Vento e movimento em direção ao tempo desconstruir para re construir

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Vento e movimento em direção ao tempo: desconstruir para re-construir1

À Professora Doutora Elizabeth Rocha Leite (influência em minha vida de estudante e pesquisador acadêmico)

Ontem à tarde,2 no caminho para a casa de uma mulher cuja amizade eu tenho em alta conta (uma ex-namorada), pude experienciar uma sensação de reconhecer, pelas quatro, seis, oito linhas que li sobre Derrida (LEITE, 2008:12-13), o que vem a ser a Desconstrução. Para o filósofo franco-argelino, não há nenhuma definição adequada ao procedimento de efetuar leituras analíticas de textos (nisto consiste o processo da Desconstrução). Derrida nega, reiteramos, a definição de “método” que se atribui à Desconstrução. (Na “Carta a um amigo japonês”3 o filósofo pergunta-se: “O que a desconstrução não é? Tudo, naturalmente. O que é a desconstrução? Nada, é claro.”4) Sob este posicionamento radical dá-se uma definição sui generis ao procedimento de desconstruir. O que – por ora – é interessante afirmar, quanto a semelhante procedimento, é que ele extrapola os limites da análise textual dos estruturalistas, que se dá por oposições binárias (muito comuns às análises semióticas baseadas em Saussure e, posteriormente, em Greimas). Operando de forma a descobrir como se deu a construção do texto (LEITE, 2008:12), buscando as diferenças, a alteridade, o outro, numa efetiva leitura analítica, chega-se onde se pretende. Alcançado(s) o(s) objetivo(s) tem-se o que Derrida define como Desconstrução. Quer esse procedimento pós-estruturalista de análise textual “não seja nada” ou “seja tudo”, pouco importa. Método ou não, procura atender a necessidades específicas de busca por sentido em qualquer texto. Ressignificativo, transformador, merece mais atenção.

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Por: Wellington Vinícius Fochetto Junior. Estudante de pós-graduação em Saberes e práticas em língua portuguesa, AVM, Brasília, DF, Brasil. 2 Escrito na manhã de 13 de julho de 2013. 3 Letter to a japanese friend. In. WOOD, David; BERNASCONI, Robert. Derrida and différance. Illinois: Northwestern University, 1988. p. 05. 4 Parece que, por essa declaração radical, Derrida preocupou-se com a visão limitada de definir algo como x ou y. Daí “optar” por manter a Desconstrução sem uma definição exata.


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