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JOSÉ LUÍS CARNEIRO: “Todos os indicadores é um dos países mais

Nascido em Baião em 1971, José Luís Carneiro é licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada do Porto. Na literatura escolhe dois livros, Morte em Veneza de Thomas Mann e A Cidade e as Serra, de Eça de Queiroz. No cinema a escolha vai para o filme Invictus e na música escolhe o concerto de Mark Knopfler no Royal Albert Hall.

Não passa sem falar com a mulher e os filhos e nas férias opta pela sua terra natal ou pelo Algarve. À mesa a tradição fala mais alto e elege o Anho Assado com Arroz de Forno como prato favorito. Adepto de desporto, tem três clubes no coração, o F. C Foz, AD. de Baião e “o Benfica do meu tempo. Do tempo do Nene”.

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Em 2005 foi eleito Presidente da Câmara de Baião, até 2015, ano em que tomou posse como Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas do XXI Governo Constitucional. Em março de 2022, tomou posse como Ministro da Administração Interna do XXIII Governo Constitucional.

Responsável por uma das pastas mais exigentes do Governo, José Luís Carneiro esteve à conversa com o VivaCidade sobre as áreas que tutela.

Tem em mãos uma das pastas mais desafiantes em qualquer Governo, a Administração Interna é uma área demasiado exigente?

É efetivamente uma pasta exigente, mas sobretudo desafiante e estimulante. Esta área de governação tem elevado relevo para a sociedade, para o funcionamento do Estado de Direito e para a defesa dos direitos constitucionais dos cidadãos. É muito transversal, já que abarca as forças de segurança, as dimensões da proteção civil, da segurança rodoviária, da administração eleitoral e a da segurança das fronteiras portuguesas e europeias.

O objetivo que pretendemos alcançar é sempre o de garantir a tranquilidade social e uma vida segura aos cidadãos. Dificuldades haverá sempre, mas é com responsabilidade e determinação que encaramos a missão de implementar as políticas públicas nestas áreas vitais.

Posso citar, entre outras prioridades, a conclusão do processo de reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a implementação da Estratégia Integrada de Segurança Urbana, a melhoria das condições salariais, de trabalho e sociais dos profissionais da GNR e da PSP, o que já está contemplado, por exemplo, no Orçamento de Estado para 2023.

Pretendemos também reformar o Sistema de Proteção Civil, nomeadamente apostar na criação de novas equipas de bombeiros profissionais, que constituem uma via para a profissionalização, sem desvalorizar a dimensão do voluntariado.

Falando de exigência. As Jornadas Mundiais da Juventude será, porventura, o maior evento de sempre organizado em Portugal, tendo em conta o número de participantes. As forças de socorro e segurança nacionais estão prontas para este desafio?

Trata-se, de facto, de um evento de grande escala. As nossas forças de segurança e de proteção civil estão a desenvolver os planos de segurança no quadro das suas responsabilidades e em consonância com a coordenação geral do evento.

Toda a operação no âmbito da segurança será coordenada pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna e estou confiante que irá decorrer com todo o sucesso.

A Jornada Mundial da Juventude vai trazer a Portugal muitos cidadãos de todo o Mundo e é mais um desafio para a PSP, mas também para a GNR, o SEF e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Exigirá um esforço redobrado, mas confio plenamente nas capacidades de todos os envolvidos.

O verão é uma época sempre temida pelos portugueses devido ao risco de incêndio. Como está a ser preparada a época para o verão 2023?

O quadro dos incêndios rurais tem vindo a agravar-se, fruto das alterações climáticas. Existe hoje a consciência muito aguda de que este é um problema que pode afetar todo o território europeu e não apenas os países do sul e do Mediterrâneo. A Europa conheceu no ano passado mais 60% de incêndios e mais 69% de área ardida. Isto mostra bem o nível de risco e de ameaças com que estamos confrontados e que exigem da parte de todos os poderes públicos, nacionais, regionais e locais, um forte espírito e compromisso de cooperação em relação a estes desafios coletivos. A Comissão Europeia já assumiu que nenhum país europeu pode, por si só, fazer frente a este desafio.

Por isso, lançámos um trabalho em duas importantes frentes.

No plano europeu, em setembro de 2022, estivemos com os serviços congéneres europeus e com os Ministros do Interior Europeus para participar na definição de três importantes prioridades. Por um lado, o reforço de meios, na medida em que é necessário reforçar os meios aéreos, os meios terrestres e os meios humanos; por outro lado, a antecipação da disponibilização de recursos financeiros para o reforço desses meios, não podendo a Europa esperar por 2027, 2028 e 2029, que era o prazo previsto inicialmente; e, em terceiro lugar, o pré posicionamento de meios que tem em vista