Revista rituais 3

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Alimentação infantil Sabores Texto:

Quem vê pratos

Fátima Reis Psicóloga Colaboradora da Plataforma Contra a Obesidade da DGS

vê corações!

Patrocínio

Rituais como o pequeno-almoço e o jantar em família, com conversas em que se partilham experiências, podem compensar a separação que ocorre durante o dia. Por isso, aproveite! Desligue a televisão!

Promova um ambiente acolhedor durante as refeições. Sem este requi‑ sito, dificilmente as crianças, mesmo com conhecimentos sobre alimenta‑ ção saudável, farão uma escolha ade‑ quada dos alimentos. Lembre-se que o primeiro guia do comportamento ali‑ mentar para as nossas crianças somos nós! Logo, cuide também da sua ali‑ mentação. Seja um agente publicitário em sua casa em prol da comida saudá‑ vel! Coloque em locais acessíveis ali‑ mentos saudáveis e evite comprar ali‑ mentos menos saudáveis.

As mensagens de saúde que enfa‑ tizem o aumento da ingestão diária de frutas, vegetais, cereais completos/in‑ tegrais e produtos com pouca gordu‑ ra devem ser privilegiadas na comuni‑ cação com as crianças, em detrimento das mensagens de cariz restritivo.

Quando desejar comentar o padrão alimentar do seu filho, valorize primei‑ ro as escolhas alimentares adequadas. Só depois ele estará receptivo a um co‑ mentário menos positivo sobre as op‑ ções menos saudáveis. Assim, antes de uma crítica, deve estar sempre um elogio. Está provado que a capacidade de fazer escolhas saudáveis é possível desde que as crianças se valorizem a si próprias (auto-estima) e acreditem na sua capacidade para conseguir o que

pretendem (autoconfiança). Mas, para acreditarem nelas próprias, é necessá‑ rio sentirem que alguém acredita nelas e valoriza as suas acções.

Sabia que ao alimen‑ tar o seu filho fisica‑ mente está também a alimentá-lo emo‑ cionalmente?! A co‑ mida pode, errada‑ mente, ser usada como moeda de tro‑ ca por afecto: “Co‑ me tudo por mim”, como coacção: “Se não comeres tudo, não há sobremesa” ou como recompen‑ sa: “Se deixares o prato lim‑ po, podes comer um doce”. Es‑ te tipo de negócio ofusca a essên‑ cia das refei‑ ções.

A comida e a atmosfera que a envolve estão intimamente ligadas. Para que uma criança valorize a comida e a de‑ seje, ela tem de a associar às suas pró‑ prias motivações, ao seu apeti‑ te e ao prazer. Valorizar a capacidade de‑ la tomar as suas próprias deci‑ sões acerca do q ue v a i ou não co ‑ mer, peran‑ te um leque de escolhas saudáveis, é uma ma nei‑ ra g a ra nt ida de evitar a dis‑ cussão.

Verão 2008 Rituais de Vida Saudável

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