Vox Objetiva 33

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VERBO

Admiração: fãs lotaram o auditório da Academia Mineira de Letras para o lançamento do livro de Luis Fernando Veríssimo ..............................................................................................................................................................................................................................................................

assinado com as coisas que eu fazia que eram mais sérias, as que iam para o lado do humor eram as que tinham mais repercussão. Então eu fui, mais ou menos, levado para esse lado, apesar de não ser, como eu disse, um humorista natural. Depois de 43 anos escrevendo, mudou alguma coisa no ato de escrever? Na inspiração? Não. Eu acho que não. O que me surpreende hoje, quando eu leio alguma coisa que eu escrevi há anos, é o tamanho do texto. Antigamente eu escrevia mais, com mais volume. Não sei se eu fiquei mais preguiçoso ou mais conciso. Hoje o meu texto é bem menor. Eu fiquei curiosa em relação a esses textos que são publicados na internet com o seu nome, sem que sejam seus. Qual a sua reação, quando você encontra esses textos? Olha: a única reação possível é a resignação, porque é uma coisa que, que eu saiba, não pode ser evitada, regulada. Eu não entendo bem o que leva uma pessoa a escrever um texto, às vezes um texto bom, e botar o nome de outro, a assinatura de outro. Mas, tudo bem. Não há o que fazer.

Em relação a seu novo livro, que vem com 41 crônicas publicadas, por que “Em algum lugar do paraíso”? Na verdade, o título quem deu foi a editora. Tem a ver com a primeira crônica do livro que se passa no paraíso, com Adão e Eva. O conto de Adão e Eva, quando tudo começou. Inclusive os problemas matrimoniais começaram no paraíso (Sorriso). E no resto do livro, várias crônicas são sobre o relacionamento homem-mulher, com alguma referência ao primeiro texto. Então é por isso que tem esse título: “Em algum lugar do paraíso”. Você veio lançar o seu livro em Minas – um Estado que também gerou alguns grandes escritores. Carlos Drummond de Andrade e por aí vai. O que você acha da produção literária mineira? Olha: Minas é um Estado de grandes escritores, a começar pelo Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, o Carlos Drummond, que você falou... Então é admirável. Eu acho que nenhum Estado da federação tem essa quantidade de escritores no seu passado e no seu presente.

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