Revista Young - Edição 4

Page 1

1


2


3


4


5


Foto Divulgação

Carta do editor

EXPEDIENTE Direção e edição Denise Camargo revistayoung@gmail.com Colunistas convidados Hiran Murbach, Leonor Macedo, Marcelo Sando, Mari Campos, Karina Muller, Ricardo Reimer e Rose Vidal Colaboradores Ariane Pessa, Edson Capoano, Michele Jardim, Taís Ribeiro, Vanessa Baldacci e Vanessa Prata. Projeto Gráfico e diagramação Wave Comunicação Revisão Rosani Andreani

Programe seu futuro Quando eu era criança sonhava ter uma empregada-robô como a Rose do desenho Os Jetsons e, dependendo da sua idade, você nem saiba quem são eles (em 2010, a família ganhará vida nas telas de cinema e você irá conhecê-los). The Jetsons (em português Os Jetsons) foi uma série animada de televisão produzida pela Hanna-Barbera, exibida no Brasil entre 1985 e 1987, pelo SBT. A série introduziu no imaginário da maioria das crianças o que seria o futuro da Humanidade: carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento. Ainda na minha infância a sequência de filmes De volta para o futuro também me faziam pensar como seria o mundo quando fosse adulta. No entanto, não imaginava metade da parafernália eletrônica que utilizo hoje. Já na adolescência, ao prestar vestibular, não levei em consideração o futuro. Falha minha! No ano que fiz a prova, o curso de jornalismo foi mais concorrido que o de medicina. Não que isso me fizesse mudar de carreira, mas prestar atenção nos caminhos do mercado de trabalho, talvez tivesse proporcionado uma trajetória mais objetiva. Pensando nas profissões que estarão em alta nos próximos anos e como será o mundo daqui a 5, 10 e 20 anos, dedicamos esta edição ao futuro. E não somente ao futuro das profissões. Nas páginas a seguir você encontrará também curiosidades sobre viagens, saúde, beleza, sexo, música e muito mais. Aproveite! Boa leitura, ótimas férias e um feliz 2010! Denise Camargo - Diretora revistayoung@gmail.com 6

Publicidade revistayoung@gmail.com Impressão Gráfica Silva Marts www.graficasilvamarts.com.br Tiragem 15 mil exemplares Distribuição A Revista Young é bimestral, distribuída gratuitamente através de blitz, em escolas de ensino médio, cursinhos e universidades de São Paulo, Revista Young não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nas matérias assinadas.

CNPJ 10.853.374/0001-03 Rua Umuarama, nº 42 Parque José Alexandre -São Paulo - SP CEP: 06321-270


Se você quer fazer comentários, sugestões ou críticas, tirar suas dúvidas ou nos ajudar a fazer a revista, entre em contato conosco revistayoung@gmail.com

Aprendizado Digital

O Colégio Dante Alighieri promoveu em outubro, o VIII Dante Digital, uma feira que reúne tecnologia, educação, cultura, inventividade, interdisciplinaridade, cidadania e sustentabilidade. Realizado bienalmente, o evento foi aberto aos públicos de todas as idades, alunos e não alunos do Dante. Quase na entrada do ginásio de esportes, que abrigava a maior parte das atrações, as boas vindas eram dadas por Mafalda, um simpático robô produzido com sucata, que interagia com os visitantes. Passeando pela feira, era possível conhecer, ainda, outros robôs. Dois deles, controlados por controle remoto, interagiam em uma arena, outros jogavam futebol e até uma pequena banda de rock, cujos integrantes também eram robozinhos. A feira apresentou uma infinidade de projetos, produzidos pelos próprios alunos, sob a orientação dos professores. Estudantes da oficina de empreendedorismo comercializaram camisetas idealizadas por eles, o que consistia em uma das etapas de seu projeto empreendedor. Tiveram ainda atividades de cunho cultural como: mostra de arte, apresentações de jazz, violino, violão, kung fu.Outra novidade foi o lançamento da TV Dante, uma Web TV produzida pelos estudantes, os quais entrevistavam espectadores da feira e contaram com um estúdio adaptado no ginásio. Os visitantes que colaboraram doando alimentos, encaminhados a uma instituição de caridade, ainda participaram de sorteios. Entre os prêmios estavam netbooks. Ao sair do ginásio era possível deparar-se com uma inusitada competição de lançamento de foguetes, cujo vencedor foi o aluno autor do projeto que mais tempo permaneceu no ar. Para saber mais: www.colegiodante.com.br

Conheci a Revista Young e gostaria de sugerir uma matéria, acho que seria muito interessante falar sobre TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) entre os jovens. Principalmente falar das dificuldades de quem tem e precisa desenvolver várias atividades (escola, trabalho, etc).Também gostaria de receber a edição 2 e 3, vocês podem me enviar? Jeffer Melo, Jardim Bonsucesso, Guarulhos, via orkut. Jeffer, obrigada pela sugestão. Anotamos e futuramente abordaremos o tema na seção +saúde. Quanto ao recebimento das edições anteriores o custo de envio é de R$ 5,00 por exemplar. Para isso, entre em contato pelo e-mail revistayoung@gmail.com Olá pessoal, Em um ano pré-eleitoral, gostaria de sugerir uma reportagem com os representantes da força jovem dos partidos. A ideia é entrevistar a subprefeita da cidade de São Paulo, Soninha Francinne, o presidente do PT jovem e o presidente da juventude tucana. O que acham? Cleiton Lanes, São Paulo, por e-mail Obrigada por nos escrever! Anotamos sua sugestão e avaliaremos a viabilidade nas próximas edições. Continue lendo a Revista Young. Conheci a Revista Young por meio de uma amiga, que é de São Paulo, e gostei muito. Sou de Campinas, estudo em São Carlos, na UFSCar, e gostaria de saber como faço para fazer assinatura e receber a versão impressa a cada edição? Raphaela Santos, São Carlos, por e-mail Raphaela, por enquanto, a revista é distribuída apenas em São Paulo capital, Grande SP e ABC, mas em 2010 deveremos ampliar a distribuição para algumas cidades do interior. Como é gratuita não temos assinatura. No entanto, podemos enviá-la pelo correio e você pagará o custo de envio que é de R$ 5,00 por exemplar. Se houver interesse entre em contato pelo e-mail revistayoung@gmail.com 7

Espaço do leitor

FALE COM A REDAÇÃO


8


índice Giro musical

10

Fique de olho

12

Capa

14

Geração Y

20

Sem tarjas

22

Cuide-se

24

+ Saúde

26

Perfil

28

Blog

30

Cursinho

32

Carreiras

34

Mudança de direção

36

Entrevista de emprego

38

Por aí

40

Viagens

42

Autoestima

44

Enem

46

Garimpo

48

Hi-Tech

50

9


Fotos Divulgação

Giro musical Por Hiran Eduardo Murbach

MEGASHOWS DO COLDPLAY A banda Coldplay estará de volta ao Brasil para a sua terceira turnê por aqui. Mas, se os shows anteriores foram em locais fechados e menores, desta vez eles, finalmente, foram içados a um novo patamar, das superbandas. As apresentações do mais recente álbum, Viva La Vida or Death and all his Friends, serão no Rio de Janeiro, dia 28 de fevereiro, na Praça da Apoteose, e em São Paulo, dia 2 de março, no Estádio do Morumbi.

BEATLES FOREVER O ano de 2009 definitivamente trouxe de volta a Beatlemania. Não que ela tenha desaparecido, mas dois lançamentos fizeram a festa dos fãs. O primeiro foi o jogo de vídeo game Beatles Rock Band, sem dúvida um dos jogos mais aguardados da história. O outro, foi o relançamento de um box contendo todos os álbuns deles, remasterizados digitalmente e com documentários acompanhando cada uma das gravações. Presente para fã mesmo. É por essas e outras, com agrados para os fãs antigos e presente em novas mídias, que os Beatles jamais vão desaparecer. 10


ROTEIRO COM MÚSICA Paulo Back é roteirista das histórias da Turma da Mônica, há 15 anos. Mas também é músico, há muito mais tempo que isso, tocando em diversas bandas. Batemos aqui um pequeno papo com ele, principalmente sobre como a música influencia a sua criação. Qual a importância da música na sua vida pessoal e profissional? A música está sempre presente. Enquanto trabalho ou grudada nos pensamentos. Qual o personagem da Turma que você mais gosta de desenhar? Gosto demais de dar vida aos “personagens secundários” e deixá-los um pouco mais em evidência. Adoro a vidinha simples do Chico Bento e o papo “humano” do Bidu. Mas provavelmente, o meu xodó é o Mingau, o gato da Magali. Como funciona o seu processo criativo? Para falar a verdade, não sei... É o personagem quem faz a história, não eu. O próprio Mauricio diz que muitas vezes a história vem por si só. Nós somos um instrumento: numa ponta o roteirista e na outra o personagem. No meio existe o Mauricio, pois, para uma historia ficar boa, temos de pensar como ele. Você criou algumas histórias baseadas ou em homenagens à músicos. Quais foram eles? A última homenagem foi ao Michael Jackson. Houve também referências à Madonna, Amy Whinehouse, Lady Gaga, B-52´s, U2, The Cure, Elvis, Mamonas Assassinas e várias historinhas com os Beatles. Vale lembrar também que o Mauricio de Sousa criou o personagem-cadeirante Luca em homenagem ao Herbet Viana, tanto que o apelido do personagem é “Paralaminha”.

Poucos dias depois da morte de Michael Jackson, o storyboard de uma homenagem já estava na internet. Como foi desenvolver essa história num tempo tão curto? Há alguns anos, fiz uma pequena homenagem onde a turma do Penadinho invade um estúdio de gravação e se faz passar pelos monstros de Thriller, então pensei numa continuação. Rabisquei a história, fiz o rascunho e enviei o roteiro para o Mauricio. No início da noite já estava na internet, ele mesmo divulgou pelo twitter. Foi uma grande honra, pois foi a primeira vez que uma história foi disponibilizada apenas no roteiro, sem acabamento e sem arte final. O Maurício achou melhor mostrá-la dessa forma para homenagear o astro. Existe algum músico que você tenha vontade de inserir numa história ou homenagear e que ainda não fez? Muitos, mas alguns são desconhecidos para as crianças que são a maioria dos leitores. Você tem algum projeto profissional que não tenha realizado? Na música me considero realizado assim como nas HQs. Nem tudo que faço gosto, pois sempre acho que poderia fazer melhor (geralmente no dia seguinte à finalização e à entrega). Porém, é sempre bom almejar um degrau a mais.

Hiran Eduardo Murbach, na casa dos 30 e poucos anos, advogado de profissão, escritor por vocação e baixista numa banda de rock por teimosia.

11


Fique de olho

Os 120 anos de nascimento da escritora Cora Coralina foram comemorados durante 2009. A poetisa que eternizou pedras, flores e doces lançou seu primeiro livro aos 70 anos e sempre acreditou nos jovens e no trabalho como forma de libertação. Em um de seus poemas escreveu que quando morresse, o que aconteceu em 1985, não morreria totalmente, se transformaria em árvore e também estaria presente nas músicas de seus versos.

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Foto Divulgação

Por Karina Muller

ETERNAMENTE CORA

CIDADES HISTÓRICAS BRASILEIRAS NA REDE Não dá para falar em Cora Coralina sem lembrar-se da Casa Velha da Ponte e de tudo que o casarão de raízes bandeirantes significou para sua vida e obra. Mesmo depois de ter vivido em diversas cidades paulistas, a escritora voltou para a casa onde passou a infância e parte da juventude e lá ficou até o fim de seus dias. Para saber mais sobre a cidade de Goiás e outras muitas cidades históricas brasileiras, a Ciclope Arte e Publicações Digitais criou um site sobre elas. As cidades são divididas por regiões como Serra do Mar, Circuito do Ouro, Circuito do Diamante, Costa do Descobrimento etc., com informações sobre pontos turísticos, hospedagens, calendário de eventos, história, arte barroca, música colonial e biografias de personalidades de destaque. O portal também exibe documentários e videocrônicas sobre particularidades de nosso rico patrimônio histórico. Entre os inúmeros vídeos há uma seção de videocrônicas sobre o universo de Cora Coralina com trechos de seus poemas. http://www.cidadeshistoricas.art.br/

12


Foto Divulgação

FACES DA DOCE escritora Uma dica para começar a conhecer o universo da escritora é o belíssimo livro de poemas Vintém de Cobre, com o subtítulo Meias Confissões de Aninha, que trata de suas memórias. Para quem não sabe, Cora Coralina foi uma doceira de mão cheia em Goiás e o livro Doceira e Poeta, da Editora Global, revela esta faceta da artista. Com apoio de sua filha Vicência Brêtas Tahan, as receitas de doces “com muito pouco açúcar”, como gostava de dizer, foram escolhidas entre as tantas que a acompanharam ao lado do fogão a lenha da Casa Velha da Ponte. As ilustrações do livro são de Claudia Scatamacchia. Cora Coralina: Doceira e Poeta, Editora Global. Preço: R$ 119,00.

Foto Divulgação

RAÍZES DE ANINHA A biografia Cora Coralina: Raízes de Aninha, de Rita Elisa Seda e Clóvis Carvalho Britto, publicada pela editora Idéias e Letras, nesse ano, tenta encontrar entre os “silêncios e os momentos de esquecimento” da vida de Cora Coralina (18891985) um pouco mais de sua alma. A infância em Goiás, a vida adulta em Jaboticabal, Penápolis, na capital paulista, em Andradina e a volta para a casa em Goiás conduzem o leitor para um encontro particular com a escritora. Apesar de ter revelado muito de si mesma em sua lírica, a obra promete ser um mergulho singular na vida dessa mulher que sempre viu o trabalho como redenção e que resistiu a falta de reconhecimento no meio literário durante muitas décadas sem perder a alegria e a fé no futuro. Cora Coralina: Raízes de Aninha, Editora Idéias e Letras. www.ideiaseletras.com. br. Preço sem frete: R$ 43,35

Entre as homenagens, o Museu da Língua Portuguesa exibe a mostra Cora Coralina: Coração do Brasil, com curadoria de Júlia Peregrino e cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Imagens do universo pessoal da escritora, trechos de suas poesias, além de documentos inéditos e originais de livros, são alguns elementos da exposição que também traz declarações da poetisa em vídeo. A mostra tem patrocínio do Governo do Estado de Goiás, apoio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e da Associação Casa de Cora Coralina, além da colaboração de sua família e ficará em exibição até o dia 13 de dezembro, nos mesmos horários de funcionamento do museu. Endereço: Museu da Língua Portuguesa, Praça da Luz, s/nº, Centro, São Paulo. (11) 3326-0775 ou museu@museudalinguaportuguesa.org.br

Foto Divulgação

CORA CORALINA: CORAÇÃO DO BRASIL

Karina Muller Atriz-jornalista trabalha com teatro para crianças. Quer ser escritora e se inspira em Gabriel García Márquez e Isabel Allende para contar histórias reais e fictícias.

13


14

Fotos: Olly


O futuro começa agora A escolha da carreira é um passo decisivo. Leia o texto e fique por dentro das áreas que devem ter destaque nos próximos anos e dos novos cargos que tendem a surgir Texto: Vanessa Prata Embora não seja possível prever o futuro, algumas tendências ajudam a identificar como será o mercado de trabalho dos próximos anos e podem ajudá-lo na escolha. “Uma área que está ganhando destaque é a da economia “verde”, carreiras como engenharia ambiental, gestão de meio ambiente e projetos relacionados à sustentabilidade e reciclagem. Outra vertente é a sigla em inglês STEM – Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, áreas que também tendem a se desenvolver muito e gerar grande demanda em função do desenvolvimento econômico do país, com o pré-sal, por exemplo”, afirma Arnoldo de Hoyos, presidente no NEF – Núcleo de Estudos do Futuro, ligado à PUC-SP. Além dessas áreas, e em função dos grandes eventos esportivos que o Brasil sediará, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, carreiras ligadas à comunicação, turismo e lazer, esporte e relações internacionais também devem estar em alta nos próximos anos. “Esses eventos exigem uma infraestrutura muito grande, que o Brasil ainda não dispõe, por isso há muitas oportunidades à vista, tanto na construção civil como na prestação de serviços e na geração de informações antes e durante os jogos”, diz Daniel Estima de Carvalho, professor do Profuturo - Programa de Estudos do Futuro, da FIA – Fundação Instituto de Administração. Novos cargos Uma pesquisa do Profuturo, com projeção para 2020, identificou também novos cargos que terão destaque nos próximos anos e que hoje ainda não existem ou são incipientes. O número 1 da lista seria o gerente de ecorrelações, profissional que irá se comunicar e trabalhar com consumidores, grupos ambientais e agências governamentais para desenvolver e maximizar programas ecológicos. Na sequência, viria o chief innovation officer, cuja função será interagir com os funcionários em diferentes áreas da organização para pesquisar, projetar e aplicar inovações. “Os papéis serão cada vez mais abrangentes. O gerente de ecorrelações precisa ter uma formação voltada para marketing, mas também tem de entender de direito ambiental, enquanto o chief innovation officer flutuará entre várias áreas, buscando as melhores ideias tanto em finanças como em marketing, por exemplo”, ressalta Daniel. Na terceira posição do estudo aparece o gerente de marketing e-commerce, 15


responsável por gerenciar o desenvolvimento e implementação de estratégias de websites para vender produtos e serviços pela Internet e desenvolver o uso da web 2.0, que permite maior interação com os clientes. Outro cargo inexistente hoje, e bastante curioso, apontado pela pesquisa será o conselheiro de aposentadoria, responsável por ajudar as pessoas a planejarem sua aposentadoria, tanto financeira quanto emocional, ou se recolocarem no mercado ou abrirem o próprio negócio. Haverá ainda o cargo de coordenador de desenvolvimento da força de trabalho e educação continuada, que gerenciará programas para ajudar funcionários qualificados a atingir níveis avançados em suas áreas de especialização. A área de saúde também deve se aprimorar com os bioinformationists, cientistas que trabalharão com informação genética, servindo como ponte para o desenvolvimento de medicamentos e técnicas clínicas. “Os resultados da pesquisa apontaram que a ênfase crescente na inovação, a busca por qualidade de vida e a preocupação com o meio ambiente serão importantes impulsionadores na determinação das carreiras mais promissoras”, completa o professor. Blogueiro profissional Uma matéria do jornal Folha de S.Paulo, de 23 de agosto, apontou outro cargo que está engatinhando, mas que deve crescer no futuro: o “blogueiro profissional”, responsável não apenas por manter os blogs corporativos, mas pelo 16

relacionamento com os clientes por meio de redes sociais como Orkut, Twitter e Facebook. Em julho, 21,9 milhões de pessoas navegaram por blogs no país - o equivalente a 60% dos internautas ativos, segundo o Ibope Nielsen Online. E, com a crescente preocupação das empresas em acompanhar as novas mídias, profissionais antenados com essas tecnologias devem ganhar espaço com a criação de cargos como gerente de redes sociais ou analista de mídias sociais. “Blogueiros profissionais são produtores de conteúdos autônomos. Porém, esse não é o maior atrativo para contratá-los, pois para a tarefa de produção de conteúdo o jornalista acaba fazendo o trabalho com mais qualidade. A grande vantagem do blogueiro é sua experiência no uso de ferramentas web 2.0 e sua habilidade em utilizá-las para gerenciar o relacionamento da empresa com seu públicoalvo”, diz Edney Souza, diretor de operações da Pólvora! Comunicação, consultoria especializada em mídias sociais. “O blogueiro deve estudar novas ferramentas sociais, cuidar da presença da companhia nesses canais e ser uma interface com todas as áreas que detêm o conhecimento dos produtos e serviços e que podem efetivamente resolver os problemas dos clientes”, acrescenta. Empreendedorismo O mercado de trabalho também oferece boas oportunidades para quem pretende abrir o próprio negócio. A pesquisa da FIA aponta que hoje o empreendedorismo responde por


12,8% da PEA - População Economicamente Ativa, do país mento da renda familiar e como alternativa de trabalho após e a tendência é que em 2020 chegue a 17%. “Há uma len- a aposentadoria. As oportunidades de negócios estão prinda que as pessoas só viram empreendedoras no Brasil por cipalmente no setor de Serviços, em áreas como Saúde e falta de opção, após perderem o emprego, por exemplo. Qualidade de Vida, Turismo e Lazer, Alimentação, Serviços Mas isso não é verdade. Cada vez mais pessoas estão para a Terceira Idade e Consultorias Especializadas (Sustenavaliando a abertura de seu próprio negócio como uma tabilidade, Desenvolvimento de Carreira, Consultoria Pessoal, Planejamento Financeiro e Consultoria Empresarial). oportunidade real de crescimento”, enfatiza Daniel. O estudo indica ainda que as relações de trabalho sofre- Antes de abrir o próprio negócio, no entanto, pesquise muito, faça cursos e converse rão alterações significativas Estudo indica nos próximos anos com profissionais da área nos próximos anos, com uma diminuição dos postos haverá uma diminuição de postos de para evitar o mesmo destino de 29% das novas emprede trabalho formais e, contrabalhos formais e, consequentemen- sas paulistas, que fecham sequentemente, muitos prote, muitos profissionais terão de criar as portas antes de complefissionais terão de criar seu tar um ano de atividade, sepróprio emprego. Além disseu próprio emprego. gundo dados do Sebrae-SP. so, com a melhora da educação e dos índices sociais, e com o incentivo e orientação do governo e de órgãos como o Sebrae - Serviço de Apoio Prepare-se às Micro e Pequenas Empresas, haverá uma tendência de As relações de trabalho já estão mudando e essa mudanaumento da atividade empreendedora no Brasil. Até 2020 ça tende a se acelerar, o que exige profissionais mais preteremos um número maior de profissionais com ensino su- parados para o novo mercado. “Os jovens precisam se perior no Brasil e já há um crescimento de palestras, se- adaptar às novas tecnologias e ao trabalho colaborativo, minários, revistas e livros sobre empreendedorismo, além muitas vezes à distância e terceirizado. É necessário aindo fato de que empresas, universidades e cursos de MBA da que tenham uma formação interdisciplinar, saibam lidar com problemas complexos, sejam fluentes em línguas, enfatizam a necessidade de empreender. O empreendedorismo também é citado na pesquisa como pelo menos inglês e espanhol, e tenham boa cultura geuma busca por satisfação pessoal e independência, au- ral”, recomenda Arnoldo de Hoyos. 17


Daniel de Carvalho também aponta a necessidade de os jo- Daniel também comenta essa característica dos jovens vens fazerem cursos de especialização, além da faculdade, de hoje e a necessidade de adaptação a alguns padrões. para buscarem um foco atual e moderno. “Novidades do “Eles estão ansiosos, perdem o interesse com muita ramercado e novas ferramentas de trabalho são mais facil- pidez e a sociedade ainda não está preparada para essa mente implementadas em cursos de curta duração, como geração que já nasceu com a Internet, tendo tudo à mão a em MBAs, do que nos cursos universitários, mas estes ain- um clique. Todos temos de nos adaptar. Os jovens precisam desenvolver uma visão sistêmica, da dão uma base mais sólida”, diz. Apenas boa formação, no entanto, não é suficiente para olhar o todo sem perder profundidade, e a sociedade garantir aos jovens o ingresso ao mercado de trabalho. precisa aprender a lidar com essa geração que consegue Na coluna de Gilberto Dimenstein, publicada em 27 de se- conversar pelo MSN, ouvir música e fazer trabalho escolar tembro, na Folha de S.Paulo, o jornalista cita que, no ano ao mesmo tempo”. passado, 730 mil universitários e recém-formados se can- Em sua coluna, Dimenstein menciona ainda que o problema prossegue mesmo após didataram a 2.334 vagas de Em 2008, 730 mil universitários e re- a peneira inicial, pois cerestágio e trainees, mas 10% cém- formados se candidataram a ca de 15% dos aprovados das vagas não foram preenchidas. Alguns motivos são 2334 vagas de estágio e trainees, mas não suportam a pressão e desistem logo no primeiro explicados no artigo pela psicóloga Sofia Esteves, 10% das vagas não foram preenchidas ano, evidenciando falta de presidente da empresa de recrutamento Cia. de Talentos: resiliência, isto é, a capacidade de suportar as adversidamá formação (não ter fluência em inglês, por exemplo), des e se adaptar, e a dificuldade de simplesmente ouvir dificuldade de expressar com clareza uma ideia e carên- “não”, como não ter um projeto aprovado pela empresa. cia de comprometimento. Muitos candidatos são cortados Desenvolver características como resiliência, inteligência emocional e capacidade de trabalhar em equipe, portanporque não vão às entrevistas. Além disso, uma pesquisa da Cia. de Talentos com 31 mil to, já são pontos-chave para o sucesso profissional hoje e universitários evidenciou um conflito de gerações: as em- serão ainda mais importantes nos próximos anos. presas não estão entendendo os jovens, formados na cha- Ficar por dentro das áreas mais promissoras, ter boa formada era da informação, e os jovens não entendem o que mação, comprometimento e vontade de crescer são esas empresas pedem. O estudo mostrou que quase todos os senciais, mas Arnoldo cita outro ponto em que o jovem universitários que disputaram vagas de trainee e de estágio deve levar em consideração ao escolher uma carreira. navegam em redes sociais, como Orkut e Facebook, mas “Siga aquilo que faz você feliz. Não adianta procurar algo formam uma geração que não aprendeu a reverenciar hierar- que não o motiva só porque está na moda ou porque é quias; e o que existe de habilidade para tarefas simultâneas uma ‘carreira de futuro’ se não tiver vocação e não gostar do que faz”. e velozes, falta em foco e aprofundamento. 18


A

LA

-ESCO

A CLÍNIC

COL L-ES SPITA

A DE ÓPRI R P REDE

• HO

TAIS

HOSPI

. ento m i c he econ r e . o diçã nista a a r T m ( ) . m hu e g a ados d r n o o i b s i ( )A perv u s s io stág E ) isso. ( o d u t olha c s E (X) Prov Medica de 12/1i2na

Ensino baseado na ética, no respeito à vida e na discussão das questões mais importantes do nosso tempo. • Administração • de Empresas • Hospitalar

• Nutrição

Bolsa Melhor Ingressante

• Pedagogia

• Biomedicina

• Psicologia

• Ciências Biológicas

• Terapia Ocupacional

Na São Camilo, o melhor candidato de cada curso conquista uma bolsa de estudos de 50% no 1o semestre.**

• Enfermagem • Farmácia

Cursos Tecnológicos:

• Filosofia

• Gastronomia

Bolsas de estudos integrais*

• Fisioterapia • Fonoaudiologia • Medicina

Saiba mais sobre nossos cursos:

• Radiologia Único curso superior particular do Brasil com nota máxima no CPC do ENADE 2007 Estrelas recebidas no Guia do Estudante 2009/2010 – Editora Abril.

www.saocamilo-sp.br 0800 17 8585

Campi: Ipiranga 1 • Ipiranga 2 • Pompeia • Estação Ambiental São Camilo

*Veja regulamento no site www.saocamilo-sp.br. **O valor da matrícula será integral. Bolsa não válida para candidatos do PROUNI.

Prova em janeiro de 2010


20

Fotos: Olly


Os Y Man

Uma nova geração de jovens quer ser feliz Do seu jeito Texto: Edson Capoano E lá vem alguém para botar rótulo em você, meu filho. Agora não há espaço. Além disso, a vida da geração Y geralmente (na verdade, há algum tempo), faz parte da geração Y. Mas é muito boa.“Pra que mudar o sistema se eu arranjo um o que será isso, um X Man com energético? Vão te nascer jeitinho de me dar bem nele? garras ou vai ficar verde? Não, é muito melhor que isso. Aliás, por falar em trampo, a geração Y tem formiga na Pesquisas comprovaram o que você e seus amigos já sa- cueca: não fica muito tempo num mesmo trabalho. Rejeita bem: há algo por trás da cara de distraído, da conversa tipo hierarquias e cai fora quando não tem mais nada a aprender. Efetivamente, a nova economia tem cada vez menos “não tô aí com nada” e da postura de malandrão. A geração Y é composta basicamente por indivíduos nas- empregos formais com carteira assinada. Então, é legal ser cidos no fim dos anos 70. Ufa, escaparam da calça boca ambicioso por algo melhor. O problema que o Y quer ser de sino! Nasceram com pais mais relaxados e com saco reconhecido tão rápido que nem sempre dá tempo ao temcheio de tantas regras, vindas da sociedade ou de famílias po. Sentar na janelinha, sabe? A ansiedade de evoluir e a tradicionais. Aliás, a família de um Y geralmente não tem sensação de que já sabe tudo pode lhe gerar problemas. Com tanta informação na o formato papai, mamãe e filhinho. Pais separados, às A geração Y é composta basicamen- cabeça, uma confiança vezes nem casados, são a te po indivíduos nascidos no fim dos enorme em si e um ambiente estável (afinal, você nasceu origem do Y Man. Assim, o anos 70. Filhos de pais com o saco num mundo sem guerras jovem ganhou mais espaço e liberdade. Muita proteção cheio de tantas regras da socidade ou mundiais, crises econômicas assoladoras ou educatambém, até demais, para de famílias tradicionais ção repressora), o Y não encompensar a falta de uma tende porque algumas coisas ainda vão mal. Seu senso de família certinha ou dos pais, que estavam trabalhando. O que restou pra você, Y? Foi criado pela babá eletrônica, justiça social e felicidade pessoal é tão grande que chega a TV, e falou ao telefone antes de dizer papai. Essa gera- a ser exemplar. Ou infantil. Por isso, tem muita dificuldade ção pensa através da tecnologia. Isso é um terremoto no para se encaixar em sistemas tradicionais como escolas, sistema de raciocínio tradicional: do linear, você é icônico e empresas quadradas ou regras no geral. Com o tempo, vai multitarefa. Traduzindo: faz várias coisas ao mesmo tempo, entendendo como funciona as gerações e o mundo que já precisa de rapidez e novidade e nem sempre se importa existia antes dele, ou melhor, vai criando outro, mais flexível, com profundidade. Navega em vez de mergulhar nas coi- menos hierarquizado, mais comunicativo. Um exemplo é a pesquisa que o Ibope Mídia fez, dizendo sas que faz. Chamam o cara ou a mina Y de individualista. Que pensa que 1/3 dos jovens entre 10 e 17 anos preferem conversar muito na sua realização pessoal e profissional e esquece o pela internet a encontros reais. Para seus pais, isso pode resto da sociedade. Isso cheira a consequência, não res- ser a prova final de que você definitivamente não é normal. ponsabilidade dessa nova galera. Após a supremacia de Mas as redes sociais e o acesso irrestrito à informação são uma economia liberal e uma vida estimulada ao consumo, uma mudança de paradigma. E por isso, se você é X, Y ou Z parece normal que jovens queiram se dar bem sem pensar é seu direito. Só se ligue em ponderar o individualismo, tentar muito nos outros. O “pegar em armas” a là Che Guevara se dar bem com mais calma e, se quer mudar o planeta, fica algo bonito, mas distante da realidade de entrar no ves- busque trabalhar em equipe. Senão suas ideias vão servir tibular, pagar contas e arranjar um trampo. Não dá tempo, apenas num scrap de um blog qualquer. 21


22

Por Rose Vidal

Sem tarjas Fotos: Cheberkus


Bota camisinha! use e abuse dela na hora h

As variedades vão desde as que brilham no escuro até o preservatico líquido Foi-se o tempo que camisinha era apenas um plástico resistente e lubrificado. Hoje, além daquelas com sabores que vão desde o gosto de frutas passando pelo eucalipto, menta e tutti-frutti, há as coloridas, engraçadas (com emoticons na capa), com lubrificantes que prometem retardar a ejaculação, as que brilham no escuro e mais uma variedade de modelos, tamanhos e espessuras. Vale tudo para garantir o sexo seguro e sair da rotina. Agora ouçam essa: entre as novidades, uma das mais inusitadas é a camisinha líquida. Segundo pesquisadores da Universidade de Utah (EUA), o protótipo da “camisinha líquida” é especialmente formulado para mulheres se protegerem contra o vírus da Aids. O líquido quando entra em contato com a vagina se transforma numa espécie de gel. Depois, quando o gel “bate de frente” com o sêmen, ele retorna à forma líquida e libera um antídoto antiviral para combater o vírus HIV e qualquer doença sexualmente transmissível. Mas calma gente, o produto só deve chegar às prateleiras nos próximos 10 anos. Há, ainda, outra opção para os aficionados em tecnologia, a camisinha em spray, que já é comercializada normalmente. A invenção vem da Alemanha e se resume no seguinte: o camarada coloca o pênis dentro de um equipamento hi-tech (uma latinha), que em 5 segundos borrifa a substância formando uma película por todo o pênis. Assim se forma uma borracha que se adequa confortavelmente ao “seu amigão”. No Brasil é possível encontrar esse novo apetrecho em sex shops. Porém, vale a pena não ficar marcando bobeira e levar só a camisinha descolada, porque, às vezes, o (a) parceiro (a) não se adapta ou tem alergia e, aí colega, tem de ter um preservativo normal mesmo. Outra coisa que pega sem a gente perceber é a data de validade e a presença do selo do Instituto Nacional de Metrologoia (Inmetro). Não adianta nada se divertir sem ter a proteção garantida. Após esses cuidados, relaxe e curta as novidades. Uma enquete realizada com 7.520 adolescentes de 13 a 17 anos mostra que apenas 56% dos jovens brasileiros usam camisinha sempre, apesar de 77% deles julgarem a proteção contínua importante. Para todos os gostos Camisinhas personalizadas completam aqui nossa matéria, elas podem vir como brinde de energético, em campanhas de carnaval ou mesmo estampada com o seu time do coração. Mas, em 2007, veio uma surpresa para os fãs de Heavy Metal: a banda Manowar lançou as camisinhas “Warrior’s Shield”. Segundo o grupo, “as novas camisinhas são o acessório romântico perfeito para todos os verdadeiros casais Meta”. As embalagens trazem o logo da banda e contêm cinco preservativos.

Primórdios da proteção Após anos de tentativas pela proteção contra doenças venéreas, em 1564, o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou um forro de linho do tamanho do pênis, embebido em ervas. Mais adiante, estes preservativos passaram a ser embebidos em soluções químicas (pretensamente espermicidas) e depois secados. Mais adiante, em 1630, o Dr. Quondam, alarmado com o número de filhos ilegítimos do rei Carlos II da Inglaterra (1630-1685), criou um protetor feito com tripa de animais. O ajuste da extremidade aberta era feito com um laço, o que, obviamente, não era muito cômodo, mas o dispositivo fez tanto sucesso que há quem diga que o nome em inglês (condom) seria uma homenagem ao médico. Outros registros indicam que o nome parece vir mesmo do latim “condus” (receptáculo). A “camisinha tripa” seguiu sendo usada, até 1839, quando Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível à temperatura ambiente. Mas a higiene absoluta ainda não havia nascido. Nesta época, os preservativos de borracha eram grossos e caros e, por isso, lavados e reutilizados diversas vezes. As camisinhas de látex só surgiram em 1880 e daí evoluíram à medida que novos materiais foram desenvolvidos, adicionando novas formas, melhorando a confiabilidade e durabilidade.

Rose Vidal, Jornalista, especialista em mídias na educação, mestranda em Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo.

23


Foto Jose Torres

Palhaços, mulher barbada, trapezistas, malabaristas, cachorros saltitantes. O mundo lúdico dos circos não é mais o mesmo! Ele tornou-se mais um cenário ideal para quem quer ficar em forma, pois pendurar-se em tecidos coloridos que estão há, mais ou menos, seis metros do chão e onde é possível fazer performances, mesclando dança e teatro, aumentam a força muscular e a flexibilidade. Além disso, segundo a fisioterapeuta Deborah Supino, adepta da modalidade de tecido acrobático, “a atividade estimula a concentração, o raciocínio lógico e trabalha a paciência. Também é motivador, devido ao fato de poder ultrapassar obstáculos a todo momento, vencendo medos e receios”. Se você gostou da ideia, existem ainda outras opções como aulas no trapézio (não o voador que há no circo, mas um trapézio fixo, onde se realizam vários movimentos sozinhos ou em dupla); exercícios na lira (que parece um bambolê de ferro, erguido por um fio também no teto) ou na corda indiana (onde se faz diversas posturas enquanto a corda é girada a certa velocidade). “Todas estas atividades desenvolvem maior percepção de como movimentar o corpo no espaço, trabalhando a graciosidade de movimentos e expressão corporal. Tudo através de uma forma lúdica que afasta o estresse e dá caminho ao relaxamento”, afirma a profissional. Para saber mais: www.galpaodocirco.com.br

Foto Michael Lorenzo

Por Denise Camargo

Cuide-se

UMA PIRUETA, DUAS PIRUETAS! BRAVO, BRAVO!

PADARIA ARTESANAL

Um pequeno e charmoso espaço, em São Paulo, ganhou adeptos entre os praticantes de uma vida saudável, A Pão (padaria artesanal orgânica), aberta há 2 anos, é pioneira no Brasil na produção de pães artesanais e orgânicos. Cerca de 80 a 90% dos ingredientes utilizados como trigo, laticínios, ovos, e hortifrutis, sucos, vinhos e cerveja têm certificado de conformidade com o meio ambiente. O local oferece oito tipos de pães rústicos, com destaque para o integral. No entanto, para Rafael Rosa, proprietário do espaço, o diferencial e principal ingrediente dos produtos é o amor. Os produtos são feitos diariamente e o que não é vendido segue para doação. Para saber mais: www.padariaartesanal.org. De terça a sábado, das 10 às 19horas.

24


RETA FINAL Com os vestibulares se aproximando é comum ter a sensação de não ter estudado o suficiente ou não ter dedicado tempo máximo às tarefas. Nestes casos, a ansiedade não ajuda, somente prejudica na preparação para as provas. Segundo Christian Barbosa, especialista em gestão do tempo e co-autor do livro Mais Tempo, Mais Dinheiro, a organização é a porta inicial para entender a importância da gestão do tempo. Christian ensina que, fundamental para os estudantes neste momento, é planejar a semana e elaborar uma agenda de atividades. Nela você deve separar as tarefas e o que estudará em cada dia e destacar o que é importante, urgente e circunstancial. Procure relaxar com atividades prazerosas e evite ficar muito tempo em frente ao computador ou televisão. Estabeleça a quantidade de horas de estudo e não passe dia inteiro estudando, isso apenas o deixará cansado e não permitirá que assimile o conteúdo.

Foto: Magda S.

QUEM DANÇA SUAS CALORIAS ESPANTA Quem não gosta do clima fitness pode optar por outras maneiras de malhar o corpo e perder calorias como, por exemplo, dançar. Todos os ritmos queimam calorias, até mesmo os mais lentos podem gerar uma perda de 4 a 6 calorias por minuto. O forró e a salsa exercitam bastante os músculos do bumbum, dos pés e das pernas, chegando a queimar de 300 a 400 calorias por hora, segundo Mariana Mendes, professora de Educação Física do Espaço Shiva Nataraj, em São Paulo. Já o Bolero, ritmo mais lento, queima uma média de 300 calorias por hora. Entretanto, o Zouk, também uma dança lenta, porém mais sensual (que se assemelha a lambada) pode exterminar até 600 calorias por hora, declara Mendes. A dança do ventre, repleta de feminilidade, enrijece os músculos abdominais e queima de 300 a 400 calorias por hora, dependendo do foco da aula. As adeptas desta modalidade garantem que o exercício afina a cintura e muda o formato do abdômen, além de deixar a mulher mais sensual. Então, caia na pista! Para saber mais: www.shivanataraj.com.br

25


Chegar à praia com cor de escritório “ninguém merece”! Mas se você está pensando em fazer um bronzeamento artificial e garantir uma “corzinha” sem tomar sol, fique atento. Desde novembro, as câmaras de bronzeamento artificial, sabe aquelas que ficamos deitados parecendo um “frango na padaria”,pois é, foram proibidas para fins estéticos no país. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além do uso, a importação, o recebimento em doação, aluguel e a comercialização desses equipamentos foram vedados. Isso porque surgiram novos indícios de agravos à saúde relacionados com o uso do equipamento. Um grupo de trabalho da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde, noticiou a inclusão da exposição às radiações ultravioleta na lista de práticas e produtos carcinogênicos para humanos. Além disso, estudos da IARC indicaram que a prática do bronzeamento artificial aumenta em 75% o risco do desenvolvimento de melanoma em pessoas que se submetem ao procedimento até os 35 anos de idade. No entanto, a resolução da Anvisa não se aplica aos equipamentos com emissão de radiação ultravioleta destinados a tratamento médico ou odontológico. Então, o jeito é chegar mais cedo na praia e garantir seu lugar “ao sol”.

RUMO AOS 100 ANOS

Texto: Vanessa Prata

Foto: Benjamin Earwicker

Por Denise Camargo

+ Saúde

Foto: Daniel Cubillas

VEM CHEGANDO O VERÃO

26

Um estudo realizado por pesquisadores dinamarqueses e alemães sobre as expectativas de vida e o desenvolvimento das doenças em 30 países ricos apontou que a maioria das crianças nascidas a partir de 2000 chegará aos 100 anos. A pesquisa, publicada em setembro pela revista científica The Lancet, indica que as pessoas estão vivendo mais e com menos incapacidades e limitações devido, além dos avanços médicos, ao fato de que cada vez mais o trabalho exige menor esforço físico, a alimentação é feita mais conscientemente e as pessoas cuidam mais do corpo praticando esportes. Outro dado apontado é que ampliar a vida laboral pode ser benéfico para a saúde se reduzirmos o número de horas trabalhadas por semana. Segundo o estudo, evidências indicam que com uma menor carga semanal, mas com uma vida de trabalho mais longa, se poderia aumentar a expectativa de vida e melhorar a saúde da população.


Descubra seu potencial Texto: Tânia Regina Sanches Edição: Tatiane Matheus Um atleta de sucesso tem sempre um treinador que o ajuda a descobrir seus pontos fortes e a desenvolver aqueles que precisam ser melhorados. Porém, não é preciso sonhar em ir para a próxima Olimpíada para ter um “coach”. Há profissionais que ajudam as pessoas comuns a conseguirem colocar em prática seus planos que, até então, estavam somente como sonhos em sua cabeça. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já teve dificuldade para encontrar a melhor solução ou decidir qual caminho a seguir. A função do coach é de facilitar a vida nesses momentos e ajudar a encontrar o melhor de si mesmo. Esse profissional pode usar diversas abordagens para o seu cliente descobrir a chave da virada. Ele foca as possibilidades futuras e não erros do passado. Também o ajuda a ter uma maior consciência de si mesmo. Dessa forma, a autoconfiança desenvolvida é fundamental naqueles momentos que é preciso tomar uma decisão ou esboçar as metas e estratégias necessárias para seguir seus objetivos tanto na vida pessoal, como na profissional. Conhecendo seus valores e se sentindo confiante é mais fácil planejar a carreira, principalmente naqueles momentos de tensão. De forma natural, a ansiedade é substituída por sessões de reflexão sobre o futuro, a realidade do mercado e, é claro, sobre si mesmo. Somente se conhecendo bem é possível criar seus próprios métodos para obter o sucesso respeitando seu ritmo e consciente dos próprios deveres e responsabilidades. Tânia Regina Sanches é psicóloga, tem pós-graduação em Administração de Recursos Humanos, especialização em Terapias Alternativas pelo Instituto Avathar e formação em Coaching pela Sociedade Latino Americana de Coaching. Para saber mais: www.vidyacoach.com.br

27


Ftos Divulgação

Perfil

astronauta brasileiro

Por Denise Camargo

Entre mais de seis bilhões de pessoas, Marcos Pontes é um dos poucos sortudos que já vestiram a roupa de astronauta e deram um “rolezinho” fora de órbita Incumbido de levar a bandeira do Brasil ao espaço pela primeira vez, em março de 2006, Marcos Pontes, o único astronauta do país encarou o desafio de entrar em uma nave espacial e percorrer cerca de 350 km, em linha reta, do solo terrestre e passar uma semana no espaço. Além de ver a Terra de longe, conduziu vários experimentos brasileiros para o ambiente de microgravidade. A oportunidade de se tornar um astronauta surgiu em 1998, após passar em um concurso público e o Brasil iniciar com o Programa da Estação Espacial Internacional. Atualmente, o profissional continua à disposição do país para a realização de outros voos e enquanto isso desenvolve atividades nas áreas de tecnologia e de treinamento. Em entrevista exclusiva à Revista Young, Marcos Pontes conta um pouco de sua trajetória profissional. RY- O que o fez decidir por esta profissão? Marcos Pontes - A profissão de astronauta foi uma consequência na carreira de aviador, engenheiro. Foi um sonho desenvolvido pela vontade de voar mais alto e mais rápido. Logicamente que ao longo da carreira fui me preparando e o meu currículo é exatamente igual à maioria dos astronautas americanos. Pois isso, quando o Brasil entrou na estação espacial internacional e surgiu a oportunidade, estava pronto, prestei o concurso público e fui selecionado para ser o primeiro astronauta brasileiro. RY- Na sua infância ficava olhando o céu e imaginando como seria chegar lá? Marcos Pontes - De certa forma sim. Eu costumava subir no telhado da minha casa e ficar olhando o céu, as estrelas. Mas, 28

na verdade, naquela época eu queria mesmo era ser piloto, ver o céu, a terra, as estrelas, ter asas. O desejo de ser piloto só veio bem mais tarde, em 1998, em consequência da carreira de piloto. RY- Quais os cursos que você fez para ser astronauta? Marcos Pontes - Antes de ser astronauta, era piloto de provas, engenheiro e mestre em engenharia de sistemas. Para a função específica de astronauta foram dois anos de curso na NASA. Mais cinco anos trabalhando na função, aguardando escalação, mais alguns cursos esporádicos e muito trabalho técnico. Depois foram mais cinco meses de treinamento para a missão e conhecimento do sistema. RY- Quais os requisitos necessários para se tornar um astronauta? Marcos Pontes - Curso superior na área de exatas ou biológicas, preferencialmente mestrado ou doutorado, cursos de mergulho ou paraquedismo também contam pontos. Além disso, tem vantagem quem já trabalha na área espacial ou tem trabalhos publicados sobre o tema. É importante a saúde em dia, não precisa ser um atleta, mas precisa estar com a fisiologia em ordem, não ter vícios, não usar drogas, não fumar etc., idade entre 25 e 45 anos, homem ou mulher. RY- Há alguma limitação que impeça o exercício da profissão de astronauta? Marcos Pontes - O ingresso é feito através de concurso público, aberto para todos os cidadãos que preenchem os requisitos. Os critérios de saúde são bem rígidos, ou seja, é preciso


estar com a saúde em dia e para isso passamos por exames constantes. RY- Como é o curso na NASA? Marcos Pontes - O curso acontece a cada dois anos, com duração também de dois anos. Geralmente são turmas de 17 a 30 pessoas, depende da necessidade, e estuda-se basicamente a parte técnica, muito estudo de sistema e simuladores. Trabalha-se bastante a parte psicológica, que é um dos requisitos primordiais para se tornar um astronauta. RY- Qual os desafios que enfrentou? Marcos Pontes - O maior foi administrar a organização pessoal nos dois primeiros anos de curso. Devido à grande quantidade de matérias que devem ser estudadas é complicado organizar a agenda pessoal, ter tempo para a família, qualidade de vida etc. RY- Descreva como é passar uma temporada no espaço? Marcos Pontes - E uma sensação marcante para qualquer ser humano. Você pode olhar para a Terra, comparar o seu tamanho físico em relação a ela e imaginar o quanto é insignificante, mas ao mesmo tempo o quanto cada um dos seis bilhões de criaturas que estão na superfície desse planeta são especiais. Poder olha-la significa pensar no que você é, no que é a vida e chegar a conclusão de que a coisa mais importante são as pessoas. RY- Qual a sensação de “estar” em gravidade zero? Marcos Pontes - A sensação inicial é

boa, no entanto, no começo dá muita dor de cabeça, coriza, visão turva, tontura, variação cardiovascular e cardíaca e desorientação espacial. Passados alguns dias o corpo se habitua e a sensação de gravidade zero é boa, de flutuar e se locomover com grande facilidade. Mas o custo, em termos fisiológicos, é alto: há perda da densidade óssea e muscular, desidratação e os efeitos da radiação também são acentuados. Porém, tudo isso compensa pelo trabalho, pela missão que se faz pelo país. RY- Como é a rotina de treinamento e alimentação? Marcos Pontes - Nos dois primeiros anos de curso é bastante intensa em termos de estudo. Não existe final de semana e feriado, apenas curso e dedicação 24 horas, 7 dias por semana. Depois tem uma fase de manutenção operacional, muito trabalho técnico e treinamentos esporádicos para manter os conhecimentos em dia. No treinamento específico para a missão a alimentação é controlada e também a saúde. O foco é exclusivamente voltado para o sucesso da missão no espaço. RY- O que faz um astronauta quando está fora do espaço? Marcos Pontes - O nosso tempo no espaço como astronauta é mais ou menos como se fosse a ponta de iceberg: é 1% do trabalho. O astronauta tem responsabilidades técnicas junto aos projetos de interesse do programa espacial. Eu, por exemplo, trabalho com a agência espacial brasileira nos projetos técnicos, sou representante técnico da agência em Houston, no Texas, além

de aguardar para outro voo. Além disso, trabalhamos muito com a educação. No Brasil sou professor convidado da USP, em São Carlos, na preparação do curso de Engenharia Aeroespacial, além da divulgação do programa entre os jovens. RY- Você acredita em vida fora da extraterrestre? Marcos Pontes - Sim. Não só eu, mas todo cientista tem de considerar a hipótese do nosso desconhecimento quanto ao que existe fora do nosso planeta, fora do nosso sistema solar, fora da nossa constelação. A NASA tem toda uma divisão voltada para as pesquisas de biologia. Quando falo isso, entenda bem que não falo de seres cinzas ou verdes, com grandes olhos ou coisas assim. Estou falando de qualquer existência de vida, como bactérias ou qualquer coisa que se possa chamar de vida fora do planeta Terra. E esta é uma área de pesquisa intensa dentro da NASA e de outras agências que, certamente, um dia devem encontrar alguma coisa que demonstre a existência de vida fora do planeta. RY- Estar sempre voltado para o Universo o faz sentir-se fora de lugar? Marcos Pontes - Logicamente que essa profissão, na qual parte do tempo é passada fora do planeta e com os olhos voltados literalmente para fora da Terra, faz com que a gente pense algumas vezes que “vive no mundo da lua”. Mas, por outro lado, o trabalho aqui na Terra junto com os jovens, procurando motivá-los com as carreiras de ciências e tecnologias, é uma coisa que é bem “pé no chão”. 29


30

Por Leonor Macedo

Blog


CelebriTwitter Começo esta coluna dizendo que nunca me imaginei conversando algum dia com o William Bonner, aquele mesmo do Jornal Nacional. Que, muito provavelmente, o meu amigo mais famoso seja algum guitarrista de uma banda desconhecida que toca todas as noites em um bairro perdido da Zona Leste de São Paulo. E que, antes do Twitter, o máximo que já tinha chegado perto de uma celebridade havia sido no alambrado de um estádio, comemorando o gol euforicamente e vendo o jogador do meu time correr de encontro ao grito da torcida. Mas, como eu disse, isso foi antes do Twitter. Porque essa ferramenta se popularizou aqui no Brasil não só entre nós, anônimos que podemos ir ao supermercado sem distribuir autógrafos, mas entre dezenas de celebridades e subcelebridades. Ali em cima citei o William Bonner, mas é bom deixar claro que continuamos desconhecidos. O que acontece é que, inevitavelmente, eu estou muito mais próxima do apresentador do Jornal Nacional desde que comecei a segui-lo no Twitter (@realwbonner). Ele continua sem saber que eu existo, nós nunca trocamos sequer uma palavra, eu continuo respondendo seu “boa-noite” para o vento, mas agora eu sei quando ele passeia com seus trigêmeos, quando rolam seus encontros da universidade, quantos quilos ele (não) emagreceu com seu regime. “E daí?” você pode me perguntar. E eu te responderei que tudo isso que eu descobri sobre o William Bonner realmente não me acrescenta nada. Provavelmente se tivesse comprado uma revista de fofoca, saberia de tudo isso (e com ilustrações). Mas ele, quando escreve qualquer besteira em sua página e é lido por mais de 225 mil pessoas no mesmo segundo, rompe qualquer barreira de tempo e espaço. Muito menos sério do que por trás daquela bancada do Jornal Nacional e muito mais verdadeiro. É o William Bonner versão boteco. O caso é que no Twitter, assim como eu, o Bonner é mais um. Talvez um dos brasileiros mais populares, mas é apenas mais um entre tantos os que ajudaram a popularizar a ferramenta aqui no país. O técnico do Corinthians Mano Menezes (@manomenzes) é um dos brasileiros mais seguidos do Twitter. Com mais de um milhão e cem mil seguidores, corinthianos e não corinthianos, seu perfil é atualizado por sua filha, Camilla Menezes, que conta um pouco sobre a rotina de treinos da

equipe e também utiliza o espaço para fazer promoções e distribuição de prêmios alvinegros. Outro muito seguido também é o apresentador global Luciano Huck (@huckluciano), com mais de um milhão e trezentas mil pessoas que leem sobre seus filhos, seus passeios com a Angélica e sua vida de glamour. O automobilista Rubens Barrichello (@rubarrichello), quando disputava o campeonato mundial desse ano, recebeu milhares de mensagens de apoio via Twitter. Ao perder o título, teve de amargar uma enxurrada de cobranças e piadas. A prova de que cada um usa seu perfil do Twitter da maneira que quiser é, por exemplo, a narração da própria vasectomia, feita pelo apresentador Otávio Mesquita (@otaviomesquita). Já Ivete Sangalo (@ivetesangalo) tuitou por inúmeras vezes suas idas ao banheiro. A rainha dos baixinhos Xuxa Meneghel (@xuxameneghel) desistiu de usar a ferramenta depois de receber críticas sobre o português incorreto de sua filha Sasha. Em seu Twitter, Sasha escreveu que faria uma (sic) “sena com uma cobra”, em um filme no qual estava atuando. Xuxa justificou dizendo que a pequena havia sido alfabetizada em inglês e, depois das piadas e críticas em tempo real, se despediu do Twitter com a seguinte mensagem: (sic) “fui vcs não merecem falar comigo nem com meu anjo”. Enfim, continuamos não amigos das celebridades e não somos convidados para a Ilha de Caras. Mas entre idas ao banheiro, erros de português, dietas, camisetas do Corinthians, piadinhas, alfabetização em inglês, mães corujas e superprotetoras não dá para negar que o Twitter tem desempenhado uma função e tanto para as celebridades (além de desenterrar subcelebridades do limbo, o que pode ser motivo para outra coluna): o de desmitificá-las, humanizá-las. De torná-las Homo sapiens, como nós. Até demais.

Leonor Macedo “tuíta” mais do que a boca há cerca de dois anos. Escolheu ser a @subversiva por conta de um apelido da adolescência, que também batizou o seu primeiro blog.

31


32

Fotos: Cheberkus


Cursinho para que te quero? Com uma crescente oferta de vagas em universidades particulares e com provas mais fáceis que as instituições públicas, vale a pena fazer cursinho e passar um ano com a “cara nos livros”? Texto: Taís Ribeiro É fato que as facilidades de financiamento estudantil e o aumento de faculdades particulares com preços mais acessíveis diminuíram a procura pelos cursinhos pré-vestibulares. Mas quem pensa que dedicar-se um ano inteiro exclusivamente aos estudos através dos cursinhos é coisa do passado, engana-se. O que houve foi uma mudança no perfil do aluno. Um exemplo disso é o estudante Kleber Cavalcante, 26 anos, aluno do curso Universitário Vestibulares, que terminou o Ensino Médio em 2001 e somente agora terá oportunidade de ingressar no Ensino Superior, com plano de cursar Geografia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo ou FMU. Segundo ele, o cursinho é um diferencial na hora de fazer o vestibular e, no seu caso, a deficiência que teve na escola foi superada com as aulas preparatórias. “Sempre tive muita dificuldade, principalmente em física, mas hoje com as matérias divididas por frentes estou aprendendo com certa facilidade”, diz. Sobre a possibilidade de passar em uma universidade pública, Kleber alega que o vestibular exige, além de conhecimento e aprendizado, estabilidade emocional e se diz confiante em passar. “Acredito que uma das vagas já é minha”, acredita. Já a colega Fernanda Nascimento Vasques, 18 anos, que concluiu o Ensino Médio em 2008 e pretende prestar vestibular para Psicologia, Comércio Exterior e Serviço Social na UNESP, USP, Fatec e Unicamp, acredita que leva vantagem em relação aos demais vestibulandos por ter feito o curso pré-vestibular. “Quem fez cursinho se preparou o ano todo e está bem inteirado com o mundo universitário, diferentemente do candidato aventureiro, que muitas vezes não tem ideia do que é um vestibular concorrido”, afirma Ensino superior privatizado Um dos pontos indicados pelos alunos Kleber e Fernanda,

quando citamos as faculdades particulares, é que muitas instituições são sérias e bem vistas no mercado de trabalho. Segundo eles, para estas prestariam vestibular e o cursinho ajudaria muito; já para as menos conhecidas acreditam que não precisam se preocupar com o vestibular para serem aceitos. Essa observação fez muitos cursinhos perderem espaço no mercado, de acordo com o professor titular da Faculdade de Educação da PUC/SP, Mário Sérgio Cortella. “Houve a privatização do Ensino Superior e por ano sobram 500 mil vagas nas entidades privadas. O Enem veio para corrigir o vestibular, o cursinho cumpre uma tarefa, mas perde seu espaço. Já o ProUni pode ser considerado outro motivo da crise dos cursinhos, pois ele financia as vagas em faculdade particulares”. Porém, o professor faz uma observação relevante: a expansão das faculdades particulares absorveu alunos menos preparados e ajudou a esvaziar os cursinhos. “Há vagas à vontade, mas persiste a disputa para as melhores vagas e essa tendência vai crescer à medida que diminuírem os cursinhos”, destaca. Lambert informa que os cursinhos podem não estar no auge, mas dificilmente acabarão, pois o grande desejo dos alunos ainda é ingressar em uma universidade pública, embora alguns prefiram instituições particulares de qualidade como Mackenzie, FGV, PUC, Mauá, FEI, entre outras. “O aumento de faculdades privadas nos últimos anos acarretou o fechamento de alguns cursinhos prévestibulares, mas os tradicionais permaneceram. Temos, inclusive, alunos que nos procuram desejando se preparar para a prova do Enem e para os concursos públicos. Os cursinhos tradicionais, que se propõem a fazer um trabalho sério e conseguem uma boa aprovação, sempre terão espaço no mercado”, finaliza. 33


Por Camila Fink e Livia Di Bartolomeo

Câmeras fotográficas digitais, vídeo games sem controle e celulares com música. Se o desenvolvimento tecnológico mudou o seu dia a dia, imagine o que pode acontecer com as profissões no futuro Apesar de ainda não existirem robôs domésticos e carros voadores, algumas tecnologias antes só imaginadas em seriados como Os Jetsons e nos filmes da série Star Wars já são realidade. Internet, computadores e equipamentos ultramodernos modificam o cotidiano das pessoas e, na era dos nativos digitais, o que antes era considerado apenas entretenimento será a base para as profissões do futuro.

Jogos digitais Setor em crescimento no Brasil, a produção de games para consoles, computadores e celulares é uma das carreiras promissoras. Segundo uma pesquisa realizada em 2008 pela Abragames - Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos, cerca de 43% dos softwares de jogos eletrônicos fabricados no país são exportados. E os números só devem aumentar, já que a tendência é que os jogos digitais sejam usados nas escolas para facilitar a aprendizagem, em empresas como parte do processo seletivo, e em agências de publicidade como novos suportes para propaganda. Uma novidade é a interação com a interface dos jogos, no melhor estilo Wii, da Nintendo, que promete mais inovações. No entanto, os cursos são muito recentes e faltam profissionais qualificados no mercado, o que torna a área mais atraente para quem pretende trabalhar com programação, design, arte gráfica ou animação de games. Rafael Ferrari viu este potencial e resolveu entrar de cabeça. “Comecei a estudar bem na hora em que empresas dos Estados Unidos vieram para cá investir no ramo”, afirma o aluno de Jogos Eletrônicos que programa games para celulares. 34

Fotos Divulgação

Carreiras

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Fotografia O desenvolvimento de novos equipamentos digitais também expandiu os limites da fotografia. A qualidade dos equipamentos se aprimora, as câmeras oferecem fotos captadas com mais megapixels e lentes com mais luminosidade e nitidez. Por outro lado, para o fotógrafo Araquém Alcântara, a câmera analógica ainda tem algumas vantagens. “O digital não capta a combinação de cores que eu consigo numa Leica ou numa Nikon”, afirma. Investir em um computador com memória e softwares de edição de imagem, além de ter uma boa máquina não é o suficiente. O futuro deste profissional está além das inovações tecnológicas e o diferencial do fotógrafo será a sua bagagem cultural. Heloísa Grego, fotógrafa de estúdio, garante que ninguém nasce sabendo. “A câmera não faz nada por você e nem o computador. Você vai ter de se virar, estudar e descobrir a forma de fazer”, afirma. Um bom fotógrafo vai além do clique, deve oferecer algo que nenhuma máquina é capaz: refletir antes de fotografar. Acesse o Ikwa e veja o que profissionais e estudantes falam destas carreiras: Fotografia da natureza Fotografia de estúdio Jogos eletrônicos Programação de games Para saber mais: www.ikwa.com.br


Realize-se O Ikwa é o maior canal interativo sobre cursos e profissões e nossa missão é ajudar você a decidir como alcançar seu objetivo.

Descubra seus talentos e desvende os caminhos que podem ser trilhados na sua carreira - Assista mais de 730 vídeos sobre profissões e cursos; - Entenda a relação entre cursos e áreas de trabalho na Teia de Profissões; - Acesse vagas de emprego; - Faça contatos e desenvolva seu network;

Promoção exclusiva: leitores da revista Young ganham 30 dias de acesso ilimitado!

Cadastre-se:

www.ikwa.com.br/young

Tudo o que você pode ser 35


Fotos Marinheiro Manso

Mudança de direção Por Denise Camargo

UM SONHO EM OITO PEDAÇOS Em 2008, três jovens encararam o desafio de comprar um point bem conhecido entre os paulistanos e dar um ar inovador ao local e aos serviços. Se deu certo? Confira o resultado! Dois irmãos e um amigo, com espírito empreendedor e muita vontade de montar um negócio. Foi assim, quem em 2008, os atuais sócios de O Pedaço da Pizza toparam o desafio de abandonar suas carreiras e apostar as economias em um negócio já consolidado e conhecido entre os paulistanos. Foi usando o conhecimento adquirido em suas experiências profissionais, somado ao exemplo do pai, que já tivera uma pizzaria, que o empresário Danilo Iacovone, 27 anos, e os sócios Silvio Iacovone, 25 anos, e Pedro Morganti, 27 anos, adquiriram O Pedaço da Pizza, com um histórico de 11 anos de sucesso. A primeira loja foi aberta em 1998, na conhecida Rua Augusta. Inspirada no modelo norte-americano de servir pizza, a rede revolucionou o conceito de pizzarias em São Paulo com um sistema incomum e pioneiro de servir “as redondas”, pela venda fracionada. “Sempre fomos frequentadores e admiradores da loja e tanto eu como meus sócios queríamos ter nosso próprio negócio. Quando soubemos que a rede estava à venda, vislumbramos uma excelente oportunidade”, explica Danilo. Entusiasmados com os resultados em apenas um ano da 36

aquisição, os jovens já pensam em crescimento. “Parte dos investimentos já começaram. Em julho deste ano, iniciamos um plano de negócios que prevê a abertura de10 lojas franqueadas na capital de São Paulo até o final de 2010, depois para outros lugares como Rio de Janeiro, Vitória e Salvador, entre outros. Além disso, vamos manter o conceito de apresentar sempre novidades”, diz o empresário. Entre as inovações criadas pelos sócios está a possibilidade de pedir uma pizza inteira com até oito sabores diferentes, inclusive no horário do almoço, com entrega delivery. Além disso, até o final deste ano haverá mais mudanças no cardápio, seguindo o exemplo de sucesso do calzone, lançado há cerca de três meses, com novos sabores de pizzas salgadas, sobremesas e uma linha de sorvetes exclusiva. Para Danilo a receita do sucesso é o planejamento. “Se você ainda não tem um negócio próprio, mas tem interesse, planejar é necessário, mas também é importante saber agarrar as oportunidades que surgem. Não acredite em derrotas e, sim, em aprendizados que te tornarão mais preparado para as próximas batalhas”, diz


Pedro Morganti

Pedro Morganti nasceu em Taubaté (SP) e na adolescência queria ser atleta. Apaixonado por esportes, o gastrólogo chegou a jogar basquete profissional por quatro anos no time do Clube Atlético Paulistano. Aos 22 anos decidiu cursar Administração, iniciando sua trajetória profissional na empresa Unibanco AIG por 1 ano. Dois anos depois, impulsionado por um desejo antigo, Morganti decidiu cursar Gastronomia, descobrindo na área sua verdadeira vocação. Formou-se, então, pelo SENAC-SP e trabalhou na cozinha de eventos do restaurante da importante rede hoteleira Grand Hyatt São Paulo e em outros importantes eventos da cidade. Realizando mais um desejo antigo – o de ser dono do próprio negócio – Pedro e seus sócios e amigos de longa data assumiram a direção da rede O Pedaço da Pizza.

Silvio Iacovone

Diretor comercial da rede O Pedaço da Pizza e irmão de Danilo, o empresário é formado em Administração pela Universidade Anhembi Morumbi e iniciou sua trajetória profissional em 2001, com apenas 17 anos, em um dos empreendimentos da família também na área gastronômica. Em 2005, trabalhou na área administrativa da escolinha de futebol do São Paulo Futebol Clube e na área de Marketing da empresa multinacional OfficeNet. Em 2007 Silvio ingressou na área de Operações/Vendas da empresa Motorola e saiu como analista de marketing para varejo em 2008, ano em que se uniu aos sócios na aquisição e direção do negócio próprio.

Danilo Iacovone

Membro do Comitê de Jovens Empreendedores da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) desde 2005 e formado em Engenharia de Produção, com Pós-Graduação em Gestão Financeira pelo INSPER - Instituto de Estudo e Pesquisa, o empresário possui em seu currículo passagem em empresas como Ogilvy Interactive, Banco Safra e Unilever America Latina, nesta última como coordenador financeiro na área de Business Inteligence, trabalhando com projetos financeiros e de estratégias de concorrentes.

37


Foto arquivo pessol

casada , s o n a 1 2 , a s s e p e n “Aria do a id r e x n e , ) ! e c o c e r (um tanto p ra e o d e r f o s a n a c e t a F jornalismo, ura...” t e it u q r a e d a r o d a sonh

Entrevistas de Emprego? Prepare-se! Texto: Ariane Pessa

É sempre assim, ficamos felizes com a proposta de uma entrevista de emprego, pois significa que nosso currículo foi aprovado. De certa forma consideramos que já passamos por uma etapa do processo seletivo para a vaga, mas de repente começamos a sentir o frio na barriga por não sabermos exatamente como agir na hora, afinal, não é fácil ter a sua capacidade avaliada em tão pouco tempo. Tantos especialistas dando dicas a respeito de entrevistas de emprego acabam por torná-las um grande mistério, o que gera até pânico e, na maioria das vezes, faz a pessoa não se sair bem devido ao nervosismo em excesso. Antes de tudo, para ter sucesso em uma entrevista, é preciso sentir-se seguro e manter a calma, ter clareza de ideias, sem tentar forçar nenhuma outra personalidade. Também deve-se estar ciente de que a entrevista servirá para que você conheça a empresa e o trabalho que exercerá, e estes não necessariamente deverão encaixar-se em suas próprias expectativas, dependendo da urgência em arrumar um emprego. O segredo é ter muita calma, deixar tudo fluir e encarar como uma etapa de conhecimento entre ambas as partes, você e o entrevistador. Até porque existem empresas com processos seletivos longos, nos quais além de realizarem uma entrevista, promovem também dinâmicas de grupo ou mais entrevistas com funcionários de diferentes níveis hierárquicos da organização. Então, não adianta ficar ansioso e botar tudo a perder nesta etapa. Estando confiante, todas as dicas de atitude na hora da entrevista não precisarão ser decoradas e relembradas, pois virão naturalmente. De qualquer forma, é importante saber delas. A revista Young conversou com a coordenadora de recrutamento e seleção 38

do Grupo Foco Velox, Géssica Lopez, graduada em Psicologia pela Unisantos e especializada em Gestão de Pessoas e Gestão de Recrutamento e Seleção, ambas pela Universidade Católica de Santos, e experiência de 10 anos na área de RH. Ela deu algumas dicas, às quais acrescentei outras provenientes da minha pesquisa e experiência. Seguem abaixo: •Comparecer pontualmente; •Estar bem trajado, de forma discreta e formal; •Expressar-se corretamente, sem o uso de gírias e piadinhas ou fingindo ser íntimo do entrevistador; •Falar sobre as experiências profissionais com clareza, no que se refere às atividades exercidas; •Em hipótese alguma falar mal de seus empregadores anteriores - isso nunca é bem visto pelo entrevistador; •Estudar o próprio currículo antes da entrevista, para se lembrar de datas e atividades mais rapidamente. •Munir-se de informações sobre a empresa e o setor no qual ela está inserida. Testes e mais testes Outro assunto que pode assustar e aparecer de surpresa durante as entrevistas ou dinâmicas é o teste psicotécnico. “Existem hoje no mercado diversos tipos de testes para aferir o grau de atenção concentrada (AC), tipo de personalidade (Quati, Palográfico,


Desafio Young:

A estudante de arquitetura da Fatec-SP e sim Ariane Pessa ac patizante do jo eitou o desafio rnalismo, de ser repórter experiências, el Young. Além de a fez a “dever de suas casa” e entrevis ensinam como tou profissionai se dar bem nos s que testes. Você ta Young por uma mbém quer ser edição? Escrev re pó rter a revistayoung@ gmail.com

Quantum, Disc), raciocínio lógico e inteligência (G36, G38) com uma pulga atrás da orelha, sem ter ideia do que aquilo etc. Todos eles possuem gabaritos e manuais de interpre- significa ou do que possam ter feito de errado ao serem tação que somente podem ser adquiridos e utilizados por reprovados. Talvez a reprovação acontece justamente pela ansiedade e foco maior na interpretação do que na realiprofissionais da área e psicólogos. À medida em que a população vai tomando conhecimento zação em si. Tentar adivinhar o significado dos testes só pode piorar o seu andamento. das respostas esperadas O segredo é ter muita calma, deixar Por isso são válidas as dicas de um determinado teste, este se torna obsoleto. Os tudo fluir e encarar como uma etapa de para a realização dos testes. testes são ferramentas de conhecimento entre ambas as partes, Segundo ela, “é sempre importante estar confortável e suporte para as equipes de você e o entrevistador calmo. O candidato se conseleção e utilizados para reforçar ou refutar uma impressão ou informação obtida centrará melhor e terá o desempenho ideal se tiver feito durante a entrevista presencial”, informa Géssica. Abaixo, uma alimentação leve, dormido bem na noite anterior, não estão alguns detalhes dos métodos mais realizados atual- estar tomando medicamentos que possam alterar sua atenção, não atender celular ou conversar durante a execução mente: da prova e procurar entender muito bem as orientações daTeste de atenção concentrada - O objetivo é indicar a ca- das pelo aplicador”. pacidade que um indivíduo tem de selecionar um estímu- Quem confirma as dicas acima é a Laís Sturaro dos Santos, lo diante de muitos outros, conseguir voltar e manter sua 20 anos, estudante de Comunicação Mercadológica na Uniatenção para o estímulo selecionado pelo maior intervalo versidade Metodista de São Paulo e estagiária da Volkswade tempos de modo a conseguir qualidade e rendimento na gen do Brasil há 10 meses. “Eu nunca havia participado de um processo seletivo tão grande – neste ano, o Programa tarefa realizada. Tempo de duração: 5 minutos. de Estágio 2010 da Volkswagen recebeu aproximadamente Quati (Questionário de Avaliação Tipológica) - Instru- 22 mil inscrições. Participei, no início, para ver até aonde eu mento investigativo baseado na teoria Junguiana (baseada conseguiria chegar e também para conhecer um procesnos estudos de Carl Jung, referência na psiquiatria), que so seletivo de uma multinacional do porte da Volkswagen. objetiva avaliar a personalidade através das escolhas si- Meu sonho era trabalhar em uma grande empresa, mas retuacionais que cada sujeito faz. É uma tentativa de definir almente não acreditava que conseguiria naquele momento. estilos cognitivos e de comportamento individual. Tempo de Só o fato de participar já era gratificante, por conhecer tudo aquilo e poder me preparar para as próximas oportunidaduração: 45 minutos. des. Estar ali já era o suficiente, assim minha tranquilidade G36 – É um teste psicométrico para avaliar a inteligência fez com que tudo fluísse muito melhor. Eu conseguia pensar em relação ao fator “G”, criado pelo psicólogo Charles Spe- em tudo o que precisava fazer, evitando precipitações, e arman e refere-se às habilidades gerais da inteligência. É consegui chegar até a última fase, onde o mais importante composto por 40 itens contidos num caderno, sendo a folha era a postura. Desta vez, minha confiança falou mais alto! Já de respostas apresentada separadamente. Há seis alterna- estava numa fase em que nunca imaginaria estar e confiava tivas de respostas para cada questão e a pontuação máxi- que poderia, sim, ser a pessoa mais indicada para ocupar a vaga aberta. Esta foi, sem dúvida, a melhor entrevista que ma é de 36 pontos. Tempo de duração: 30 minutos. já fiz e na qual consegui a minha maior conquista no âmbito profissional. Uma vez ouvi que “sorte” é uma combinação Vá com calma! Como afirma Géssica, os testes e seus manuais, assim de oportunidade e competência e concordo plenamente. como as interpretações, são de acesso restrito aos psicó- Por isso, digo a qualquer pessoa, que aconteça o que aconlogos, o que geralmente deixa os candidatos reprovados tecer, esteja confiante!” 39


Fotos Arquivo Pessoal

Por aí Por Marcelo Sando

O MUNDO FICOU PEQUENO DEMAIS

Multifacetado, Marcelo Sando viaja compartilhando seu conhecimento e ministrando consultorias de meio ambiente. A partir desta edição vai contar sobre suas experiências por aí Quando tinha 13 anos, peguei um mapa do bairro onde morava, uma caneta, uma régua e um compasso. Marquei com a caneta os lugares que eu mais frequentava durante a semana. Foi aí que percebi que minha escola ficava há três quadras da minha casa, que o curso de inglês há cinco e a natação há duas. Foi aí que peguei novamente o compasso, coloquei a agulha em cima da minha casa e abri até o grafite chegar no lugar mais distante da minha rotina. Num giro no mapa percebi que minha vida estava limitada apenas há um raio de 3 km da mesma casa que vivia desde meus 7 anos. Depois desse dia, minha vida mudou completamente: decidi aumentar meus limites. Comecei a andar a pé, de ônibus, de metrô e a pé novamente, com uma única missão na cabeça: perder-me pela cidade. Ampliei minhas fronteiras! Um dia andei 3 km, no outro 15 km e a distância foi aumentando, até que a cidade ficou pequena demais para os anseios dos meus pés e olhos. O mundo era grande demais para eu ficar parado muito tempo no mesmo lugar. A primeira aventura Certo dia conheci dois caras que andaram a pé do Oiapoque ao Chuí. Depois daquela conversa decidi fazer um mochilão pelo Nordeste. Com apoio e desespero dos meus pais parti para minha primeira aventura: viajar sozinho, com uma mochila nas costas, com poucos planos na cabeça 40

e com quase nenhum dinheiro no bolso. Criei algumas regras básicas, um código de viagem: conversar com todas as pessoas que cruzassem o meu caminho; não planejar nada, deixar o dia decidir o que vai acontecer; fazer tudo o que der vontade e fazer nada que não der vontade; sentir tudo o que tiver para sentir: medo, alegria, pânico, calma, tensão; testar meus limites e descobrir minhas limitações; me conhecer o máximo possível, me entender e me aceitar, sem resistências, sem julgamentos e sem apegos. Fui muito influenciado por alguns livros, filmes e aulas que assisti algumas vezes na USP. Ainda no colégio, faltava nas aulas, que não supriam minha demanda por conhecimento, para buscar outras coisas em algumas universidades como cinema, sociologia, antropologia, filosofia. Minhas viagens nunca foram turismo. Eram longos e profundos mergulhos de curiosidade, exploração e descobertas. Viajar sempre foi uma ciência e uma arte, algo a ser estudado e pesquisado, criado e vivenciado. Na verdade sempre foram duas jornadas, para o lugar onde estava indo e para dentro de mim. A primeira mochila foi escolhida com carinho e virou minha companheira. Na frente estava escrito “NO STRESS” e esse foi o lema e o tema daquele mochilão. Desde a primeira viagem descobri algumas coisas: de tudo o que se leva na mochila quase nada é necessário, vivi com a mesma roupa durante dias. De fato é possível viajar o mundo todo com duas calças, três camisetas, uma jaqueta, três pares de


meias, três cuecas, um gorro, um par de luvas, um blusão, um cobertorzinho (daqueles de avião), escova de dente, um sabonete, fio dental e um shampoo. Boas recordações Recordo de muitos momentos dessas viagens. Momentos emocionantes como no Musée d’Orsay, em Paris chorando em frente a um quadro do Renoir; momentos engraçados e gelados como tomar banho frio em Nova York com -2ºC e se dar conta de que não tinha levado toalha para o banheiro; momentos tristes e reflexivos como passar um dia num acampamento do movimento dos sem terra em Pernambuco; momentos inesquecíveis como uma chuva de estrelas cadentes em cima de uma duna no Ceará, ver 20 botos cor de rosa nadando no rio Amazonas; momentos tensos como se perder na periferia de Bancoc, na Tailândia, e ter de pegar um ônibus público sem falar Thai e sem ninguém por perto que falasse inglês; momentos doloridos como voar da bicicleta na chuva na linha do bonde em Amsterdã e destruir o joelho; momentos de profunda solidão, como ficar sozinho num quarto com 30 camas, no frio e na chuva de Veneza completamente vazia, sem minha mochila que estava perdida em algum aeroporto da Europa, se enxugando com uma fronha e usando a mesma cueca por 4 dias. O importante não foram as viagens em si. Muitos viajam e muitos viajaram, mas existe uma enorme diferença entre deslocar seu corpo no espaço e deixar os espaços deslocarem você. Deixar-se ser transformado e mudado pelas experiências vividas é a alma de um verdadeiro andarilho. Nesta coluna chamada Por Aí vou contar algumas histórias das minhas aventuras, com muitas dicas, ideias e pensa-

mentos para quem quiser experimentar e viver suas próprias odisseias. Viajar sozinho é uma jornada rumo a você mesmo. É navegar pelo oceano desconhecido das nossas emoções, é adentrar a floresta fechada dos nossos medos, é subir as montanhas geladas dos nossos pensamentos, é cruzar os desertos ardentes dos nossos desejos, é voar pelo céu estrelado dos nossos sonhos. Viajar é ir alem de nós, é sair para entrar, é partir para voltar e, finalmente, compreender que nunca saímos, que nunca voltamos, que sempre somos o que estamos. Para finalizar cito um trecho de O Andarilho, de Nietzche: “Quem alcançou em alguma medida a liberdade da razão, não pode se sentir mais que um andarilho sobre a Terra... ele observará e terá olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no mundo; por isso não pode atrelar o coração com muita firmeza a nada em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na mudança e na passagem...” Espero que vocês curtam, se inspirem e se divirtam com os textos desse andarilho nas próximas edições da Young. Nos vemos por aí...Gostou? me segue twitter.com/marcelosando marcelosando.blogspot.com

Marcelo Sando é um escritor, filósofo, monge leigo e acima de tudo um andarilho. Hoje estuda a consciencia humana, escreve livros, medita e vive por ai

41


Foto Divulgação

Viagens Por Mari Campos

O pop Jumbo Hostel tem 25 quartos, incluindo uma suíte de luxo localizada no cockpit do jato, com visão panorâmica do tráfego aéreo em Arlanda. No total, o hotel acomoda 85 pessoas, com três camas em cada quarto. 42


HOTÉIS QUE SÃO UMA “VIAGEM” Criatividade, e um toque de requinte são itens indispensáveis na hospedagem do futuro, que já é realidade em vários lugares do mundo Sabe aquela história de ir passar férias em Marte não será, rede de hotéis Starwood já oferece uma cama customizafeliz ou infelizmente, para nosso tempo. Nem para um futuro da – chamada poeticamente de Heavenly Bed – totalmente muito próximo. Mas desde que milionários extravagantes e de acordo com uma grande pesquisa feita com seus cliencelebridades começaram a comprar – por zilhões de dóla- tes sobre o local ideal para uma noite perfeita de sono (e res – as primeiras viagens turísticas espaciais, temos sido os hóspedes podem até comprá-la depois da estadia, por levados a refletir sobre a evolução do turismo. pouco mais de dois mil e quinhentos dólares). É o princíVamos pensar aqui num futuro próximo, antes de chegarmos pio da coisa. Mas divertido mesmo é pensar nas propostas à metade deste século. Muita coisa vai mudar até lá, isso é apresentadas para o quarto e o hotel do futuro propriamente certo. Não só para nós, enquanto viajantes, mas também ditos. O primeiro, de autoria de Nikolay Dreharov, trazia um para quem estiver envolvido com carreiras como arquitetura, cômodo com linhas arredondadas, para estimular o relax; design, administração em hotelaria, marketing ou o próprio entre outros mimos, a cama balança suavemente, ativada turismo em si. Hoje, já dispomos de hotel dentro de um avião diretamente por voz pelo computador central, e a janela se (o pop Jumbo Hostel – www.jumbohostel.com) e de hotel até transforma em telão com um simples toque. Pura tecnodebaixo d´agua, como o Julogia baseada nos sentidos Inaugurado neste mês, na Suécia, o humanos. O segundo foi les Undersea Lodge, em Key Largo, na Flórida. Falando primeiro avião-hotel do mundo, criado batizado de Galatic Suite, em hotel submerso, há tam- para funcionar em terra firme dentro de desenvolvido pelo elogiado e bém o polêmico projeto do polêmico Xavier Claramunt, um Boeing 747, o famoso Jumbo Poseidon, do milionário Brutrata-se de um hotel em cápce Jones, que investiu 40 milhões de dólares para construí-lo sulas que deverá abrir suas portas em pleno espaço (se não nas redondezas da ilha Eleuthera, nas Bahamas - quartos falharem as previsões) em 2012, daqui pouco mais de dois fortificados, com paredes de acrílico transparente, defronte anos, para ser exata. Mesmo sem gravidade, prometem baa jardins de corais, controles de luminosidade e temperatura nheiros impecáveis e grande conforto em espaços diminuindividuais estão entre as promessas do projeto. tos. Isso, sim, teria clima de uma odisseia no espaço! A ideia de hotéis verdes e autossustentáveis, que definiti- Sim, o espaço sideral nos seduz consideravelmente, quer vamente ainda não existem de fato na atualidade, é uma acreditemos que estamos sozinhos no universo ou não. forte tendência para a próxima década – mas também um Mas, em se tratando de um futuro bastante próximo, talvez grande desafio. Aqui no Brasil, há muito se fala da cons- a maioria dos turistas ainda prefira uma cama bem macia trução do Warapuru – com nome tupi-guarani e status seis num bangalô de frente para uma praia paradisíaca em comestrelas, trata-se de um dos empreendimentos hoteleiros paração com cyber instalações. Se todas as tecnologias mais ambiciosos do mundo, com projeto arquitetônico de dominarem mesmo nossos hotéis em algumas décadas, toAnouska Hempel que alinharia a construção à Mata Atlân- mara que as grandes cadeias não se esqueçam da dualidatica que o rodeia. Mas é ver para crer – e as obras há muito de high tech x high touch. De nada adiantará o máximo de andam paradas. tecnologias se não tivermos o insuperável toque humano, num excelente serviço personalizado – que é, na verdade, o que nos faz querer voltar sempre a um determinado hotel. Toque personalizado O site www.futurist.com acredita que os hotéis do futuro serão definidos basicamente por três vertentes: robótica, nanotecnologia e segurança biométrica (do tipo escaneamento de retina, como no Minority Report e que, na verdade, já são utilizados em níveis altíssimos de segurança em bancos, governos etc). Os mais entusiastas garantem que por Mari Campos é jornalista, blovolta de 2030 (ou seja, em apenas 20 anos), muitos hotéis gueira e autora do Pequeno livro já nos farão capazes de reconfigurar os quartos de acordo de viagem (Ed. Verus) com nosso gosto; nesse sentido, vale lembrar que a própria 43


Foto YAKOBCHUK VASYL

Eu me amo e é recíproco! A autoestima facilita a vida das pessoas. Mas você sabe exatamente o que é isso? Texto: Michelle Jardim “Ame a si mesmo”. “Confie no seu taco.” “Você é capaz de tudo, basta acreditar em você”. São estas afirmações que lemos em livros de autoajuda, em artigos sobre comportamento, ouvimos em palestras motivacionais, em programas de rádio e até de televisão. Mas a questão principal é: você sabe o que é exatamente isso que chamamos de autoestima? Os especialistas geralmente caracterizam autoestima como a opinião e o sentimento que cada um tem por si mesmo. Ter consciência de seu valor pessoal, acreditar, respeitar e confiar em si. Coisas nem sempre tão simples assim A psicóloga Miriam Thomé, psicoterapeuta que trabalha com adultos no Laboratório de Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lembra que o conceito de autoestima é usado para expressar as diversas formas que cada pessoa se qualifica: sua imagem, seu potencial, os cuidados consigo desde a alimentação até a programação na TV, os amigos que conquista e os projetos traçados para si. Confio no meu taco! A modelo Bruna Ribeiro de Freitas, 22 anos, cursava direito quando teve a primeira prova de que confiança faria toda a diferença em sua vida, especialmente em relacionamentos. “Eu estava no 1º ano da faculdade. De repente, vi o cara mais famoso e lindo do curso. Descobri que, além de veterano, estudávamos no mesmo andar. Falei para minhas amigas que ainda sairia com ele. Ninguém acreditou nisso. No entanto, sempre que ele ia beber água, disfarçava e caminhava ao seu encontro. No começo não falávamos nada. Depois de uns dias nos ‘esbarramos’ no bebedouro e ele brincou comigo. Pronto, foi o primeiro contato. Depois disso, já falávamos ‘oi’ um para o outro. Foi uma vitória,” brinca. Adriane Marques Fernandes, professora de educação artís44

tica, tem uma receita de sucesso para sermos seres de valor. “A autoestima e a autoconfiança nos tornam fortes, com sensações de bem-estar e plenitude. Uma pessoa com essas virtudes enfrenta os obstáculos da vida com segurança, confiando em suas próprias ideias. Com a certeza de que irá contornar e transpor as dificuldades e as barreiras, atingindo assim seus objetivos e sonhos”, argumenta. “A autoestima e a autoconfiança nos tornam fortes, com sensações de bem-estar e plenitude. Uma pessoa com estas virtudes enfrenta os obstáculos da vida com segurança, confiando em suas próprias ideias” No caso de Bruna, ela precisou de autoconfiança para ter coragem de aproximar-se de uma pessoa e, posteriormente, para manter um romance. A modelo classifica sua autoestima como boa e elevada. “Tem dias que acordo superbem e penso ‘hoje é o meu dia’; ‘ninguém irá me segurar’. Várias vezes acordo assim! Quando vou fazer algum teste ou seleção fico confiante em mim. Mas, claro, há situações que minha autoconfiança falha. Já fiz testes que sabia, de cara, que não iria passar. Geralmente, tento sempre pensar positivo e acreditar que vou conseguir”, conta. Decidida, agradece sua autoconfiança à mãe. “Ela me ajudou a ter uma boa autoestima, pois sempre dizia para acreditar e confiar em mim, que ninguém é melhor do que ninguém. Não precisamos nos comparar a ninguém,” finaliza. Síndrome do patinho feio Quando a autoestima está baixa, a pessoa se sente inadequada, insegura, com dúvidas, incerta do que realmente é com um sentimento vago de não ser capaz. M.C.C. (O nome da personagem foi abreviado para preservar sua identidade) , 22 anos, vivenciou esta sensação. “Eu nunca


me achei bonita como as garotas populares da minha sala. tre seus alunos. “A baixa autoestima deixa o aluno inseguro Aos 12 anos preferia não sair de casa porque me achava para enfrentar os problemas, sem autoconfiança e descrenmuito feia. Apesar disso, sempre fiz amizades de forma fá- te de suas próprias ideias. Quanto mais baixa a autoestima, menos desejam fazer e é provável que menos possam recil, o que aliviava a situação”, afirma. Segundo Miriam, tanto a vida real quanto o olhar de quem alizar. Falta ao indivíduo respeito por si mesmo, ele não se vê essas circunstâncias podem causar baixa autoestima. valoriza. Não se sente merecedor de amor e respeito dos “As distorções advindas da própria fantasia também devem outros”, observa. ser incluídas neste processo”, completa. Para a psicóloga, nem sempre o que nos é comunicado pela pessoa de fato Mudança de comportamento significa o que interpretamos. “Uma pessoa pode ser ótima Ricardo Dreves, consultor da área de Recursos Humanos, anfitriã, todos elogiam a sua facilidade de comunicação e alerta que um candidato com a autoestima equilibrada sabe seu sorriso constante nos lábios, porém tudo isso pode ser valorizar suas experiências e falar de forma mais segura souma máscara. Tanta alegria e A autoestima nos tornam fortes, com bre os resultados que já conquistou. “Não tem dificuldaextroversão podem esconder sensação de bem-estar e plenitude. de para falar de seus erros o oposto do que se revela. As perdas, as separações, as Uma pessoa com estas virtudes enfren- e fracassos e das lições que aprendeu com eles”, explifantasias, as inseguranças, ta os obstáculos da vida com segurança ca. Ricardo acrescenta outro as idealizações, autocríticas, a onipotência e o narcisismo são os grandes pilares que po- aliado importante: conhecer seu valor e não depender da dem ruir ou edificar as construções de uma pessoa”, afirma. aprovação da entrevista para se sentir bem. O ponto máximo da baixa autoestima de M.C.C. aconteceu Apesar de procurar a fórmula mágica para despertar o amor quando ela participou de um processo seletivo para uma por nós mesmos, viver uma vida feliz e com sucesso, percevaga de estágio. “Após a dinâmica de grupo, a psicóloga bemos que qualquer mudança em nosso comportamento conversou em particular com cada candidato. Na minha vez, não depende de fatores externos. Depende de nós mesela disse: ‘quando você chegou aqui, achei que seria apro- mos. Para Miriam, “o autoconhecimento é a grande oporvada. Mas infelizmente, você não se mostrou, não agregou tunidade para aprender, aceitar e lidar com as faltas e as nada ao grupo. Faltou confiança. Você não acreditou em si inseguranças que todos temos”. Se o segredo é este, que mesma’. Depois de ouvir fiquei chocada, mas feliz por ter tal começar a trilhar este caminho interior e descobrir granrecebido um feedback de algum recrutador. Estava cansa- des qualidades em você a partir de agora? Nunca é tarde da de fazer dinâmicas e não ser aprovada. Foi a partir disso para mudanças significativas em nossa vida. que percebi que precisava fazer algo por mim”, revela. A baixa autoestima pode boicotar a felicidade de muitas Tem sugestão de temas para outras matérias? Escreva para pessoas. Adriane percebe esse aspecto de forma nítida en- revistayoung@gmail.com 45


E agora? novo ENEM provoca mudanças Texto: Vanessa Baldacci

O anúncio oficial veio a público por meio do ministro da Educação, Fernando Haddad, em 1º de outubro, pouco antes do início das provas, marcadas para o final de semana dos dias 3 e 4. Uma pena! O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria a única forma de seleção em 24 das 55 universidades federais, estava cancelado. Uma denúncia do jornal O Estado de São Paulo pôs fim à rotina de mais de 4 milhões de inscritos, o maior número já registrado desde o surgimento do exame, em 1998. Segundo a reportagem, o jornal foi procurado por dois homens que ofereceram R$ 500,00 pela prova oficial do Enem. Eles teriam adquirido o material no dia 28 de setembro, através de um funcionário do Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -, órgão ligado ao MEC. Quando jornalistas do veículo entraram em contato com o ministério da Educação para comprovar a veracidade do conteúdo, foi descoberto o vazamento da prova. “Eles nos mandaram um email especificando os detalhes de algumas questões. Foi quando percebemos que de fato se tratava do Enem, que ia acontecer em dois dias. Fizemos, então, o cancelamento imediato da prova para não prejudicar ainda mais os vestibulandos”, disse Haddad em coletiva de imprensa. Calendário comprometido Mas o prejuízo veio do mesmo jeito. A data fixada pelo MEC para a realização do novo exame, dias 5 e 6 de dezembro, comprometeu o calendário de diversas instituições, já que todos os finais de semana do ano já tinham avaliações previamente agendadas. O resultado não poderia ser pior: diversas universidades desistiram de adotar o Enem para compor a nota dos candidatos do vestibular de 2010. A USP foi uma delas. Em nota, a Universidade de São Paulo informou que a mudança “inviabiliza a utilização dos resultados no vestibular por razões operacionais”. Agora, a nota da primeira fase da Fuvest é exatamente o número de pontos que o candidato obteve no exame, realizado no dia 22 de novembro. Para os candidatos que optaram pelo Programa de Inclusão Social da Universidade de São Paulo (Inclusp), o cálculo do bônus correspondente à nota do Enem foi, excepcionalmente, feito com base no desempenho do candidato no exame da primeira fase da Fuvest. A Unicamp seguiu a mesma linha. Segundo o coordenador executivo do vestibular da Universidade de Campinas, Renato Pedrosa, não havia condições de alterar o calendário 46

combinado com outras instituições paulistas, públicas e privadas para continuar usando o Enem. “Teríamos de mudar a data da nossa segunda fase (a partir de 10 de janeiro) e isso teria impacto também no início das aulas”, afirma. Para ele, não haverá muita diferença na seleção dos candidatos, já que as provas do Enem têm perfil parecido com a primeira fase da Unicamp. “Acreditamos que aqueles que estão verdadeiramente preparados, não sairão prejudicados com essas mudanças”, diz. A universidade Mackenzie, bem como a PUC-SP, a PUCCampinas, dentre outras, também desistiram de adotar o Exame. O adiamento da prova afetou ainda o calendário de concursos públicos. O IBGE, que ofereceu 33.012 vagas, aplicou a avaliação no dia 13 de dezembro e a Receita Federal, que selecionou auditores fiscais, adiou a prova para os dias 12 e 13 de dezembro. Correndo contra o tempo Para compensar as perdas, o MEC tentou adiantar a data de entrega do resultado das provas do Enem, que deve ser concluído no dia 5 de fevereiro. O ministério julga que, com essa data, o início das aulas nas universidades não será afetado em 2010. No entanto, a intenção é que esse prazo seja antecipado. Para isso, o MEC pretende contratar um número extra de professores que ficariam encarregados de corrigir as provas de redação. Antes do adiamento do Exame, a entrega dos resultados seria ainda este mês. O MEC também estuda criar um núcleo para organizar as provas do Enem dos próximos anos. O formato idealizado incorporaria o auxílio dos Correios e da Polícia Federal - a exemplo do que vai ocorreu com a prova em dezembro. Para evitar prejuízos financeiros aos inscritos, o ministério da Educação vai ressarcir os estudantes que desistirem de fazer a prova. Nada mais justo! As inscrições foram gratuitas para os alunos da rede pública, mas custaram R$ 35,00 pra os de escolas privadas. “É legítimo quem não vai fazer a prova pedir de volta o dinheiro”, disse Haddad. O ressarcimento, porém, só vai ocorrer após a realização do exame. Enem que vazou foi considerado fácil Os estudantes que fariam o Enem nos dias 3 e 4 de outubro não encontrariam muitas dificuldades na resolução da maiorias das questões. Segundo avaliação de alguns professores a prova estava “água com açúcar”. Nicolau Marmo, coordenador geral do Sistema Anglo de Ensino, explica


o porquê. Para ele, a prova é “adequada” para avaliar os alunos do ensino médio - o que costumava ser o principal objetivo do Enem -, mas inadequada quando o objetivo é selecionar candidatos para as federais. “Para as pessoas que estão sendo selecionadas para essas universidades as provas são fáceis em todas as frentes”, avaliou. De acordo com o professor, apenas 30% das perguntas eram difíceis. A coordenadora do Colégio e Curso Objetivo, Lúcia da Costa Antunes, ressalta que os estudantes encontrariam um pouco mais de dificuldade nas questões de geografia e física. Mesmo assim, segundo ela, “São questões medianas, o que era esperado quando se trata de um exame aplicado no Brasil inteiro”, disse. O que causou estranhamento, segundo a professora, foi o fato de a prova de ciências humanas não ter exigido tanto acompanhamento de notícias diárias, o que costuma ser pedido na maioria dos vestibulares. “Na prova de humanidades não caiu nada de destaque na mídia”, disse. Além da facilidade, os professores detectaram três questões com problemas. Duas eram de português e uma de matemática. Giuseppe Nobilioni, coordenador de matemática do curso Objetivo, explica que a questão de número 79 não apresentava solução “Eles deram como resposta ‘1/4’, quando a resposta correta é ‘3/8’. Opção não apresentada na questão”, disse. Já em relação à prova de língua portuguesa, enquanto a questão 37 apresentava duas respostas corretas, a questão 38 não tinha solução, como avaliou o professor Francisco Achcar, coordenador de português do Objetivo.

Instituições públicas Não usarão o Enem este ano: USP (SP) Unicamp (SP) Fatecs (SP) Fuvest (SP) Mantêm o Enem Unifesp (SP) UFABC (SP) UFSCar (SP) UFRJ (RJ) UFRGS (RS) UFLA (MG) UFSC (SC)

Não usarão o Enem PUC-SP PUCCamp (SP) Mackenzie (SP) PUC-RJ

Mudaram a data das provas em virtude do Enem Fatecs (SP) - 13/12 UnB (Programa de Avaliação Seriada) - 12 e 13/12 UFC (CE) - 13 e 14/01 UFSC (SC)- 19, 20 e 21/12 Unioeste (PR) - 11/12 Uerj (RJ) - 13/12 UFS (SE) - ainda sem data definida UFU (MG) - ainda sem data definida UEA (AM) - 7 e 8/12 UEPG (PR) - 20/12 UEMG (MG) - 28/11 UEMS (MS) - 13/12 UNEB (BA) - 20/1 e 21/12 UEMA (MA) - 20/12 UEAP (AP) - 1ª fase: 29/11, 2.ª fase: 3 e 4/01 UEPA (PA) - 29 e 30/11 Unesp - provas específicas Instituto Federal Sul-Rio-Grandense - 22/11 Instituto Federal do Sul de Minas Gerais - 12 e 13/12 Instituto Federal de Minas Gerias - Sul e Norte - 20/12 Instituto Federal de Pernambuco - 13/12 Instituto Federal do Sertão Pernambucano - 13 e 14/12 Concurso IBGE (Censo 2010) - 13/12 Concurso da Receita Federal (auditor fiscal) - 12 e 13/12

Mantêm o Enem PUC-MG - usará nota de anos anteriores Senac (SP) - usará nota de anos anteriores

Mantiveram a data da prova em UEL (PR) - 2ª fase: 6 a 8/12 Univesp (SP) - 6/12

Mudaram a data da prova em virtude de Enem Fundação Cásper Líbero (SP) - 13/12 ESPM-RS - 13/12 Senac (SP) - 12/12 PUC-RS - 12 e 13/12

Estudam uso do Enem UFJF (MG) Unesp (SP)

Instituições privadas

Estudam o uso do Enem FGV (SP) Cásper Líbero (SP) Estudam mudar a data da prova em virtude do Enem FGV (SP)

Estudam mudar a data da prova UFSCar (SP) - 2ª fase UFJF (MG) UFRJ (RJ) - 2ª fase Concurso do IPHAN (patrimônio histórico)

47


Garimpamos sugestões pra lá de moderninhas para você comprar ou pedir de presente neste Natal Câmera subaquática com tela de 2,4”, um CCD de 6 megapixels, ótima para maior sensibilidade à luz, ruído mínimo, zoom digital 5x e vídeo com som para descarregar no YouTube®. Preço sugerido: R$ 599,00. Para saber mais: Tel: (11) 3879-6678 www.softronic.com.br Fotos Divulgação

Por Denise Camargo

Garimpo

DICAS DESCOLADAS

Primeiro celular com acesso a TV Digital da LG, possui conexão à rede 3G em alta velocidade, reconhecimento de escrita, bluetooth estéreo, conexão USB, leitor de cartão de memória até 8GB. Preço médio sugerido: R$ 1.149,00 Para saber mais: (11) 4004-5400 www.lge.com.br

Kit Ferrari Red Amazing Trip comtém fragrância Ferrari Red 40 ml, chaveiro de metal e caixa exclusiva. Preço sugerido: R$ 150,00 Para saber mais: 08007733450

Filmadora de bolso Kodak com visor LCD de 2 polegadas, zoom digital 2x e capacidade para filmar em alta ou baixa luminosidade. Memória interna de 128MB, pesa menos de 100 g e captura áudio de forma nítida com um microfone de baixa distorção. Preço sugerido de R$ 699,00 Para saber mais: www.kodak.com/go/followus

48

A Onitsuka Tiger® aposta no cano alto para coleção de verão. A linha Tokidoki é inspirada na toy art e na cultura japonesa. Preço sugerido: R$ 549,90 Para saber mais: 0800 7227427 www.onitsukatiger.com

MobTV MT-100 permite assistir TV no computador. Conectando à entrada USB do desktop, o aparelho capta o sinal digital e passa a transmitir a programação em tempo real na tela do computador. Preço sugerido: R$ 199,00. Para saber mais: Tel: (11) 3018-8080 www.tectoy.com.br


Sombras em creme de longa duração e à prova d’água em edição limitada da Mary Kay. Preço sugerido: sombra R$ 40,00 e pincel R$ 20,00 Para saber mais: 0800 7020738 www.marykay.com.br

Bolsa Paul Franc transversal confeccionada em nylon, disponível nas cores verde, vermelha, azul, rosa e marrom. Preço Sugerido: R$ 132,00 Para saber mais: (11) 5534-1018 www.convey.com.br A gola V profunda é a grande novidade em camisetas. A linha V-tee, da Bunny´s, conta com seis modelos em algodão. Preço sugerido: R$ 36,00 Para saber mais: www.bunnys.com.br Vestido lapela roxo com flores e biquiní estampado com flores e borboletas da coleção verão Mormaii. Para as meninas que prezam pela vida saudável e adoram o lisfestyle da marca. Preço sugerido: R$ 197,78 (vestido) e R$ 79,14(biquíni) Para saber mais: 0800 644 7711 www.mormaii.com.br

Bateria com autonomia de até 5h45 min, menos de uma polegada de espessura, pesa apenas 1,91 Kg (1), o notebook HP Pavilion dm3 tem tela BrightView de 13” em LED de alta definição e apresenta base leve de alumínio escovado. Preço sugerido: R$ 2.799,00 Para saber mais: Tel: (11)4197-8000 www.hp.com.br

A Puket traz seis calcinhas, todas em lycracotton, com opções para quem gosta do estilo teen, glamour ou da releitura da moda. Preço sugerido: R$ 29,90. Para saber mais: (11) 3838-0838 www.puket.com.br

Rasteira com material napa-soft cor orquídea e com sola TR antiderrapante. Preço sugerido: R$ 68,90. Para saber mais: (18) 3643- 2500 www.magiateen.com.br

49


Foto: Divulgação

Hi-Tech Por Ricardo Reimer

Tecnologia a favor do seu carro Híbridos, elétricos, sistema flex, downsizing de motores, alumínio, plástico, fibras naturais, nanotecnologia, GPS, comandos por voz. Novidades não faltam quando o assunto é desenvolvimento automotivo. Como tudo na era da globalização, tendências surgem a toda hora e logo são ultrapassadas por tecnologias ainda mais inovadoras. Se por um lado isso é ótimo para o desenvolvimento do setor, por outro dificulta traçar um rascunho do veículo do futuro. Contudo, fico entusiasmado em imaginar o que vai equipar nossos carros daqui a alguns anos. Então, do que precisamos? Além de conforto, temos necessidade de carros leves e menores, mas com performance adequada. Primeiro por conta da mobilidade urbana, depois porque automóveis mais leves consomem menos combustível e, consequentemente, emitem menos poluentes. Para reduzir o peso, atualmente, a indústria estuda a aplicação – em alguns casos até já aplica – de novos materiais ao veículo, como plástico, alumínio e polímeros. Sem falar que esses materiais também trabalham a questão ambiental. Carro “verde” O Brasil começa a perceber nos modelos fabricados internamente muita peça em plástico, como para-choque, que é mais leve e facilita a integração no desenho do veículo. Além disso, esse material começa a integrar componentes do motor e do ar-condicionado. Outro componente que também atua nesse sentido são as fibras naturais. Hoje, buscamos um carro que seja 100% reciclável, que conviva em harmonia com a natureza. Assim, sabemos que o carro do futuro será “verde”. Atualmente, fala-se muito em reduzir as emissões, contudo, isso não está ligado somente à queima do combustível, mas a todo o processo de fabricação do combustível, o chamado “well to whell”. Neste ponto, a tecnologia brasileira do sistema flex leva vantagem em relação aos outros combustíveis, pois pode-se usar o etanol 50

como combustível e a plantação da cana-de-açúcar para a fabricação deste etanol, que neutraliza as emissões do CO2, gás causador do efeito estufa. Aqui no Brasil, pelo menos nos próximos 10 anos, essa tecnologia continuará dominando o mercado, pois o nosso etanol é barato e atua para o equilíbrio do meio ambiente. De olho na segurança Percebemos cada vez mais tecnologias de segurança incorporadas ao veículo e demos um importante passo neste aspecto com a obrigatoriedade do airbag e dos freios ABS, que devem sair de fábrica em todos os carros a partir de 2014. Com a imposição da lei, a indústria ganha em volume e, com isso, reduz o custo da fabricação do produto. Mas já vemos novos e importantes desenvolvimentos, principalmente no exterior, como os sistemas de frenagem de segurança, em que o veículo freia automaticamente quando se aproxima de outro veículo. Outra tecnologia é o Lane Keeping Assistance, que pode fazer pequenas conexões de direção quando há iminência de saída da pista. A evolução também é forte na área da eletrônica, como no motor que avança para otimizar o consumo de energia e combustível. Os veículos do futuro deverão ter grande número de tecnologias embarcadas, que aumentam a interação do carro e passageiros com sistemas de informações virtuais, indicando rotas e caminhos alternativos para os congestionamentos e gerando maior interatividade com o motorista e demais veículos.

Ricardo Reimer é engenheiro e presidente do Congresso SAE BRASIL 2009- Sociedade de Engenheiros da Mobilidade


51


52


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.