Anna Mollel
POR QUE ANNA É NOMEADA?
NO M E A DA • Páginas 50–69
Graças a Anna e à sua organização, o Huduma ya Walemavu, milhares de crianças com deficiência têm a oportunidade de viver uma vida digna. Elas recebem assistência médica, cirurgia, fisioterapia, terapia, cadeiras de rodas e outros dispositivos de suporte, a oportunidade de ir à escola, segurança e amor. Anna sempre consegue ações em prol das crianças deficientes, ao falar sobre seus direitos para políticos e organizações, mas especialmente às pessoas nas aldeias rurais remotas. Desde 1990, 12.500 crianças, principalmente da etnia massai, têm uma vida melhor graças a Anna e ao Huduma ya Walemavu. Crianças que teriam sido negligenciadas, abandonadas e poderiam ter morrido se não fosse pela luta de Anna em prol de seus direitos.
TE X TO: ANDRE AS LÖNN FOTO: TOR A MÅRTENS
Anna Mollel é nomeada ao Prêmio das Crianças do Mundo 2012 por sua longa luta de mais de 20 anos em prol das crianças deficientes nas áreas rurais pobres do nordeste da Tanzânia.
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Aos seis anos, Anna Mollel percebeu, pela primeira vez, como era difícil a vida das crianças deficientes nas aldeias massai, no norte da Tanzânia. A pior experiência veio muitos anos depois, quando ela já tinha um longo histórico na luta pelos direitos das crianças deficientes. Anna chegou a uma aldeia que acreditava estar totalmente desocupada, mas encontrou, abandonada no chão de uma casa, uma menina de oito anos que não conseguia se mexer e que teria morrido se Anna não tivesse ido até lá. Na página 55 você pode ler o que aconteceu com a menina Naimyakwa.
A
nna, que pertence à etnia Massai, tinha seis anos e havia voltado da escola para casa. Ela ajudou a mãe a buscar lenha e água e, em seguida, foi à casa de seus amigos, na aldeia vizinha. Eles brincavam no quintal quando Anna ouviu um barulho vindo do interior de uma das casas. – Quando perguntei à
minha amiga o que era, ela olhou para o chão antes de responder que era sua irmã. A amiga de Anna contou que sua irmã não podia sair, pois sua mãe não queria mostrar que tinha uma filha que não era “exatamente como deveria ser”. – Entrei na casa para verificar. E realmente havia uma menininha ali. Ela estava
deitada no chão, sozinha, e sorriu quando me viu, lembra Anna. Anna conhece Nauri
Anna ajudou a menina a sentar-se e elas começaram a brincar. A menina, cujo nome era Nauri, tinha a mesma idade de Anna. Ela estava feliz por finalmente ter companhia. No dia seguinte, Anna voltou quando a mãe de Nauri havia saído para buscar água, para que ela não percebesse nada. – Todavia, nos divertimos tanto que esqueci completamente do tempo. De repente, a mãe de Nauri entrou correndo e me bateu forte com uma vara. Ela gritou que eu nunca mais poderia por os pés em sua casa. Anna teve que fugir, mas estava determinada a voltar no dia seguinte. – As outras crianças