COMO DAR SUPORTE À CRIANÇAS COM AUTISMO, DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL E TDAH
Este módulo está dedicado a como atender às crianças que têm TDAH, autismo em seus diferentes graus e deficiência intelectual. Na realidade de muitas igrejas, casos de crianças com algumas destas condições são mais comuns que crianças surdas ou cegas. Por isso, se faz necessário estar capacitado para saber incluí-las e fazê-las se sentir parte da comunidade da igreja.
É importante destacar que estratégias de aprendizagem aplicadas a uma criança com autismo, também podem ser aplicadas a crianças com deficiência intelectual e TDAH, assim como existem outros recursos e estratégias que podem ser utilizados no processo de aprendizagem.
Como educadores cristãos, torna-se necessário acompanhar os estudos sobre esta temática para que,
na Escola Sabatina e nos cultos regulares da igreja, crianças e adolescentes com essas características possam desenvolver sua espiritualidade, ter direito à aprendizagem bíblica e experimentar diferentes vivências que o programa da Escola Sabatina pode proporcionar.
1Um convite ao estudo
“Transtorno do Espectro Autista”.
Autismo é um termo usado para indivíduos que exibem certos tipos de déficits e excessos comportamentais e de desenvolvimento. Mais recentemente tem sido usado o termo
Desafios específicos que as crianças podem
apresentar:
Comunicação
● Pequena ou nenhuma linguagem expressiva (fala) ou receptiva (compreensão).
● Repetição de palavras ou frases. Fixação em um assunto ou apresentar tom ou volume de voz diferente.
Habilidades Sociais
Habilidades para brincar
● Evitar totalmente o contato social.
● Serem desajeitadas ou inseguras na interação com outras pessoas.
● Dificuldades para explorar ou brincar com os brinquedos da mesma maneira que faria uma criança com um desenvolvimento típico.
● Se tornar obcecadas por um determinado brinquedo ou objeto (repetir a mesma coisa sem parar).
Processament o Visual e Auditivo
Autoestimulaçã o
Reforçadore s incomuns
● Sentidos pouco reativos, com resposta nula ou pequena a dicas visuais ou auditivas.
● Hipersensibilidade a sons e estímulos visuais, que podem perturbá-las.
● Comportamentos de autoestimulação, que podem ser reconfortantes e previsíveis para elas.
● Uso de brinquedos de forma incomum ou inadequada.
● Obsessões.
● Necessidade de reforçadores muito pessoais.
Importante!
Por se tratar de um amplo espectro:
● Nem todas as características são observáveis em todas as crianças e adolescentes.
● As características podem apresentar-se de forma variável e em intensidade distinta.
● Evitar os rótulos e opiniões do senso comum sobre pessoas com TEA, pois tais rótulos podem afastá-los das possibilidades de aprendizagem ativa que o Currículo da Escola Sabatina oferece.
2 Diálogo aberto
Foram selecionados alguns tópicos sobre Transtorno do Espectro Autista-TEA que serão apresentados a seguir.
2.1 Dificuldade em aprender pela observação do outro
As crianças têm dificuldades com as aprendizagens produzidas durante as atividades e situações do cotidiano. Por exemplo, podem não aprender pela observação dos colegas, pais, irmãos e professores da maneira com que as crianças típicas aprendem.
2.2 Sobre o Contato Visual
Não é necessário nem aconselhável iniciar atividades com o comando “OLHE
PARA MIM”. Você pode solicitar o contato visual de forma suave. Ensine, não force, e faça de forma sutil, sem pressão; a criança poderá começar por imitação e depois irá aprender a importância deste comportamento social.
● Aprenda tudo o que puder sobre TEA.
● Seja claro e consistente.
● Mantenha as instruções curtas. Utilize dicas visuais
● Seja atencioso e paciente.
● Utilize estratégias específicas.
2.3Rotina detalhada e Estruturada
Algumas crianças com TEA gostam de uma rotina bem estruturada, por isso, quando ocorre alguma mudança, elas podem ficar frustradas e irritadas. Por isso, fale das mudanças com antecedência.
A maioria das crianças com TEA aprende melhor por meio de estímulos visuais, portanto, é importante usá-los.
Simplifique ao dar instruções, assegure-se de que sejam simples e use linguagem concreta.
Não dê muitas instruções de uma vez.
Evite ao máximo as distrações como barulhos, temperatura e iluminação.
Treine com ela os comportamentos desejados para a interação com outras crianças.
Utilize o currículo da Escola Sabatina para as Crianças, pois esse já vem considerando as diferenças individuais e as caraterísticas próprias dos aprendizes.
3
Torne o ambiente de aprendizagem reforçador
● Antes de tentar ensinar qualquer coisa para a criança/adolescente, gaste um bom tempo apenas ficando com ela e pareando-se com reforçadores. Isso significa associar e reproduzir um padrão.
● Exemplo: se ela ama brincadeiras movimentadas, seja a pessoa que fará a brincadeira acontecer. A meta é reconhecer os interesses da criança e criar vínculos com ela.
● O que pode ser um reforçador? Um quebra-cabeça, um livro de colorir, um livro de figurinhas adesivas, massinha de modelar, um jogo, etc.
Torne o ambiente de aprendizagem divertido. Não tenha medo de parecer ridículo, fazer barulho, cantar, dançar, sujar-se e rolar pelo chão. A criança/adolescente terá menos vontade de escapar daquela situação se ela for divertida e reforçadora.
4 Escolhendo reforçadores que funcionem com a criança
Como descobrir quais devem ser estes reforçadores?
● Pergunte à própria criança, mãe, pai, irmãos, etc.
● Deixe a criança/adolescente escolher entre diferentes itens legais de uma caixa.
● Permita que a criança/adolescente escolha entre duas opções: – “Você quer figurinhas ou brinquedo?”
● Tente coisas diferentes e observe qual é o mais eficaz e convidativo.
4. 1
Usando Reforçamento Positivo para Ensinar Diferentes Conteúdos
● Quando você for ensinar qualquer conteúdo pela primeira vez, a recompensa deve ser dada depois de cada tentativa bemsucedida. Isto é chamado de esquema de reforçamento contínuo.
● À medida que a criança domina cada atividade, gradualmente reduzimos nosso reforçamento, passando de contínuo (toda vez que ela faz alguma coisa) para intermitente (de vez em quando).
● Por que diminuir o reforçamento? Porque não queremos que a criança fique dependente de nosso reforçamento para fazer algo. Queremos que ela o queira fazer por si mesma.
4.2 Como usar os Reforçadores
● Dê a recompensa imediatamente!
● Faça uma festa quando a criança fizer algo certo ao primeiro pedido!
● Varie sua voz, tom e frases usadas.
● Seja específico sobre o que você está reforçando.
Monitorando os Reforçadores
Os reforçadores funcionam melhor quando a criança/adolescente não os tem à disposição o tempo todo. Uma vez que a criança/adolescente atingiu o limite para uma coisa que antes lhe era prazerosa, este vai perder sua eficácia como reforçador. Isto é chamado “saciedade”. Frequentemente, os educadores reservam coisas de interesse e brinquedos especiais para a aula e, assim, o interesse neles e a motivação será alta.
Esteja preparado para mudar de reforçador imediatamente se ele não for mais eficaz.
4.3
5
Ensinando que um comportamento não é adequado
● Diga que um comportamento é inadequado sempre que ele ocorrer.
● Explique especificamente por que ele é inadequado.
● Explique qual foi a consequência do comportamento, ou a possível consequência.
● Explique como ela poderia ter lidado melhor com a situação.
6 Considerações finais
Acredite no potencial dos seus alunos, incentive as crianças para que participem e finalizem as atividades propostas. A expectativa positiva do professor auxilia a modelar o comportamento de aprendizagem. Dessa forma, o papel do professor da Escola Sabatina é essencial para o desenvolvimento espiritual da criança.
Um professor consagrado que busca sabedoria em Deus terá sua mente expandida e maior capacidade de ensino. Portanto, é através da comunhão diária que o professor conseguirá viver e espelhar o amor de Deus na vida das crianças.
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