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FESTIVAL DE MÚSICA FLUTUANTE FESTIVAL DE MÚSICA FLUTUANTE COM ACESSIBILIDADE PARA COM ACESSIBILIDADE PARA

PESSOAS COM O TRANSTORNO DO PESSOAS COM O TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA ESPECTRO AUTISTA

MARCOS VINÍCIUS SANTOS
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FESTIVAL DE MÚSICA FLUTUANTE COM

ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM O

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho Final de Graduação, apresentado à Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Prof. TFG1: Rogerio Cardeman Orientador: Carlos Murdoch

3 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
2024
RIO DE JANEIRO

AGRADECIMENTO AGRADECIMENTO

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Primeiramente, agradeço aos meus pais, Marcos Aurélio e Ana Paula por todo o apoio que me deram durante toda a minha vida, me incentivando a correr atrás dos meus sonhos e que me fizeram chegar no momento atual, e por todos os ensinamentos que me fizeram ser quem eu sou;

Ao meu irmão Marcos Paulo, por me apoiar sem medir esforços e me fazer sorrir quando mais precisava;

A todos os meus familiares que de alguma forma sempre me incentivou durante toda minha trajetória académica;

Em memória aos meus avós, Aurélio, Marli e Julia, sem eles muitas das minhas conquistas não seriam possíveis;

Ao meu orientador Carlos Murdoch, por todo o conhecimento compartilhado, paciência e respeito durante todo o processo e por me apoiar na minha formação académica;

A todos os professores que passaram em minha trajetória e tiraram um tempo para compartilhar ensinamentos comigo;

Enfatizo um agradecimento especial a todos os meus amigos, por estarem ao meu lado em todos os momentos, de alegria e tristeza, as palavras de incentivo e todo o suporte.

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SUMÁRIO SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema 1.2 Metodologia 9 10 12

2 INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema 1.2 Metodologia 10 10 10

2 INTRODUÇÃO

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1.1
Tema 1.2 Metodologia 10 10 10
1.1
1.2
Tema
Metodologia 10 10 10

1 INTRODUÇÃO

2 INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema

1.2 Metodologia 9 10 10
1.1 Tema
1.1
1.2
10 10 10
Tema
Metodologia
10 10 10
1.1 Tema 1.2 Metodologia 10 10 10 7
1.2 Metodologia
2 INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

É evidente a crescente necessidade de inclusão e acessibilidade para todos os públicos na arquitetura em geral, especialmente em espaços públicos. Todos têm o direito de circular livremente e de desfrutar da cultura, mas como garantir isso se os lugares projetados não possuem a acessibilidade adequada? E como proceder se não há normas na arquitetura que respaldam o direito dos cidadãos?

O trabalho proposto visa criar um ambiente seguro e acessível para todos os publico, com um foco maior em pessoas que possuem o transtorno do espectro autista, usando como base um festival de música em um terreno flutuante na Baia de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Apesar de estatisticamente ter um percentual baixo de pessoas com o transtorno conforme será apresentado no decorrer deste caderno, a acessibilidade para este publico segue sendo necessário, pois uma vez feito estas adaptações, outros tipos de publico podem usufruir da qualidade de vida que isso vai trazer para toda uma população.

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Figura 1, fonte:

https://media.unimedcampinas.com.br/7aa3791 f-018f-4694-8180-a71730ffc504

1.2. Metodologia

Considerando que se trata de um tema relativamente recente, encontrar estudos sobre o autismo já é desafiador, e ainda mais raro são os estudos que abordam a necessidade de uma arquitetura adequada para pessoas dentro do espectro.

No meu caso, decidi investigar este assunto em um contexto inédito: a acessibilidade para pessoas com o espectro do autismo em um festival de música realizado em um terreno flutuante.

Para conduzir essa pesquisa, dividi meu estudo em quatro partes principais: a primeira aborda o transtorno do espectro do autismo; a segunda trata das acessibilidades para pessoas neurodivergentes, incluindo temas como neuroarquitetura e arquitetura sensorial, entre outras vertentes; a terceira examina os aspectos dos festivais de música; e a quarta analisa o conceito e a viabilidade do terreno flutuante.

Dado que não existem normas arquitetônicas específicas sobre acessibilidade para pessoas com transtorno do espectro do autismo, a maior parte dos resultados deste trabalho foi obtida por meio de pesquisas focadas nas necessidades dessas pessoas. Isso incluiu entrevistas com psicólogos e terapeutas especializados no autismo, além de conversas com indivíduos que estão dentro do espectro, com diferentes níveis de suporte, e seus familiares próximos.

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“Look at the stars, look how they shine for you, and everything you do” -Yellow, Coldplay
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FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO

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2.1. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO MUNDO

Segundo o Ministério da Saúde, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social e padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. O termo “espectro” é utilizado devido à ampla variação nos sintomas e na gravidade da condição entre os indivíduos. Inicialmente, o Transtorno do Espectro Autista era considerado resultado de determinadas condições psicológicas alteradas ou de problemas na dinâmica familiar. No entanto, hoje em dia, admite-se que não existe uma única causa para o TEA, mas sim uma junção de fatores genéticos, biológicos e ambientais.

Os fatores que envolvem o ambiente onde o individuo está inserido podem tanto aumentar quanto diminuir o risco de desenvolvimento do TEA em indivíduos com predisposição genética. Em outras palavras, um ambiente adequado pode contribuir para atenuar os sintomas do espectro em pessoas afetadas.

De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, o autismo é uma síndrome complexa e mais prevalente do que geralmente se imagina, sendo mais comum em crianças do que a AIDS, câncer e diabetes combinados. Atualmente, a estatística mais aceita mundialmente é fornecida pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), órgão do governo dos Estados Unidos, que aponta a proporção de uma criança com autismo para cada 36, o mesmo estima que exista 1 adulto com autismo a cada 45 pessoas. Estima-se que esse número possa chegar a 2 milhões de autistas apenas nos Estados Unidos.

Segundo a ONU, estima-se que existam mais de 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, afetando significativamente sua capacidade de comunicação e interação social. A incidência é maior em meninos, com uma relação de quatro meninos para cada menina com autismo.

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PREVALÊNCIA DE TEA NO MUNDO

SEGUNDO DADOS DA ONU

PREVALÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SAÚDE EM CRIANÇAS

SEGUNDO DADOS DO CDC

17 TEA AIDS CÂNCER DIABETES TEA 19000000 DIABETES 3800000 AIDS 1700000 CÂNCER 300000
POPULAÇÃO POPULAÇÃOCOMTEA POPULAÇÃO 99.1% POPULAÇÃOCOMTEA 0.9%

2.2. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO BRASIL

No Brasil, o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é predominantemente realizado por profissionais especializados em saúde, como psiquiatras, psicólogos e neuropediatras. A prevalência do TEA tem apresentado crescimento global, afetando aproximadamente 1 a 2% da população infantil brasileira.

Apesar dos avanços observados, muitas famílias enfrentam desafios significativos para obter um diagnóstico preciso e acesso adequado a tratamentos, devido à escassez de profissionais capacitados e recursos específicos nas redes públicas de saúde. Essa carência pode resultar em atrasos na implementação de intervenções essenciais, cruciais para o desenvolvimento infantil no contexto do TEA.

No âmbito educacional, o Brasil tem progredido na implementação de políticas de inclusão escolar, com o objetivo de assegurar que crianças e adolescentes com TEA tenham acesso equitativo à educação de qualidade e ao suporte necessário para o seu progresso acadêmico e social.

De acordo com o IBGE 2022, que estima que temos no Brasil uma população de 203,1 milhões de pessoas, e com a estimativa que possuímos do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), podemos calcular que existam cerca de 5.6 milhões de pessoas com o transtorno em território brasileiro.

No Rio de Janeiro, utilizando a mesma estimativa podemos chegar ao numero de aproximadamente 164.600 mil pessoas com TEA, visto que temos em media 16,46 milhões de pessoas no estado.

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PREVALÊNCIA DE TEA

70 MILHÕES NO MUNDO

5,6 MILHÕES NO BRASIL

164.600
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NO RIO DE JANEIRO

2.3. PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS

Geralmente, as características do TEA aparecem nos primeiros 2 anos de vida, sendo que os mais comuns incluem: sensibilidades sensoriais; pouco ou nenhum contato visual; deficiência mental; movimentos estereotipados e repetitivos; dificuldade com mudanças na rotina; interesses restritos; dificuldade na comunicação; comprometimento da compreensão.

Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de autismo, e dependendo do grau do transtorno, a pessoa consegue levar uma vida independente. No caso de autistas que apresentam níveis mais brandos e não são diagnosticados de forma adequada, por exemplo, eles costumam ser confundidos com indivíduos extremamente tímidos.

O autismo pode ser diagnosticado com segurança por um especialista aos 2 anos de idade , mas a idade média de diagnóstico do autismo é de 5 anos.

É importante ressaltar que cada pessoa com TEA é única, e as características e necessidades podem variar amplamente. O diagnóstico precoce e a intervenção adequada podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA, proporcionando suporte adaptado às suas necessidades individuais.

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Figura 2, fonte: https://blog.sabin.com.br/wpcontent/uploads/2021/07/como-identificar-oautismo.jpg

2.4. DSM - 5

No século XIX, os transtornos mentais careciam de classificações ou critérios diagnósticos predefinidos. Indivíduos que exibiam comportamentos incomuns, como surtos psicóticos, eram deixados à deriva nas ruas e, em muitos casos, até mesmo detidos. Eles eram estigmatizados como alienados, privados de acesso a tratamentos adequados e confinados em enfermarias hospitalares com o único propósito de contenção.

Em 1917, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) uniu-se à Comissão Nacional de Higiene Mental para desenvolver um manual de classificação de desordens mentais conhecido como DSM, abreviação para Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais. Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma crescente necessidade de tratamento e classificação das desordens mentais, especialmente devido aos veteranos de guerra. Nesse contexto, era esperado um aumento nos distúrbios de humor, como depressão e transtorno bipolar.

Então, em 1952, a APA publicou a versão inicial do DSM, contendo mais de cem categorias diagnósticas, com um forte enfoque psicanalítico. Sob a influência de Adolf Meyer, presidente da APA na época, prevaleceu a descrição das categorias baseadas na psicodinâmica, voltadas para a compreensão da neurose e psicose.

DSM-I - PRIMEIRA EDIÇÃO DO MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS.

DSM-II - EXPANSÃO COM BASE PSICANALÍTICA E TEORIAS CONTEMPORÂNEAS.

1952 1968
LINHA DO TEMPO DSM

E em 2013, recebemos a versão mais atualizada do DSM, a DSM–5, Na versão anterior, o autismo era subdividido em cinco categorias clínicas, o que dificultava e atrasava o fechamento do diagnóstico. O DSM-5 normatizou as características globais do TEA, deixando os critérios diagnósticos homogêneos e facilitando a identificação do autismo. Outra novidade foi a fusão do Transtorno Autista, do Transtorno de Asperger e do Transtorno Global do Desenvolvimento no Transtorno do Espectro Autista. Os sintomas, que antes eram diagnosticados separadamente, são um contínuo único de prejuízos com identidades - de leve a severasnos domínios de comunicação e comportamentos restritos e repetitivos. Portanto, não há justificativa de diagnosticá-los de modo desassociado.

O DSM-5 também trouxe especificadores de gravidade, reconhecendo que a gravidade pode oscilar de acordo com o contexto e o tempo. Foram descritos três níveis de gravidade. 1980

DSM-III - INTRODUÇÃO DE CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PADRONIZADOS E MULTIAXIAIS.

DSM-IV - IINCLUSÃO DE CRITÉRIOS OPERACIONAIS E REVISÃO ESTRUTURADA.

DSM-5 - REVISÃO COM BASE EM NOVAS EVIDÊNCIAS E ABORDAGENS DIMENSIONAIS.

1994 2013

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