única de apresentarem os seus produtos e serviços a uma audiência global. Os participantes foram seleccionados mediante rigorosos critérios que incluíram prontidão de mercado, esforços de marketing e relevância dos produtos ou serviços oferecidos, o que garantiu uma representação de alta qualidade. A INDABA 2024 destacou o empenho do Departamento de Turismo da África do Sul no crescimento sustentável e na diversificação do sector turístico, tendo oferecido uma plataforma excepcional para empreendedores emergentes ganharem reconhecimento internacional. Suscitou assim grande interesse entre os intervenientes moçambicanos, sempre em busca de novas oportunidades de mercado e parcerias estratégicas no continente.
Moçambique eleva o seu perfil turístico com estratégias inovadoras e parcerias globais
Na edição de 2024 da INDABA, a
presença de Moçambique foi uma manifestação ambiciosa dos seus intentos turísticos e económicos. Com uma participação estratégica, o país reforçou a sua posição não só como um destino turístico de excelência, mas também como um ponto de investimento promissor no continente africano.
Os nossos representantes chegaram a Durban com uma agenda clara: promover as maravilhas naturais, a cultura enriquecida e o património histórico do país. E não era para menos. As belas praias, os parques nacionais e as experiências culturais únicas de Inhambane destacadas nesta feira são apenas uma amostra do que Moçambique tem para oferecer. A estratégia utilizada visou claramente atrair mais turistas e, com eles, um aumento significativo na receita do sector.
O impacto esperado da participação na edição 2024 da feira estende-se para além do turismo. Foi uma plataforma excepcional para atrair investimento estrangeiro, com Moçambique a expor oportunidades em novos projectos de infra-estrutura turística e possíveis parcerias público-privadas. As interacções durante todo o evento facilitaram uma rede robusta de contactos, permitindo estabelecer relações directas com potenciais investidores. Foram discutidas colaborações com países e empresas privadas em áreas como infra-estruturas turísticas e
operações conjuntas de marketing. Estas alianças são essenciais para superar desafios comuns do sector e impulsionar o desenvolvimento sustentável do turismo em Moçambique.
Localizada em Durban, a feira serviu de ponto de encontro ideal para se explorarem sinergias regionais. A proximidade geográfica, se por um lado reforçou a participação moçambicana, por outro atraiu visitantes interessados na oferta turística da África Austral como um todo. Durban provou ser uma escolha acertada, facilitando a logística e fortalecendo os laços culturais e económicos entre países vizinhos.
A participação activa na INDABA foi também uma oportunidade para aprender e encontrar soluções inovadoras para desafios persistentes no sector, como a necessidade de melhorar a infra-estrutura turística e a eficácia da promoção do país como destino turístico.
Valorizando a experiência das edições anteriores, foram utilizados os insights adquiridos para afinar a abordagem, o que se traduziu numa meticulosa preparação e uma apresentação ainda mais impactante em 2024. Este aprendizado contínuo destacou-se como um elemento crucial para o sucesso na feira.
A INDABA 2024 foi um passo significativo em direcção ao fortalecimento do sector turístico em Moçambique. Com uma estratégia bem articulada, o país não só elevou a sua visibilidade internacional como também fortaleceu bases para um futuro turístico próspero e sustentável. A participação nesta plataforma mundial promete vir a impulsionar o turismo e o desenvolvimento local, gerando empregos e promovendo a cultura e património únicos do país.
A delegação moçambicana a Durban, na África do Sul, teve como principal objectivo promover as maravilhas naturais, a cultura e o património histórico de Moçambique.
Fotografia: Cortesia do InaturFrom May 13 to 16, 2024, the Inkosi Albert Luthuli Convention Centre in Durban, KwaZulu-Natal, hosted INDABA 2024. This event, already established as one of the continent's leading tourism marketing platforms, showcased a wide range of African tourism products, attracting interest from international buyers and the press. This year's edition featured the inclusion of the Hidden Gems Pavilion, providing tourism businesses with a unique opportunity to present their products and services to a global audience. Participants were selected based on stringent criteria, including market readiness, marketing efforts, and the relevance of their products or services, ensuring high-quality representation. INDABA 2024 underscored the South African Department of Tourism's commitment to sustainable growth and diversification in the tourism sector, offering an exceptional platform for emerging
entrepreneurs to gain international recognition. This sparked significant interest among Mozambican stakeholders, who are always seeking new market opportunities and strategic partnerships on the continent.
Mozambique elevates its tourism profile with innovative strategies and global partnerships
At the 2024 edition of INDABA, Mozambique's presence was an ambitious display of its tourism and economic aspirations. With a strategic participation, the country reinforced its position not only as an excellent tourist destination but also as a promising investment hub on the African continent.
Our representatives arrived in Durban with a clear agenda: to promote the country's natural wonders, rich culture, and historical heritage. And rightly so. The beautiful beaches, national
parks, and unique cultural experiences of Inhambane highlighted at this fair are just a glimpse of what Mozambique has to offer. The strategy was clearly aimed at attracting more tourists and, with them, a significant increase in sector revenue.
The expected impact of participating in the 2024 edition of the fair extends beyond tourism. It was an exceptional platform to attract foreign investment, with Mozambique showcasing opportunities in new tourism infrastructure projects and potential public-private partnerships. Interactions throughout the event facilitated a robust network of contacts, enabling direct relationships with potential investors. Collaborations were discussed with countries and private companies in areas such as tourism infrastructure and joint marketing operations. These alliances are essential to overcoming common sector challenges and driving sustainable tourism development in Mozambique.
Located in Durban, the fair served as an ideal meeting point to explore regional synergies. The geographical proximity not only reinforced Mozambican participation but also attracted visitors interested in Southern Africa's tourism offerings as a whole.
Durban proved to be a wise choice, facilitating logistics and strengthening cultural and economic ties between neighbouring countries.
Active participation in INDABA was also an opportunity to learn and find innovative solutions to persistent sector challenges, such as the need to improve tourism infrastructure and the effectiveness of promoting the country as a tourist destination.
Building on the experience of previous editions, the insights gained were used to refine the approach, resulting in meticulous preparation and an even more impactful presentation in 2024. This continuous learning stood out as a crucial element for success at the fair.
INDABA 2024 was a significant step towards strengthening the tourism sector in Mozambique. With a well-articulated strategy, the country not only enhanced its international visibility but also laid the foundation for a prosperous and sustainable tourism future. Participation in this global platform promises to boost tourism and local development, generating jobs and promoting the unique culture and heritage of the country.
Uma biblioteca móvel com uma missão dupla
Utilizando chapas (minibuses locais de transporte colectivo) transformados em bibliotecas móveis, a Chapateca não só leva conhecimento às comunidades, mas também educa a população sobre temas relevantes da sociedade.
- Uma biblioteca móvel com uma missão dupla
Na edição deste mês da Xonguila, apresentamos o terceiro seleccionado do Desafio de Empreendedorismo da CFAO em parceria com a nossa revista. Este desafio tem como objectivo destacar dez projectos inovadores com enfoque em mobilidade e segurança rodoviária ao longo do ano.
Desta vez, trazemos à luz a Chapateca, uma iniciativa que se destaca não só pelo seu compromisso com a educação, mas também pela sua dedicação em disseminar mensagens de sensibilização social como a segurança rodoviária. A Cha-
nidades, mas também educa a população sobre temas relevantes da sociedade.
Os membros fundadores da Chapateca, entre os quais se destacam Shádia Gafur e Constance Fleury, estão convencidos de que a educação é um direi-
pateca é uma associação que visa promover o acesso à educação através de livros e leitura entre populações em situação socioeconómica vulnerável. Utilizando chapas (minibuses locais de transporte colectivo) transformados em bibliotecas móveis, a Chapateca não apenas leva conhecimento às comu-
to fundamental de todo o ser humano, essencial para o seu pleno desenvolvimento e para a construção de uma sociedade mais equitativa. A associação trabalha com uma pedagogia que visa desenvolver habilidades de leitura e escrita, oferecer acesso à informação, estimular a imaginação e criatividade, facilitar a
expressão livre e o pensamento crítico, construir autoconfiança e autonomia, promover a inclusão e igualdade de género, incentivar a cooperação e envolver pais e tutores.
Este enfoque educativo é vital num país onde a taxa de analfabetismo ainda é elevada (18,8%) e onde tanto as áreas rurais (49,4%) quanto urbanas (50,7%) têm acesso limitado a livros e informações. A iniciativa da Chapateca de transformar chapas em bibliotecas móveis leva conhecimento e conscientização directamente às comunidades, incentivando um comportamento mais seguro nas estradas e contribuindo para a redução de acidentes de trânsito. As suas bibliotecas móveis são equipadas não só com livros, mas também com materiais educativos, que ensinam aos cidadãos, especialmente às crianças e jovens, como conduzir com segurança, interpretar sinais de trânsito e os perigos de conduzir sob a influência do álcool.
Além das bibliotecas móveis, a Chapateca planeia abrir uma rede de bibliotecas comunitárias nos bairros periurbanos das maiores cidades, em coordenação com associações locais
e autoridades públicas. Estas bibliotecas convencionais serão adaptadas para várias actividades, criando um ambiente propício para a aprendizagem.
Para continuar e expandir este trabalho essencial, a Chapateca precisa de apoio. As suas necessidades incluem recursos humanos (um motorista e dois funcionários), custos de combustível, materiais (livros, tendas, almofadas) e custos operacionais (créditos de voz, despesas de escritório, fornecimentos).
A sua contribuição pode fazer uma diferença significativa na promoção da educação e segurança rodoviária em Moçambique.
Convidamos todos os nossos leitores a enviar os seus projectos sobre mobilidade ou segurança rodoviária para o email geral@xonguila.co.mz. A sua iniciativa pode ser a próxima a ser destacada na nossa série de artigos, contribuindo para um Moçambique mais seguro e bem-educado.
Junte-se a nós nesta missão e faça parte da mudança com a Chapateca, Grupo CFAO e a Revista Xonguila.
In this month's edition of Xonguila, we present the third selection from the CFAO Entrepreneurship Challenge in partnership with our magazine. This challenge aims to highlight ten innovative projects focusing on mobility and road safety throughout the year.
This time, we shine a light on Chapateca, an initiative that stands out not only for its commitment to education but also for its dedication to spreading social awareness messages, such as road safety. Chapateca is an association that aims to promote access to education through books and reading among socio-economically vulnerable populations. By using chapas (local minibus public transport) transformed into mobile libraries, Chapateca not only brings knowledge to communities but also educates the public on relevant societal issues.
The founding members of Chapateca, including Shádia Gafur and Constance Fleury, believe that education is a fundamental right for every human being, essential for their full development and the building of a more equitable society. The association works with a pedagogy that aims to develop reading and writing skills, provide access to information, stimulate imagination and creativity, facilitate free expression
and critical thinking, build self-confidence and autonomy, promote inclusion and gender equality, encourage cooperation, and involve parents and guardians.
This educational focus is vital in a country where the illiteracy rate is still high (18.8%) and where both rural (49.4%) and urban areas (50.7%) have limited access to books and information. Chapateca's initiative of transforming chapas into mobile libraries brings knowledge and awareness directly to communities, encouraging safer behaviour on the roads and contributing to the reduction of traffic accidents. Their mobile libraries are equipped not only with books but also with educational materials that teach citizens, especially children and young people, how to drive safely, interpret road signs, and understand the dangers of driving under the influence of alcohol.
In addition to the mobile libraries, Chapateca plans to open a network of community libraries in the peri-urban neighbourhoods of
major cities, in coordination with local associations and public authorities. These conventional libraries will be adapted for various activities, creating an environment conducive to learning.
To continue and expand this essential work, Chapateca needs support. Their needs include human resources (a driver and two staff members), fuel costs, materials (books, tents, cushions), and operational costs (voice credits, office expenses, supplies). Your contribution can make a significant difference in promoting education and road safety in Mozambique.
We invite all our readers to submit their projects on mobility or road safety to the email geral@xonguila.co.mz. Your initiative could be the next to be featured in our series of articles, contributing to a safer and better-educated Mozambique.
Join us in this mission and be part of the change with Chapateca, CFAO Group, and Xonguila Magazine.
A minha vida na arte começou na igreja, desde muito cedo, por volta dos 8 ou 9 anos, quando participava nos musicais infantis. - DJ Damost
Como começou a tua jornada na música e quais foram as maiores influências no início da tua carreira?
A minha vida na arte começou na igreja desde muito cedo, por volta dos 8 ou 9 anos, quando participava nos musicais infantis. Em 1989, decidi, junto com o meu irmão, formar o NSTAR, um grupo de Hipo Ho com uma essência gospel, que era a nossa marca distintiva. Em 1994, expandimos o grupo ao nos juntarmos ao Demy OG, Cem Paus, Deuce e, mais tarde, em 1997, ao Da Davil, e fundámos o grupo Auto Squad. Percebemos a necessidade de um DJ, e o escolhido foi o Damost. Assim começou a minha jornada como DJ, em 1995. Naquele tempo, tive o apoio do DJ DarMix e do DJ Mandito para a base do estilo tropical, já que inicialmente eu só tocava hip hop. A minha influência internacional eterna será o DJ Premier, do Gang Starr.
Podes falar-nos de algumas das colaborações com outros artistas que consideras mais impactantes na tua carreira até agora?
Realizei várias colaborações, tanto nos meus álbuns quanto nos de outros artistas, como Lizha James, Valdemiro José, Mr. Bow, Denny OG, Nstar, Dama do Bling, Mr. Kuka, DJ Ardilles, Ubakka, entre muitos outros! É importante destacar que uma parte significativa do meu sucesso se deve ao produtor Mr. Dino, responsável pelos meus maiores hits. Além disso, já partilhei a cabine com os melhores DJs de África e além! Sinto-me verdadeiramente abençoado.
Entre os teus maiores hits, existe algum que consideres mais especial? Podes partilhar a história por trás dessa música? No mercado, tenho vários hits, como "Waku Kuluka", "Pepetsa Remix" (com Dama do Bling), "Masseve" (com Ubakka) e "Katlha", que considero o meu hit número 1, produzido por Mr. Dino e com voz de Mr. Bow. Esta músi -
ca tem uma história engraçada, pois surgiu durante uma gravação de uma faixa da Zav, em que o Mr. Bow, ajudando na captação, pediu-lhe que pisasse na tecla grande do teclado para avançar, dizendo: "É só fazer katlha na barra branca do teclado!" Mr. Dino, o mágico, captou esse detalhe e criou a música a partir dos samples. Então, eu e o Mr. Dino trabalhámos juntos na ampliação dos samples, inclusive na introdução e no final, e inserimos a faixa no álbum "TomeNota Vol 1". Promovi-a seguindo os padrões locais, e o hit é o que é até hoje!
Ao longo da tua carreira, quais foram os maiores desafios que enfrentaste e como os superaste?
Enfrentei vários desafios, mas o maior foi direccionar o meu trabalho para tocar mais música moçambicana, em detrimento de músicas de outros pontos do mundo. Isso aconteceu em 2019. No início, fui muito vaiado, até que o público começou a entender a importância de valorizar a nossa identidade. Como resultado, enquanto antigamente fazia no máximo 100 shows por ano, hoje tenho o número pelo menos duplicado.
Como foi a experiência de ser embaixador de marcas? De que forma é que isso influenciou a tua imagem e carreira?
Ser embaixador de marcas é algo que naturalmente me acompanha. A primeira marca que representei foi a Pepsi, de âmbito internacional, e desde então não parei. Actualmente represento a Multichoice (DStv), Gentlemans Barbershop, Ganda e Dr. Langa Consultório e Serviços de Saúde. Sou também o CEO da TNi (TomeNota Investimentos), que se dedica à criação e produção de eventos corporativos e sociais, feiras, gestão de artistas, entre outros.
Quais são os teus objectivos e planos para o futuro da tua carreira? Existe algum pro -
jecto específico sobre o qual nos possas dar um vislumbre?
Brevemente, vou lançar o meu livro, que é uma biografia e parte de um projecto de responsabilidade social. Pretendo continuar a apoiar a cultura moçambicana em todas as suas vertentes e encorajar os mais jovens a nunca desistirem dos seus sonhos. Estou empenhado em fazer do evento de celebração dos meus 30 anos de carreira algo
verdadeiramente memorável.
Que mensagem gostarias de enviar aos teus fãs e às pessoas que têm acompanhado o teu trabalho ao longo dos anos?
Raramente os chamo de fãs. Aos simpatizantes do DJ Damost, só me resta dizer que sou muito grato pelo amor que depositam em mim e pretendo continuar a fazer o trabalho que me é confiado por vocês!
“Já partilhei a cabine com os melhores DJs de África e além! Sinto-me verdadeiramente abençoado.”
Enfrentei vários desafios, mas o maior foi direccionar o meu trabalho para tocar mais música moçambicana, em detrimento de músicas de outros pontos do mundo.” […] Como resultado, enquanto antigamente fazia no máximo 100 shows por ano, hoje tenho o número pelo menos duplicado .
How did your journey in music begin, and what were the major influences at the start of your career?
My life in the arts began in church at a very young age, around 8 or 9, when I participated in children's musicals. In 1989, I decided, together with my brother, to form NSTAR, a Hip-Hop group with a gospel essence, which became our distinctive mark. In 1994, we expanded the group by joining forces with Demy OG, Cem Paus, Deuce, and later, in 1997, with Da Davil, founding the group Auto Squad. We realised the need for a DJ, and the chosen one was Damost. Thus began my journey as a DJ in 1995. At that time, I had the support of DJ DarMix and DJ Mandito to establish a tropical style, as I initially only played hip-hop. My eternal international influence is DJ Premier from Gang Starr.
Can you tell us about some collaborations with other artists that you consider most impactful in your career so far?
I have done numerous collaborations, both on my albums and on those of other artists, such as Lizha James, Valdemiro José, Mr. Bow, Denny OG, Nstar, Dama do Bling, Mr. Kuka, DJ Ardilles, Ubakka, among many others! It's important to highlight that a significant part of my success is due to producer Mr. Dino, responsible for my biggest hits. Moreover, I have shared the booth with the best DJs in Africa and beyond! I truly feel blessed.
Among your biggest hits, is there one you consider more special? Can you share the story behind that song?
In the market, I have several hits, such as "Waku Kuluka," "Pepetsa Remix" (with Dama do Bling), "Masseve" (with Ubakka), and "Katlha," which I consider my number 1 hit, produced by Mr. Dino and featuring Mr. Bow. This song has a funny story, as it emerged during a recording session for a Zav track, where Mr. Bow, helping with the recording, asked her to press the big key on the keyboard to advance, saying, "Just hit the white bar key!" Mr. Dino, the magician, captured this detail and created the song from the samples. Then, Mr. Dino and I worked together to expand the samples, including the introduction and ending, and we included the track on the album "TomeNota Vol
1." I promoted it following local standards, and the hit remains significant to this day!
Throughout your career, what have been the biggest challenges you faced, and how did you overcome them?
I faced several challenges, but the biggest one was directing my work towards playing more Mozambican music instead of music from other parts of the world. This happened in 2019. Initially, I was heavily booed until the audience began to understand the importance of valuing our identity. As a result, whereas I used to perform a maximum of 100 shows per year, today I have at least doubled that number.
How was the experience of being a brand ambassador? How did it influence your image and career? Being a brand ambassador is something that naturally comes with my career. The first brand I represented was Pepsi, on an international scale, and since then, I haven't stopped. Currently, I represent Multichoice (DStv), Gentlemans Barbershop, Ganda, and Dr. Langa Consultório e Serviços de Saúde. I am also the CEO of TNi (TomeNota Investments), which is dedicated to creating and producing corporate and social events, fairs, artist management, among others.
What are your goals and plans for the future of your career? Is there any specific project you can give us a glimpse of?
Soon, I will be releasing my book, which is a biography and part of a social responsibility project. I intend to continue supporting Mozambican culture in all its aspects and encourage the youth to never give up on their dreams. I am committed to making the celebration event of my 30-year career truly memorable.
What message would you like to send to your fans and those who have followed your work over the years?
I rarely call them fans. To the supporters of DJ Damost, I just want to say that I am very grateful for the love you give me, and I intend to continue doing the work entrusted to me by you!
A exposição Ecos dos Países Irmãos, realizada em Berlim, mergulhou profundamente nas complexas tramas de solidariedades e contradições transnacionais que marcaram as relações entre a antiga RDA e outros países, entre os quais Moçambique, durante o período de 1949 a 1990.
Fotografia: Hannes Wiedemann/HKWTRAÇOS DE UM PASSADO COMPARTILHADO: MOÇAMBIQUE EM DESTAQUE EM BERLIM
No passado dia 1 de Março, Berlim testemunhou a inauguração de uma exposição impactante no Haus der Kulturen der Welt (HKW). Intitulada "Ecos dos Países Irmãos" (Echos der Bruderländer), esta mostra perdurou até 20 de Maio de 2024, mergulhando profundamente nas complexas tramas de solidariedades e contradições transnacionais que marcaram as relações entre a antiga RDA e países ideologicamente alinhados durante o período de 1949 a 1990.
Patrocinada pela Fundação
Calouste Gulbenkian – Delegação em França, a exposição foi mais do que uma simples retrospectiva histórica; tratou-se de um ambicioso projecto de investigação que questionou "Qual é o preço da memória e qual é o custo da amnésia?" através de um programa diversificado que incluiu obras visuais, performances e instalações.
Durante décadas, milhares de pessoas migraram para a RDA idas de nações como Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, entre outras, onde floresceram laços políticos, económicos e culturais. Através da arte e do diálogo, a exposição explorou momentos de genuína solidariedade e apoio às lutas anticoloniais e anti-imperialistas, mas também adversidades que surgiram no processo, proporcionando uma plataforma para se reavaliarem e celebrarem estas complexas interacções.
MOÇAMBIQUE EM DESTAQUE
A presença moçambicana na exposição foi notavelmente significativa, destacando-se artistas como Dito Tembe e Eurídice Zaituna Kala. Tembe, através da sua série "Madgermanes", composta por oito reproduções de pinturas a óleo, trouxe à tona as experiências dos trabalhadores moçambicanos na RDA, enquanto Kala, com a sua instalação de vídeo "Rendition — A moment in be-
tween 33 years of protest" e a performance "Ritual as a March as Protest", em colaboração com Pak Ndjamena, questionou as narrativas oficiais e os espaços entre a memória e o esquecimento.
Maimuna Adam, por sua vez, apresentou "Writing (a future with the remnants of the past)", uma instalação que desafiava os visitantes a reconsiderar o que é lembrado e o que é deixado para trás na escrita da história.
Ao longo de quase três meses, "Ecos dos Países Irmãos" não só recordou as histórias muitas vezes esquecidas dos migrantes na RDA, mas também provocou uma reflexão mais ampla sobre como essas experiências moldaram – e continuam a moldar – os antigos países irmãos. Este projecto multidisciplinar foi uma meditação sobre os custos da amnésia e o valor da memória, oferecendo uma visão crí -
tica sobre como as histórias interligadas têm influenciado as relações internacionais e as identidades culturais até hoje.
Através de um mosaico de vozes e visões, a Haus der Kulturen der Welt e a Fundação
Calouste Gulbenkian proporcionaram um espaço para memória, diálogo e compreensão mútua, sublinhando a importância de olhar para o passado para construir um futuro mais inclusivo e compreensivo.
Ecos dos Países Irmãos foi um ambicioso projecto de investigação que questionou "Qual é o preço da memória e qual é o custo da amnésia?" através de um programa diversificado que incluiu obras visuais, performances e instalações.
On March 1st, Berlin witnessed the inauguration of a powerful exhibition at the Haus der Kulturen der Welt (HKW). Titled "Echoes of Brother Nations" (Echos der Bruderländer), this exhibition ran until May 20th, 2024, delving deeply into the complex webs of transnational solidarities and contradictions that marked the relationships between the former GDR and ideologically aligned countries from 1949 to 1990.
Sponsored by the Calouste Gulbenkian Foundation –Delegation in France, the exhibition was more than just a historical retrospective; it was an ambitious research project that posed the question, "What is the price of memory and what is the cost of amnesia?" through a diverse programme that included visual works, perfor-
mances, and installations.
For decades, thousands of people migrated to the GDR from nations like Mozambique, Angola, Guinea-Bissau, among others, where political, economic, and cultural ties flourished. Through art and dialogue, the exhibition explored moments of
genuine solidarity and support for anti-colonial and anti-imperialist struggles, as well as the adversities that arose in the process, providing a platform to reassess and celebrate these complex interactions.
MOZAMBIQUE
The Mozambican presence in the exhibition was notably significant, with artists such
as Dito Tembe and Eurídice Zaituna Kala standing out. Tembe, through his series "Madgermanes," consisting of eight reproductions of oil paintings, brought to light the experiences of Mozambican workers in the GDR, while Kala, with her video installation "Rendition — A moment in between 33 years of protest" and the performance "Ritual as a March as Protest," in collaboration with Pak Ndjamena, questioned official narratives and the spaces between memory and forgetting.
Maimuna Adam, in turn, pre -
sented "Writing (a future with the remnants of the past)," an installation that challenged visitors to reconsider what is remembered and what is left behind in the writing of history.
Over nearly three months, "Echoes of Brother Nations" not only recalled the often forgotten stories of migrants in the GDR, but also provoked broader reflection on how these experiences have shaped – and continue to shape – the former brother nations. This multidisciplinary
project was a meditation on the costs of amnesia and the value of memory, offering a critical perspective on how intertwined histories have influenced international relations and cultural identities to this day.
Through a mosaic of voices and visions, the Haus der Kulturen der Welt and the Calouste Gulbenkian Foundation provided a space for memory, dialogue, and mutual understanding, underscoring the importance of looking to the past to build a more inclusive and comprehending future.
Escrito por:
Dércio Parker
O turismo é um dos mais complexos e multifacetados sectores da economia global, sendo por demais sabido que, nas últimas décadas, exceptuando os difíceis anos da pandemia da covid-19, tem vindo a crescer significativamente. De maravilhas naturais a maravilhas criadas pelo homem, inúmeros destinos têm sido explorados para a descoberta de experiências emocionantes e o fascínio de as viver. Com infinitas possibilidades de dar a conhecer novos locais e novas culturas, a indústria do turismo permite a qualquer ávido viajante descobrir a beleza do mundo que nos rodeia e viver aventuras únicas.
Mas o que é que torna os destinos atractivos a ponto de serem desejáveis para os turistas os explorarem e desfrutarem? Nos nossos dias, é fundamental que conheçamos e compreendamos o que para isso contribui.
O primeiro e principal factor que torna um destino verdadeiramente apelativo é a presença de atracções únicas, de que são grandes exemplos, a Torre Eiffel, em Paris, a Grande Muralha da China, o Taj Mahal, na Índia, ou o arquipélago das Quirimbas, em Moçambique, todos eles frequentados por turistas das mais diversas partes do mundo. Mas edificações ou locais de menor grandiosidade ou dimensão podem ser também de grande interesse turístico. A beleza natural, o clima, o que se situa em redor e o envolvimento das comunidades ajudam a criar uma imagem positiva e autêntica, especialmente quando esta é promovida por uma política de turismo bem planeada, com medidas de segurança e uma estratégia de crescimento económico sustentável.
Escusado será referir que a qualidade das infra-estruturas turísticas e o seu estado em cada momento deverão corresponder às expectati -
vas dos turistas. Quem se sentirá bem num hotel degradado ou num resort com períodos de falta de água ou avarias nos ares condicionados em dias de muito calor? Os visitantes esperam elevados níveis de serviços e comodidades. A diversidade de alojamento que se oferece, ou nas proximidades, permite opções mais ou menos dispendiosas, adequadas ao poder de compra de cada um, alargando assim o leque de potenciais clientes.
Melhorar ou modernizar continuamente as instalações, investir na formação do pessoal e monitorizar o feedback dos visitantes são práticas essenciais, tal como garantir bons serviços em áreas como transportes e comunicações. A proximidade de aeroportos, portos, estações rodoviárias, paragens de autocarro e boas ligações tornam as viagens mais fáceis e convenientes.
Muitos outros aspectos podem citados como positivos para a atracção de um bom número de turistas, tais como boa gastronomia, actividades interessantes e, acima de tudo, a segurança e protecção dos visitantes. Os costumes e tradições únicas de um local, tal como a simpatia dos seus habitantes também despertam
a curiosidade e interesse de quem vem de fora. Envolver as comunidades locais nas actividades turísticas através de uma boa colaboração entre as instâncias turísticas, os habitantes e as autoridades desenvolve um sentido de autenticidade e imersão cultural. A educação e os conhecimentos linguísticos do staff e dos residentes permitem um bom relacionamento com os turistas e, consequentemente, a sua integração.
Finalmente, e não menos importante, com turistas cada vez mais conscientes do impacto ambiental, destinos comprometidos com prá -
ticas sustentáveis têm mais probabilidades de atrair visitantes, ao mesmo tempo que preservam o planeta para as gerações futuras.
Cada destino pode e deve procurar ter algo único para oferecer, e estratégias de marketing eficazes são o melhor meio para destacar essa singularidade. Promover a inovação e a colaboração entre os diversos intervenientes garante que o turismo prospere e continue a proporcionar experiências memoráveis.
Que as vossas viagens sejam seguras, enriquecedoras e cheias de maravilhas. Boa viagem!
Tourism is one of the most complex and multifaceted sectors of the global economy. In recent decades, aside from the challenging years of the COVID-19 pandemic, it has grown significantly. From natural wonders to man-made marvels, countless destinations have been explored to uncover thrilling experiences and the fascination of living them. With endless possibilities to showcase new places and cultures, the tourism industry allows any avid traveller to discover the beauty of the world around us and embark on unique adventures.
But what makes destinations so attractive that they become desirable for tourists to explore and enjoy? Today, it is essential to understand and recognise what contributes to this appeal.
The primary factor that makes a destination truly appealing is the presence of unique at-
tractions. Prime examples include the Eiffel Tower in Paris, the Great Wall of China, the Taj Mahal in India, and the Quirimbas Archipelago in Mozambique, all frequented by tourists from various parts of the world. However, buildings or sites of lesser grandeur or size can also hold significant tourist interest. Natural beauty, climate, surroundings, and commu -
nity involvement help create a positive and authentic image, especially when supported by a well-planned tourism policy, with safety measures and a strategy for sustainable economic growth.
It goes without saying that the quality and current condition of tourist infrastructure must meet tourists' expectations. Who would feel comfortable in a run-down hotel or a resort with water shortages or air conditioning breakdowns on hot days? Visitors expect high levels of service and amenities. The diversity of accommodation offered, or available nearby, provides options ranging from budget to luxury, catering to varying spending capacities and thus broadening the potential customer base.
Continuously improving or modernising facilities, investing in staff training, and monitoring visitor feedback are essential practices, as is ensuring good services in areas such as transport and communications. The proximity of airports, ports, bus stations, and good connections make travel easier and more convenient.
Many other aspects can positively attract a significant number of tourists, such as good cuisine, interesting activities, and, above all, the safety and protection of visitors. The unique customs and traditions of a place, along with the friendliness of its inhabitants, also spark curiosity and interest from outsiders. Engaging local communities in tourism activities through good collaboration between tourism authorities, residents, and local authorities fosters a sense of authenticity and cultural immersion. The education and language skills of staff and residents enable good relationships with tourists and, consequently, their integration.
Finally, and no less importantly, with tourists increasingly aware of environmental impact, destinations committed to sustainable practices are more likely to attract visitors while preserving the planet for future generations.
Each destination should strive to offer something unique, and effective marketing strategies are the best means to highlight this uniqueness. Promoting innovation and collaboration among various stakeholders ensures that tourism thrives and continues to provide memorable experiences.
A inteligência artificial (IA) é a tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem o comportamento humano e realizem tarefas como aprender, raciocinar logicamente e resolver problemas.
Escrito por: Stella Machel
Numa entrevista recente em Davos, Sam Altman, CEO da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT, foi questionado pelo editor-chefe do Economist sobre a incerteza que a IA representa para a humanidade. Em resposta, ele mencionou que, ao revisitar relatos históricos de revoluções tecnológicas, notou uma frequente discrepância entre as previsões dos especialistas e os resultados reais. Enquanto alguns líderes tecnológicos partilham da postura optimista de Altman, outros permanecem cépticos quanto à segurança num mundo onde as máquinas superam a inteligência humana. As preocupações em torno da IA variam desde o deslocamento de empregos até considerações éticas, como os riscos do poder concentrado da IA e os direitos humanos e a privacidade. Esta diversidade de pontos de vista inspirou-me a mergulhar na colecta de dados para formar a minha própria opinião, e estou ansioso por partilhar algumas das minhas descobertas convosco, para que possam formar as vossas.
A inteligência artificial, ou IA, é a tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem o comportamento humano e realizem tarefas impulsionadas pela inteligência, como aprender, raciocinar logicamente e resolver problemas. Baseadas em capacidades, há duas categorias principais de inteligência artificial: IA fraca e IA forte. A IA fraca, também conhecida como IA específica, é adaptada para realizar tarefas específicas, como se pode ver em assistentes virtuais como a Siri e a Alexa. A IA forte engloba a inteligência geral artificial (AGI) e a superinteligência artificial (ASI). A AGI é uma forma de IA com intelecto semelhante ao humano, enquanto a ASI supera a inteligência humana. Apesar de serem largamente teóricas, os especialistas antecipam o surgimento da IA forte até 2060.
O QUE PENSAM DIFERENTES ESPECIALISTAS
SOBRE A IA?
Há um consenso generalizado sobre os impactos sociais positivos da IA, desde a medicina até ao transporte, passando pelo ChatGPT. No entanto, a transição para a IA forte suscita uma mistura de cepticismo e entusiasmo devido à sua rivalidade com a inteligência humana. Numa entrevista à Fox News em
2023, Elon Musk, CEO da Tesla, enfatizou a incerteza potencial que surge quando algo mais inteligente do que o humano aparece. Musk defendeu a supervisão governamental, destacando a necessidade de prevenir acções que possam colocar em risco a segurança pública. A União Europeia foi a primeira a responder à lacuna regulatória da IA, em 15 de Março de 2024, ao promulgar a Lei da Inteligência Artificial da UE, dedicada a regular e categorizar sistemas de IA com base no risco que impõem aos direitos fundamentais e à segurança dos utilizadores. O governo dos EUA seguiu o exemplo, orientando todas as suas agências a nomear Chefes de IA, uma tendência reflectida no sector privado com o surgimento do cargo de Chefe de Inteligência Artificial (CAIO). A postura cautelosa de Musk está alinhada com Geoffrey Hinton, o padrinho da IA, que alertou contra os riscos associados à IA durante uma entrevista à BBC em Maio de 2023. Ele destacou a diferença fundamental entre a inteligência biológica e a digital, sublinhando as vastas capacidades de partilha de conhecimento dos sistemas digitais. Fazendo uma analogia, ele disse "é como se tivesses 10.000 pessoas e, sempre que uma pessoa aprendesse algo, todos automaticamente soubessem".
Em contraste, Jeff Bezos, falando numa conferência tecnológica em 2018, manteve uma postura optimista sobre a tecnologia. Embora reconhecesse a natureza dupla da tecnologia ao longo da história, ele destacou a importância de se abraçar o progresso. "A última coisa que queremos fazer é parar o progresso das novas tecnologias, mesmo quando são de duplo uso", disse ele.
As preocupações sobre as perturbações laborais impulsionadas pela IA são substanciadas por especialistas, que estimam que cerca de 50% dos empregos estão em risco, particularmente os de colarinho branco, pois são mais susceptíveis à substituição por software.
Apesar do medo de uma disrupção sem precedentes, na história da evolução tecnológica houve alguns eventos semelhantes à revolução da IA, como as invenções da máquina a vapor, da electricidade e do computador. Cada inovação redesenhou as sociedades, deslocou algumas indústrias e criou outras, enquanto pavimentava o caminho para avanços subsequentes. A invenção da electricidade possibilitou a automação, lançando as bases para a infra-estrutura de comunicação moderna, essencial para o desenvolvimento do computador e, subsequentemente, da IA. Assim, a humanidade obteve ganhos líquidos ao entregar o trabalho muscular às máquinas e pela automação do processo de pensamento humano. Mas o desconhecido iminente é o impacto de entregar o poder cognitivo e a supremacia da inteligência humana às máquinas.
OS MOÇAMBICANOS DEVEM ESTAR PREOCUPADOS COM A IA?
Absolutamente. Na minha opinião,
Moçambique está actualmente a experienciar os benefícios da IA em sectores limitados, como o multinacional, comunicação e finanças, e alguns outros sectores que podem suportar o investimento em tecnologia, assim como através dos 23% dos moçambicanos que têm acesso à internet e que podem pagar por smartphones para aceder a tecnologias como a Siri, a Alexa, o ChatGPT, etc. Por outro lado, um dos riscos mais significativos impulsionados pela IA que enfrentamos é a desinformação, exemplificada pela proliferação de conteúdo manipulado pela IA, como vídeos deep fake. Com isso, é imperativo verificarmos sempre o conteúdo que consumimos.
Além disso, como nação temos a oportunidade de aprender com as experiências dos pioneiros e alocar recursos sabiamente. Temos algum atraso para recuperar em relação aos avanços tecnológicos anteriores, como proporcionar acesso universal à electricidade (40% dos moçambicanos têm acesso à electricidade), computadores e internet. Entretanto, podemos preparar-nos para o inevitável futuro impulsionado pela IA concentrando-nos em treinar uma geração de criadores de tecnologia de IA, líderes, utilizadores e reguladores para salvaguardar os interesses públicos gerais.
Em conclusão, deixo algumas questões para reflexão: O seu emprego de sonho está em risco de extinção devido à IA? Como pai, que conversas está a ter com os seus filhos sobre as suas futuras profissões? E, se é um profissional experiente, o seu trabalho é totalmente ou parcialmente substituível pela IA? Uma pesquisa no Google pode ser muito útil!
As preocupações sobre as perturbações laborais impulsionadas pela IA são substanciadas por especialistas, que estimam que cerca de 50% dos empregos estão em risco.
Geoffrey Hinton, the godfather of AI, who warned of AI's risks during a BBC interview in May 2023.
In a recent interview in Davos, Sam Altman, CEO of OpenAI, the company behind ChatGPT, was questioned by the Editor-in-Chief of The Economist about the uncertainty AI represents for humanity. In response, he noted that, by revisiting historical accounts of technological revolutions, he observed a frequent discrepancy between experts' predictions and actual outcomes. While some tech leaders share Altman's optimistic stance, others remain skeptical about safety in a world where machines surpass human intelligence. Concerns about AI range from job displacement to ethical considerations, such as the risks of concentrated AI power, human rights, and privacy. This diversity of views inspired me to delve into data collection to form my own opinion, and I am eager to share some of my findings with you so that you can form your own.
Artificial intelligence, or AI, is the technology that enables computers and machines to simulate human behavior and perform tasks driven by intelligence, such as learning, logical reasoning, and problem-solving. Based on capabilities, there are two main categories of artificial intelligence: weak AI and strong AI. Weak AI, also known as narrow AI, is tailored to perform specific tasks, as seen in virtual assistants like Siri and Alexa. Strong AI encompasses artificial general intelligence (AGI) and artificial superintelligence (ASI). AGI is a form of AI with human-like intellect, while ASI surpasses human intelligence. Though largely theoretical, experts anticipate the emergence of strong AI by 2060.
There is a general consensus on AI's positive social impacts, from medicine to transportation, including ChatGPT. However, the transition to strong AI sparks a mix of skepticism and enthusiasm due to its rivalry with human intelligence. In a 2023 interview with Fox News, Elon Musk, CEO of Tesla, emphasized the potential uncertainty that arises when something more intelligent than humans emerges. Musk advocated for government oversight, highlighting the need to prevent
actions that could jeopardize public safety. The European Union was the first to address the regulatory gap in AI, enacting the EU Artificial Intelligence Act on 15 March 2024, dedicated to regulating and categorizing AI systems based on the risk they pose to fundamental rights and user safety. The US government followed suit, directing all its agencies to appoint Chief AI Officers, a trend reflected in the private sector with the emergence of the Chief Artificial Intelligence Officer (CAIO) role. Musk's cautious stance aligns with Geoffrey Hinton, the godfather of AI, who warned of AI's risks during a BBC interview in May 2023. He highlighted the fundamental difference between biological and digital intelligence, underscoring the vast knowledge-sharing capabilities of digital systems. Using an analogy, he said, "It's like having 10,000 people, and whenever one person learns something, everyone automatically knows it."
In contrast, Jeff Bezos, speaking at a technology conference in 2018, maintained an optimistic stance on technology. While acknowledging technology's dual nature throughout history, he emphasized the importance of embracing progress. "The last thing we want to do is stop the progress of new technologies, even when they are dual-use," he said.
Concerns about AI-driven job disruptions are substantiated by experts who estimate that about 50% of jobs are at risk, particularly white-collar jobs, as they are more susceptible to software replacement.
Despite the fear of unprecedented disruption, there have been events in the history of technological evolution similar to the AI revolution, such as the inventions of the steam engine, electricity, and the computer. Each innovation reshaped societies, displaced some industries, and created others while paving the way for subsequent advances. The invention of electricity enabled automation, laying the groundwork for modern communication infrastructure essential for developing computers and, subsequently, AI. Thus, humanity achieved net gains by delegating muscular work to machines and automating the thought process. However, the imminent unknown is the impact of handing over cognitive power and the supremacy of human intelligence to machines.
SHOULD MOZAMBICANS BE CONCERNED ABOUT AI?
Absolutely. In my opinion, Mozambique is currently experiencing the benefits of AI in limited sectors such as multinational, communication, and finance, and in some other sectors that can support technology investment, as well as through the 23% of Mozambicans who have internet access and can afford smartphones to access technologies like Siri, Alexa, and ChatGPT. On the other hand, one of the most significant AI-driven risks we face is misinformation, exemplified by the proliferation of AI-manipulated content like deep fake videos. Therefore, it is imperative to always verify the content we consume.
Furthermore, as a nation, we have the opportunity to learn from the experiences of pioneers and allocate resources wisely. We have some catching up to do concerning previous technological advancements, such as providing universal access to electricity (40% of Mozambicans have access to electricity), computers, and the internet. Meanwhile, we can prepare for the inevitable AI-driven future by focusing on training a generation of AI technology creators, leaders, users, and regulators to safeguard general public interests.
In conclusion, I leave you with some questions for reflection: Is your dream job at risk of extinction due to AI? As a parent, what conversations are you having with your children about their future professions? And, if you are an experienced professional, is your job fully or partially replaceable by AI? A Google search could be very helpful!
“There is a risk that advanced AI either eliminates or constrains humanity's growth.” - Elon Musk
Holman, as Relações Públicas envolvem a humanização das interacções no mundo dos negócios, representando um esforço para entender a consciência e sensibilidade das pessoas no que respeita a problemas e interesses individuais, de grupos ou de empresas.
Opapel dos profissionais de Relações Públicas nas organizações está a tornar-se cada vez mais importante – uma comunicação eficaz com o público-alvo, consumidores e funcionários é fundamental para o sucesso no mercado, independentemente da designação adoptada pelas empresas. Esta área da comunicação é integrada nas estruturas organizacionais, assumindo responsabilidades de liderança. Representa uma forma de agir e de transmitir informações visando estabelecer e manter a confiança mútua entre uma empresa e os diversos públicos, sejam eles internos ou externos.
Em Moçambique, a área de Relações Públicas encontra-se em processo de exploração e desenvolvimento. Por ser um domínio emergente, requer estudo, observação e integração em órgãos tanto públicos quanto privados. Ainda há empresas que não o adoptaram, o que as deixa sem o expertise necessário para lidar devidamente com conflitos internos e com diversos públicos-alvo. Reconheço que as Relações Públicas são predominantemente reactivas, agindo em resposta a problemas que possam surgir. É evidente que esta área está menos vinculada à produção e à geração de lucro, antes focada na gestão de potenciais crises que impactem negativamente a reputação, produtos ou serviços da organização.
Devido à ausência de um profissional competente, é possível observar-se que ocasionalmente surgem, no seio das organizações, obstáculos na comunicação, conflitos laborais, clima e cultura organizacional instáveis, insa-
tisfação do público em relação aos serviços prestados e produtos disponibilizados, falta de comprometimento com os objetivos estabelecidos pela instituição e desempenho organizacional pouco produtivo. Na verdade, a actividade ligada às Relações Públicas, na sua essência, é complexa e diversificada.
Na Dentsu, investimos nas Relações Públicas de forma abrangente para superar as barreiras enfrentadas pelos profissionais, transformando estratégias em momentos envolventes que auxiliam as marcas a estabelecer uma conexão emocional com o seu público-alvo. Como empresa global, possuímos um vasto conhecimento na área. Unimos as nossas habilidades sob uma única marca e formamos uma equipa coesa, garantindo aos nossos clientes acesso contínuo às últimas tendências. Em Moçambique, contamos com uma equipa experiente que acumula mais de uma década de conhecimento. Graças à nossa experiência e pertença a uma empresa global, conseguimos acompanhar as tendências mundiais resultantes da globalização, as quais demandam que as organizações adoptem estratégias viáveis que se adaptem às mudanças locais.
Considerando a importância da actuação do profissional de Relações Públicas para o avanço das organizações, é minha convicção de que esta é a profissão com maior potencial de crescimento nos próximos anos. Com a rápida disseminação da informação e o papel central da comunicação em todos os aspectos, fica claro que, sem uma comunicação eficaz, as empresas não são capazes de enfrentar crises nem reter talentos, muito menos construir equipas de alto performance.
According to Eugene Holman, Public Relations involves humanising interactions in the business world, representing an effort to understand the awareness and sensitivity of people regarding individual, group, or corporate issues and interests.
The role of Public Relations professionals in organisations is becoming increasingly important – effective communication with target audiences, consumers, and employees is crucial for market success, regardless of the designation adopted by companies. This communication area is integrated into organisational structures, assuming leadership responsibilities. It represents a way of acting and conveying information aimed at establishing and maintaining mutual trust between a company and its various audiences, whether internal or external.
In Mozambique, the field of Public Relations is in a phase of exploration and development. Being an emerging domain, it requires study, observation, and integration into both public and private entities. There are still companies that have not adopted it, leaving them without the necessary expertise to properly handle internal conflicts and various target audiences.
I recognise that Public Relations is predominantly reactive, acting in response to problems that may arise. It is evident that this area is less linked to production and profit generation, focusing instead on managing potential crises that negatively impact the organisation's reputation, products, or services.
In the absence of a competent professional, it is possible to observe that occasionally, within organisations, communication obstacles arise, labour con -
flicts, unstable organisational climate and culture, public dissatisfaction with the services provided and products offered, lack of commitment to the institution's established goals, and unproductive organisational performance. In truth, the activity related to Public Relations is inherently complex and diverse.
At Dentsu, we invest comprehensively in Public Relations to overcome the barriers faced by professionals, transforming strategies into engaging moments that help brands establish an emotional connection with their target audience. As a global company, we possess extensive knowledge in the field. We unite our skills under a single brand and form a cohesive team, ensuring our clients continuous access to the latest trends. In Mozambique, we have an experienced team with over a decade of expertise. Thanks to our experience and belonging to a global company, we are able to keep up with global trends resulting from globalisation, which demand that organisations adopt viable strategies that adapt to local changes.
Considering the importance of the Public Relations professional’s role in the advancement of organisations, I am convinced that this is the profession with the greatest growth potential in the coming years. With the rapid dissemination of information and the central role of communication in all aspects, it is clear that without effective communication, companies cannot face crises nor retain talent, let alone build high-performance teams.
Já lá vão os dias em que a mãe ficava em casa para cuidar dos filhos, enquanto o pai ia trabalhar. Eu tive sorte quando era mais nova, porque a minha mãe ficou em casa. Ela, por outro lado, não teve sorte nenhuma. Quando se divorciou do meu pai, aos 30 anos, teve de recomeçar a sua vida sem nada, noutro país, sozinha. Ela tinha experiência na banca, mas, como era emigrante em Portugal, as valências de Moçambique não serviram. Mas iniciou o seu negócio de venda de salgados a partir de casa, e assim conseguiu criar-me a mim e à minha irmã até à nossa adolescência.
Mesmo que eu tivesse um marido que pudesse cuidar da nossa família, eu insistiria em ganhar o meu próprio dinheiro. Não apenas de uma fonte, mas de várias fontes de receita. Porquê? Para mim, o meu valor mais importante é a segurança, assim, ter dinheiro fala aos meus valores e crenças. Nunca quero acabar na situação da minha mãe, sem dinheiro suficiente para cuidar de mim. Está claro agora, mais do que nunca, que ter mais do que uma fonte de receitas não "é bom ter", mas sim “é uma necessidade”.
É pelo que acima vos digo que trago para esta edição da Xonguila o Passo 3: Como aumentar os seus rendimentos. Se perdeu os primeiros passos, veja os números anteriores da revista.
Com preços e inflação sempre em alta, o rendimento fixo já não é a melhor solução, se tiver planos para aumentar a sua riqueza ou para se reformar rico. Ter várias fontes de rendimento não significa que tem que ter 3 empregos e sobreviver com 3 horas de sono por noite. A maneira inteligente de criar renda é através de fontes passivas.
Colocar as suas poupanças numa conta bancária com juros irá gerar juros. Quanto mais tempo as poupanças ficarem no banco, mais tempo terá o benefício dos juros e dos juros compostos. Pode alugar um quarto na sua casa, ou transformar a sua casa de banho exterior numa suite de hóspedes para alugar. Pode considerar a criação de uma loja online de dropshipping. Construir a loja online, pode
ser feito quase de graça, com o número de plataformas disponíveis hoje em dia. Dropshipping significa nunca ter de comprar o estoque, mas sim vender o estoque e depois os fornecedores enviam directamente para o seu cliente. Todo o processo pode ser automatizado e tudo o que precisa é de um plano de marketing inteligente e um orçamento.
Como pode conseguir um rendimento extra para si mesmo? Já pensou em transformar a sua paixão ou a sua experiência em lucro?
EMPREENDEDORISMO: Identifique as suas habilidades e paixões e explore maneiras de transformá-las em um negócio lucrativo.
TRABALHO FREELANCER:
Ofereça os seus serviços como freelancer em áreas como design, escrita, tradução, ou programação, utilizando plataformas online para encontrar clientes.
VENDA DE PRODUTOS ARTE-
SANAIS: Crie e venda produtos artesanais online ou em feiras de artesanato, criando rendimento com o seu talento e criatividade.
Estas são apenas algumas de várias ideias para a criação de renda extra.
Aumentar os seus rendimentos e alcançar a segurança financeira está ao seu alcance. Comece explorando as diversas opções disponíveis, invista em conhecimento financeiro e procure orientação profissional para tomar decisões conscientes e alcançar os seus
objectivos com sucesso.
Lembre-se, a Money Savvy Mozambique oferece diversos programas online e presenciais para o auxiliar na jornada de conquistar a independência financeira. Aceda http:// www.moneysavvygeneration. co.mz para mais informações.
Tome as rédeas do seu futuro financeiro e construa a vida com que sempre sonhou!
Quer saber como pode conseguir um rendimento extra para si mesmo? Já pensou, por exemplo, em transformar a sua paixão ou a sua experiência em lucro?
Gone are the days when the mother stayed at home to look after the children while the father went to work. I was lucky when I was younger because my mother stayed at home. She, on the other hand, wasn’t lucky at all. When she divorced my father at 30, she had to restart her life with nothing, in another country, all alone. She had experience in banking, but as she was an immigrant in Portugal, her skills from Mozambique were not recognised. However, she started a business selling savoury snacks from home, and this allowed her to raise me and my sister through our teenage years.
Even if I had a husband who could support our family, I would insist on earning my own money. Not just from one source, but from multiple streams of income. Why? Because my most important value is security, and having money speaks to my values and beliefs. I never want to end up in my mother’s situation, without enough money to take care of myself. It is now clearer than ever that having more than one source of income is not a “nice to have” but a necessity.
That is why I bring you Step 3 in this edition of Xonguila: How to Increase Your Income. If you missed the first steps, check the previous issues of the magazine.
With prices and inflation constantly rising, a fixed income
is no longer the best solution if you have plans to grow your wealth or retire rich. Having multiple sources of income doesn’t mean you have to work three jobs and survive on three hours of sleep a night. The smart way to create income is through passive sources.
Putting your savings in an interest-bearing bank account will generate interest. The longer the savings remain in the bank, the more you will benefit from interest and compound interest. You could rent out a room in your house, or convert your outdoor bathroom into a guest suite to rent out. You might consider setting up an online dropshipping store. Building an online store can be done almost for free, with the number of platforms available today. Dropshipping means you never
have to buy stock; you sell the stock, and then suppliers ship directly to your customer. The whole process can be automated, and all you need is a smart marketing plan and a budget.
How can you generate extra income for yourself? Have you ever thought about turning your passion or expertise into profit?
ENTREPRENEURSHIP: Identify your skills and passions and explore ways to turn them into a profitable business.
FREELANCE WORK: Offer your services as a freelancer in areas such as design, writing, translation, or programming, using online platforms to find clients.
SELLING HANDMADE PRODUCTS: Create and sell hand-
made products online or at craft fairs, generating income with your talent and creativity.
These are just a few of many ideas for generating extra income.
Increasing your income and achieving financial security
is within your reach. Start by exploring the various options available, invest in financial knowledge, and seek professional guidance to make informed decisions and achieve your goals successfully.
Remember, Money Savvy Mozambique offers various online and in-person programmes to help you on your journey to financial independence. Visit Money Savvy Generation Mozambique for more information.
Take control of your financial future and build the life you’ve always dreamed of!
Os segredos das Ilhas Xefina: prisão, história e protecção ambiental
Localizadas a poucos quilómetros da cidade de Maputo, as Ilhas Xefina, também conhecidas como Xefinas, são três pequenas ilhas que se destacam no horizonte e despertam a curiosidade dos que visitam a capital moçambicana. Compostas por Xefina Grande, Xefina Pequena e Xefina do Meio, estas ilhas têm uma história rica e intrigante.
No passado, durante a época colonial, a Xefina Grande foi utilizada como prisão política e local de quarentena onde doentes de cólera e lepra eram mantidos isolados do continente. Hoje ainda podem ser ali encontradas as ruínas dessas construções, servindo de testemunho de um passado histórico e, agora, de lar de uma pequena comunidade de pescadores.
Apesar de parecerem próximas e de fácil acesso quando a maré está baixa, é importante que se tenha em conta o perigo que envolve a travessia até às ilhas. Atraídos pela aparente proximidade, muitos foram já os que tentaram atravessar a pé ou a nado, mas que se deram mal ao enfrentar
fortes correntes e o rápido avanço da maré. É essencial que quem queira visitar as ilhas seja cauteloso e recorra a meios seguros de transporte para chegar até lá.
As Ilhas Xefina são um refúgio para a fauna e a flora local. Aves marinhas e migratórias encontram nelas um bom sítio para nidificar, enquanto as águas circundantes abrigam uma diversidade de peixes, o que as torna um local de interesse para os amantes da natureza. Outro facto interessante é a presença de mangais, que, para além de constituírem viveiros naturais para várias espécies de peixes e crustáceos, desempenham um papel crucial na protecção da costa contra a erosão e na manutenção do equilíbrio ecológico da região.
No passado, a Xefina Grande foi utilizada como prisão política e local de quarentena onde doentes de cólera e lepra eram mantidos isolados do continente. Hoje ainda podem ser encontrados vestígios de construções usada para esses efeitos.
Located just a few kilometres from the city of Maputo, the Xefina Islands, also known simply as the Xefinas, are three small islands that stand out on the horizon, sparking the curiosity of those visiting the Mozambican capital. Comprising Xefina Grande, Xefina Pequena, and Xefina do Meio, these islands boast a rich and intriguing history.
In the past, during the colonial era, Xefina Grande was used as a political prison and quarantine site, where cholera and leprosy patients were kept isolated from the mainland. Today, the ruins of these structures can still be found, serving as a testament to a historic past and now home to a small fishing community.
Although the islands may seem close and easily accessible when the tide is low, it is important to consider the dangers involved in crossing to them. Attracted by the apparent proximity, many have attempted to walk or swim across, only to be caught out by strong currents and the rapid rise of the
tide. It is essential for those wishing to visit the islands to exercise caution and use safe means of transportation to get there.
The Xefina Islands are a haven for local fauna and flora. Seabirds and migratory birds find them an excellent nesting site, while the surrounding waters are home to a diversity of fish, making them a point of interest for nature lovers. Another interesting fact is the presence of mangroves, which, besides serving as natural nurseries for various species of fish and crustaceans, play a crucial role in protecting the coast from erosion and maintaining the ecological balance of the region.
Entre 23 de Abril e 12 de Maio de 2024, o Baía Mall acolheu uma exposição com mensagens especiais dedicadas às mães. Os autores destas mensagens foram representantes de empresas e organizações directamente ligadas a acções de homenagem às mães do país. Também houve uma ampla participação da sociedade moçambicana, que, através das redes sociais, foi desafiada a escrever cartas (com um máximo de 100 palavras) expressando amor, respeito e consideração pelas suas mães.
Mais de 100 cartas, escritas tanto pelos colaboradores das empresas como pelos participantes do concurso, foram expostas no Baía Mall. Houve três prémios para as cartas mais originais,
seleccionadas pelos patrocinadores. No dia 5 de Maio, celebrou-se o Dia da Mãe no Baía Mall, proporcionando a cada mãe um momento especial com brindes cuidadosamente seleccionados. Foi um dia de sorrisos, abraços e memórias preciosas. No dia 6, a equipa do Baía Mall dirigiu-se ao Hospital Central de Maputo, onde testemunhou a chegada do primeiro bebé do dia, um menino saudável nascido exactamente à 01h20 no Dia da Mãe (05/05/24). Para tornar este momento ainda mais memorável, a equipa premiou o pequeno e a família com um enxoval completo da Bebé Giro Moçambique, um belo buquê de flores da Woolworths Mozambique, um livro da Alcance Editores e um kit de cozinha da Delicart.
From April 23rd to May 12th, 2024, Baía Mall hosted an exhibition featuring special messages dedicated to mothers. The authors of these messages included representatives from companies and organisations directly involved in initiatives honouring the nation's mothers. There was also significant participation from Mozambican society, which was encouraged via social media to write letters (up to 100 words) expressing love, respect, and appreciation for their mothers.
Over 100 letters, written by both company employees and contest participants, were displayed at Baía Mall. Three prizes were awarded for the most original letters, selected by the sponsors.
On May 5th, Mother’s Day was celebrated at Baía Mall, providing each mother with a special moment and carefully selected gifts. It was a day filled with smiles, hugs, and precious memories. On the 6th, the Baía Mall team visited the Central Hospital of Maputo to witness the arrival of the first baby of the day, a healthy boy born precisely at 01:20 on Mother’s Day (05/05/24). To make this moment even more memorable, the team gifted the baby and his family a complete set of baby essentials from Bebé Giro Moçambique, a beautiful bouquet of flowers from Woolworths Mozambique, a book from Alcance Editores, and a kitchen kit from Delicart.
Apresentando a riqueza cultural do Zimbabué, o filme "Cook Off" é uma expressão cinematográfica da resiliência e criatividade do povo daquele país. Realizado por Tomas Brickhill, esta comédia romântica desenrola-se na sociedade de classe média de Harare, com a carismática Tendaiishe Chitima no papel de Anesu, uma mãe solteira e talentosa na arte culinária.
Atrama desenvolve-se quando o filho de Anesu a inscreve secretamente num concurso de culinária televisivo. Confrontada com a desaprovação da sua mãe e a rivalidade de chefs profissionais, Anesu encontra não só a sua voz, mas também o amor, numa história repleta de superação pessoal e paixão pela cozinha.
Filmado durante um período de grande tumulto na história recente do Zimbabué, marcado por cortes de energia e protestos anti-governamentais, o filme é um testemunho da dedicação e espírito indomável dos envolvidos. Com um orçamento inicialmente limitado, a produção utilizou o cenário do programa "Battle of the Chefs: Harare", essencial para a concretização da obra.
Desde a sua estreia até à chegada à
Netflix em Junho de 2020, "Cook Off " fez história como primeiro filme zimbabueano transmitido nesta plataforma, oferecendo uma exposição internacional inédita ao cinema do país. O filme foi aclamado como um dos melhores do cinema zimbabueano, e foi entusiasticamente recebido pelo público.
A película destacou-se em vários festivais de cinema internacionais, incluindo o Festival de Cinema de Roterdão, o Festival Internacional de Cinema de Seattle e o Festival de Cinema Africano de Silicon Valley. A banda sonora, enriquecida pela presença da banda indie rock britânica Noisettes, adiciona-lhe um charme especial. Este filme prova que, mesmo nas condições mais desafiadoras, a arte floresce e transcende fronteiras. "Cook Off" é, indubitavelmente, um prato principal no cardápio do cinema internacional.
Showcasing the rich cultural tapestry of Zimbabwe, the film "Cook Off" is a cinematic expression of the resilience and creativity of its people. Directed by Tomas Brickhill, this romantic comedy is set within the middle-class society of Harare, featuring the charismatic Tendaiishe Chitima as Anesu, a talented single mother with a passion for cooking.
The story unfolds when Anesu's son secretly enters her into a televised cooking competition. Faced with her mother's disapproval and rivalry from professional chefs, Anesu not only finds her voice but also love, in a narrative brimming with personal triumph and culinary passion.
Filmed during a period of significant turmoil in Zimbabwe's recent history, marked by power cuts and anti-government protests, the film stands as a testament to the dedication and indomitable spirit of all involved. With an initially limited budget, the production utilised the set of the show "Battle of the Chefs: Harare", which was crucial to bringing the project to life.
From its premiere to its arrival on Netflix in June 2020, "Cook Off" made history as the first Zimbabwean film to be streamed on the platform, providing unprecedented international exposure for the country's cinema. The film was acclaimed as one of the best in Zimbabwean cinema and received an enthusiastic response from audiences.
The film distinguished itself at various international film festivals, including the Rotterdam Film Festival, the Seattle International Film Festival, and the Silicon Valley African Film Festival. The soundtrack, enriched by the presence of British indie rock band Noisettes, adds a special charm. This film proves that even under the most challenging conditions, art flourishes and transcends boundaries. "Cook Off" is undoubtedly a main course in the menu of international cinema.
DO FOGO denunciam uma crueldade da cortantemente dor e a Estamos condição tragédia de este absolutaestes julgasevera, em paradigmáticensura é vezes Saúte
Tendo presente o que se disse, aditarei que estes poemas esplendentes também denunciam uma outra contradição: a sua beleza cruel ou a crueldade da sua beleza. São tremendamente belos, cortantemente belos, lancinantemente belos. Parece que a dor e a beleza são sempre circunvizinhas na criação. Estamos perante um outro grande paradoxo da nossa condição de moçambicanos: como é que perante tanta tragédia que impera sobre o nosso devir somos capazes deste tipo de fulgurações? Perante uma realidade absolutamente espectral, como é possível haver lugar para estes lustros criativos? Claro que não estão arredados de julgamentos, e até cen -
sura, muitas vezes de forma severa, em relação ao que acontece. Taruma é um caso paradigmático. É um poeta profundamente crítico. A sua censura é implacável, extremamente dura e muitas vezes cortante.
Nelson Saúte
Álvaro Fausto Taruma (Ilha de Inhaca, Maputo, 2 de dezembro de 1988) é um escritor moçambicano. Conhecido como um dos melhores poetas da nova geração, Álvaro Taruma iniciou a sua escrita em 2014, publicando textos em jornais e revistas de Moçambique. Ganhou destaque a nível nacional ao vencer, com o seu livro "Matéria para um grito", a 9ª edição do Prémio BCI de Literatura (em ex-aequo com o renomado poeta Armando Artur), o mais disputado prémio de literatura moçambicana. Membro do Movimento Literário Kuphaluxa, Taruma é formado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Pedagógica, de Maputo. Também foi um dos finalistas, com menção honrosa, no Prémio 10 de Novembro, com o livro “A Migração das Árvores”. Desde 2020, compõe o júri internacional do Prémio Internacional Pena de Ouro.
Considering what has been said, I will add that these splendid poems also reveal another contradiction: their cruel beauty or the cruelty of their beauty. They are tremendously beautiful, sharply beautiful, painfully beautiful. It seems that pain and beauty are always neighbouring in creation. We are faced with another great paradox of our Mozambican condition: how is it that, in the face of so much tragedy that dominates our fate, we are capable of such brilliance? In the face of an absolutely spectral reality, how is there room for these creative splendours? Of course, they are not free from judgement, and even severe criticism, often in relation to what is happening. Taruma is a paradigmatic case. He is a profoundly critical poet. His criticism is relentless, extremely harsh, and often sharp.
Nelson Saúte
• Prestação de serviços
• Manutenção Industrial
• Formação técnica e engenharia
• Montagem de equipamentos industriais
Nas mãos do trabalhador, nas linhas da sua pele, habitam os mapas de um mundo esquecido, onde cada sulco é um caminho trilhado, cada calosidade, uma história não escrita. São mãos que suportam o peso do dia, que transformam o bruto em beleza, o pesado em leveza. Não são meras ferramentas de carne e osso, mas sim pergaminhos vivos, onde cada cicatriz é uma medalha, cada mancha uma recordação.
Na pele endurecida dessas mãos, as cicatrizes, quais tatuagens, são inscrições de um tempo que o relógio não conta, mas que a vida insiste em narrar. São marcas de batalhas vencidas, de lágrimas que caíram quando ninguém via, de sorrisos que se abriram ao fim de um longo dia. Cada linha dessas mãos é um verso de um poema não escrito, uma ode ao persistente bater do coração que pulsa em busca de um amanhã melhor.
E, assim, essas mãos continuam a moldar o mundo, a afagar a terra, a dar forma ao barro, a acariciar a madeira, deixando em cada gesto um legado de resistência, de coragem, de amor. Não por mera necessidade, mas pela essência de um propósito maior: a dignidade de quem constrói, de quem cria, de quem não se dobra perante as adversidades.
Essas mãos, que tanto falam e tão pouco são ouvidas, são os verdadeiros artífices da nossa história, construtores de pontes entre o hoje e o amanhã, entre o sonho e a realidade. E no final de cada jornada, repousam, não como quem desiste, mas como quem celebra a esperança de um novo amanhecer, pleno de possibilidades. Que nunca nos falte a visão para reconhecer em cada marca dessas mãos, a beleza da vida que persiste, que insiste, que resiste.
Pintado Gaspar