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A LITERACIA AMBIENTAL é o principal objetivo

dos Clubes de Ciência Viva das Escolas da Bela Vista e Santa Bárbara

O Agrupamento de Escolas de Santa Bárbara, em Fânzeres, promove inúmeras iniciativas em prol do ambiente com o Clube de Ciência Viva. O agrupamento tem dois clubes um sediado na Escola EB1 da Bela Vista e na Escola Básica de Santa Bárbara.

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A criação dos Clubes de Ciência Viva, em ambas as escolas, é para permitir à comunidade escolar experiências que têm a ver com o conhecimento cientifico e tecnológico ambiental, essencialmente. Ambas as escolas têm projetos que se articulam e se complementam mutuamente.

Os Clubes englobam alguns projetos, o professor Jorge Nunes, docente de Ciências na Escola Básica de Santa Bárbara, explicou ao VivaCidade cada um deles. Neste momento estão em vigor dois concursos. Um deles prima a proteção dos oceanos, “Um (a)mar sem fim”, trata-se do terceiro concurso de literatura e artes plásticas, em que os alunos terão que realizar, caso escolham a literatura, poemas, fábulas, contos, textos narrativos, que falem desta temática, caso escolham as artes promover a criação artística com pintura, escultura ou desenho. O outro projeto, ainda a vigorar, é o segundo concurso de quadros e esculturas naturais, denominado “Biodiversidade com Arte”. O propósito é que os alunos desenvolvam o gosto pelas artes e melhorar a sua literacia ambiental. Os trabalhos terão de ser realizados tendo por base a biodiversidade local, seja em esculturas pintura ou desenho com materiais recolhidos na natureza.

“Neste momento a biblioteca da Escola Santa Bárbara tem uma exposição relacionada com os Charcos e a Biodiversidade em que os alunos vêm cá com os professores e através das novas tecnologias, neste caso os telemóveis, conseguem ter uma aula interativa sobre os Charcos, tornando mais dinâmica a aprendizagem e sobretudo facilita a assimilação da mensagem”, explica Jorge Nunes.

Além destes projetos, os Clubes também montam um laboratório para que os membros possam fazer atividades experimentais. Como exemplo disto “ quando fizeram a atividade que consistia em retirar os plásticos da praia do Cabo do Mundo, no inicio do ano, o laboratório foi essencial para conseguirmos detetar de onde viriam os plásticos encontrados porque ao contrário do que é pensado o lixo que encontramos na praia nem sempre é depositado lá, pode muitas vezes ser oriundo até de Gondomar”, sublinha o professor de Ciências.

“O comportamento dos alunos tem sido diferente desde que abordamos estas temáticas nas escolas. Por isso também vamos adaptando os projetos. Estamos, também, a estudar agora as espécies invasoras com o projeto “invasoras.pt” e as borboletas noturnas, “traças: fadas ou bruxas?”, refere.

Nestas iniciativas as espécies invasoras analisadas são as que existem em torno da escola desde as mimosas às plumas, que destroem os habitats da biodiversidade normal desse território. “As mimosas são australianas e nós trouxemo-las para cá porque achávamos bonitas sendo que são as únicas que dão flor no inverno, contudo são prejudiciais à nossa biodiversidade que não sobrevive ao lado destas plantas e não é pela sua beleza. Já no que toca ás plumas além do facto de se espalharem com facilidade, só com o vento as sementes são levadas para os diversos locais, nenhum animal consegue ingeri-las devido ao facto de terem uma folha cortante”, reforça o professor e acrescenta que “nós enquanto cidadãos não temos noção do quanto isto pode ser prejudicial para a nossa fauna e flora, e os alunos acabam por levar estas informações para casa e alertar os familiares para estas problemáticas”.

No que toca à investigação das traças os alunos vão de noite, uma vez por mês para a escola, criam armadilhas luminosas para as atrair e à posteriori estudam as traças para ver qual é a sua espécie, e assim contribuem para o seu estudo e tentam perceber se estão ou não em vias de extinção.

Por último, e dos outros inúmeros projetos , o BioBlitz que permite aos jovens estudar a biodiversidade local em torno da escola através de fotografias capturadas pelo seu telemóvel. “Todas as iniciativas que realizamos temos como propósito relacionar com as novas tecnologias que são o dia de amanhã destes estudantes”, conta ao VivaCidade.

Estas atividades, essencialmente os concursos, resultaram num projeto inovador que foi a edição de dois livros em que os trabalhos dos alunos estão lá representados. Já foram lançadas duas edições, em que a segunda tem como tema a descoberta do jardim da escola, sendo que com a pandemia as crianças não podiam sair de casa. “Os alunos aderem bem a estas atividades e sentem que os trabalhos que realizam são valorizados, gostava de agradecer a todos os que participaram esta iniciativa inovadora e única”, finaliza o professor Jorge Nunes. ■

VIVACIDADE | FEVEREIRO 2023 10 SOCIEDADE

Uma história que começou por ser escrita a carvão e que felizmente se enviesou e fez de Serafim Gesta e a sua irmã serem a primeira geração da sua família escapar ao destino dos Intertícios do subsolo das Minas de São Pedro da Cova. "Mazola", como é conhecido e se conhece a ele mesmo, ganhou a alcunha desde os tempos em que era craque da bola de trapos. Tornou-se Mazola como Valentino Mazzola, jogador do Grande Torino nos anos 40. Desde a escola das minas, em Vila Verde, que ganhou paixão pelas letras. Embora que como criança/adulto, tenha passado desde os dez anos de idade de ofício em ofício até à tropa. Foi aí que incubou a velha paixão das letras... Além do diário que escrevia no comboio a destino do seu serviço militar, assumiu também a função de escriturário. Como o próprio Mazola o disse: "...foi como um pássaro a deixar a gaiola."

Além do seu ganha pão como delegado de propaganda médica inicia por sua conta e risco a marcar a sua importância na história social de Gondomar. Acumula desde então documentos em pilhas e caixas... Todo um acervo que se tornou precioso para o seu percurso. Começou por escrever em jornais, a criar jornais (A Voz Padroense 1961; O Diálogo1975) e quase trinta títulos, na sua maioria a temática da qual é guardião - Os operários e as minas de São Pedro da Cova. Poeta, escritor, historiador, colecionador, Serafim Mazola completou a 24 de Janeiro de 2023, 87 anos. Seriam precisas mil páginas para escrever todas as aventuras e feitos deste filho de São Pedro da Cova que esperamos continuar a acompanhar por mais tempo.

É possível encontrar as suas obras escritas pela internet e Museu Mineiro de São Pedro Cova.■