KM 27 - Litoral Paulista

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Nº27 - R$ 15,00 - BRASIL

CIDADEECULTURA.COM | TURISMO, CONHECIMENTO E ARTE

Turismo, conhecimento e arte

paulista litoral

nossa história começa aqui

Litoral Paulista

Cananéia – Ilha Comprida – Iguape – Peruíbe – Itanhaém – Mongaguá Praia Grande – Cubatão – São Vicente – Santos – Guarujá – Bertioga São Sebastião – Ilhabela – Caraguatatuba – Ubatuba






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Editorial

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ENTRE MATAS, SERRAS, PROMONTÓRIOS, PRAIAS, ILHAS E MAR, o Litoral Paulista nos agracia com belezas naturais imensuráveis que despertam emoções prazerosas e o sentimento de liberdade. Aqui, tesouros históricos e registros da nossa história estão à mostra em cada cidade, seja na arquitetura, nos museus, nos centros históricos ou nas diversas ilhas. E falando em ilhas, iremos relatar passagens inusitadas e encantadoras onde o cotidiano caiçara nos surpreende com sua interação com a natureza. No mais, temos a gastronomia típica, onde os pescados frescos fazem a alegria dos amantes da boa mesa e, nas cidades mais cosmopolitas, atrativos fascinantes e culturais de toda ordem. Boa viagem!

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76

44

Conselho Editorial Ana Lúcia F. dos Santos, Célio Emerique, Eduardo Hentschel, Marcio Alves, Mário Zelic, Ricardo Martins, Roberto Torrubia e Thabata Alves Editora Renata Weber Neiva Reportagem Alice Neiva e Nathália Weber Assistente de produção Evellyn Alves CIDADE&CULTURA é uma publicação anual da KM Marketing Cultural PARA ANUNCIAR (11) 97540-8331

Revisão Silvia Mourão Produção Gráfica Wagner Ferreira Fragoso Fotografias Alf Ribeiro, Marcio Masulino, Ricardo Martins, Roberto Torrubia e Thiago de Andrade Foto capa Araquém Alcântara Impressão DuoGraf

CONHEÇA O NOSSO SITE www.cidadeecultura.com.br


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Índice

54 Artesanato Arte de gerações

56 Artes

A arte preservando a memória

08 Linha do Tempo

60 Fotografia

12 História

62 Meio Ambiente

22 Fortalezas

76 Praias

26 Ferrovias

90 Esportes

28 Piratas e Corsários

102 Turismo Náutico

30 Naufrágios

106 Turismo Educativo

32 Museus

116 Aromas e Sabores

38 Comunidades Tradicionais

120 Roteiros

44 Turismo Religioso

129 Embaixadores

48 Arquitetura

130 Depoimento

Litoral Paulista

Araquém Alcântara

A memória dos Sambaquis

Diversidade preservada

Defesa da soberania

Litoral de infinitas belezas

Trilhas do desenvolvimento

Em sincronia com a natureza

O terror dos mares

As trilhas do mar

Trágicos fins, emocionantes descobertas

Um oceano de aprendizagem

A história preservada

As delícias da terra e do mar

Tradição e cultura

Não deixe de visitar

Templos de reflexão e fé

Todo nosso respeito e gratidão

Criatividade construída

Por um turismo sustentável

digital Acesse o nosso portal cidadeecultura.com Acompanhe nossos passos nas mídias sociais: facebook.com/cidadeecultura @cidadeecultura


FOTOS: MARCIO MASULINO

Linha do Tempo

1

2

ROBERTO TORRUBIA

3

1 – Ermitão 2 – Bolacha-do-mar (Clypeasteroida) 3 – Tucano-de-bico-verde

Povos sambaquieiros

Formação do primeiro povoado brasileiro, atual Cananéia

10.000 a. C.

1502

8 Cidade&Cultura

Fundação da primeira vila do Brasil: Vila de São Vicente

1532

Construção da Calçada do Lorena

Porto Organizado de Santos

1792

1888


Litoral Paulista 4

6

5

4 – Siri-azul 5 – Pegadas de garça 6 – Integração homem-natureza

Construção do Porto de São Sebastião

1934

Pavimentação da Rodovia Tamoios

Criação do Parque Estadual da Serra do Mar

Entrega do trecho paulista da Rodovia Rio–Santos

O litoral paulista é uma das regiões mais visitadas do Brasil

1957

1977

1985

2018 Litoral Paulista 9




História

Sítio arqueológico em São Sebastião

da colonização

brasileira EOLÓGICOS

SÍTIOS ARQU

ALF RIBEIRO

UBATUBA – na Ilha do Mar Virado ILHABELA – em Furnas GUARUJÁ – ao longo do Canal de Bertioga SANTOS – ao longo do Canal de Bertioga SÃO VICENTE – na Casa Martim Afonso, na Praça 22 de Janeiro IGUAPE – na Caverna do Ódio, no sopé do Morro do Espia CANANÉIA – na Ilha do Cardoso e na região do lagamar

Sambaqui - Ilha do Cardoso 12 Cidade&Cultura

PODEMOS DESCREVER A OCUPAÇÃO DO LITORAL PAULISTA como uma grande aventura, em que bandidos e mocinhos se confundem com um único objetivo: conseguir plenamente um lugar ao sol. No início, mas bem no início mesmo, temos a civilização sambaquieira, que consistia em homens coletores e caçadores que, segundo estudos da América do Norte, vieram migrando para escapar do clima frio, há mais de 10 mil anos. Sua presença foi constatada quando da descoberta de montes que chegavam a ter cerca de 30 metros de altura, compostos de conchas de moluscos, ossos de peixes e, em alguns casos, até ossadas humanas, depositados por essa civilização. Essas construções receberam o nome de sambaquis que,

ACERVO MUNICIPAL

O princípio


ÍSTICOS

PONTOS TUR

ver colonizar o Brasil, pois, até 1532, nossas terras não tinham valor para Portugal, que estava mais interessado em adentrar o Rio da Prata para chegar até Potosí, no Peru, e se apropriar da famosa montanha de prata. Então, quando os portugueses passavam por nossa costa era para deixar em degredo alguns criminosos e judeus não convertidos, entre outros inaceitáveis. Foi o caso do lendário judeu não convertido Mestre Cosme Fernandes, Bacharel de Cananéia, desterrado pela esquadra de Américo Vespúcio, em 1502, no local que hoje é considerado o primeiro povoado brasileiro. Após viver alguns anos em meio aos índios e graças a uma inteligência ímpar, Cosme Fernandes partiu para o norte e chegou à Ilha de Gohayó, atual Ilha de São Vicente, com o intuito de conquistar mais terras. Ali prosperou, tornou-se senhor de terras no sul e foi temido por muitos. Tornou-se grande fornecedor de víveres, água, lenha e escravos para os navios que se aventu-

CASA MARTIM AFONSO Ruínas de uma fortificação em pedras brasileiras, construída pelo Bacharel de Cananéia. Onde: Praça 22 de Janeiro, 469 – São Vicente.

ACERVO MUNICIPAL

OUTEIRO DO BACHAREL Local do povoado de Iguape originado pelo Bacharel de Cananéia. Onde: Barra de Icapara – Iguape.

ELIAS GOMES – EXPRESSÃO STUDIO

em tupi, significa “montanhas de conchas”. Infelizmente, ao longo dos anos da colonização portuguesa, muitas dessas montanhas foram extintas ou praticamente extintas pelo uso de seus materiais na construção civil, em que a cal, formada por anos de compactação de conchas e ossos, era um elemento primordial para a elevação de casas, igrejas e mosteiros. O povo sambaquieiro foi exterminado com a chegada dos índios tupis que possuíam armas mais poderosas, como o arco, a flecha e o tacape. A nação tupi se fixou na região costeira dividida em diversas tribos; entre as principais e decisivas para a história estão os tupiniquins, liderados pelo cacique Tibiriçá, e os tupinambás, por Cunhambebe. Aquela se aliou aos colonizadores portugueses e esta, aos franceses que extraíam pau-brasil mais ao norte, ou seja, eram tribos inimigas desde sempre. As alianças tinham sido feitas bem antes de a Coroa Portuguesa resol-

Sambaqui – São Vicente

ravam a ir ao Rio da Prata. Junto a outros degredados e náufragos, onde hoje vemos a praia do Gonzaguinha, em São Vicente, Fernandes fundou outro povoado que, segundo Diogo Garcia, em 1530, já possuía umas dez casas e uma pequena fortificação de pedra. Com a chegada de Martim Afonso de Souza, o Bacharel de Cananéia foi expulso, jurando vingança, o que aconteceu

Litoral Paulista 13


Porto das naus Fundação da vila de São Vicente

quatro anos mais tarde, quando dizimou a já nomeada Vila de São Vicente. Depois fugiu e é incerto o fim de sua história. Martim Afonso de Souza, ao chegar à Ilha de São Vicente, conseguiu se aliar ao cacique tupiniquim Tibiriçá graças a outro personagem que já habitava por estas bandas desde 1508: João Ramalho. Casado com Bartira, filha do cacique Tibiriçá, Ramalho era o homem forte das redondezas devido a sua grande influência entre os índios que, na realidade, tinham suas tribos fixadas no planalto e só usavam a Ilha de São Vicente para pesca, rituais religiosos e venda de escravos indígenas. Martim Afonso, enviado do rei de Portugal Dom João III, veio com carta branca para achar o caminho por terra até Potosí (por mar, a costa abaixo 14 Cidade&Cultura

de Cananéia pertencia à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas); para colonizar a costa sul do Brasil por meio de sesmarias; e para impedir a invasão por nações estrangeiras. Com o poder régio nas mãos, Martim Afonso fundou tudo que diz respeito a pioneirismo urbano no Brasil: a primeira vila regular, São Vicente; o primeiro engenho de cana-de-açúcar (dos Erasmos); fez de Pero Góes, Francisco Pinto e Rui Pinto os primeiros sesmeiros do país, com terras na área continental de Santos; trouxe mudas de várias espécies para cultivo, cavalos, muitos colonizadores dispostos a habitar terras selvagens, como Brás Cubas que elevou Santos a vila, onde fundou a primeira Santa Casa de Misericórdia, e efetuou a mudança do local do porto para o lado interno da ilha.

REPRODUÇÃO OBRA DE CARLOS FABRA - ACERVO CASA MARTIM AFONSO DE SOUZA

REPRODUÇÃO OBRA DE CARLOS FABRA - ACERVO CASA MARTIM AFONSO DE SOUZA

REPRODUÇÃO

História


Os Tupinambás

Outeiro de Santa Catarina

ÓRICOS

PONTOS HIST

MARCIO MASULINO

SANTOS – Engenho de São Jorge dos Erasmos SANTOS – Cruz da Santa Casa SANTOS – Outeiro de Santa Catharina SÃO VICENTE – Casa Martim Afonso SÃO VICENTE – Porto das Naus CUBATÃO – Largo do Sapo

Porém, o grande entrave para manter tantas estruturas sociais funcionando eram os índios hostis aos tupiniquins: os tupinambás, que resistiram ao máximo ao domínio dos colonizadores. Suas terras eram fronteiriças à atual cidade de São Sebastião. Eram bravos e bélicos, e possuíam hábitos temidos por todos, como a antropofagia em que, diferentemente do canibalismo, os guerreiros tupinambás aprisionavam o adversário mais valente e, nos aniversários do cacique e do pajé, comiam-no em partes distribuídas de acordo com a necessidade de cada membro da tribo: os homens comiam o cérebro, que lhes traria a força e a coragem do guerreiro abatido; as mulheres, suas vísceras; e as crianças, seu sangue, que as fortaleceria. Um dos grandes relatos sobre a vida dos tupinambás está no livro História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, do mercenário alemão Hans Staden, cujo nome aparece nas histórias de praticamente todas as cidades do litoral paulista, e que ficou nove meses como prisioneiro dos tupinambás, tendo sido resgatado pelo corsário francês Guillaume Moner, em 1554. Os tupinambás eram senhores soberanos da costa norte do litoral paulista e utilizavam as ilhas, como Ilhabela e Guarujá, para seus rituais. Infelizes os portugueses que caíam em suas mãos. Somente com a chegada dos jesuítas é que essa política bélica entre as tribos tupiniquim e tupinambá foi amenizada com a intervenção dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega que, em 1563, selaram a famosa trégua batizada de “Paz de Iperoig” (antigo nome de Ubatuba).

Parque dos Tupiniquins - Bertioga


FERNANDO TOMANIK

História

1

THIAGO ALVES

2

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– – – –

Ruínas do Abarebebê – Peruíbe. Ruinas da Igreja Sto Antonio do Guaibe – Guarujá. Fazenda São Mathias – Ilhabela. Fazenda Santana – São Sebastião.

16 Cidade&Cultura

OS JESUÍTAS Os jesuítas marcaram a história do litoral paulista de maneira significativa, já que tinham vindo para o Novo Mundo com o firme propósito de catequisar os “selvagens” que, aos olhos do povo do Velho Mundo, cultivavam hábitos absurdos e de tal monta incivilizados que assombravam o imaginário dos europeus. Os jesuítas foram responsáveis por várias ações contra a escravização dos índios, fundaram colégios, formaram vilas e ergueram igrejas, hoje marcos históricos das cidades aqui apresentadas. Os

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MARCIO MASULINO MARCIO MASULINO

mais conhecidos dentre eles são José de Anchieta, Manoel da Nóbrega e Leonardo Nunes, apelidado de Abarebebê (padre voador). Os jesuítas entenderam a fundo a cultura indígena; escreveram livros sobre os selvagens, a exemplo do Arte da Gramática da Língua mais Falada da Costa do Brasil (Anchieta), e conciliaram tribos e colonizadores. O movimento jesuítico em andamento no século XVI foi tão intenso que praticamente em todas as cidades do litoral paulista há marcantes elementos históricos registrando sua existência. A CANA-DE-AÇUCAR E A ESCRAVIDÃO Em 1759, sob a ordem régia de Dom José I e do então primeiro-ministro Marquês de Pombal, os jesuítas foram expulsos do Brasil. Com a diminuição da escravização indígena e o aumento da produção de cana-de-açúcar no litoral paulista, a solução para a mão de obra estava na escravização dos negros africanos que então passaram a chegar em massa, a ponto de termos mais negros do que brancos e índios no país. Não precisamos aqui relatar todas as atrocidades cometidas com essa nova parcela da população que só se viu livre em 1888. Os escravos negros foram a força motriz do desenvolvimento da agricultura brasileira e fizeram do país o maior produtor de açúcar do mundo, elevando o porto de Santos à

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SUÍTAS

JE PASSAGENS

PERUÍBE – Ruínas do Abarebebê ITANHAÉM – Cama de Anchieta ITANHAÉM – Passarela de Anchieta ITANHAÉM – Virgem de Anchieta ITANHAÉM – Monumento a Anchieta ITANHAÉM – Pocinho de Anchieta ITANHAÉM – Painéis de Anchieta SÃO VICENTE – Biquinha SANTOS – José de Anchieta, o Pacificador CUBATÃO – Cruzeiro Quinhentista GUARUJÁ – Ruínas da Ermida de Santo Antônio de Guaibê BERTIOGA – Parque dos Tupiniquins UBATUBA – Praia do Cruzeiro

UCAREIRAS

Ç FAZENDAS A

UBATUBA – Fazenda Bom Retiro, conhecida como Ruínas da Lagoinha UBATUBA – Ruínas do Ipiranguinha SÃO SEBASTIÃO – Fazenda Santana SÃO SEBASTIÃO – Sítio Arqueológico São Francisco ILHABELA – Fazenda Engenho D’Água ILHABELA – Fazenda São Mathias SANTOS – Engenho de São Jorge dos Erasmos IGUAPE – Fazenda Cambicho


Estrada de Ferro São Paulo Railway

REPRODUÇÃO

Mercado Municipal - Santos

REPRODUÇÃO

História

categoria de porto mais importante da América Latina, incumbido de exportar toda a produção dos engenhos das cidades do litoral paulista. O litoral norte de São Paulo possuiu muitas fazendas açucareiras que hoje são locais de visitação. CAFÉ E OUTRAS CULTURAS Por muito tempo, as atividades comerciais de maior peso ficaram concentradas no porto de Ubatuba, com a exportação do café produzido no Vale do Paraíba e no sul de Minas Gerias; mais tarde vieram para Santos, em razão da transferência da cafeicultura para a região de Campinas, e da construção da ferrovia São Paulo Railway Co. e do Porto, conforme projeto comandado por Eduardo Pallasim Guinle, Francisco de Paula

Ribeiro e Cândido Gaffrée. Nesse ínterim, a culinária caiçara foi tomando forma e significado. As culturas da mandioca, da banana, do palmito, entre outras, eram as mais comuns em todo o litoral paulista, e chegavam a Santos por meio de canoas, como a de voga, ainda amplamente utilizadas em toda a região.

Praia de Pitangueiras – Guarujá

18 Cidade&Cultura

MARCIO MASULINO

Turismo e desenvolvimento Com exceção de Santos, São Vicente e Guarujá, que há muito já se urbanizaram, quando da construção das rodovias Padre Manoel da Nóbrega, Rio–Santos e Tamoios, o desenvolvimento das cidades do litoral paulista deu um salto gigantesco de crescimento, principalmente no que tange ao turismo. Com suas belas praias e fácil acesso, cada vez mais turistas começaram a conhecer e se apaixonar pela região. Hotéis, pousadas, restaurantes, passeios de barco, trilhas na Mata Atlântica, resgate de pontos históricos, entre muitas outras atividades deixaram para trás a dificuldade inicial da chegada ao litoral e abriram espaço para a melhoria da qualidade de vida da população local.


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História

Caminhos do Peabiru o t ntico ao ac fico

Cusco, Peru


REPRODUÇÃO

co (MS) e os Pampas (RS), através de rotas denominadas Tupiniquim, Tupinambá, Tamoio, Guaná, Carijó e Guarani. Aqui mencionaremos um dos troncos principais, partindo de Cananéia, cruzando São Paulo, Paraná e Paraguai, e chegando à Bolívia e ao Peru. Muitos traçados

Cusco, Peru

JOHN SALZARULO – UNSPLASH

ANTES DE OS ESPANHÓIS E PORTUGUESES chegarem aqui, havia uma grande população indígena que ocupava as terras da América do Sul. Seus vários grupos mantinham contato por meio de trilhas que formavam uma teia imensurável. Esses caminhos ligavam pontos extremos do continente, denominado Peabiru. Composto de um emaranhado de percursos, o Caminho de Peabiru tornou-se conhecido do homem branco desde os tempos da caça insana promovida por espanhóis e portugueses ao tesouro de Potosí, na região do lendário Rei Branco, em terras da atual Bolívia. Esse caminho ligava Cananéia (SP) a Guaratuba (PR), Florianópolis (SC), Guaíra (PR), Potosí (Bolívia), Assunção (Paraguai) e Cuzco (Peru), e permitia o contato das tribos da nação guarani com as do Norte e do Sul do Estado do Paraná, entre elas as que habitavam os Campos de Piratininga (SP), os Campos Gerais (PR), Cha-

de rodovias modernas seguem as picadas feitas por essas tribos indígenas, pois sabiamente foram demarcadas em terreno pouco acidentado, contornando os obstáculos naturais. Peabiru, em tupi, significa “pe”, caminho, e “abiru”, gramado amassado. Pelas vias tortuosas, era intenso o comércio entre índios e incas, fato comprovado após um machado andino ser encontrado em Cananéia. Alguns trechos preservados têm piso recoberto da grama puxa-tripa; outros têm piso de pedra, onde aparecem inscrições rupestres e mapas. Atualmente, pessoas de espírito desbravador estão tentando tornar o Caminho do Peabiru acessível como forma de incentivo à cultura e de valorização da história dos nossos antepassados. Nada mais justo, pois o Peabiru é a prova concreta de que os índios que aqui habitavam antes da chegada dos “colonizadores” não eram tão grotescos e selvagens como os homens brancos os descreveram no início do século XVI. Litoral Paulista 21


Fortalezas

Defesa

FOTOS: MARCIO MASULIBO

da soberania

Forte São João – Bertioga

A COSTA BRASILEIRA, DURANTE OS PRIMEIROS DOIS SÉCULOS após o seu descobrimento, foi cobiçada por muitas potências europeias, como a França e a Holanda. Para defendê-la foram construídas inúmeras fortalezas, porém, inicialmente, o maior inimigo dos portugueses foram os índios, que os atacavam impiedosamente. Então, na realidade, essas fortalezas serviam como refúgio dos invasores 22 Cidade&Cultura

para se proteger das investidas dos nativos. As primeiras construções militares defensivas, chamadas paliçadas, eram feitas de estacas pontiagudas de madeira, fincadas na terra, de modo a proteger o espaço interno. Segundo estudos, a primeira fortaleza do litoral de São Paulo foi construída onde hoje está o Forte de São João, em Bertioga. O local escolhido, junto com o Forte São Felipe, no Guarujá, era perfeito

para proteger a entrada do Canal de Bertioga, caminho que levava até a Ilha de São Vicente. As ruínas do Forte São Felipe, no Guarujá, encontram--se em local de difícil acesso, porém são avistadas num passeio de barco. Já o Forte São João, em Bertioga, está restaurado, é aberto à visitação, e guarda valiosos tesouros históricos. Onde: Avenida Vicente de Carvalho – Bertioga.


Forte Ponta das Canas Atualmente, as ruínas preservadas deste forte são pouco visíveis. Seu projeto de construção data de 1800. O local também era uma área de extração de óleo de baleia, utilizado nas construções da época. Mais tarde, foi erguido um farol que, por sua localização, é chamado de Farol Ponta das Canas. Onde: parte noroeste – Ilhabela.

Construída entre 1640 e 1646, aqui eram guardadas as armas e as munições de proteção da Vila de Santos. Hoje, é um espaço cultural com exposições e acervos de época. Onde: Rua Tiro Onze, 11 – Santos.

FERNANDO MUCCI

Casa do Trem Bélico

Fortaleza da Barra Grande Um dos ícones históricos da época áurea das construções militares, a Fortaleza da Barra está preservada e aberta a visitação. Foi construída em 1584, após ataque do corsário inglês Edward Fenton. A entrada da Barra de Santos era muito cobiçada por corsários e piratas. Então, no local, na margem direita (Guarujá) temos a Fortaleza da Barra e do

lado esquerdo, Santos, na mesma direção onde hoje temos o Museu de Pesca; no século XVI, era outro forte. Essas construções foram erguidas no intuito de fazer fogo cruzado no canal para evitar a entrada de invasores. Onde: Praia da Santa Cruz dos Navegantes – Guarujá.


Fortalezas

FOTOS: MARCIO MASULINO

Forte do Pinhão da Vera Cruz Também conhecido como Forte do Itapema, é datado da segunda metade do século XVI. Foi uma das principais fortificações do litoral brasileiro. Seus documentos eram tão estratégicos que estão no acervo do Itamarati. Não está aberto a visitação, pois pertence à Receita Federal, mas é possível avistá-lo a bordo de barcos de passeio ou dos barcos turísticos que saem do terminal de barcas do Distrito de Vicente de Carvalho. Onde: Rua Itapema, 51 – Guarujá.

Forte Duque de Caxias de Itaipu Para modernizar a defesa da entrada da Barra de Santos, foi iniciada a construção deste forte em 1896, após a Revolta da Armada, três anos antes. Totalmente preservado e em funcionamento, recebe visitas. Onde: Av. Marechal Malet, 1 – Praia Grande

Forte dos Andradas Inaugurado em 1942, é mais uma fortificação para a defesa do Canal de Santos. Hoje, abriga a Primeira Brigada de Artilharia Antiaérea. É aberto a visitação monitorada com agendamento, e é possível conhecer sua arquitetura tipo casamata. Onde: Rua Horácio Guedes Barreiro, s/n – Guarujá. 24 Cidade&Cultura

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Ferrovias

Trilhos

do desenvolvimento

AS FERROVIAS FORAM O GRANDE MARCO DE DESENVOLVIMENTO e integração do país. Apesar de o porto de Santos estar localizado em uma região estratégica para atracação de navios mercantes, a Serra do Mar era um grande empecilho ao escoamento dos produtos oriundos do interior, principalmente o café. As mercadorias desciam a Grande Muralha no lombo de burros, montados por tropeiros. A viagem de descida ou subida era penosa e vagarosa, o que prejudicava a venda da produção no exte-

rior. Em 1867, foi inaugurada a São Paulo Railway Company, que ligava Santos ao planalto e foi o marco divisório na história da economia do país. A Serra do Mar foi o grande desafio dessa construção que mudou e projetou o Brasil definitivamente no mercado exterior. Ao longo de seus trilhos e estações foram embarcadas milhões de toneladas do café, destinadas aos Estados Unidos e à Europa. Hoje, seus trilhos ainda abastecem com o mesmo vigor embarcações vindas do mundo todo, lotando seus

Estrada de Ferro Sorocabana Inaugurada em 1875, ligava Santos a Sorocaba, grande produtora de algodão. Mais uma vez, os trens agilizaram esse grande mercado e o deslocamento de passageiros que viajavam de trem, costeando as cidades do litoral sul paulista. ESTAÇÃO DE TREM SOROCABANA Inaugurada em 1938, em estilo neocolonial. Onde: Avenida Ana Costa, 340 – Santos.

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porões com soja, açúcar, materiais químicos, entre outras mercadorias. As antigas estações são ícones dessa história de empreendedorismo e sucesso, como a Estação do Valongo, a primeira do país em estilo vitoriano. Hoje, ali funcionam um lindo bistrô e um restaurante-escola. Em sua decoração, preserva os tempos áureos em que o trem ia e vinha, trazendo e levando sonhos e riquezas. Onde: Largo Marques de Monte Alegre, s/n – Santos.

ESTAÇÃO DE TREM DE PERUÍBE Datada de 1914, atualmente abriga o Museu Histórico e Arqueológico de Peruíbe. Onde: Rua Darcy Fonseca, s/n – Peruíbe.

FOTOS: MARCIO MASULINO

Estação do Valongo



SCHUTTERSTOCK

Piratas e Corsários

O terror

dos mares A PIRATARIA SEMPRE EXISTIU e é motivo, por parte dos governos, de muitos investimentos na prevenção de ataques. Ainda nos tempos atuais, os roubos de embarcações são representados na mídia e em filmes como Capitão Phillips, que retrata fatos verídicos ocorridos na costa da Somália. Numa versão mais romântica, em que a figura do pirata é retratada como anti-herói, a sequência Piratas do Caribe, dos estúdios Disney, faz com que os telespectadores torçam pelos fora-da-lei. E assim, entre realidade e fantasia, é criado o mito do pirata. O que muitos desconhecem é que as então vilas do litoral paulista foram intensamente atacadas por 28 Cidade&Cultura

esses homens intrépidos e cruéis, que saquearam, mataram e aterrorizaram seus habitantes. Tudo começou quando o continente americano foi descoberto e suas riquezas foram extraídas por portugueses e espanhóis. As montanhas de ouro e prata despertaram a cobiça de ingleses e franceses. Muitos saques aconteceram com o conhecimento e a permissão dos reis desses dois países, quando a figura do pirata recebe o nome de corsário, ou seja, tem permissão real para atacar. O mais aterrorizante dessa história não era a abordagem dos navios em alto-mar, mas quando atracavam em terra firme para abastecer suas embar-

cações com víveres, água, entre outros itens; aí, sim, o terror era instalado. Em meio a esses horrores, lendas e histórias de tesouros levam, até os dias de hoje, muitos aventureiros à caça incessante de moedas e joias, enterradas ou naufragadas. TESOURO DE TRINDADE Uma das passagens mais marcantes da história da pirataria foi a do Tesouro de Trindade. O navio, repleto de ouro e prata, foi saqueado por galeões espanhóis, e escondido em algum lugar da costa do Atlântico Sul. Essa história rendeu livros como o Tesouro de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Até


hoje, muitos o procuram intensamente, gastando economias de uma vida toda, como se sabe de episódios no Saco do Sombrio, em Ilhabela, ou na Ilha Queimada Grande, entre Itanhaém e Peruíbe, que rendeu uma série-documentário americana. MILAGRE DA SANTA Tudo começou quando, em 1615, o pirata holandês Joris Van Spilbergen invadiu as vilas de Santos e São Vicente. Os habitantes, em fuga, subiram o Monte Serrat, em Santos, para pedir proteção a Nossa Senhora. E foram atendidos! Parte do morro desabou justamente quando os invasores estavam subindo, matando grande parte da turba. O acontecimento fez de Nossa Senhora a padroeira da cidade de Santos. THOMAS CAVENDISH Este grande navegador e corsário inglês é o mais citado nas histórias de Ilhabela e Santos por suas terríveis incursões pelas vilas. Por duas vezes, Cavendish parou em Ilhabela para abastecer seus navios, e por duas vezes atacou Santos onde fez prisioneiros, reféns, cometeu assassinatos e roubou muito ouro.

Ilha do Bom Abrigo William Trent, mais conhecido por Bow-Legged, capitão da galera Havelock, sem nacionalidade, carregada com toneladas de ouro, prata e joias, em um enredo verdadeiramente cinematográfico, deixou enterrado nas areias da Ilha do Bom Abrigo um tesouro que desperta curiosidade, lendas e terror para os locais. Ali, podemos ver triângulos de pedras, cada um com uma cruz, demarcando a cova de três marinheiros mortos pelo capitão por avisarem outros piratas sobre a carga preciosa. O drama está relatado no livro O tesouro de Cananéia, de Afonso Schmidt.

EDWARD FENTON Foi por conta do ataque do corsário inglês Edward Fenton, em 1583, à vila de Santos que uma das fortalezas mais emblemáticas do período de domínio espanhol foi construída: a Fortaleza da Barra Grande. O canal de Bertioga, que dava acesso ao porto de Santos, era protegido pelos fortes São Felipe e São João, porém a barra de Santos era vulnerável. Por essa fragilidade do sistema defensivo, uma nau mais dois galeões passaram tranquilamente pelo canal e invadiram a vila. ANTHONY KNIVET Tripulante da frota de Cavendish, foi capturado, preso e transformado em escravo pela família Correia de Sá, como detalha o livro As incríveis aventuras e os estranhos infortúnios de Anthony Knivet, da editora Zahar. PIRATA BORGES Português, estabelecido em Ilhabela e dono de fazenda de cana-de-açúcar, Borges deixou para os aventureiros uma grande esperança de achar seus saques enterrados próximo à sua casa, da qual até hoje existem ruínas e grande buracos escavados por caçadores de tesouros, dentro da Fazenda da Toca. Litoral Paulista 29


SHUTTERSTOCK

Naufrágios

Trágicos fins, emocionantes ASSIM COMO EM TODA COSTA BRASILEIRA, o Litoral Paulista possui inúmeros naufrágios ocorridos ao longo da história desde a era das Grandes Navegações até os dias atuais. Os motivos são muitos, mas um dos mais comuns é a consequência da desorientação em tempestades seguida de choque contra promontórios, típico dos afundamentos na costa de Ilhabela, por exemplo, com registro de mais de 22 casos. Não tão raro, nas areias das praias o aparecimento de restos de embarcações as quais são recolhidas e analisadas para identificação, como ocorreu na praia do Tombo, neste ano, onde foi encontrado um barril. Outro vestígio encontrado recentemente foi uma embarcação, possivelmente um veleiro inglês com cerca de 100 anos, na faixa de areia na praia do Embaré, em Santos. Alguns deles: 30 Cidade&Cultura

Príncipe das Astúrias Porém de todos os naufrágios ocorridos no Litoral Paulista, o mais impactante em termos de perda de vidas foi o do famoso navio Príncipe das Astúrias ocorrido em 1916, no período do Carnaval quando bateu em uma rocha na Ponta da Pirabura, em Ilhabela. O navio saiu de Barcelona com destino a Santos. Em uma madrugada de tempestade, o choque contra a rocha provocou um rasgo de 44 metros no casco, afundando rapidamente e causando 500 mortes. Um caos para Ilhabela e para todas as cidades da região, pois fizeram parte do resgate dos feridos e dos que se perderam na ilha. Os moradores locais contam que a Ponta da Pirabura é considerada por eles um local amaldiçoado por tantos acidentes ocorrem ali.

Charrua Carioca Em 1859, o charrua Carioca naufragou entre a Ilha de Santo Amaro e a Ilha das Cabras, e os moradores da praia da Enseada recolheram os corpos dos tripulantes. Hoje, onde está localizado o Grande Hotel, foi construída a Capela de Santa Cruz e enterrado o capitão-tenente Antônio Miguel Pestana. Dos 87 embarcados, apenas 34 sobreviveram.


Quando se fala em Segunda Guerra Mundial, o que se imagina é um conflito distante de nós, assim como a famosa referência à tomada do Monte Castelo. Ledo engano. Essa guerra se prolongou até nossa costa e a frota brasileira de navios sofreu muitas baixas com torpedos disparados de navios e submarinos alemães e italianos. As mortes também foram incontáveis e, indignado com esse conflito em mar-alto, o povo brasileiro se exaltou e entramos declaradamente na guerra ao lado dos Aliados. Ao sul de Alcatrazes jaz um desses exemplos, o vapor Campos, da Cia. de Navegação Lloyd Brasileiro, torpedeado pelo navio alemão U-170, em 1943. Seu naufrágio deixou um saldo de dez tripulantes e dois passageiros mortos. Do início do conflito mundial até essa data, foram mais 34 embarcações brasileiras afundadas pelo Eixo. Onde: cinco milhas ao sul de Alcatrazes.

Uma grande oportunidade de conhecer objetos resgatados em naufrágios é visitar os museus que possuem acervo específico, a saber:

GUARUJÁ: Charrua Carioca – 1859; Tiradentes – 1925; Denderah – 1929; Yannik – 1961; Melindrosa – 1974; e Valongo – 2010. SANTOS: Não identificado (NI) – 1600; Nanny – 1890; Eitel Fritz – 1894; Não identificado (NI) – 1894; Concórdia – 1925; Elihu B. Washburne – 1943; Guararema 1946, Vernia – 1957; Denderah – 1929; El Paraguay – 1929; São Leopoldo – 1969; Moreia – 1992; Al Johffa – 1996; Jairo – 2005; e Vivian – 2005. SÃO VICENTE: Ita – 1960. PRAIA GRANDE: Callback – 1884. ITANHAÉM: Silphide – 1851. PERUÍBE: W. Wilson London – 1851; Rio Negro – 1893; Tocantins – 1933; Araponga – 1943; Kaiak II - ?; Tocantins – 1933; e Lica II – 2006. IGUAPE: Tutoya – 1943. CANANÉIA: Não identificado (NI) – 1800; Não identificado (NI) – 1891;Elisa Sims – 1891; Guasca – 1907; e Laguna – 1963.

REPRODUÇÃO

Vapor Campos

UBATUBA: Caroline – 1852; Princesa Amélia – 1857; Petrel – 1915; Navita – 1944; e Maria – 1950; e Hipocampo - 1990. SÃO SEBASTIÃO: Comércio Marítimo – 1828; Negreiro – 1853 (Alcatrazes); Victória – 1905; Petrel – 1915 (Alcatrazes); Sombrio – 1940 (Ilha Montão de Trigo); e Alina P – 1991. ILHABELA: Duarte – 1865; Crest – 1882; Dart – 1884; MSN – 1900; Playmobil – 1900; Atílio -1905; France – 1906; Velasquez – 1908; Hathor – 1909; Guarani – 1913; Príncipe de Astúrias – 1916; Therezina – 1919; Rio de Janeiro – 1919; Aymoré – 1920; Sigmund – 1920; Tritão – 1921; São Janeco – 1929; Ross – 1942; Campos – 1943 (ato de guerra); Miudinho – 1950; Iguassu – 1958; Concar – 1959; Urucânia – 1960; e T-6D Texan – 1961. BERTIOGA: Monchão – 1947; Monte de Trigo – 1947; Maria Clara – 2008; e Diamante III 2014.

MUSEU DOS NAUFRÁGIOS E BIOLOGIA MARINHA Onde: Avenida Vereador Antônio Borges, 1905 – (12) 3862-6936 – Praia Grande – São Sebastião. MUSEU NÁUTICO DE ILHABELA Onde: Rua José Bonifácio, s/n° – (12) 3896-3757 - Bairro da Água Branca – Ilhabela. O Naufrágio do ‘Príncipe de Astúrias’, óleo sobre tela, de Carlos Alfredo Hablitzel (1919-1988), em exposição no Museu Marítimo de Santos. Fontes: Sistema de Informação de Naufrágios – Carlos Arruda Accioly e Maurício Carvalho e Banco de Dados de Naufrágios do Brasil.

Litoral Paulista 31


Museus

A história

EM UMA REGIÃO TÃO RICA, historicamente falando, não é de admirar que haja tantos museus a serem visitados. A função de preservação dos museus não é apenas um capricho dos amantes da História. Ela é primordial ao conhecimento da formação do nosso povo e para a valorização das agruras vividas por nossos antepassados para que hoje possamos desfrutar de um lugar melhor para viver. Os museus, por meio de suas construções e acervos, assumem papel insubstituível na transmissão de todo o conjunto de conhecimentos formadores da personalidade do povo brasileiro, informando a origem da nossa cultura nacional.

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FOTOS: MARCIO MASULINO

preservada

Museu Pelé Este museu une passado e presente quando retrata a vida do ídolo do futebol nacional Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, em uma construção histórica da cidade de Santos. O prédio em que está o Museu Pelé é conhecido como Casarão do Valongo, uma edificação de três pavimentos e dois blocos, cuja construção começou em 1867, a pedido do comendador Ferreira Neto. No início do século XX, abrigou a Prefeitura e Câmara Municipal. O Museu, inaugurado em 2014, em uma área de 4.134 m², nos permite conhecer toda a trajetória do jogador, seus objetos e troféus conquistados, interagir na área lúdica e ouvir a narração dos gols pelos radialistas, empolgados com as façanhas do gênio da bola. Este museu é uma merecida homenagem ao atleta que levou o Santos Futebol Clube a ser um dos maiores times de futebol do século XX. Onde: Largo Marquês de Monte Alegre, 2 – Santos.


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1 – MUSEU DO CAFÉ – ícone do Ciclo do Café da história brasileira, a Bolsa Oficial de Café, construída em estilo eclético em 1922, impressiona pela impo-

TADEU NASCIMENTO

nência e pela magnitude econômica que marcaram o período. Além de visitar o

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museu, vale a pena experimentar as variedades de café na tradicional cafeteria do piso térreo. Onde: Rua XV de Novembro, 95 – Santos. 2 – MUSEU DE ARTE SACRA – o antigo Mosteiro de São Bento, construído em 1650, hoje abriga o Museu de Arte Sacra, com valiosas peças seiscentistas, como a Santa Catarina de Alexandria, datada provavelmente de 1540, resgatada do mar após um ataque pirata à Vila de Santos. Onde: Rua Joana D’Arc, 795 – Santos. 3 – MUSEU DO MAR – expõe animais marinhos taxidermizados ou em tanques de toque, e conchas gigantes de várias partes do mundo. Onde: Rua República do Equador, 81 – Santos. 4 – MUSEU MARÍTIMO – contém várias peças resgatadas de naufrágios, trajes de escafandristas, telas, entre diversos itens utilizados na navegação. Onde: Avenida Governador Fernando Costa, 343 – Santos. 5 – MUSEU DE PESCA – um dos mais tradicionais pontos turísticos de Santos, este museu de enormes proporções possui um rico acervo da fauna marinha e salas lúdicas que fazem a alegria de crianças e adultos. Onde: Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192 – Santos.

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Museus

FOTOS: MARCIO MASUKINO

ELIAS GOMES – EXPRESSÃO STUDIO

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1 – NÚCLEO BASE AÉREA DE SANTOS – um dos pontos altos da visita é o acervo de Santos Dumont, com inúmeros objetos pessoais do inventor e duas réplicas de suas máquinas voadoras. Agendamento: (13) 3341-7113 – Guarujá. 2 – MUSEU DA CIDADE PRAIA GRANDE – parte integrante do Complexo

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Cultural Palácio das Artes, o Museu da Cidade contém em seu acervo mais de 30 mil documentos, áudios, painéis fotográficos e uma coletânea de depoimentos dos habitantes locais. Onde: Avenida Presidente Costa e Silva, 1.600 – Praia Grande. 3 – MUSEU DE ARTE E CULTURA DE CARAGUATATUBA – com exposição permanente sobre a história da cidade, demonstra a vida do caiçara por meio de objetos e documentos. Onde: Praça Doutor Cândido Motta, 72 – Caraguatatuba. 4 – MUSEU HISTÓRICO “WASHINGTON DE OLIVEIRA” – este museu está abrigado no edifício que foi a primeira cadeia da cidade, projetado por Euclides da Cunha. Seu acervo é composto de objetos do farmacêutico que dá nome ao

DIVULGAÇÃO

museu. Onde: Praça Nóbrega, 8 – Ubatuba. 5 – MUSEU NÁUTICO DA ILHABELA – aqui encontramos inúmeros objetos resgatados de embarcações naufragadas, como faianças, pratarias etc., datados a partir do século XVIII. Onde: Rua José Bonifácio, s/n – Ilhabela.

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Museus

FOTOS: MARCIO MASULINO

1 – MUSEU MUNICIPAL DE IGUAPE – instalado no prédio que foi a primeira Casa de Fundição de Ouro do Brasil, tem peças pré-históricas, documentos do Ciclo do Ouro, da rizicultura e dos homens sambaquieiros. Onde: Rua das Neves, 45 – Iguape. 2 – MUSEU JOÃO RAMALHO – localizado dentro do complexo arquitetônico do Forte São João, este museu possui muitas peças de artilharia, vestuários da época da colonização e mobílias. Onde: Avenida Tomé de Souza, s/n – Bertioga. 3 – MUSEU DO PORTO – instalado em um dos prédios das antigas moradias dos engenheiros da então Cia. Docas de Santos, possui muitos objetos e documentos que retratam a cronologia da evolução do porto. Onde: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, s/n – Santos. 4 – MUSEU MUNICIPAL DE CANANÉIA – com acervo rico em peças resgatadas na região, como canhões, sua principal atração está no enorme tubarão branco taxidermizado. Onde: Rua Tristão Lobo, 78 – Cananéia.

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5 – MUSEU CONCEIÇÃO DE ITANHAÉM – em construção datada de 1624, quando servia como Casa de Câmara e Cadeia, está o Museu Conceição cujo acervo tem peças que representam o cotidiano dos antigos habitantes da cidade. Onde: Praça Narciso de Andrade, s/n – Itanhaém.

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36 Cidade&Cultura



cultura

Comunidades Tradicionais

Tradição e Indígenas

O POVO NATURAL DO BRASIL SEM DÚVIDA LUTOU BRAVAMENTE contra o avanço dos europeus, mas, em muitos casos, aliou-se aos forasteiros e, de certo modo, abriu caminho para a colonização. Nessa fase da história do Brasil, não há mocinhos nem bandidos, e sim todo um contexto de dominação e superioridade imposto pela religião católica, por parte dos europeus, e de rivalidade entre as tribos indí-

genas existentes. Outros tempos, outros pensamentos. Os bravos guerreiros foram catequizados e tornaram-se aliados ou cativos dos conquistadores; tiveram seus nomes convertidos para o português; suas crenças e mitologia foram suprimidas e trocadas pela devoção a santos católicos. Cai Tupã, entra Jesus Cristo. E assim, ao longo dos séculos, os nativos, ou gentios, ou silvícolas, ou mesmo selvagens, foram acuados em reservas dentro das quais as

RENATA DE BRITO

Festival Nacional da Cultura Indígena – Bertioga

tribos tentam a todo custo preservar sua cultura, língua, arte e rituais, tão afetados pelo branco. Nesse enredo, contudo, o futuro promete algo mais promissor aos nossos guerreiros, pois o movimento de valorização das nossas raízes e o entendimento dos próprios índios está forjando um elo de comunhão que está estabelecendo uma relação sustentável entre valores, com valiosa troca de saberes. Aderindo ao ecoturismo e ao turismo pedagógico, as


MARCIO MASULINO

ELAINE LEME

Bertioga – São Sebastião

tribos entenderam que a abertura de suas tabas para visitação ajuda a derrubar barreiras culturais e preconceitos, e gera renda e entendimento entre todos. Nas cidades do litoral paulista, muitas tribos já aderiram à ideia de que vale a pena deixar de lado o ostracismo social e facilitar para outros entendam e se aliem à causa indígena. Aprendemos seus rituais, conhecemos seus lugares sagrados, conhecemos seu artesanato e dançamos suas danças. Vamos conferir as aldeias que promovem grandes dias de interatividade entre público e nativos: ALDEIA ITAOCA Onde: Estrada do Rio Branco – Mongaguá.

ALDEIA DA BOA VISTA DO SERTÃO DE PRUMIRIM Onde: Bairro do Prumirim – Fundart – (12) 3832-7732 – Ubatuba. ALDEIA DO RIBEIRÃO SILVEIRA Onde: Praia de Boracéia – (13) 99173-6777 / (13) 99770-2424/98131-5454 – Bertioga – São Sebastião. ALDEIA AGUAPEÚ Onde: Jardim Aguapeú – Mongaguá. ALDEIA RIO BRANCO Contato: Secretaria de Cultura – (13) 3421-1700 – Itanhaém. ALDEIA TAKUARY-TY Onde: Bairro Acaraú – Cananéia. SÍTIOS PIAÇAGUERA I, II E III Contato: Secretaria de Cultura – (13) 3454-1215 – Peruíbe.

TATYANA ANDRADE

ALEXANDRE ANDREAZZI

Ubatuba

Bertioga – São Sebastião

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Ubatuba

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FOTOS: TATYANA ANDRADE

Comunidades Tradicionais

TODAS AS GLÓRIAS ÀS NAÇÕES NEGRAS que tiveram seus filhos escravizados e trazidos para o Brasil de forma inominável! Elas formam o pilar do povo brasileiro e são precursoras de nossos produtos mais famosos: a cachaça, a capoeira e o samba. A maioria, após a abolição da escravatura, foi se integrando aos trancos e barrancos na sociedade. O preconceito diminuiu sensivelmente e a miscigenação entre brancos e negros terminou constituindo um expressivo contingente do povo brasileiro. Mas não foi sempre assim? Sempre houve mais negros do que brancos no Brasil; nós sempre fomos um país negro. Força motriz da cana-de-açúcar e depois do café, ou seja, desde o século XVII, os negros dominam a cena do cotidiano nacional. E há aqueles que preferiram ou não tiveram oportunidade de permanecer nos locais de refúgio da antiga época escravocrata: os quilombos. O quilombo é muito emblemático, e, nas cidades do litoral paulista, tivemos muitos deles, como foi o caso do Quilombo do Jabaquara, que acolheu uma quantidade assombrosa de cativos fugitivos. E há os quilombos que ainda sobrevivem, como se fossem vilas na mata. Casas de sapê com telhado de palha, animais domésticos, uns sobrevivem da selva, outros do mar. São eles: CAMBURY Onde: Praia do Cambury – Ubatuba. CAÇANDOCA Onde: Sertão de Caçandoca – Ubatuba. FAZENDA PICINGUABA Onde: Rodovia Rio-Santos, km 11 – Ubatuba. SERTÃO DE ITAMAMBUCA Onde: Praia de Itamambuca – Ubatuba. MORRO SECO Onde: Rodovia BR 116, km 419 – Iguape. QUILOMBO DO MANDIRA Onde: Estrada Municipal Colônia da Santa Mandira, 2 – Cananéia. CASA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA Onde: Parque Ecológico do Vaturuá – Rua Dona Anita Costa, s/n° - São Vicente.



FOTOS: MARCIO MASULINO

Comunidades Tradicionais

Pescadores de Cananéia

POVO DO MAR, DA MISTURA, DA PESCA, do respeito às intempéries, povo do pé na areia, das danças ao som das ondas, da Lua e do Sol no infinito, das canoas, da mandioca, da banana-da-terra, das tramas das redes, de Iemanjá, de Nossa Senhora dos Navegantes, de São Pedro Pescador, e tantas outras dimensões que são a somatória de índios, europeus e negros. Quando estamos no litoral paulista é muito difícil definir quais são as ditas comunidades caiçaras, pois todo o litoral, 42 Cidade&Cultura

mesmo as cidades mais urbanizadas como Santos, São Vicente e Guarujá, são em sua maioria habitadas por caiçaras, pessoas que carregam no DNA as características típicas do povo do mar. Algumas localidades, porém, se definem como a clássica comunidade caiçara por sua arquitetura, e por viverem diretamente da pesca e da agricultura familiar. Como felizmente são muitas, seria impossível colocá-las em uma lista. Muitas são legitimadas por demarcações legais, outras não. O mais

importante aqui é nos deixarmos envolver pela atmosfera caiçara, visitar as vilas de pescadores com seus barcos coloridos carregados de pescados, conhecer as fazendas de maricultura, tomar a fresca ao entardecer, com os pés descalços na areia, ouvir as histórias intrigantes da Mão D’Ouro, entender os riscos que o mar representa para os pescadores em meio a tempestades, sentir que o tempo perde a pressa, que assistir ao pôr do sol é uma balada incrível, tentar entender os tipos de pesca,


que são muitos, e se encantar com o respeito dos pescadores pelo mar, princípio e fim de tudo. Vale também saber que muitas expressões que usamos têm origem no linguajar caiçara. Anotamos aqui apenas uma pequena parte:

Algumas comunidades caiçaras GUARUJÁ Praias Branca, Perequê, Astúrias, Guaiúba e Góes

A troco de banana – preço baixo Acabou-se o que era doce – terminou “Babau” – acabou Burburinho – confusão Caniço – vara de pescar Curriola – grupo de pessoas Coisinha – quando se esquece o nome de qualquer coisa Desacorçoado – não tem ânimo Esculhambar – xingar Foi pro beleléu – morreu Naco – pedaço Ordenado – salário Quebrante – mau-olhado Rachei o bico – ri muito Temperar o café – adoçar o café Viração – vento fraco do Sul

SÃO SEBASTIÃO Praias Toque-Toque Grande, São Francisco e Ilha Montão de Trigo ILHABELA Praias Bonete e Castelhanos e ilhas Búzios e Vitória CARAGUATATUBA Praia do Camaroeiro UBATUBA Praias Picinguaba e Almada PERUÍBE Praias Guaraú e Barra do Una

É fundamental a preservação do estilo caiçara de viver, por isso a importância da luta pela regularização desses locais junto ao poder público, para que suas terras não sejam dominadas nem por grandes empreendimentos imobiliários, nem pela favelização.

SANTOS Ilha Diana ITANHAÉM Praia dos Pescadores PRAIA GRANDE Mar Pequeno IGUAPE Barra do Ribeira ILHA COMPRIDA Em toda a sua extensão

Exposição de cultura caiçara no Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba

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CANANÉIA Ilha do Cardoso

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Turismo Religioso

Templos

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OS TEMPLOS CATÓLICOS SÃO O PRINCÍPIO DAS NOSSAS POVOAÇÕES. Foi por meio da fé que os primeiros habitantes do litoral paulista encontraram forças para superar todos os obstáculos pelos quais passaram. As doenças tropicais, as intempéries, os ataques constantes dos índios e o isolamento total em relação ao Velho Mundo eram constantes motivos de lamentação. Somente sob a proteção dos santos é que esses intrépidos homens e mulheres conseguiram se estabelecer em terras tão inóspitas.

Santuário Senhor Bom Jesus de Iguape Tudo começa com a imagem do Senhor Bom Jesus, datada de 1647, resgatada do mar e colocada no altar-mor da antiga Igreja Nossa Senhora das Neves. Muitos milagres foram e ainda são associados à imagem do Senhor Bom Jesus, por isso Iguape é um centro de peregrinação, cujo trajeto percorre os locais onde a imagem foi resgatada e trazida até a igreja. São 29 km que começam em JureiaItatins e chegam até o Santuário. Entre os meses de julho e agosto, ocorre a Festa do Senhor Bom Jesus que movimenta toda a cidade, com pessoas vindas do Brasil inteiro.

Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat Santa padroeira da cidade de Santos, sua capela, construída em 1599, está situada no alto do Monte Serrat. Para os devotos, subir a escadaria de 402 degraus é um ato de fé. A singela construção atrai milhares de pagadores de promessas. Onde: Caminho Monsenhor Moreira, 39 – Santos. 44 Cidade&Cultura

FOTOS: MARCIO MASULINO

MARCIO MASULINO

Santuário Bom Jesus de Iguape


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1 – IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA D’AJUDA E BOM SUCESSO – situada no morro do Baepí, foi erguida em 1706 sob a proteção da santa dos navegantes

DIVULGAÇÃO

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que partiam para o mar aberto sem a certeza de uma volta segura. Onde: Praça Professor Alfredo Oliani, 53 – Ilhabela. 2 – SANTUÁRIO SANTO ANTÔNIO DO VALONGO – datado de 1640, foi fundado sob o nome de Convento Santo Antônio do Valongo da Ordem dos Franciscanos. Foi um dos maiores conjuntos religiosos do Brasil colônia e sediou a primeira instituição hospitalar das Américas. Onde: Largo do Marquês de Monte Alegre, 13 – Santos. 3 – CONVENTO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – erguida em 1532, é considerada a primeira igreja do Brasil. Um dos maiores patrimônios da cidade. Onde: Morro Itaguaçu – Itanhaém. 4 – IGREJA MATRIZ DE SÃO VICENTE MÁRTIR – está no local onde, em 1532, foi erigida a capela de São Vicente. A atual foi erguida em 1757. Onde: Praça João Pessoa, s/n – São Vicente. 5 – IMAGEM DE NOSSA SENHORA APARECIDA – com 15 metros de altura, no alto do Morro do Itapoan e 139 degraus de percurso, Nossa Senhora abraça a cidade. Onde: Avenida Mariana, s/n – Mongaguá.

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FOTOS: MARCIO MASULINO

Turismo Religioso

1 1 – CONVENTO NOSSA SENHORA DO AMPARO – de 1664, é um dos poucos conventos de arquitetura diferenciada. Possui imagens raras e de alto valor histórico. Onde: Praça Major João Fernandes, 122 – São Sebastião. 2 – IGREJA MATRIZ DE SANT’ANNA – a construção do início do século XVIII abriga imagens sacras importantíssimas do período colonial. Onde: Rua Pio XII, 753 – Itanhaém. 3 – BASÍLICA MENOR DE SANTO ANTÔNIO DO EMBARÉ – uma das mais belas construções do período áureo do café, esta basílica retrata em seus ornamentos e detalhes da construção a riqueza da cidade. Onde: Avenida Bartolomeu de Gusmão, 32 – Santos. 4 – CATEDRAL NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO – inaugurada em 1924, no local da antiga matriz, foi elevada a catedral pelo Papa Pio XI. Onde: Praça José Bonifácio, 5 – Santos. 5 – CONJUNTO DO CARMO – o primeiro prédio construído, o Convento dos Freis Carmelitas, data de 1599; o segundo, a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, data de 1710. Onde: Praça Barão do Rio Branco, s/n – Santos. 6 – CAPELA NOSSA SENHORA DA GUIA – construída em 1894 por promessa de José Pereira Soares. A imagem veio de Trás-os-Montes. Onde: Caminho do Portinho – Praia Grande. 7 – CAPELA DE SÃO GONÇALO – datada do século XVII, abriga o Museu de Arte Sacra. Onde: Rua Sebastião Silvestre Neves, s/n – São Sebastião. 8 – IGREJA MATRIZ SÃO JOÃO BATISTA DE CANANÉIA – construída entre os anos de 1660 e 1680, possui ainda as pias originais de água benta e as seteiras (para ventilação e defesa contra invasores). Onde: Praça Martim Afonso de Souza, s/n – Cananéia. 9 – IGREJA MATRIZ EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ – em substituição da antiga capela, a construção do atual prédio começou em 1780, porém só foi terminada em 1940. Séculos depois, temos um lindo exemplar da arquitetura colonial. Onde: Avenida Dona Maria Alves, 125 – Ubatuba.

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6 SECRETARIA DE TURISMO DE SÃO SEBASTIÃO

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FOTOS MARCIO MASULINO

Arquitetura

Criatividade

construída QUANTOS LUGARES NÓS RECONHECEMOS APENAS POR FOTOGRAFIA, sem nunca termos ido lá? Então, é por conta das características ou dos ícones arquitetônicos que ligamos o lugar ao seu nome. Portanto, a arquitetura identifica uma cultura, um povo. Por meio dela, podemos entender os recursos naturais utilizados, o desenvolvimento econômico daquela comunidade e suas relações históricas e sociais. O desenvolvimento arquitetônico das cidades do litoral paulista é bem diferenciado e facilmente percebido quando o dividimos em três áreas: Litoral Norte; Santos, Guarujá e São Vicente; e Litoral Sul. O porto de Santos fez com que a cidade se desenvolvesse economicamente e recebesse muitas influências estrangeiras, principalmente 48 Cidade&Cultura

na fase áurea do ciclo da cafeicultura. Vários bancos e empresas internacionais se estabeleceram na cidade e muitos santistas também enriqueceram com o café. Quando uma cidade possui essa abertura social, o novo é sempre bem-vindo e valorizado. O resultado dessa aceitação se reflete nos inúmeros edifícios de estilos arquitetônicos diferenciados. Nesse aspecto, cidades fronteiriças, como Guarujá e São Vicente, se beneficiaram por abrigar principalmente a elite paulistana que procurava um local próximo para veraneio, pois o acesso a essa região era facilitada pela rodovia Caminhos do Mar – ou, como depois ficou conhecida, a Estrada Velha de Santos. No Litoral Norte, locais como Ubatuba, que também abrigou um

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porto e onde originalmente a produção de cana-de-açúcar e depois de café promoveu o desenvolvimento da região em certo período, condição esta modificada quando as terras produtoras de café do Vale do Paraíba se esgotaram, podemos avistar várias edificações suntuosas, assim como nas cidades de São Sebastião e Ilhabela, grandes produtoras de cana-de-açúcar. No Litoral Sul, a banana foi uma grande propulsora de desenvolvimento, em geral mais voltado para a agricultura. Então, a área urbana não recebeu tantos incentivos para grandes construções. Como podemos concluir, é possível deduzir o desenvolvimento econômico e social de uma região pela observação das construções em sua área urbana.


1 – SOBRADÃO DO PORTO – Construído pelo armador Manuel Baltazar da Cunha Fortes, este solar data da segunda metade do século XIX. Sobre ele, muitas histórias são contadas, entre elas as dos encontros entre D. Pedro I e a Marquesa de Santos. Uma das poucas edificações que restaram do período áureo do café em Ubatuba. Onde: Praça Anchieta, 38 – Ubatuba. 2 – CÂMARA MUNICIPAL DE SANTOS – Conhecida como Castelinho, essa edificação em estilo neogótico, projetada por Maximiliano Hehl, datada de 1909, abrigou o antigo Corpo de Bombeiros. Onde: Praça Tenente Mauro Batista de Miranda, 1 – Santos. 3 – CASA DE FRONTARIA AZULEJADA – Construída para armazém e residência do comenda-

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dor Manoel Joaquim Ferreira Neto, em 1865, sua fachada é totalmente recoberta por azulejos em alto relevo, oriundos de Portugal. Hoje, é um espaço cultural. Onde: Rua do Comércio, 92 – Santos. 4 – BANCO ITALIANO DE DESCONTOS A Banca Italiana di Sconto, instituição bancária fundada em 1920, foi construído por italianos vindos de Florença, em estilo toscano, com beiral saliente e tijolos aparentes. Onde: Rua XV de Novembro, 41 – Santos. 5 – REAL CENTRO PORTUGUÊS – Em estilo neomanuelino, representante da era das Grandes Navegações, é a sede do Real Centro Português, cuja abertura data de 1901. A riqueza de detalhes lembra a arquitetura árabe, com suas cordas torcidas e arcos rendilhados e ogivais.

TADEU NASCIMENTO

Onde: Rua Amador Bueno, 188 – Santos.

Centro histórico de Santos A riqueza do café está claramente expressa no centro histórico de Santos, marcado por construções riquíssimas, como a Bolsa Oficial do Café, e outras edificações nas ruas XV de Novembro, Frei Gaspar, Praça Mauá e adjacências.

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Arquitetura

1 – FAZENDA ENGENHO D’ÁGUA – Datada de 1785, foi uma enorme fazenda produtora de cana-de-açúcar. Em frente ao mar, suas edificações se destacam e chamam a atenção dos visitantes. Onde: Avenida Pedro Paula de Moraes, 1.345 – Ilhabela. 2 – CASA DO BARÃO – Construída por Karl Hellwing, no início do século XX, genro do grande negociante de café Kurt Gustav von Pritzelwitz, atualmente é a sede do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, com museu, Memorial do Padre José de Anchieta e a biblioteca “Francisco

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TATYANA ANDRADE

Martins dos Santos”. Onde: Rua Frei Gaspar, 280 – São Vicente. 3 – CASA ESPERANÇA – Datada do século XVIII, em pedra e cal, continha a residência da família na parte superior e a parte térrea era utilizada para comércio ou abrigo de escravos. Onde: Avenida Dr. Altino Arantes, 150 – SãoSebastião. 4 – RESIDÊNCIA DE GIOVANNI ÉBOLI – Um dos lugares mais icônicos da cidade é o outeiro de Santa Catarina, marco da fundação da Vila de Santos. Em seu cume foi construída, pelo médico Giovanni Éboli, uma casa acastelada, datada de 1886. Onde: Rua Visconde de Rio Branco, 48 – Santos.

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FOTOS: MARCIO MASULINO

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São Vicente

Conjuntos arquitetônicos históricos Cananéia

Itanhaém

Cubatão

AO LONGO DA COSTA BRASILEIRA, onde as primeiras vilas foram construídas pelos colonizadores portugueses, notamos que o espaço urbano e as edificações de todas elas são iguais. Sabemos que o estilo colonial predominava, mas essa similaridade provém de padrões fixos, estabelecidos pelas Cartas Régias ou pelas Posturas Municipais. Essas características lembram as cidades medievais europeias, oriundas de antigas cidades romanas, nas quais as habitações foram surgindo ao redor de estruturas religiosas. Notamos o traçado irregular das ruas com esquema urbano regular, baseado em lotes retangulares cujas vias eram sem calçamento ou passeio para pedestres. Eram definidas espacialmente pelas edificações, não tinham jardim nem recuo lateral. Muitas técnicas de construção utilizadas recorriam à disponibilidade de matéria-prima local. Pau a pique, adobe e taipa são elementos recorrentes na maioria das edificações. Já a pedra, a cal e o óleo de baleia ofereciam mais confiabilidade e durabilidade às estruturas de mosteiros e fortalezas. Por isso, ao longo de toda a costa, ainda temos muitas áreas preservadas denominadas “armação”, originalmente utilizadas para a extração desse óleo, como em Guarujá na parte norte da ilha; em Ilhabela, na praia da Armação, e na ilha Bom Abrigo, em Cananéia. Litoral Paulista 51


modernos

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Arquitetura

Mirante da Ilha Porchat – São Vicente

FOTOS: MARCIO MASULINO

Detalhe do telhado do Edifício Enseada – Santos

52 Cidade&Cultura

COM O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES E A LIBERDADE CRIATIVA, vários estilos arquitetônicos, principalmente os europeus, foram influenciando nossas edificações. Porém, no século XX, surge a figura icônica do carioca Oscar Niemeyer que, ao longo de sua carreira, deixou marcas por todo o Brasil e em outros países. Niemeyer e Lúcio Costa, com grande influência de Le Corbusier, modernista europeu, inovaram as técnicas construtivas, adotando fachadas de cimento e curvas, dando início à arqui-

tetura moderna brasileira. Daí por diante, vários estilos e arquitetos consagrados foram diretamente influenciados. Nas cidades do litoral paulista, há muitas edificações que têm como princípio a modernidade de Niemeyer, além de outras dele próprio, como é o caso do Mirante da Ilha Porchat, em São Vicente, inaugurado em 2002, na comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil, em forma de asa côncava e vértice apontado para Brasília. Seguindo a influência de Niemeyer, na cida-


Edifício Sobre as Ondas – Guarujá

Canais de Santos Não há espaço urbano se não houver a condição primária de erguer construções em locais salubres. No caso de Santos, em especial, obras de urbanização e sanitárias foram fundamentais para a expansão da área urbana em sua parte insular. Antes, o porto de Santos era chamado Porto Maldito, pois, com inúmeros córregos entrecortando suas terras, mais as marés cheias, a cidade estava em meio a um pântano infestado de doenças como a febre amarela, que chegou a dizimar cerca de 6.400 pessoas (metade da população da época), entre 1880 e 1890. Então, o sanitarista Saturnino de Brito executou, a duras penas, uma obra eficaz e definitiva no saneamento da cidade, implantando um projeto inovador que consistia numa grande teia de execuções que originou os canais de Santos e a Ponte Pênsil, em São Vicente. Hoje, além de absorver as aguas das marés altas, os canais se transformaram em ponto de referência para os moradores, que por eles se orientam em seus deslocamentos, e marcos para os atletas que calculam a distância percorrida entre eles.

de de Santos encontramos dois exemplares da arquitetura moderna orgânica, nos edifícios Parque Verde Mar e Enseada, nas avenidas Vicente de Carvalho, 6 e Bartolomeu de Gusmão, 180, respectivamente. Esse estilo, com curvas, rampas e jardins, utiliza cores contrastantes, sem concreto aparente. Já no Guarujá, temos o edifício Sobre as Ondas, marco arquitetônico da cidade, representante das primeiras construções modernas do litoral de São Paulo, na divisa entre as praias de Pitangueiras e Astúrias; em Peruíbe, outro clássico exemplo é o edifício Serra dos Itatins, conhecido como Prédio Redondo, na Avenida São João, 3. Ambos os edifícios trouxeram um novo conceito baseado na utilização total das áreas comuns, agregando espaços de lazer, como salão de jogos, de festas, biblioteca etc., tendência de todos os atuais condomínios.

REPRODUÇÃO

Edifício Serra dos Itatins – Peruíbe


TATYANA ANDRADE

Artesanato

1

O ARTESANATO VEM DESDE OS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO HUMANA, e o primeiro instrumento que o homem utilizou foram suas próprias mãos. No início, fizemos lanças e pontas das lanças, depois pratos, panelas, cumbucas, e por aí afora... Explorando novas matérias-primas, descobrimos o barro, o ferro, a pedra, o couro, a palha. Produzindo de utensílios de caça a vestimentas, o artesão sempre foi um dos mais respeitados membros de uma comunidade, pois, com suas mãos, alavancava o desenvolvimento social. Quando visitamos os artesãos das cidades do litoral paulista, entendemos bem a utilização dos recursos naturais em suas obras. Muita diversidade e criatividade ocupam a mente do artista que, entre cores e formas, compõe novas maneiras de visualizar e utilizar aquilo que era apenas um elemento primário. Veja a seguir algumas matérias-primas peculiares do artesanato caiçara: 54 Cidade&Cultura

1 – CAXETA – Conhecida também por pau-de-tamanco, tabebuia-do-brejo, paude-viola, caixeta, entre outros nomes, a caxeta é uma árvore nativa do litoral brasileiro.

Seu

tronco,

maleável

e

moldável, é utilizado no artesanato para fazer lindas miniaturas dos variados tipos de embarcação utilizados pelos caiçaras, como baleeiros, catamarãs e

canoas.

Ao

longo

das

rodovias

que acompanham o litoral paulista, encontramos muitas famílias fazendo esse trabalho há gerações, com grande participação na maioria das feiras de artesanato.


DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

2

3

TATYANA ANDRADE

2 – PALHA – Como sempre, a utilização de matériasprimas do ambiente natural de uma localidade faz parte dos trabalhos artesanais, seja criando objetos ornamentais, seja utilitários e de uso cotidiano, como é o caso da palha. A palha pode ser obtida por meio da secagem de variadas fibras. Na região, predominam as da taboa e da bananeira. Os índios, precursores do artesanato, aprenderam com a própria natureza. A taboa é uma planta facilmente encontrada nos mangues do litoral paulista, e a bananeira está presente em toda a faixa litorânea do sul do Estado. 3 – BARRO – Matéria-prima primordial, foi a primeira a ser utilizada pela civilização humana. Entre as inúmeras possibilidades

de

criação

de

peças

artesanais,

uma em destaque são as panelas de barro de São Sebastião, nas quais é adotada a técnica indígena do acordelamento, ensinada por Adélia Barsotti da Ressurreição, a maior mestra na arte da confecção de

4

panelas de barro da região. 4 – NAVIOS ENGARRAFADOS – É com grande espanto que

DIVULGAÇÃO

observamos navios de vários modelos miniaturizados, dentro de garrafas! Como é possível? Esse trabalho, na realidade, é a arte da mais pura paciência, da riqueza de detalhes e da exatidão das mãos. Não é em todos os lugares que o encontramos, mas em Ilhabela, na Casa do Artesão, os trabalhos de Luís Alberto Suñiga encantam e fascinam a todos com suas varias embarcações guardadas em lindas garrafas. 5 – MACELA – Conhecida como camomila-nacional, a macela, planta nativa da região, está fazendo sucesso nas mãos das artesãs do Projeto Viva a Vida que aproveitam as flores desta planta para confeccionar travesseiros, cujo aroma acalma os mais nervosos, além de lindos buquês. A produção dobra a cada ano e já possuem clientes até no exterior. Onde: Instituto Renata Miguel - Viva a Vida – Ruas Batatais, 520 –

5

Ilha Comprida.

Litoral Paulista 55


ELIAS GOMES - EXPRESSÃO STUDIO

Artes

A arte preservando

a memória

AS CIDADES DO LITORAL PAULISTA SEMPRE REVELARAM MUITOS ARTISTAS de todas as vertentes. São inúmeros nomes de grande monta no cenário nacional, não havendo espaço aqui para falarmos de todos. Mas dois elementos em especial nos chamam a atenção: as manifestações artísticas contando ou retratando a história real da região, e a enorme quantidade de artistas expondo suas obras a céu aberto.

56 Cidade&Cultura

ENCENAÇÃO DA FUNDAÇÃO DA VILA DE SÃO VICENTE Anualmente, mais de 1.300 atores se reúnem para encenar um dos atos mais importantes da história brasileira: a fundação da Vila de São Vicente, em 1532, data em que o Brasil passa a ser oficialmente colonizado. O teatro é a praia, lugar de desembarque de Martim Afonso de Souza, cujo ator chega numa réplica da caravela Espírito Santo. Vários nomes históricos fazem parte da trama, como João Ramalho, o Cacique Tibiriçá e a índia Bartira. Para os papéis principais são convidados atores renomados. O cenário dispensa comentários e a parte técnica é muito bem produzida. A primeira apresentação ocorreu em 1982, timidamente, como uma homenagem ao aniversário da cidade, no dia 22 de janeiro. Hoje, cerca de 60 mil pessoas de várias partes do Brasil vêm assistir a este espetáculo que se tornou o maior evento teatral realizado em areia de praia do mundo, segundo o Livro dos Recordes.


Óleo sobre madeira: Banca de Peixe e Mercado das Canoas – 1887

Óleo sobre tela: Igreja do Carmo

Benedito Calixto Um dos mais populares e talentosos pintores brasileiros do final do século XIX e início do século XX tem obras espalhadas por todo o Brasil. Seus quadros retratam as cidades, as pessoas, o cotidiano de sua época. Calixto foi carinhosamente chamado de “pintor dos caiçaras” porque graças à sua arte é que hoje temos preservadas em suas telas muitas imagens que mostram como eram os lugares e as paisagens urbanas antes das construções modernas. Ele nasceu em Itanhaém, em 1853; aos 16 anos, mudou-se para Santos onde foi trabalhar como pintor

de paredes. A oportunidade de mostrar sua vocação apareceu quando, junto com seu irmão, fez em Brotas um trabalho interno de preservação de uma igreja. A partir daí, seu talento foi reconhecido e nunca mais parou de pintar telas. Depois de uma estada na Europa, voltou para o Brasil com uma máquina fotográfica na bagagem. Uma de suas técnicas consistia em fotografar os ambientes e então reproduzi-los em tela. Na maioria das cidades do litoral paulista, podemos ver seus trabalhos em muitos lugares. Em Santos, além da Pinacoteca Benedito Calixto,

Benedito Calixto de Jesus

que abriga seu acervo pessoal, e de muitas salas com suas obras, podemos ver seus trabalhos no Teatro Guarany e no teto da Sala de Pregões da Bolsa do Café, com o fantástico vitral “A epopeia dos bandeirantes”, representando os três grandes períodos do desenvolvimento do Brasil que, segundo Calixto, são “A Penetração e a Conquista do Sertão pelos Bandeirantes”, “A Lavoura e a Abundância” e “A Indústria e o Comércio”. Em sua terra natal, Itanhaém, também foi inaugurada uma pinacoteca em sua homenagem, na Avenida Washington Luiz, 75. Circuito das Frutas 57


FOTOS: MARCIO MASULINO

Artes

Esculturas de Gilmar Pinna, na Praça da Paz, praia do Boqueirão – Praia Grande

Ilhabela

58 Cidade&Cultura

TATYANA ANDRADE

A ARTE DEVE SER MOTIVO DE INSPIRAÇÃO, causar emoções, despertar algo em nossa mente. Quando vamos a uma galeria ou a um museu, já estamos predispostos a encontrar obras que, de algum modo, nos causarão impressões. Porém, quando estamos simplesmente caminhando pela rua e deparamos com manifestações artísticas, a surpresa e o encantamento são maravilhosos, pois a paisagem estática transformada pela arte muda nossa percepção e nosso estado de humor. GILMAR PINNA Entre sereias, guerreiros medievais e peixes gigantes, Gilmar Pinna revela um talento particular de “ousadia e força interior”, segundo o crítico de arte Luiz Ernesto Kawall. Desde os 10 anos de idade, quando iniciou sua produção de arte, Pinna usa a areia como matéria-prima. Natural de Ilhabela, conquistou o mundo com suas peças e possui obras espalhadas pela Europa, a exemplo de Santander, na Espanha, onde está seu “D. Quixote e Rocinante”. Na Praça da Paz na praia do Boqueirão, em Praia Grande, confeccionou sete esculturas em aço inox, com dez metros de altura, representando pessoas que são símbolos de amor e compaixão pelo próximo, como Jesus Cristo, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, entre outros. Em Ilhabela, instalou o Cristo Crucificado, que está na frente da Igreja Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso. Esta obra é uma das mais ricas em detalhes que o escultor já produziu.


DIVULGAÇÃO

Padre Anchieta, de Ronaldo Lopes

Escultura em areia

A escultura em areia sempre foi muito difundida nas praias do litoral paulista. Aqui, brincar na areia é como jogar bola: barato e democrático. Quem nunca se arriscou a fazer um castelinho, uma tartaruga, tortinhas? Mas há quem faça disso seu motivo de vida, colocando todo o seu talento e dedicação a serviço desse objeto tão frágil e momentâneo que o vento ou a água levarão. Essa arte do instante está eternizada em alguns lugares, como o “Monumento Mulheres de Areia” na praia dos Sonhos, em Itanhaém, uma homenagem à famosa novela de Ivani Ribeiro (Vicentina), de 1973, retratando um dos seus personagens principais, o escultor de areia Tonho da Lua. Essas esculturas eram feitas pelo ator e escultor Serafim Gonzalez. Atualmente, Ronaldo Lopes é um dos maiores escultores de areia do litoral paulista e suas obras podem ser apreciadas na cidade de Itanhaém.

Nada como passear pelas calçadas e deparar com uma infinidade de quadros expostos, com os próprios artistas ao lado descrevendo os trabalhos, explicando as técnicas, demonstrando o amor dedicado a cada peça exposta. Como cidades que recebem muitos turistas o ano inteiro, essas praças artísticas são muito comuns nas localidades do litoral paulista. É o caso da Avenida Ana Costa, em Santos, próximo à praia, onde todos os finais de semana encontramos muitas telas com técnicas variadas.

ALF RIBEIRO

Monumento Mulheres de Areia – Itanhaém

Pintores de rua

Litoral Paulista 59


Fotografia

Biguatinga

Araquém

60 Cidade&Cultura

tação. Araquém percebe a importância da fotografia na conscientização dos brasileiros para a preservação do meio ambiente. Anos depois, fotografando para a sucursal d’ O Estado de São Paulo, na cidade de Santos, ainda com o país sob o regime militar, Araquém toma conhecimenTHIAGO ANDRADE

EM MEIO À SEMANA DE LANÇAMENTO DE SEU NOVO LIVRO, Jaguaretê: um livro em homenagem à onça-pintada, recebemos Araquém Alcântara, o precursor da fotografia de natureza em nosso país e militante de um dos movimentos mais importantes da causa, para conversarmos sobre a importância da preservação da Mata Atlântica no litoral paulista. Com certeza, esse fotógrafo de expressão internacional é um dos responsáveis por encontrarmos, ainda hoje, resquícios da mata preservada e não depararmos com as usinas nucleares, planejadas para serem construídas em Iguape. Na década de 1980, como fotojornalista, Araquém foi cobrir uma matéria em Cubatão. Naquele tempo, a poluição urbana estava sufocando a Serra do Mar e acabando com a fauna e a flora da mata. “Nessa época, eu estava cantando a minha aldeia e o perigo da Serra do Mar desabar sobre Cubatão era iminente.” Suas imagens e sua coragem fizeram com que o país atentasse para a grave situação humana e ecológica que o município atravessava. Começava ali uma história de arte, beleza e contes-


Santos, cidade onde cresceu e se tornou fotógrafo

FOTOS: ARAQUÉM ALCÂNTARA

A onça pintada, inspiração para seu novo livro.

to das intenções do presidente Figueiredo de construir duas usinas nucleares em Iguape. A região era pouco habitada e com praias desertas, o que, para o governo da época, reunia as melhores condições para a empreitada. “Eu precisava fazer algo. Conversei com meu pai sobre a importância de denunciarmos e, ao mesmo tempo, informarmos a população sobre o que estava acontecendo ali. Nasceu a ideia da imagem que representou a causa e ficou conhecida no mundo todo – O velho Queco –, a imagem de meu pai com os cabelos soltos, representando o pescador, o caiçara, segurando um quadro com as ossadas das vítimas de Hiroshima. O dia estava nublado, o vento forte, e instiguei meu pai a expressar na imagem: ‘Nós sabemos o que está para acontecer aqui e as consequências disso’. Lembro que ele ficou abalado, aquela energia tomou conta dele, e logo após a foto ele ofereceu o quadro para as sete ondas no mar. Voltou-se para

mim e disse: ‘Não se preocupe meu filho; aqui não construirão nada’”. O mais incrível dessa história, que faz parte da primeira grande vitória de uma causa ecológica no país, foi os restos desse quadro terem sido encontrados e guardados por um caiçara que, anos mais tarde, se tornou um dos grandes “mestres da mata” de Araquém: Artur Lino. Araquém seguiu seu caminho, unindo os ecossistemas de todo o Brasil. Fotografou durante mais de vinte anos os parques ecológicos espalhados pelo país e os divulgou em seu trabalho Terra Brasil, referência de sucesso editorial no Brasil. Com quase cinquenta anos de carreira, mais de cinquenta livros editados e centenas de exposições, pergunto a ele quando retornará à região do lagamar, assim como fazem os golfinhos anualmente, para conceber um novo filhote. Um segundo livro, como Mar de dentro, lançado com estrondoso sucesso

O velho Queco – símbolo do movimento que colaborou para a preservação da Juréia e região.

na década de 1990. “Tenho um carinho imenso pela região. A Mata Atlântica sempre me fascinou; tenho muitos amigos lá, e a beleza e a importância desse berçário me fascinam. Preocupam-me a sua preservação e os cuidados que a população local deve ter com o crescimento do turismo. Que ele seja pensado, sustentável, e beneficie a todos. Já estou planejando algo e, se o Cidade&Cultura quiser unir forças comigo, estou sempre aberto para ideias e iniciativas em prol do meio em que vivemos.” Para assistir à entrevista completa, acesse o portal: cidadeecultura.com Litoral Paulista 61


Meio Ambiente

Diversidade


MARCIO MASULINO

Lagamar – Cananéia

O PAREDÃO FORMADO PELA SERRA DO MAR foi o grande obstáculo para colonizar e explorar o interior do Estado de São Paulo. Uma vez conquistado, porém, a ocupação, apesar da topografia desafiadora, deu espaço para fazendas de cana-de-açúcar, e outras culturas foram paulatinamente devastando a mata. Séculos depois, os grandes empreendimentos imobiliários e a favelização prosseguiram com a destruição das áreas verdes. Mais recentemente, a sociedade civil e o poder público entenderam que é fundamental recuperar as florestas e, nesse intuito, foram criadas áreas de preservação ambiental. O resultado positivo dessa conscientização foi significativo, pois agora grande parte das cidades do litoral paulista possui até 85% de seu território em áreas protegidas.

preservada


MIGUEL NEMA NETO

Meio Ambiente

Rio Santo Antônio, no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba

PESM – rio Itaguaré – Bertioga

FOTOS: MARCIO MASULINO

Serra do Mar

Ilha do Cardoso – Cananéia

Com extensão de cerca de 1.500 quilômetros, a Serra do Mar vai do Estado do Rio de Janeiro até Santa Catarina e, por seu valor natural, é considerado Patrimônio Nacional. No litoral paulista, ela avança até as áreas costeiras nas cidades de Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião, tornando a região entrecortada por promontórios. Mais ao sul, entre as praias e a serra, a partir de Praia Grande são formadas planícies.

ROBERTO TORRUBIA

Parque Estadual da Serra do Mar – PESM

64 Cidade&Cultura

Seus 332 mil hectares de área protegida, abrangendo 25 municípios paulistas, são o maior corredor protegido da Mata Atlântica. Dentro do PESM, estão resguardadas a fauna e a flora nativas, comunidades tradicionais e mananciais. Para melhor gerenciamento e fiscalização, o Parque foi divido em núcleos


Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba

administrativos: Bertioga, Caraguatatuba, Cunha, Curucutu, Itariru, Itutinga Pilões, Padre Dória, Picinguaba, Santa Virgínia e São Sebastião. Falaremos dos núcleos que envolvem as cidades do litoral paulista. NÚCLEO PICINGUABA Criado em 1979, possui 47.500 hectares e abrange 80% do território de Ubatuba. Está localizado na Região Hidrográfica da Vertente Litorânea e protege as

praias Brava da Almada, Fazenda, Picinguaba, Cambury e Brava do Cambury, assim como as comunidades tradicionais quilombola e caiçaras da Vila Picinguaba, do Cambury, do Sertão da Fazenda e do Sertão de Ubatumirim. Contato: (12) 3832-1397 – Ubatuba.

Serra do Mar. Possui 35.947 hectares. Abrange os municípios de Caraguatatuba, Natividade e Paraibuna. O nome dado a esse núcleo refere-se à bromélia caraguatá que, em tupi, significa “planta espinhosa” e tuba que significa “muito”. Contato: (12) 3882-5999 – Caraguatatuba.

NÚCLEO CARAGUATATUBA Em 1956, essa área já era uma Reserva e, em 1977, o Núcleo foi incorporado ao Parque Estadual da

NÚCLEO SÃO SEBASTIÃO Criado em 1998, possui 26.268 hectares e abrange a cidade de São Sebastião. Preserva os

CUNHA BERTIOGA

CURUCUTU

Bertioga

São Paulo

ITARIRÚ Pedro de Toledo

SANTA VIRGINIA PADRE DÓRIA

SÃO SEBASTIÃO São Sebastião

São Luiz do Paraitinga

Salesópolis

ITUTINGA-PILÕES Cubatão

Cunha

CARAGUATATUBA Caraguatatuba

PICINGUABA Ubatuba

Litoral Paulista 65


SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE CUBATÃO

Meio Ambiente

Parque Estadual Serra do Mar – Cubatão Parque Estadual de Lagamar – Cananéia

FOTOS: MARCIO MASULINO

costões rochosos e as penínsulas entre as praias de Maresias, Paúba, Santiago, Toque-Toque Grande e Toque-Toque Pequeno. Contato: (12) 3863-1707 – São Sebastião.

Cachoeira do Paraíso, no Parque de Juréia-Itatins – Peruíbe

PARQUE ESTADUAL RESTINGA DA BERTIOGA – PERB Criado em 2010, desmembrado do Núcleo Itutinga Pilões, ocupa 30 mil hectares e abrange as cidades de Bertioga e Biritiba Mirim. É um dos trechos mais preservados da Mata Atlântica, com dunas, as praias de Guaratuba e Itaguaré, rios, florestas e mangues. Contato: (13) 3317-2094 – Bertioga. CAMINHOS DO MAR A Estrada Velha de Santos, hoje intitulada Caminho do Mar, que liga Cubatão a São Paulo, abriga o acervo histórico-cultural Calçada do Lorena e mais oito monumentos, todos tombados pelo Condephaat. A área foi declarada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco. Contato: (11) 2997-5000 – São Bernardo do Campo. ITARIRU Criado em 1977, abrange os municípios de Itariri, Juquitiba, Peruíbe, Miracatu e Pedro de Toledo. Em tupi, Itariru significa “pedra preciosa”. Contato: (13) 3419-7292 – Pedro de Toledo.


Dunas de Araçá – Ilha Comprida

ITUTINGA PILÕES Criado em 1977, com 43,8 hectares de extensão, abrange os municípios de Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, São Bernardo do Campo, Santo André, São Paulo e Mogi das Cruzes. Itutinga, em tupi, significa “portal de água branca rumorejante”, dada a quantidade de cachoeiras existentes. Contato: (13) 3361-8250 – Cubatão.

Parque Estadual de Ilhabela Localizado no Arquipélago de São Sebastião, possui 12 ilhas, sendo uma delas Ilhabela. O Parque Estadual protege 80% de seu território. Abriga espécies endêmicas, como o rato cururuá, o teiú de Ilhabela, o teiú de Búzios, o caramujo de Búzios, a perereca-de-alcatraz, entre outras espécies. Contato: (12) 3896-2585 – Ilhabela.

Parque Estadual do Lagamar de Cananéia Com cerca de 40 mil hectares, o lagamar abrange as cidades de Cananéia e Jacupiranga. Abriga o mico-leão-de-cara-preta, espécie que está correndo sério risco de extinção. Essa região é considerada um dos maiores criadouros de espécies marinhas do Atlântico Sul.

Dunas de araçá Localizadas em Ilha Comprida, estão totalmente preservadas; exibem vegetação de restinga e fornecem um local de descanso para as aves migratórias. Essas montanhas de areia estão em constante movimento.

Estações Ecológicas ESTAÇÃO ECOLÓGICA DOS TUPINIQUINS – (13) 3427-2924 – Itanhaém. ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE JUREIA ITATINS – (13) 3457-9243 – Peruíbe.

Parques Marinhos LAJE DE SANTOS – SANTOS – (11) 3313-3000 – São Paulo. ILHA ANCHIETA – UBATUBA – (11) 2997-5000 – São Paulo.

Ecossistemas Os vários ecossistemas existentes na costa do Estado de São Paulo devem ser preservados diante da importância de sua função primordial para a continuidade de espécies terrestres e marinhas. MANGUE Berço da vida marinha, local de desova de vários peixes, com vegetação de raízes aéreas, é um rico depósito de material orgânico, e por isso sentimos seu cheiro forte. Proteger o mangue é uma medida fundamental para manter o equilíbrio da vida dos oceanos. Em suas margens lamacentas encontramos caranguejos e siris. RESTINGA Vegetação que se forma em solos arenosos na planície costeira, como a floresta de jundu. Sua fauna variada chama a atenção de aves migratórias. O caranguejo maria-farinha é um dos mais conhecidos pelas aves, assim como as tartarugas marinhas. Litoral Paulista 67


Meio Ambiente

Jaguatirica

RICARDO MARTINS

Caxinguelê

Macaco-prego

Tatu-canastra

TATYANA ANDRADE

Veado

68 Cidade&Cultura

SHUTTERSTOCK - VITOR MARIGO

UMA DAS MAIS FASCINANTES SENSAÇÕES que podemos ter ao caminhar pela mata ou mergulhar no mar é avistarmos algum animal silvestre. Eles despertam nossa curiosidade e ficamos atônitos, às vezes com medo, dependendo de que animal estamos vendo, mas ao mesmo tempo o sentimento que ele nos desperta é de segurança, pois entendemos que, se aquele animal está ali, é porque há condições para sua sobrevivência, e essa situação é cúmplice da nossa própria existência. Nas muitas áreas preservadas das cidades do litoral paulista, temos uma ampla diversidade

RICARDO MARTINS

TATYANA ANDRADE

FAUNA


Projeto Tamar em Ubatuba Um destaque entre as iniciativas de conscientização bem-sucedidas é o Projeto Tamar que, desde 1980, vem pesquisando e contribuindo de forma significativa, em todo o litoral brasileiro, para a preservação das tartarugas marinhas. Esse projeto foi uma iniciativa de um grupo de estudantes da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Rio Grande.

TATYANA ANDRADE

A meiofauna é o grupo de animais que ficam enterrados nos ecossistemas aquáticos. Quando estamos pisando na areia da praia e afundamos os pés, estamos invadindo seu habitat. Esses animais microscópicos (medem menos de 1 mm) se alimentam de restos de outros animais e plantas aquáticas. A meiofauna é indicada como boa ferramenta nos estudos de qualidade ambiental. Quanto à fauna terrestre, entre as 1.361 espécies terrestres que encontramos estão: onça-parda, muriqui, bugio, jaguatirica, anta, paca, guaxinim, lontra, tucano, araponga, jacu-açu, e cobras coral, cascavel, jararaca e jararaca ilhoa. Uma atenção especial para espécies que correm alto risco de extinção: o bicho-preguiça (que abundava nas cidades litorâneas), o macaco-prego e a anta (tapir). Já a fauna marinha é outro espetáculo. Vários cardumes de tainha, robalo, anchova, cação, sargento, linguado, namorado, garoupa, pescada, pargo, sardinha, entre outros são comuns na costa paulista. A visita de baleias jubarte, golfinhos-bico-de-garrafa, pinguins e tartarugas marinhas completam um cenário natural de beleza ímpar. Por isso, a importância da época do defeso, que faz seu papel na preservação das espécies marinhas, conservando-as para que esse espetáculo nunca acabe.

TATYANA ANDRADE

de espécies que nos deslumbram com sua presença. Os visitantes devem ser cada vez mais conscientizados da importância da preservação dos habitats, em terra ou mar, entendendo que ali nós somos os convidados; é preciso cultivar a boa educação de nunca deixar lixo por onde passarmos, o que lamentavelmente ainda é muito comum, além de eliminar de vez o absurdo da caça predatória.

Litoral Paulista 69


Meio Ambiente

EM CADA ÁRVORE DE VERDE INTENSO, pontos coloridos e muitas vezes ruidosos se destacam por sua beleza. São os pássaros, que abundam na Mata Atlântica e oferecem um verdadeiro espetáculo de sons e cores. Podemos observá-los em todas as áreas preserva-

JOÃO QUENTAL

PÁSSAROS das das cidades do litoral paulista. O destaque da região é o guará, que vive nos mangues e se sobressai com sua cor escarlate e seu tamanho. Nas areias das praias, nas primeiras horas da manhã e nos finais de tarde, avistamos também gaivotas, graças e atobás.

Anambezinho

ROBERTO TORRUBIA

JOÃO QUENTAL

Arapaçu-de-bico-torto

Guará-vermelho

70 Cidade&Cultura


JOÃO QUENTAL

ROBERTO TORRUBIA

JOÃO QUENTAL

Saíra-sete-cores

ROBERTO TORRUBIA

Matracão

Tangarazinho

ROBERTO TORRUBIA

Araponga

Garça-branca

Litoral Paulista 71


FLORA ABAIXO DOS JEQUITIBÁS, jatobás, canelas, cedros, manacás-da-serra, guanandis, guapuruvus, palmeiras, temos um solo rico em nutrientes devido à grande quantidade de folhas, restos de animais e troncos de árvores caídos que lentamente se transformam em material orgânico de excelente qualidade. Não podemos esquecer que, na Serra do Mar, o solo é uma fina camada desses materiais orgânicos; dada a grande quantidade de chuva, esse é um solo instável. É comum, nas trilhas, pisarmos em montanhas de folhas caídas e avistarmos muitos cogumelos, que são decompositores das matas. Nos troncos e galhos, em formas e cores quase infinitas, temos as orquídeas típicas locais assim como as bromé-

TATYANA ANDRADE

Helicônia

TATYANA ANDRADE

Meio Ambiente

Bromélia

72 Cidade&Cultura


TATYANA ANDRADE

Decompositores

MARCIO MASULINO

MARCIO MASULINO

Maricá - também conhecida como íris-da-praia

MARCIO MASULINO

Decompositores

Mulungu

MARCIO MASULINO

Bromélia

lias, que acumulam água da chuva e onde os animais bebem. Muito comum e perigoso é o capim-navalha que corta os braços dos menos avisados. As flores também dão um show à parte, como a delicada maria-sem-vergonha e a vistosa helicônia. São mais de 1.200 tipos de plantas catalogadas ao longo da costa do litoral paulista, e é impossível descrever todas. Então a sugestão é sair do lugar-comum e, com um guia especializado, conhecer esse magnífico mundo que está ao alcance de todos. Litoral Paulista 73


Meio Ambiente

CACHOEIRAS

Cachoeira da Escada – Ubatuba

TATYANA ANDRADE

Cachoeira Rio das Minas – Cananéia

MARCIO MASULINO

QUEM NÃO FICA REVIGORADO APÓS UM BOM BANHO DE CACHOEIRA? Essas quedas d’água proporcionam outro atrativo nas cidades do litoral paulista. Aqui, podemos ver cachoeiras de vários tamanhos e formatos. Só em Ilhabela foram descobertas mais de trezentas. A Serra do Mar, por seu alto índice pluviométrico, favorece muito o surgimento dessas maravilhas.


e natureza preservada

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visiteilhacomprida.com.br

KM 360/WF

O que te move em 74 km de praias, dunas


Praias

Litoral de inďŹ nitas belezas

76 Cidade&Cultura


MARCIO MASULINO

Praia da Fazenda – Ubatuba

Litoral Paulista 77


Praias

Ubatuba Ao todo, são 92 praias distribuídas ao longo de 100 km de costa, recortada por promontórios que dividem espaço com a mata, a areia e o mar. Ubatuba tem o privilégio de possuir muitas praias intocadas, demonstrando toda a exuberância da natureza.

BERA PALHOTO

ALGUMAS DELAS: Almada, Camburi, do Félix, Dura, Enseada, Fazenda, Itamambuca, Maranduba, Perequê-Açú, Prumirim e Vermelha do Norte.

XXXXXXXXXXXXXX

Praia de Itamambuca – Ubatuba

Praia Vermelha do Norte – Ubatuba


TATYANA ANDRADE

Praia Brava da Almada, em Ubatuba

Tabatinga – Caraguatatuba

Coconha – Caraguatatuba

FOTOS: MARCIO MASULINO

Caraguatatuba Carinhosamente chamada de Caraguá, suas praias começaram a atrair muitos turistas após a construção da Rodovia Tamoios, que facilitou o acesso à cidade. Suas praias, lindas são muito frequentadas, principalmente no verão. SÃO ELAS: Brava, Camaroeiro, Capricórnio, Cocanha, Flecheiras, Garcez, Indaiá, Martin de Sá, Massaguaçu, Mococa, Prainha e Tabatinga.

Litoral Paulista 79


FOTOS: MARCIO MASULINO

Praias

Juquehy – São Sebastião

São Sebastião As praias de São Sebastião começaram ser frequentadas na década de 1980, um pouco antes da construção da Rodovia Rio-Santos. Depois, de suas 33 praias, algumas se tornaram pontos requisitados de encontro da juventude paulistana, como é o caso de Maresias, antes frequentada apenas por surfistas. ALGUMAS DELAS: Baleia, Barra do Sahy, Barra do Una, Boiçucanga, Camburizinho, Juquehy, Jureia do Norte, Maresias, Paúba, Toque-Toque Grande e Toque-Toque Pequeno.

Ilhabela Em seus 360° encontramos praias lindíssimas, algumas totalmente isoladas, outras com comunidades caiçaras e, sem exceção, todas de tirar o fôlego. Para os que gostam de aventura, vale a ida a pé até a praia do Bonete pela parte sul da Ilha.

Maresias – São Sebastião

80 Cidade&Cultura

ALGUMAS DELAS: Bonete, Castelhanos, da Armação, da Figueira, do Curral, do Gato, Indaiaúba, do Veloso, do Viana, Feiticeira, Jabaquarae e Saco da Capela.


MÁRCIO BORTOLUSSO

FERNANDA LUPO

Castelhanos – Ilhabela

Indaiaúba – Ilhabela

Praia do Curral – Ilhabela


Praias Riviera de São Lourenço – Bertioga

UCHA ARATANGY

Praia de Boracéia

Bertioga Apesar de seus 33 km de costa não serem tão recortados, a coloração da areia e do mar forma um lindo cenário natural, onde podemos ainda ver a restinga bem preservada, como no caso da praia do Itaguaré.

MARCOS PERTINHES

ALGUMAS DELAS: Boraceia, Enseada, Guaratuba, Indaiá e São Lourenço.

82 Cidade&Cultura


FOTOS: MARCIO MASULINO

THABATA DE ANDRADE

Praia das Conchas

Cantão do Indaiá – Bertioga Praia de Pernambuco – Guarujá

Guarujá

Praia do Guaiúba – Guarujá

Neste que foi um dos primeiros pontos turísticos do Estado, os magnatas das famílias tradicionais da cidade de São Paulo construíram suas mansões. Guarujá sempre foi símbolo de status e não à toa, pois suas mais de 25 praias em topografia recortada são lindas. Destaque para a praia do Tombo que, seguidamente, tem recebido o Selo de Praia Azul, indicando sua excelente balneabilidade e acessibilidade. ALGUMAS DELAS: Astúrias, Branca, do Tombo, Éden, Enseada, Góes, Guaiúba, Iporanga, Pernambuco, Pinheiro/Taguaíba, Preta e São Pedro. Litoral Paulista 83


Praias

Santos Muita gente não sabe, mas a parte urbanizada da cidade de Santos está em uma ilha, onde as praias são voltadas para o oceano. Dizemos “praias”, mas na realidade é uma única faixa de areia contínua que recebe diferentes nomes, de acordo com os bairros. SÃO ELAS: José Menino, Pompeia, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida e Ponta da Praia.

São Vicente

Orla de Santos

DIVULGAÇÃO

SÃO ELAS: Gonzaguinha, Itaquitanduva, Itararé, Milionários e Paranapuã.

ALEXANDRE ANDREAZZI

São Vicente está na mesma ilha que Santos e também é na parte insular que habita a maioria da população. Essa parte da ilha, por ser mais acidentada, possui mais praias recortadas.

Praia do Gonzaguinha – São Vicente

84 Cidade&Cultura



Boqueirão – Praia Grande

Plataforma de pesca – Mongaguá

Praia Grande Como o nome sugere, Praia Grande possui uma faixa de 22 quilômetros contínuos de extensão, divididos em nomes correspondentes aos bairros. É uma das cidades do litoral paulista que mais recebe turistas: cerca de 1,5 milhão na alta temporada. SÃO ELAS: Aviação, Boqueirão, Caiçara, Canto do Forte, Flórida, Guilhermina, Itaipu, Maracanã, Mirim, Ocian, Real, Solemar e Tupi.

Mongaguá Continuando a mesma faixa de areia de Praia Grande, são mais 11 quilômetros em Mongaguá. Suas praias também recebem o nome dos respectivos bairros. MARCIO MASULINO

EDMILSON LELO

Praias

86 Cidade&Cultura

SÃO ELAS: Agenor Campos, Balneário América, Centro, Flórida Mirim, Grande, São Paulo e Vera Cruz.


Praia da Saudade – Itanhaém

FOTOS: MARCIO MASULINO

LUCIANO NETO

Barra do Una – Peruíbe

Orla de Peruíbe

Itanhaém Recortadas, palco de novelas e muito frequentadas, algumas praias guardam surpresas para os visitantes, como a das Conchas, onde é quase impossível caminhar de tantas conchinhas em suas areias. SÃO ELAS: Cibratel, Conchas, Gaivota, Pescadores, Praião, Saudade, Sonhos, Suarão e Tombo. Conchas – Itanhaém

Peruíbe Aqui, as praias são entrecortadas por promontórios em seus quase 22 quilômetros de costa. Muitas delas são selvagens, como a Deserta. Lindas paisagens, com muitos rios quebrando as faixas de areia. SÃO ELAS: Arpoador, Brava, Caramborê, Deserta, Central, Costão (Canto), Guaraú, Guarauzinho, Índio, Juquiá, JureiaItatins, Paranapoã, Prainha e Una.


Praias

Iguape

Ilha Comprida

Apesar de estar localizada na costa do litoral do Estado de São Paulo, Iguape tem suas margens, em grande parte, voltadas ao canal que separa a cidade de Ilha Comprida. Porém, as que existem são paradisíacas e, em sua maioria, desertas.

Com 74 km de comprimento por cerca de 4 km de largura, Ilha Comprida é um dos charmes da natureza. Suas praias são pouco exploradas, mas algumas reúnem muitos turistas. SÃO ELAS: Boqueirão do Norte, Boqueirão do Sul, Castelo, do Leste, Encanto, Juruvaúva, Pedrinhas, Ponta da Trincheira e Viareggio.

Praia da Juréia, em Iguape

Orla da Ilha Comprida

MARCIO MASULINO

SÉRGIO PRADO

SÃO ELAS: de Icapara, do Leste/Encontro, do Rio Verde, do Ribeira, Itacolomy e Jureia.

SÉRGIO PRADO

Barra da Juréia, em Iguape

88 Cidade&Cultura


Voo do Talhamar na ilha do Cardoso – Cananéia

Juruvaúva – Ilha Comprida

ROBERTO TORRUBIA

ROBERTO TORRUBIA

ROBERTO TORRUBIA

Ilha do Cardoso - Cananéia

Cananéia Um excelente lugar para explorar praias intactas e desertas. São lindas, grandes e pequenas. Muitas com lendas e outras com comunidades caiçaras. SÃO ELAS: Camburiú, Fole Grande, Fole Pequeno, Itacuruçá, Itapema, Kayan, Laje, Marujá, Morretinho, Prainha e Pereirinha. Litoral Paulista 89


MÁRCIO BORTOLUSSO

Esportes

Em sincronia com a natureza

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NÃO HÁ CENÁRIO MAIS COMPLETO PARA A PRÁTICA DE ESPORTES ao ar livre do que as cidades do litoral paulista porque foram abençoadas com as matas, as serras, os costões rochosos, os rios, as cachoeiras, a planície, a areia da praia, o mar. Ou seja, uma região que agrada a todos os esportistas radicais e até aos que simplesmente gostam apenas de jogar futebol na praia. Completo!

90 Cidade&Cultura

Trilhas Nada como acordar cedinho, caminhar à beira-mar e ver os primeiros raios solares nos iluminando; uma trilha certa, sem sobressaltos, energizadora. Mas, para os que gostam de aventuras e conhecer mais a fundo as matas e seus tesouros naturais, aqui temos uma infinidade de trilhas demarcadas, com atrativos inusitados. Porém, há de se entender que é fundamental o acompanhamento de guias ou pessoas, no grupo, especializadas nessa atividade porque é muito fácil, em uma floresta

de mata atlântica, nos perdermos por conta de ser uma mata fechada, com poucos pontos de orientação. Mesmo que encontremos muitos córregos e nascentes, é fundamental termos à mão água armazenada em garrafas ou cantis, não esquecendo que esses mananciais são habitats de várias espécies de animais; logo, essas águas, apesar de límpidas, não são próprias para o consumo humano. Um GPS seria muito bom, dependendo da trilha que escolher. E nunca, nunca deixe lixo nos locais. Algumas trilhas:


MÁRCIO BORTOLUSSO

BERTIOGA Trilha Cachoeira dos Borrachudos Atrativos: mirantes, matas, cachoeiras e nascentes. Nível: fácil. Não há necessidade de guias. CANANÉIA Ilha do Cardoso Atrativos: riachos, mangues e Poço das Antas. Nível: fácil. Operadora: guias locais. CARAGUATATUBA Trilha dos Tropeiros Atrativos: mata fechada, fauna e flora. Nível: difícil. Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba: (12) 3882-5999. GUARUJÁ Trilha da Prainha Branca Atrativos: mata atlântica, comunidade caiçara, praia e mata de jundu. Nível: moderado. Não há necessidade de guias. IGUAPE Trilha do Imperador Atrativo: pavimentação de pedras

datada de 1840, resquícios históricos, praias e mangues. Nível: moderado. Operadora: Pisa Trekking – (11) 5052-4085. ILHA COMPRIDA Dunas de Araçá Atrativo: fauna, flora, as dunas e o pôr do sol. Nível: moderado. ITANHAÉM Vale de Rio Branco Atrativos: Lagoa Azul e cachoeira Três Quedas. Nível: moderado. Operadora: AMA Ecoturismo – (13) 3427-1746 – (13) 99718-1872. MONGAGUÁ Cachoeira da Cialta Atrativos: mirante e poços naturais. Nível: moderado. Operadora: guias locais. PRAIA GRANDE – SÃO VICENTE Morro Xixová-Japuí Atrativos: Parque Estadual, praias, antigo curtume, tribo indígena. Nível: difícil. Centro de Visitantes – Sede Japuí: (13) 3567-2190.

HENRIQUE RAMOS

2

3

1 E 3 – ILHABELA Com montanhas que atingem mais de 1.300 metros de altitude, cachoeiras e praias fascinantes, o que não faltam são trilhas de rara beleza. 2 – CUBATAO Parque do Perequê

PERUÍBE Juréia-Itatins Atrativos: corredeiras do Rio Perequê, praia do Caramborê, costão rochoso, Barra do Una, cachoeira do Paraíso e Mirante (600 metros de altura). Nível: difícil. Operadora: AMA Ecoturismo – (13) 3427-1746 – (13) 99718-1872. SANTOS Área ContinentalAtrativos: Cachoeira Cabuçu e área rural. Nível: fácil. Operadora: AMA Ecoturismo – (13) 3427-1746 – (13) 99718-1872. SÃO SEBASTIÃO Trilha do Rio São Francisco Atrativos: mata, fauna e flora. Nível: moderado. Centro de Informação Turística de São Sebastião: (12) 3852-1808. UBATUBA Travessia Cipó-Guaçú Atrativos: cachoeira, rios, usina e fazenda. Nível: somente para experientes. Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Ubatuba: (12) 3832-1397. Litoral Paulista 91


Esportes

DIVULGAÇÃO

Ilha Comprida

CICLOTURISMO Nada como colocar uma pequena bagagem em uma bicicleta e sair pedalando pelas estradas que margeiam o litoral paulista, onde paisagens paradisíacas nos acompanham em todo o trajeto. Ao norte, temos a Rodovia Rio-Santos com suas curvas, subidas e descidas, e praias de todos os tamanhos. Uma dica é ir pelo Guarujá na estrada Guarujá-Bertioga, atravessar a balsa e seguir pela praia até o Sesc. Depois pegar a rodovia até Boraceia. Em Jureia, seguir pelo antigo traçado até Juqueí, passando 92 Cidade&Cultura

pelas antigas pontes de madeira e cortando rios, como o Una. Voltando para a estrada, paradas em Barra do Sahy ou mesmo em Paúba; assim, a viagem continua até a praia de Camburi, a última praia de Ubatuba, divisa com Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. Ao sul, orlas estruturadas com ciclovias que beiram a areia da praia, criam um cenário mais urbano entre Santos e Mongaguá. Voltando para a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, chegamos a Itanhaém e Peruíbe e depois, para Cananéia, podemos ir pela Rodovia BR-116,

ou costeando por Iguape. O contato com os moradores e sua solicitude para com os viajantes tornam a jornada ainda mais fascinante. Então, o negócio é pedalar muito e curtir essa experiência! MOUNTAIN BIKE As vias de terra em locais escondidos na Serra do Mar são pra lá de radicais e fazem da prática do mountain bike uma excelente escolha para liberar toda a adrenalina. Algumas trilhas na página ao lado:


CANANEÉIA Cananéia – Ilha Comprida Nível: difícil. Distância: 39,95 km. CARAGUATATUBA Volta do Morro de Santo Antônio Nível: moderado. Distância: 15,16 km. GUARUJÁ Volta Guarujá – Bertioga Nível: moderado. Distância: 71,17 km. IGUAPE Iguape – Pariquera-Açu Nível: moderado. Distância: 53,63 km. ILHA COMPRIDA Circuito Lagamar Nível: difícil. Distância: 180 km. ILHABELA Perequê – Jabaquara Nível: fácil Distância: 39,54 km. ITANHAÉM Itanhaém – Cachoeira do Rio do Ouro Nível: difícil. Distância: 67,71 km. PERUÍBE Juréia-Itatins – Cachoeira do Paraíso – Itatins – Barra do Una Nível: moderado. Distância: 46,38 km. SANTOS Gonzaga – Vale do Quilombo Nível: moderado. Distância: 42,13 km. SÃO SEBASTIÃO São Sebastião – Praia Deserta – São Francisco – Praia da Enseada Nível: moderado. Distância: 24,37 km. UBATUBA De Ubatuba à Praia do Costa Nível: difícil. Distância: 46,59 km.

LEO FRANCINI

BERTIOGA Praia de São Lourenço – Forte Nível: moderado. Distância: 30,58 km.

Laje de Santos

Mergulho A costa do litoral paulista possui muitos lugares para a prática do mergulho, com inúmeros atrativos como naufrágios, lajes, cavernas, costões rochosos, praias com águas de extrema visibilidade e operadoras especializadas. Se você não tem experiência, comece com o mergulho recreativo, usando snorkel, em praias como a do Éden, no Guarujá. Agora, o mergulho com cilindro vai proporcionar visões e experiências fantásticas, como deparar com a estátua de Jacques-Yves Cousteau no fundo do mar da praia do Leste, na Ilha Anchieta, em Ubatuba. Ou fazer uma viagem no tempo e visitar o paquete inglês Velasquez, embarcação de 1906, naufragado dois anos depois, próximo da Ponta da Sela, em Ilhabela. Mais dicas: BERTIOGA Ilha Monte Pascoal CARAGUATATUBA Ilhas Tamanduá e Cocanha Operadora: César Dive Team – (12) 3881-2863.

ITANHAÉM-PERUÍBE Ilha da Queimada Grande Operadora: Nautilus Dive – (11) 4485-2075 / 99906-2247.

GUARUJÁ Caverna da praia do Sangava

SANTOS Parque Estadual Marinho Laje de Santos Operadora: Cachalote – (13) 97407081.

IGUAPE – ILHA COMPRIDA – CANANÉIA Ilha do Bom Abrigo e Ilha do Cardoso Operadora: guias locais.

SÃO SEBASTIÃO Cavernas submersas na Ilha Montão de Trigo Operadora: Universo Marinho – (12) 3862-2212.

ILHABELA Vários naufrágios, costões rochosos, ilhas (como a das Cabras) e mergulho recreativo Operadora: Narwhal – (12) 3896-3807.

UBATUBA Ilhas, costões, praias e ilhas (como a das Couves) para mergulho recreativo Operadora: NDS – (12) 3832-3358.

Litoral Paulista 93


Voo duplo – Caraguatatuba

Voo

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MARCIO MASULINO

Uma modalidade esportiva que começou na Califórnia, Estados Unidos, e chegou ao Brasil na década de 1970. Das antigas asas-deltas do tipo “mosquito” aos modernos paragliders, é comum avistarmos nas praias de São Vicente e Caraguatatuba esses corajosos voadores, colorindo o céu azul. Nas rampas, podemos encontrar operadoras que oferecem o voo duplo, uma incrível experiência para quem tem coragem de se jogar e se libertar ao som do vento, com o mar ao fundo. É muito gratificante sentir a energia de quem acaba de pousar pela primeira vez. Os olhos arregalados pela sensação de liberdade total, como a descoberta de um mundo novo. E a frase mais comum – “Quero ir de novo” – se repete a cada chegada. Crie coragem e bom voo!

FERNANDO MUCCI

livre

CARAGUÁ FLY

Esportes

SÃO VICENTE Morro do Voturuá Operadora: Associação de Voo Livre do Litoral Paulista – (13) 3568-8043. GUARUJÁ Mirante das Galhetas CARAGUATATUBA Morro de Santo Antônio Operadora: Caraguá Fly – (12) 3882-5255.


Semana de Vela de Ilhabela

DIVULGAÇÃO

Triathlon – Santos

DIVULGAÇÃO

Eventos esportivos

As cidades do litoral paulista promovem eventos esportivos de alcance mundial. Pela infraestrutura das cidades e suas características topográficas e marinhas, muitas provas entraram em definitivo no calendário nacional. Uma das mais badaladas, pela exuberância dos equipamentos, é a Semana de Vela de Ilhabela, evento que acontece há mais de 40 anos e hoje é a maior competição de vela oceânica da América Latina, reunindo em média 135 barcos em 13 classes diferentes, com a presença certa de países como Argentina, Uruguai e Chile. Outra modalidade muito praticada e com resultados extremamente positivos é o surfe que já consagrou Gabriel Medina, de São Sebastião, e Adriano de Souza, o Mineirinho, de Guarujá, como campeões mundiais. A praia de Maresias (São Sebastião) recebe etapas da Liga Mundial de Surfe. Em Santos, desde 1992 acontece o Triathlon Internacional de Santos, com nomes nacionais e internacionais que disputam distâncias olímpicas. Uma prova muito arriscada, de dar arrepios em quem assiste, é o Downhill Urbano nas Escadarias do Monte Serrat, em Santos, onde atletas descem a toda velocidade os mais de 400 degraus e seus 650 metros ladeira abaixo! E, para os canoístas, a prova Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro em Canoas Havaianas, está a cada ano atraindo mais e mais atletas do Brasil e da América do Sul nessa eletrizante competição que consiste em contornar sem interrupções todo o perímetro do Guarujá, em seus 75 km de circunferência. Litoral Paulista 95


Esportes

NOEL FERREIRA

Para todos os gostos

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Litoral Paulista 97 MARCIO MASULINO

ROBSON GONÇALVEZ

TATYANA ANDRADE

FERNANDA LUPO


HUGO SATYRO

ROBERT WERNER

Esportes

Pelos locais chamados “sertões”, em algumas cidades do Litoral Paulista, encontramos muitas trilhas de terra que fazem delirar os amantes da lama. Seja com quatro ou com duas rodas, as condições da pista podem ficar bem ruins e obstáculos irão surgir aos montes. Mas isso é o legal, o bom das viagens, que reúnem amigos aventureiros dispostos a tudo pelo fato de pilotar suas máquinas poderosas em meio à natureza. Conversamos com Patrícia de Campos, fera nesse esporte, que nos dá algumas dicas interessantes sobre trilhas. Patrícia: Pode parecer meio estranho uma mulher dando dicas sobre trilhas de Jeep, mas são mais de trinta anos desbravando caminhos que parecem não existir, por vezes pura poeira e outras vezes um verdadeiro mar de lama. Todas as trilhas citadas são igualmente fantás-

98 Cidade&Cultura


ticas para quem gosta de aventura e belos cenários quase desconhecidos, porém o mais importante é ter a consciência de que nada se deixa na trilha, além das marcas dos pneus, e de que jamais a pessoa deve se aventurar sozinha, sem o apoio de ao menos outros dois veículos. Rádio PX é sempre bem-vindo! PEDRO DE TOLEDO – IGUAPE Seguindo pela Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) em direção ao Sul, passando pela cidade de Juquitiba, começa a descida da Serra do Cafezal; então, siga a placa para Pedro de Toledo. Esse trecho que liga a BR-116 a Pedro de Toledo é uma estrada asfaltada e estreita para ultrapassagens. Antes da entrada da cidade, é possível ver a sinalização da Estação Ecológica Jureia – Itatins. A partir daí, jipeiro fica feliz. Início da Estrada dos Despraiados, aparentemente uma trilha leve, estrada de terra estreita, de repente um rio com leito de pedras; pode atravessar, mas com cuidado! Seguindo a trilha aberta em meio à Mata Atlântica primária preservada, começa a “descida de trecho”, a trilha vai ficando estreita e com muitas erosões. É preciso paciência e observação para ver o melhor caminho. Pelo percurso, cachoeiras e muitas plantações de banana. Os 46 quilômetros de aventura terminam na SP-222. Virando à esquerda no asfalto, o próximo destino é a histórica cidade de Iguape. DUNAS DE ILHA COMPRIDA Depois de aproveitar a tranquilidade de Iguape, é hora de atravessar a ponte para a Ilha Comprida. São 74 quilômetros de praias e, ao

sul da ilha, dunas que valem uma boa brincadeira para o 4X4. Nesse ponto, apenas três quilômetros de terra (areia) separam o mar e o rio chamado de Mar Pequeno. Vale a pena ir até o bairro de Pedrinhas para comer ostras frescas por um preço bem camarada. Vamos tomar o rumo da Ilhabela no Litoral Paulista, com dicas para quem gosta de trilhas, aventura e belos cenários. ILHABELA Castelhanos – Estrada de dificuldade média, possível de fazer com qualquer veículo com tração, atravessa a ilha até chegar à deslumbrante praia de Castelhanos. A trilha é bem movimentada e, em uma hora e meia, é fácil chegar ao objetivo. Experimente a caipirinha ou o suco de folhas de mexerica em um dos bares da praia... imperdível!

Bonete – É considerada uma das trilhas mais difíceis do Brasil, com trechos de pedras grandes. São dez quilômetros com várias cachoeiras até chegar à praia do Bonete, uma das mais bonitas praias da costa brasileira. É necessária permissão para fazer a trilha, mas o jipeiro Sandro pode orientar como conseguir esse aval [contato: (12) 9.8200-2281]. Vale a pena também conhecer a Fazenda da Laje. É uma trilha quase desconhecida, com o mesmo de grau de dificuldade de Castelhanos. Os atrativos são os lagos dourado e cor de prata, e a pedra do Poço do Cação, ideal para rapel. Para fazer essa trilha é preciso contatar o Paulinho, que é o dono da Fazenda e dá todo o suporte [contato (12) 9.8121-7759]. Todas essas trilhas em Ilhabela são também uma ótima opção para trekking.

Patrícia de Campos – Diretora da Gentileza r.p. Contato: patricia@gentilezarp.com

TRILHAS CANANÉIA Canania – Ariri

ITANHAÉM Cachoeira Sete Quedas

CARAGUATATUBA Pistas de motocross

PERUÍBE Estrada do Guaraú

CUBATÃO Trilha das Torres

PRAIA GRANDE Praia Grande – Estrada da Banana – Iguape

IGUAPE Costão da Jureia ILHA COMPRIDA Trilha do Índio ILHABELA Centro – Castelhanos

SÃO SEBASTIÃO Trilha da Limeira – Estrada da Petrobras UBATUBA Cachoeira do Tombador

Litoral Paulista 99


FOTOS: MARCIO MASULINO

Esportes

Camping e Caravanismo Até a década de 1980, era muito comum acamparmos nas praias ou nos muitos campings existentes no litoral paulista. Depois da construção da Rodovia Rio-Santos, essa prática sofreu uma grande queda, com a construção de muitas pousadas e hotéis. Porém, a partir do ano 2000, o aumento no número de adeptos do campismo e caravanismo vem ocupando cada vez mais espaço. Com essa nova demanda, muitos campings reabriram, agora com uma nova proposta de infraestrutura. Outro ponto interessante foi o barateamento dos motorhomes, cada vez mais populares, proporcionando mais liberdade aos veranistas. Toda essa diversidade criou uma cultura, um estilo de vida, em que famílias inteiras desfrutam ao máximo todas as belezas naturais da região.

BERTIOGA Camping Beira Mar Onde: Rodovia Rio-Santos, km 193 – Boraceia – (13) 3312-1248.

ILHA COMPRIDA Camping Cheiro de Mar Onde: Avenida Beira Mar, 6.330 – Balneário Araçá – (13) 9786-4772.

CANANÉIA Camping Caiaque Onde: Rua Josino Carneiro, 226 – (13) 3821-7608.

ILHA DO CARDOSO Camping Luz do Sol Onde: Marujá – (13) 3852-1210.

CARAGUATATUBA Camping Bem-te-vi Onde: Rua Manoel Silva, s/n – Porto Novo – (12) 3427-1760. GUARUJÁ Camping Cantão Onde: Praia Branca – (13) 3316-4616. IGUAPE Camping da Jureia Onde: Barra do Ribeira – (13) 3849-1630.

ILHABELA Camping Pinon Onde: Avenida Vereador Antônio Borges, 1.000 – Praia Grande – (12) 3862-6183. ITANHAÉM Camping CCB Onde: Avenida Mário Covas Júnior, 3.486 – Cibratel – (13) 3425-0206. MONGAGUÁ Camping das Antas Onde: Rua Giacomo Zorzi, 18 – Vila Arens – (13) 3448-2691. PERUÍBE Camping do Peder Onde: Avenida João Takaoka – Barra do Una – (13) 99753-2352. SÃO SEBASTIÃO Camping Camburi Onde: Rodovia Rio-Santos, km 165 – Camburi – (12) 3465-1384. UBATUBA Camping CCB-SPI Onde: BR 101, km 75 – Lagoinha – (12) 3843-1536.


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PREMIER PLUS

A forรงa da histรณria.

A forรงa da histรณria.

Dezembro/2017

QUEM COMPRA O CALร ADO GANHA AS PAISAGENS DE PRESENTE.


Turismo Náutico

As trilhas do mar

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UMA DAS COISAS MAIS FASCINANTES que podemos fazer na vida é curtir as aventuras e os lugares que o mar proporciona. E nós podemos fazer isso com as inúmeras agências de turismo que investiram nessa modalidade, que cresce a cada ano, proporcionando experiências fantásticas e conhecimentos, quer passeando mar adentro, quer costeando as cidades. Então, vamos levantar da cadeirinha de praia e embarcar em algumas das opções:

Vista do fundo do mar de Ubatuba Com um grande visor instalado em uma lancha construída para observação do fundo do mar, o Barquário proporciona ao visitante uma experiência inesquecível de visualização da fauna e da flora marítima. Onde: Avenida Leovigildo Dias Vieira, 1.268 – (12) 99112-4610 – Ubatuba.

Passeios à porção norte de Ilhabela No píer da praia do Perequê encontramos muitas agências que oferecem passeios de barco até a praia da Fome na parte norte de Ilhabela, um percurso de cerca de 20 minutos costeando a ilha, durante o qual é possível observar toda a exuberância e o charme de outras praias do local.

Ilhas de Caraguatatuba As embarcações turísticas saem das praias Mococa e Martin de Sá em escunas que levam às ilhas Cocanha e Tamanduá. Vale levar toda a família para desfrutar da paisagem, pescar ou mergulhar. São várias operadoras que oferecem o passeio. 102 Cidade&Cultura

1 – Pousada, Camping e Restaurante do Porto passeio em volta da lha do Ameixal – (13) 99730-7236 – Barra do Una – Peruíbe 2 – Rio Negro – Peruíbe 3 – Saco da Ribeira - Ubatuba


ALF RIBEIRO

“As Ilhas” em São Sebastião Saindo da praia Barra do Sahy, a 1,5 km de distância “As Ilhas” (que na verdade são uma só) possuem uma linda praia para passar o dia inteiro. Para o passeio basta conversar com os pescadores de Sahy para combinar preços e horários de ida e volta.

Roteiro Iguape–Ilha Comprida–Cananéia

Canal de Bertioga e o rio Itapanhaú

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FOTOS: MARCIO MASULINO

Em ambos os passeios, a diversidade de ambientes proporciona uma visita rica em conhecimentos e história. Podemos ver os fortes São João e São Felipe e, no rio Itapanhaú, os manguezais, as comunidades ribeirinhas e a Usina de Itatinga. As saídas das embarcações ocorrem próximo ao píer da balsa. Operadora: Adrenalina Pescaria&Turismo – (11) 99480-2816 – Bertioga.

Em um passeio de 10 horas, você verá o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, a Vila de Marujá, Cananéia, a Vila Fantasma, manguezais, botos, aves marinhas e paisagens que compõem um dos mais importantes ecossistemas brasileiros. Parada no Pontal Leste, na Barra de Ararapira, com mares de dentro e de fora e a observação dos guarás. Aqui o almoço é preparado pela Associação das Mulheres de Pescadores. Divisão de Turismo – (13) 3842-7029 – Ilha Comprida.

Costa da Cabeça do Dragão (Ilha de Santo Amaro) Saindo de Santos, no píer Edgard Perdigão, na Ponta da Praia, escunas levam turistas para conhecer a Fortaleza da Barra , as praias do Góis, Sangava e Cheira-Limão, e a ilha das Palmas. Operadora: Escuna Gênesis – (13) 98112-0765 – Santos.

Mar Pequeno e manguezais

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O braço de mar que envolve as cidades de Praia Grande, São Vicente e Cubatão possui inúmeros atrativos, principalmente os manguezais, onde podemos avistar bandos do lindíssimo guará-vermelho, proporcionando fotos maravilhosas. Operadora: Caiçara Expedições – (13) 3466-6095 – São Vicente.

Rio Itanhaém Um dos mais interessantes passeios é este durante o qual podemos apreciar toda a fauna e a flora da mata ciliar que envolve o rio Itanhaém, os manguezais e as restingas. O ponto alto é a observação de biguás, colhereiros e guarás, além do encontro das águas dos rios Preto e Branco. Contato Samuca: (13) 99784 – 3302 – Itanhaém. Litoral Paulista 103


Turismo Náutico

Ilhas

FOTOS: MARCIO MASULINO

Lugares singulares

A PALAVRA ILHA SEMPRE NOS REMETE A ALGO PARADISÍACO, onde águas verdes e azuis banham areias brancas. Mas nem todas são assim. Algumas possuem formações rochosas sem praias, outras não podem ser visitadas, devidos aos seus habitantes, temos aquelas que são museus a céu aberto e ilhas totalmente urbanizadas como Ilhabela, Guarujá, Santos, São Vicente e Ilha Comprida. BERTIOGA Monte Pascoal. CARAGUATATUBA da Cocanha e do Tamanduá. GUARUJÁ Das Palmas, Pompeba, das Cabras, do Perequê, do Mar Casado, do Mato, Rasa, da Moela e dos Arvoredos. Santos – Laje de Santos, Urubuqueçaba, Barnabé, Diana e dos Bagres. SÃO VICENTE Porchat (do Mudo). 104 Cidade&Cultura

ITANHAÉM Laje Nossa Senhora da Conceição e das Cabras. PERUÍBE Guaraú, Ilhas da Queimada Grande e da Queimada Pequena. SÃO SEBASTIÃO Montão de Trigo, Alcatrazes (área de proteção ICMBio), Couves, As Ilhas, dos Gatos, Toque-Toque, Ilhabela, Búzios, Vitória, Dos Pescadores, Ilhotas: da Prainha, do Ribeirão, da Lagoa, das Galhetas, da Figueira, do Codó, Suníticas e Das Cabras. UBATUBA Comprida, das Couves, da Pesca, da Selinha, dos Porcos, Redonda, Rapada, do Negro, Pequena, do Prumirim, das Palmas, Anchieta, da Ponta, da Maranduba, do Mar Virado, da Carapuça, Comprida, das Cabras, Cananéia, Do Cardoso, Do Bom Abrigo, Filhote, Cambriú, Castilho, Figueira, Casca e Pai do Mato.

Ilha dos Arvoredos Guarujá Fernando Lee, o extraordinário engenheiro e inventor fez desta ilha um imenso laboratório de pesquisas sobre o clima, fauna marinha e outros e, após a sua morte, foi criada a Fundação que recebe seu nome.


ALEXANDRE ANDREAZZI

Ilha do Mar Virado – Ubatuba

Parque Estadual Marinho Laje de Santos A 42 km de Santos, está o primeiro parque marinho do Estado de São Paulo, o Parque Estadual Marinho Laje de Santos, composto da Laje de Santos; dos parcéis Bandolim, Âncoras, Brilhante, do Sul e Novo; e de rochedos denominados calhaus. São cinco mil hectares de área. Possui rara vegetação, porém o local é utilizado por grande quantidade de aves marinhas para descanso e reprodução, entre elas o atobá-marrom e o trintaréis. Também frequentam baleias, raias-mantas, tartarugas marinhas e golfinhos. Podemos observar esponjas, moluscos e corais. Para praticantes do mergulho autônomo e livre (com prévia autorização) este também é um local verdadeiramente paradisíaco. Operadora: Cachalote – (13) 974107081 – Santos.

Ilha Porchat – São Vicente Antes, isolada na maré cheia, era um local de criação de porcos. Após a construção de via seca, a ilha Porchat tornou-se um dos pontos mais “badalados” da região com suas inúmeras casas noturnas e restaurante com vista privilegiadas.

Considerada patrimônio histórico, pela descoberta de oitenta esqueletos humanos e cerca de 220 artefatos, esta ilha não possui praias mas é um excelente ponto de mergulho. Aqui, também encontramos o cultivo de vieiras da espécie nodpectem nodosus da fazenda Conchal Mar Virado.

Ilha das Palmas – Guarujá Na época em que o porto de Santos era considerado insalubre aos marinheiros vindos de outros países devido as doenças locais, a ilha das Palmas foi o local escolhido para abrigo dos mais temerosos. Em 1935, foi fundado o Clube de Pesca de Santos, que todos os anos promove festas inesquecíveis como as de São Pedro e do Reveillon.

Ilhas da Queimada Grande e da Queimada Pequena Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), sob a supervisão do Instituto Chico Mendes, é um dos lugares mais inóspitos do planeta por ser habitat de imenso número de exemplares da cobra jararacailhoa. Calcula-se que existam mais de cinco mil delas espalhadas em apenas 430 mil m², o que faz dele o local mais perigoso do mundo. Portanto, a visitação se restringe a pesquisadores altamente capacitados. A jararaca-ilhoa é endêmica e não há predadores; sobrevivem de aves e seus ovos. A produção de antídoto para seu veneno é pouca justamente pela rara e perigosa captura desses animais.


MARCIO MASULINO

Turismo Educativo

Um oceano de


conhecimento

Lagamar, em Ilha Comprida


Maricultura, em Cananéia

SEMPRE DIZEMOS QUE VIAJAR POR SI SÓ JÁ AUMENTA NOSSA BAGAGEM de lembranças e conhecimentos, mas, quando a viagem está direcionada à educação, então estabelecemos o método mais eficaz de aprendizagem. Nunca esquecemos aquilo que aprendemos quando unimos teoria e prática. As cidades do litoral paulista são um livro aberto, pronto para ser lido e degustado, repleto de material concreto que transpira história, manifestações tradicionais, natureza e modernidade. Não podemos esquecer que foi por aqui que o processo da colonização brasileira se iniciou, e grande parte de toda essa história está preservada em lugares lindos, rodeados de mata e mar. Indo no caminho de aliar o estudo teórico à prática, os ganhos são bilaterais: os que visitam e os que recepcionam, pois esse intercâmbio é uma das mais poderosas opções de integração e valorização de nosso passado e nossa cultura. E, o mais importante, significa despertar nos alunos a consciência da importância de preservarmos tudo o que realmente promove o pertencimento das múltiplas vertentes da formação do povo brasileiro, seja nas lendas, no folclore, nos sítios arqueológicos, nas comunidades tradicionais, na arquitetura representativa, no aprofundamento do conhecimento sobre os ecossistemas, na motivação para pesquisas, no entendimento do desenvolvimento sustentável, na compreensão das diferentes manifestações de hábitos humanos, principalmente na capacidade de apreender, in loco e de forma lúdica, toda essa bagagem cultural. 108 Cidade&Cultura

FOTOS MARCIO MASULINO

Turismo Educativo

Dunas – Ilha Comprida


Fandango Caiçara

Ilha do Cardoso

ROBERTO TORRUBIA

Piru-Piru, Ilha do Cardoso

Cananéia, Ilha Comprida e Iguape Cananéia, Ilha Comprida e Iguape estão localizadas em um ambiente natural diferenciado do restante das outras cidades do litoral paulista, chamado lagamar. Esse ecossistema faz com que os estudos desse meio sejam ricos em diversidade, como se comprova a bordo do catamarã que nos leva a lugares incríveis. No âmbito histórico, por Cananéia ser o primeiro povoado do país e ter seu centro preservado, com as típicas casas em estilo colonial, esse lugar é um museu urbanístico essencial para os aprendizes entenderem como funcionava a vida social do Brasil colônia em seus primórdios. Outro ponto de fascínio é o contato com os vários tipos de cultivo de animais marinhos, como as ostras, em fazendas que contam com monitores que explicam as várias etapas do processo da maricultura. Também podemos conhecer manifestações culturais típicas locais, como o fandango caiçara, cuja música e dança tem suas raízes na miscigenação entre músicas oriundas de Portugal e os ritmos aqui já existentes, executados em instrumentos fabricados com os recursos naturais do litoral paulista e paranaense. Dessa mistura, o fandango é uma prática que sempre esteve vinculada à organização de trabalhos coletivos – mutirões, puxirões ou pixiruns – nos roçados, nas colheitas, nas puxadas de rede ou na construção de benfeitorias. Nessas ocasiões, o organizador oferecia como pagamento aos ajudantes voluntários um fandango, espécie de baile com comida farta e a principal diversão e momento de socialização dessas comunidades, estando presente em diversas festas religiosas, batizados, casamentos e, especialmente, no carnaval, quando se comemoravam os quatro dias ao som dos instrumentos do fandango”. (fonte: fandangoemCananéia.com.br). Já a Ilha do Cardoso é um laboratório de conteúdo pedagógico de inestimável valor onde, além do estudo do meio (manguezal, praia arenosa, costão rochoso, mata de restinga e atlântica, fauna e flora), há oportunidade de se vivenciar a cultura da vila de pescadores de Marujá e entender o modo caiçara de viver. Litoral Paulista 109


Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá As nove cidades que compõem a Baixada Santista proporcionam lugares e vivências de aprendizagem fantásticas, englobando estudos do meio, história e modernidade. Em Peruíbe, temos as trilhas no Parque Jureia-Itatins, a visita aos sítios de agricultura familiar de alimentos orgânicos, a lama negra e as ruínas de Abarebebê. Em Itanhaém, as visitas à aldeia indígena tupi-guarani, a área rural, a Cooperativa de Reciclagem, o passeio de barco pelo rio Itanhaém e trilhas. Em Mongaguá, o Parque Ecológico “A Tribuna”. 110 Cidade&Cultura

KEN CHU - EXPESSÃO STUDIO

EDILSON ALMEIDA

Parque Jureia-Itatins – Peruíbe

ALEXANDRE ANDREAZZI

Turismo Educativo

Ruínas do Abarebebê – Peruíbe


MARCIO MASULINO

ALESSANDRA ARAÚJO

ADERBAU GAMA

Pouso Paranapiacaba – Cubatão

Cruzeiro Quinhentista – Cubatão

Biquinha – São Vicente

DIVULGAÇÃO

Igreja Matriz - São Vicente

DIVULGAÇÃO

Casa Martim Afonso - São Vicente

Cubatão

São Vicente

Passagem de índios, jesuítas, escravos e escravagistas, mercadores, tropeiros, barões do café, príncipes e princesas, regentes e imperadores. O primeiro caminho aberto do litoral para o interior do país, o Caminho do Mar, que liga Cubatão ao planalto, tem em suas curvas monumentos que contam a história do Brasil. Em 1844, recebeu o nome de “Estrada da Maioridade” e, em 1917, foi a primeira rodovia pavimentada da América Latina. Nesse Caminho, encontramos ainda ícones históricos, como o Rancho da Maioridade, o Paredão do Lorena, o Pontilhão da Raiz da Serra, o Belvedere Circular, o Pouso Paranapiacaba, o Cruzeiro Quinhentista, entre outros. Muitas escolas e grupos turísticos visitam o local por meio de agências especializadas que ilustram e explicam cada monumento e as passagens da rica história dessa estrada que marcou a economia brasileira.

Primeira Vila do Brasil, São Vicente está repleta de pontos históricos do início da colonização brasileira: o Marco Padrão, local da elevação da Vila de São Vicente; a Igreja Matriz, uma das primeiras do país; o Morro dos Barbosa, na Chácara do Mosteiro, onde encontramos relíquias desde a época colonial até a Segunda Guerra Mundial; a Casa do Barão, símbolo da época áurea do café; a Ponte Pênsil, estrutura que fez parte do projeto de saneamento da cidade de Santos; o Parque Cultural da Vila de São Vicente, uma réplica de época da arquitetura colonial; o Porto das Naus, local de comércio de índios escravos; a Casa Martim Afonso, com sambaqui, museu e o trabalho de preservação da primeira parede de alvenaria construída no Brasil; e a Biquinha, local onde o Padre José de Anchieta catequizava os índios locais. Litoral Paulista 111


Porto de Santos

Bonde Funicular do Monte Serrat – Santos

ALEXANDRE ANDREAZZI

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Santos Entre muitos locais de interesse pedagógico, destacamos aqui o Porto de Santos que pode ser conhecido pelo Canal do Porto em embarcações que percorrem os seus quase 11 quilômetros, observando os armazéns de carga, os parques para contêineres, as gruas, os silos, a antiga Casa Alfandegária, as embocaduras dos canais de Santos, e o principal: os vários navios mercantes e de passageiros oriundos de todas as partes do mundo. Outro local é o Bonde Funicular do Monte Serrat, cujos equipamentos alemães, desde 1927, levam-nos até o antigo cassino, totalmente preservado, com fotos da época em que os jogos eram um grande atrativo turístico. Na área ambiental e biológica, temos o Orquidário 112 Cidade&Cultura

FOTOS MARCIO MASULINO

Turismo Educativo

Ruínas do Forte São Felipe – Guarujá


Municipal, que contribui de maneira significativa para a construção de conhecimentos e pesquisas sobre os animais e as plantas da Mata Atlântica, preservados em ambiente aberto, onde os visitantes também têm oportunidade de conhecer vários trabalhos científicos.

Réplica de nau na Fortaleza da Barra – Guarujá

Guarujá

FOTOS: MARCIO MASULINO

Na região apelidada de Rabo do Dragão, podemos visitar as ruínas da Ermida Santo Antônio do Guaibê, as ruínas do Forte São Felipe e a antiga área de extração de óleo de baleia. Uma das várias fortificações na defesa da baía de Santos, o Forte dos Andradas abre suas portas para que grupos de estudantes e visitantes possam conhecer as instalações desse importante local, com casamata, trilhas e a deslumbrante praia do Monduba.

Bertioga Em Bertioga, pode-se fazer um interessante passeio pelo rio Itapanhaú em barco que atraca no píer da trilha que chega até a Vila de Itatinga, onde encontramos a usina de mesmo nome, construída com a finalidade de fornecer energia ao Porto de Santo; as casas e a igreja de época estão preservadas e são habitadas pelos funcionários.

DIVULGAÇÃO

Trilha da Praia Branca – Guarujá

Vila de Itatinga – Bertioga

Litoral Paulista 113


Ruínas do Instituto Correcional da Ilha Anchieta

Projeto Tamar – Ubatuba

Litoral Norte EM UBATUBA, um dos polos do Projeto Tamar, chamam atenção suas instalações de pesquisas e infraestrutura de resgate de tartarugas marinhas. Aprendemos, no resgate, a pesar, medir e anelar o animal e depois a soltá-lo, se ele estiver em condições de voltar ao mar. Uma sensação linda, que faz deste um dos pontos altos do Turismo Educativo do Litoral Norte, por conta de suas ações imediatas de resgate e pesquisa das tartarugas marinhas. O Instituto Oceanográfico da USP é também um atrativo muito interessante por seus estudos sobre ecossistemas marinhos tropicais (estuários e manguezais) e ecossistemas polares; pelos estudos de recursos vivos de interesse comercial, como a maricultura; pelos estudos sobre os impactos ambientais e o gerenciamento costeiro, entre outras atividades. E, ao sairmos do continente e irmos até a Ilha Anchieta, o que encontramos é o palco de uma das mais intrigantes passagens históricas do Brasil, onde as ruínas de um presídio guardam em suas paredes a história de uma estratégia e inteligência de rebelião, digna de filmes hollywoodianos. Aqui podemos estudar esse episódio incrível, entender o ecossistema insular, a problemática de animais exógenos, a recuperação das matas secundárias, trilhar caminhos sinuosos e conhecer os antigos moradores que vêm à ilha para explicar a alunos e visitantes seus hábitos e medos de quando moravam na ilha na época da rebelião. Imperdível!

Aquários AQUÁRIO MUNICIPAL DE SANTOS Onde: Avenida Bartolomeu de Gusmão, s/n – (13) 3278-7830.

ACQUA MUNDO – GUARUJÁ Onde: Avenida Miguel Stéfano, 2.001 – (13) 3398-3000.

AQUÁRIO MUNICIPAL DE PERUÍBE Onde: Avenida Governador Mário Covas Júnior, 205 – (13) 3453-1568.

AQUÁRIO DE UBATUBA Onde: Rua Guarani, 859 – (12) 3834-1382.

114 Cidade&Cultura

TATYANA ANDRADE

BERA PALHOTO

Turismo Educativo


Publieditorial

Aquário de Ubatuba

CONHECENDO O FUNDO DO MAR O Aquário possui um Pinguinário que abriga animais da espécie Spheniscus magellanicus, conhecidos como Pinguins-de-Magalhães, resgatados nas praias da região, onde os visitantes participam da alimentação interativa. Possui também uma galeria de água doce e salobra com 24mil litros, recém-revitalizada, que representa o igapó e o manguezal, abrigando variadas espécies. Dentro do Aquário há o tanque de contato, local no qual os visitantes tocam espécies como ouriços do mar, estrelas e outros animais e costuma ser o ponto alto do passeio. Hoje possui um circuito de visitação composto por 21 recintos com mais de 700 animais e cerca de 130 espécies diferentes. É reconhecido como um dos melhores aquários da América do Sul e do Brasil pelo site Trip Advisor e considerado uma das melhores opções de lazer educativo no litoral

promove entretenimento e educação há mais de duas décadas

de São Paulo, aplicando o conceito de edutainment (do inglês, fusão das palavras education=educação + entertainment=entretenimento), permitindo que os visitantes aprendam a valorizar a biodiversidade aquática e marinha em um percurso auto didático que representa os mais variados ecossistemas do Brasil e do mundo. Atende, ainda, crianças de escolas públicas de Ubatuba gratuitamente, mediante a capacitação dos professores. A novidade para essa temporada é o Tanque do Costão Rochoso, que conta com surpresas interativas como ondas, sons e cenografia primorosa. Hugo Gallo Neto, diretor, ressalta que o Aquário sempre busca novidades e trabalha educação ambiental através de experiências únicas. O novo tanque fará com que o visitante tenha uma imersão, além de sensibilizar e se divertir. “Porque, ao contrário do ditado, aqui o que os olhos veem o coração sente e grava para sempre”, conclui o diretor. Para completar o passeio, os amantes de comes e bebes podem aproveitar o Aquabar, que oferece

FOTOS: DIVULGAÇÃO

QUEM VAI PASSAR UMA TEMPORADA NO LITORAL NORTE PAULISTA, não pode deixar de conhecer o Aquário de Ubatuba. É o primeiro privado do Brasil aberto à visitação do público e pioneiro no conceito de educação ambiental por meio do contato direto com animais. Destaca-se no país pelos projetos e realizações ao longo de 21 anos, sendo o primeiro Aquário a ter um tanque de toque e de águas vivas no Brasil. A instituição, ainda, é premiada e reconhecida por iniciativas práticas de conservação e por ter sido a primeira em colocar em exercício iniciativas sustentáveis.

petiscos e drinques com vista privilegiada para a Praia do Itaguá. O bar é próximo à entrada do Museu da Vida Marinha, grande atração para quem gosta de histórias e interatividade. Para completar o passeio, os visitantes passam pela Aqualoja, com diversas opções de produtos na linha sustentável.

Rua Guarani, 859 – Itaguá – Ubatuba/SP – Tel.: (12) 3834-1382 – www.aquariodeubatuba.com.br Litoral Paulista 115


FOTOS: MARCIO MASULINO

Aromas & Sabores

As delícias

da terra e do mar

NA FAIXA ESTREITA ENTRE O MAR E A SERRA DO MAR, os que aqui habitavam utilizavam os recursos que a natureza tinha a oferecer. Sem grandes porções de terras cultiváveis para plantios mais elaborados, a criatividade humana teve de se sobrepor à técnica, e a exploração das matas e dos mares, junto com o aprendizado com os índios, foi imprescindível para a sobrevivên-

cia dos habitantes locais. Graças a esse espírito aventureiro e explorador, hoje podemos saborear a deliciosa culinária caiçara, baseada em ingredientes pra lá de saborosos. A BANANA De todas as opções para o preparo de um prato, a banana é a que mais identifica a culinária caiçara. Hoje, as nanicas e as brancas são

NHA

U PALMITO PUP

Originária das florestas tropicais das Américas, a pupunhaverde-amarela ou pupunheira é uma palmeira que pode chegar a vinte metros de altura. Seus frutos são consumidos em forma de farinha, óleo comestível, geleias e compotas. Também serviu de forma significativa na substituição do consumo do palmito produzido da palmeira juçara que está em risco de extinção. Em Peruíbe temos muitos cultivadores de pupunha que podemos encontrar em feiras espalhadas pela cidade. 116 Cidade&Cultura

as mais comuns, mas a banana-da-terra e a ouro são a prata da casa. A primeira, utilizada frita ou assada, acompanha muito bem peixes e frutos do mar. A segunda, servida como sobremesa de tão doce que é, costuma ser vendida, principalmente na intersecção entre as rodovias Cônego Domênico Rangoni e Rio-Santos. Historicamente, fortunas foram feitas no litoral paulista


Cambuci DIVULGAÇÃO

com o cultivo da banana. Nesse cenário, destacam-se a famosa Imperatriz da Banana, dona Áurea Conde, que, no início do século XX, possuía uma esquadra de 12 navios exportadores da fruta, e a família Vasquez, com enormes fazendas, como a Diana, na área continental de Santos. Essas frutas eram levadas ao porto de Santos em embarcações ou por trem, descarregadas nos navios e exportadas. Ainda hoje, ao longo das rodovias que percorrem o litoral, é comum vermos muitas plantações, e bairros inteiros possuem bananeiras espalhadas pelas ruas como se fossem árvorespaisagísticas. OUTRAS FRUTAS Também muito utilizadas são o cambuci, a jaca e o abricó, fortes componentes na preparação de licores, doces e compotas. O cambuci quase chegou à extinção por sua árvore fornecer uma excelente madeira para a fabricação de utensílios domésticos. Hoje, a consciência da importância da preservação dessa fruta, nativa da Mata Atlântica, gerou vários projetos para sua revalorização como ingrediente da culinária caiçara. A jaca, apesar de não ser nativa, por seu tamanho, sabor adocicado e capacidade de adaptação ao solo arenoso da costa, foi muito difundida, pois valia como uma refeição. E o abricó, que era a fruta mais vista nas praias do litoral paulista inteiro, praticamente sumiu com a urbanização das praias. Em Ubatuba, na praia da Almada Brava, ainda podemos ver como essa fruta era soberana na paisagem costeira, pois, de uma ponta a outra, abricozeiros fornecem alimento e sombra aos veranistas.

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Jaca

Gengibre Em 1980, a empresa Gengibre Ubatuba passou a cultivar essa raiz que começava a ser valorizada e cada vez mais utilizada na gastronomia brasileira. Atualmente, produzindo de forma orgânica, a empresa recebe a visita de turistas e pesquisadores de universidades, por se tratar de um alimento muito rico em vitaminas, vários sais minerais, um poderoso aliado no combate à depressão. Onde: Estrada do Arariba, 300 – (12) 3849-5401 – Ubatuba. Litoral Paulista 117


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Aromas & Sabores

Farinha de mandioca Foram os índios que transmitiram aos primeiros colonizadores o conhecimento sobre o plantio e o refino da farinha de mandioca. Por ser um rico carboidrato, substituía os pães do Velho Continente. E, até hoje, a farofa de mandioca é um dos componentes mais tradicionais do cardápio caiçara. Ainda hoje, podemos ver algumas “casas de farinha”; eram lugares afastados onde as mulheres se reuniam para prensar e aquecer a mandioca em tachos enormes, sobre fogão a lenha. No Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba, ainda temos preservada uma casa dessas, com todos os utensílios antigamente empregados para o preparo da farinha de mandioca, que continua sendo usada pelos locais.

FOTOS: MARCIO MASULINO

Pão de cará

Biscoito Praiano Desde 1959, no bairro do Campo Grande, na cidade de Santos, a fábrica “Biscoito Praiano”, faz a festa de crianças e adultos que frequentam as praias da Baixada Santista com seus biscoitos de polvilho, cuja receita foi passada de pai para filho. Hoje, os netos do fundador tocam este empreendimento e mantêm uma doceria com suas famosas queijadinhas e outras delícias. Onde: Rua Espírito Santo, 120 – (13) 3232-7703 – Santos. 118 Cidade&Cultura

O pão de cará, receita exclusiva das padarias de Santos, é tão procurado que os padeiros de outras cidades fazem competições para tentar imitar a receita deste pão que, detalhe, não tem cará na lista de seus ingredientes. Contradições à parte, vale a pena conferir o sabor deste pão delicioso meio doce, meio salgado que combina perfeitamente com uma boa manteiga.


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Sabores que vêm do mar e do mangue DESDE A ANTIGUIDADE, O MAR É UM GRANDE FORNECEDOR de alimento ao ser humano. A arte da pesca e do mergulho nos brinda com iguarias fantásticas para o nosso cardápio. E como ir ao litoral e não comer peixes e frutos do mar? Impossível. O sabor dos pescados frescos é totalmente diferente do dos congelados. Muitas colônias de pescadores e mercados de peixes existem ao longo do litoral paulista onde encontramos diversas espécies de peixes, moluscos e crustáceos. Às margens das rodovias, os catadores de caranguejos e siris nos ofertam cordões com dúzias. Com a tecnologia aplicada à piscicultura e a outros cultivos marinhos, encontramos ao longo de todo o litoral paulista muitas fazendas produtoras de ostras e mariscos suculentos.

Ostras de Cananéia As comunidades de Mandira, Ilha da Casca, Itapitangui e Retiro, após pesquisas e introdução do cultivo da ostra pelo Instituto de Pesca, produzem ostras de excelente qualidade, já conhecidas dos grandes chefs e dos que gostam de consumi-las. O sistema utilizado, denominado tabuleiro, consiste em estruturas em cima de mesas fixas no encontro da água com a areia. As ostras cultivadas são então levadas à cooperativa onde são selecionadas e distribuídas ao mercado consumidor. Esse tipo de projeto ensinou aos produtores o manejo sustentável da produção e contribuiu de maneira significativa para a renda familiar dos participantes.

TE

LITORAL NOR

Maricultura Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião possuem mais de noventa produtores de marisco, com um extraordinário resultado de mais de cem toneladas produzidas. Todo esse movimento aconteceu por meio do Instituto da Pesca que desenvolveu tecnologia e forneceu amparo para as instalações e fazendas dos cultivadores. Pudemos conhecer uma fazenda produtora, na praia da Cocanha em Caraguatatuba, considerada a maior do Estado de São Paulo. O processo consiste em instalar redes submersas, presas em boias, que abrigarão os mariscos, mais tarde serão selecionados e distribuídos ao mercado consumidor. Litoral Paulista 119


Roteiros

visitar

Não deixe de

CONFIRA ESTES LUGARES QUE SELECIONAMOS, seja por sua importância histórica, sua beleza natural, por fatos curiosos, interessantes e relevantes relativos à cultura caiçara.

CANANÉIA

1 – CANHÕES – são 20 canhões deixados pelos ingleses, que afundaram no mar. Quatro foram resgatados, dois estão na Praça Martim Afonso. Pontal da Trincheira. 2 – FIGUEIRA – germinada em meio ao limo de um pilar de 1531, a pequena semente se transformou em uma árvore gigantesca. É conhecida como “árvore do coração de pedra”. Praça da Figueira. 3 – BAIRRO DO ARIRI – Seguindo a estrada Ariri-Rio Vermelho até o seu final, chegamos ao simpático bairro do Ariri, uma vila de pescadores de frente ao mar pequeno e de onde se pode, em poucos minutos, atravessar para Marujá na Ilha

FOTOS: MARCIO MASULINO

do Cardoso.

ILHA COMPRIDA 4 – BAIRRO PEDRINHAS – um dos mais lindos locais do litoral sul com caiçaras que vendem seus peixes e onde podemos

1

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3 120 Cidade&Cultura

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ALF RIBEIRO

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ALF RIBEIRO

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9

saborear seus pratos. A vegetação é

IGUAPE

muitos estudiosos no assunto, a Prefei-

preservada, quase selvagem, e dividi-

7 – ESTÁTUA DE CRISTO E FONTE NOS-

tura montou um roteiro turístico pra lá de

mos o espaço com pássaros de porte

SO SENHOR BOM JESUS DE IGUAPE –

interessante, no qual podemos também

grande como a garça.

abraçando e abençoando a cidade, a ima-

ouvir os relatos dos que tiveram contato

5 – SAFARI ECOLÓGICO – a bordo de

gem de Cristo está localizada em um dos

com esses estranhos objetos. A cidade

UTVS (veículos off-road), você conhece a

lugares mais bonitos da região: o Morro

recebeu o título de “Capital Nacional do

ilha em toda a sua extensão. São 72 qui-

do Espia, que recebeu esse nome pois

Disco Voador”. Agendamento: Secreta-

lômetros, com dois roteiros: Pedrinhas

era um local de vigília contra piratas. Nos

ria de Turismo: (13) 3455-9426.

(costeando a ilha) e Ponta da Praia. Ave-

arredores do morro temos a Fonte Nos-

9 – COMPLEXO TERMAL DE LAMA NE-

nida São Paulo – (13) 3842-7029.

so Senhor Bom Jesus de Iguape. Parque

GRA – argila, água do mar, luz solar e

6 – PONTA DOS GOLFINHOS – O ex-

Florestal Municipal do Morro do Espia.

outros componentes naturais fazem

tremo sul da Ilha Comprida é um dos

dessa lama um poderoso complexo de

melhores lugares para se avistar as

PERUÍBE

combate para várias enfermidades. Con-

famílias de golfinhos que anualmente,

8 – TURISMO UFOLÓGICO – com muitos

siderada a maior jazida do mundo, atrai

na primavera, retornam a região para

avistamentos de OVNIs na cidade, locais

pessoas do Brasil inteiro. Avenida Dr.

procriar. Um espetáculo!

atribuídos a suas aparições e a vinda de

Mário Covas, 204 – (13) 3455-2463.

Litoral Paulista 121


Roteiros

ITANHAÉM

católico para a proteção das intempéries do mar. sculpida pelo

1 – MORRO PARANAMBUCO – a vista a partir do alto do mor-

renomado escultor português Manolo Saez, em 1998. Praça de

ro cobre praticamente toda a cidade proporcionando um lindo

Eventos Dudu Samba.

passeio. entre a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e a Praia

4 – POÇO DAS ANTAS – uma piscina natural formada por uma

do Cibratel.

cachoeira. No entorno, uma infraestrutura excelente para os ba-

2 – PASSARELA DE ANCHIETA – construída em ipê, dá acesso

nhistas passarem o dia inteiro no local. Rua das Cascatas, s/n°.

à Cama de Anchieta. Este local é um símbolo da preservação natural histórica da passagem do Jesuíta. Aqui também temos

PRAIA GRANDE

a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e os Painéis de Anchieta.

5 – ESTÁTUA DE NETUNO – esculpida em 1956 por Alberto Ber-

Imperdível! Praia do Sonho.

nine, quando da inauguração do Bairro Cidade Ocian. Avenida Presidente Castelo Branco – Cidade Ocian. 6 – ESTÁTUA DE IEMANJÁ – ponto central da grande festa

3 – MONUMENTO A SÃO PEDRO PESCADOR – uma imagem

dedicada a Iemanjá, é um marco turístico da cidade. Com 8

de dimensões gigantescas prova a fé dos pescadores no santo

metros de altura, erguida sobre um espelho d’água, é ladeada

LUCIANO NETTO/JOSY INACIO

FOTOS: MARCIO MASULINO

MONGAGUÁ

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3

4

KEN CHU - EXPRESSÃO STUDIO

VICENTE GRECCO

1

122 Cidade&Cultura


por 16 coqueiros que representam os orixás da Umbanda. Avenida Castelo Branco – Nova Mirim.

SÃO VICENTE 7 – TELEFÉRICO – da praia do Itararé ao morro do Voturuá, são 170 metros de subida. No alto do morro, assim como os praticantes de voo livre, podemos desfrutar de uma vista fantástica das cidades de Santos e São Vicente. Avenida Ayrton Senna da Silva, 500. 8 – PONTE PÊNSIL – uma das pontes mais bonitas do Brasil, construída como parte do

6

projeto de saneamento das cidades de SanDIVULGAÇÃO

5

tos e São Vicente, foi finalizada em 1914. Final da praia do Gonzaguinha. 9 – PARQUE ECOLÓGICO VOTURUÁ – muitos animais e local para descanso e lazer, onde podemos nos regalar com um piquenique como os de antigamente. Destaque para o hipopótamo, carinhosamente chamado de Ramon, que faz a alegria das crianças. Av. Dona Anita Costa, s/n – (13) 3561-5101.

DIVULGAÇÃO

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DIVULGAÇÃO

Roteiros

1 – PARQUE CULTURA VILA DE SÃO VICENTE – construída em frente à Matriz São Vicente Mártir, é uma réplica da antiga vila de moradores do início da colonização brasileira. O espaço possui lojas de artesanato, restaurante, casa de café e espaço para eventos e exposições culturais. Praça João Pessoa, s/n°.

CUBATÃO 2 – VILA LIGHT – construída para moradia dos funcionários da Usina Henry Borden na década de 1920. São 140 casas

1

em estilo inglês, e é considerada uma das últimas vilas operárias preservadas do Brasil. 3 – LARGO DO SAPO – era aqui, no início da colonização brasileira, o ponto de parada dos viajantes que desciam ou subiam a serra com suas mercadorias. Marco da fundação do povoado cubatense. Praça Coronel Joaquim Montenegro.

SANTOS 4 – BONDE – símbolo da cidade, hoje MARCIO MASULINO

podemos conhecer o centro histórico a bordo de um destes que, por muitas décadas foi o principal meio de transporte e ligação de todos os bairros. Com guia,

2

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é um passeio é imperdível. Praça Mauá.

3 124 Cidade&Cultura

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FOTOS: MARCIO MASULINO

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6 DIVULGAÇÃO

5 – PANTHEON DOS ANDRADAS – um dos mais importantes ícones da história da independência brasileira, este local, com arquitetura típica da maçonaria, abriga os restos mortais dos irmãos Andradas, com destaque para José Bonifácio, denominado Patriarca da Independência. Rua Visconde do Rio Branco. 6 – MEMORIAL DAS CONQUISTAS – para os amantes do futebol, este é o lugar sagrado do maior jogador de todos os tempos: Pelé. Todos os troféus conquistados pelo Santos F. C. e permite visita à Vila Belmiro. Visita ao gramado da Vila Belmiro. Rua Princesa Isabel, s/n – (13) 3257-4099.

GUARUJÁ 7 – MIRANTE DO MORRO DA CAIXA D’ÁGUA E

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8 PEDRO REZENDE

PONTA DAS GALHETAS – já foi utilizado como rampa para voo livre. A vista é linda para a charmosa praia do Tombo, praia “Selo Azul” por suas águas limpas e qualidade de acessibilidade. 8 – RANCHOS DA PRAIA DO PEREQUÊ – tradicional praia de pescadores cuja orla, desde a década de 1970, possui vários ranchos servindo vários pratos deliciosos à base dos pescados. 9 – BASE AÉREA DE SANTOS – apesar do nome, está situada no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. O local é uma base da Força Aérea Brasileira e, em 2015, recebeu a concessão para aeroporto civil. Sua localização é privilegiada com vista ao porto de Santos e o início do Canal de Bertioga.

9 Litoral Paulista 125


TATYANA ANDRADE

TATYANA ANDRADE

126 Cidade&Cultura

1

3 5 6 TATYANA ANDRADE

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

MARCIO MASULINO

RENATA DE BRITO

Roteiros

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DIVULGAÇÃO

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BERTIOGA 1 – ORLA DA PRAIA DA ENSEADA – com 12 quilômetros de extensão, do Centro Histórico até o bairro Indaiá, o calçadão da praia foi reurbanizado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake. 2 – PESCA DA TAINHA NO PÍER – na entrada do Canal de Bertioga, nos meses de junho e julho, o ideal é alugar uma vara de pesca e tentar capturar a deliciosa tainha. Ao lado da balsa.

SÃO SEBASTIÃO 3 – LENDAS DE SÃO SEBASTIÃO – ua das coisas mais interessantes é conversar com um morador antigo e pedir que conte as lendas desta cidade. São muitas, e algumas são fantásticas, como a dos abricozeiros do Pontal da Cruz. Vale investigar. 4 – CENTRO HISTÓRICO – caminhar pelas estreitas ruas do Centro Histórico de São Sebastião, principalmente à noite, é um belo passeio onde podemos

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sentir a atmosfera dos idos tempos onde a paz e a tranquilidade reinavam. Ainda é possível ver os moradores colocarem cadeiras na calçada para tomarem uma fresca, ou seja, se refrescarem com a brisa do mar.

ILHABELA 5 – FAZENDA DA TOCA – um local que reúne a história da época dos engenhos de cana-de-açúcar e de piratas, em meio à natureza exuberante e preservada, com linda cachoeira. Aproveite e experimente a cachaça e o beijo dos beija-flores. Estrada da Toca, 1.000. 6 – AZUL MARINHO – Nos restaurantes de Ilhabela você degusta o clássico da cozinha caiçara com ingredientes como peixe, banana, coentro, pirão, entre outros. Vale a pena conferir esta delícia típica do litoral paulista.

TATYANA ANDRADE

7 – MONUMENTO A ANCHIETA – Anchieta fez parte da história de Ilhabela porque duas vezes esteve aqui, a última, em 1565, com Estácio de Sá, na ida ao Rio de Janeiro que culminou na sua fundação.

CARAGUATATUBA 8 – MORRO SANTO ANTÔNIO – com 325 metros de altura, o Morro de Santo

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Antônio é conhecido pela rampa de voo livre, porém a vista do topo é ampla onde podemos avistar Caraguatatuba, São Sebastião e parte de Ilhabela.

UBATUBA 9 – GRUTA QUE CHORA – conta a lenda que ali morava um dragão/serpente que saía à noite transformado em um lindo homem. Ele encantou uma donzela que adoeceu de esperar o amado. Quando a mãe da menina entendeu o que se passava, chamou um padre que espantou o monstro dali. A gruta recebe esse nome porque a apaixonada chorou por muito tempo de saudades do homem-dragão. Praia da Sununga.

MARCIO MASULINO

10 – TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO – a linha imaginária aos 23°26’21’’ Sul, está inscrita em um lindo monumento que, nos dias 22 de junho e 22 de dezembro, celebra respectivamente o solstício de inverno e o de verão. Avenida Iperoig.

Litoral Paulista 127


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MARCIO MASULINO

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LT

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Litoral Paulista

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POR TRÁS DESTAS MARCAS ESTÃO PROFISSIONAIS preocupados com seus negócios, mas com profunda responsabilidade social e conscientes da importância do resgate do patrimonio histórico cultural do município, da valorização da produção artística local, da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento de um turismo sustentável que benificie a comunidade como um todo. A estes embaixadores da cultura, todo o nosso respeito e gratidão. Equipe Cidade&Cultura Litoral Paulista 129


MARCIO MASULINO

Depoimento

POR UM TURISMO SUSTENTÁVEL PRESERVAÇÃO! TALVEZ SEJA ESTA A PALAVRA que define e interliga os vários trechos do Litoral Paulista, cujos habitantes entenderam que somente pela valorização de suas origens é que o desenvolvimento será bem-vindo: se for aliado da tradição e respeitar as crenças e os costumes locais. Rebeliões, piratas, naufrágios, invasores, tempestades, sol a pino, a irreverência e os caprichos do tempo, tudo isso está enraizado no íntimo de seus moradores, e é notório 130 Cidade&Cultura

nas conversas com os caiçaras, os índios e os quilombolas, que tornam o real uma dimensão fantástica e o imaginário, palpável. Gente bonita, que preza a qualidade de vida e o amor pelos pequenos momentos. Gente descontraída, de amizade e risada fáceis, que gosta de estar ao ar livre caminhando à beira-mar, curtindo os jogos na areia da praia e a simplicidade do dia a dia. Gente trabalhadora, cuja melhor amiga é a imensidão do mar!




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