Vilas Magazine | Ed 207 | Abril de 2016 | 32 mil exemplares

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Telhado do restaurante D´Meg, em Lauro de Freitas: painéis solares zeram conta de energia por 25 anos, já descontado o investimento

da vida útil do equipamento, estimada em 30 anos. Em cima do restaurante ela vem construindo três pisos que serão ocupados por salas comerciais e que também serão abastecidos por energia solar. “Produzimos mais energia do que consumimos”, conta a empresária, mas o excedente não fica desperdiçado: é enviado para a rede de distribuição da Coelba e registrado por meio de um medidor

bidirecional. À noite, quando os painéis solares não produzem energia, é a rede pública que abastece o empreendimento. No final do período faz-se um encontro de contas: se a rede tiver recebido mais energia durante o dia do que forneceu à noite – ou em dias com menos sol – a empresária fica com crédito junto à distribuidora. De acordo com as novas regras em vigor desde o mês passado, o prazo de validade dos créditos, que era de três anos, agora é de cinco. O recurso à energia solar não serve apenas para empreendimentos comerciais. Antes pelo contrário. Segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até 2024 cerca de 1,2 milhão de residências no Brasil vão contar com energia produzida pelo sistema de geração distribuída, o que inclui painéis solares e microturbinas eólicas – energia produzida a partir do vento. O diretor da Aneel Tiago Correia já instalou oito placas de geração de energia solar em sua casa, o que vai atender ao consumo total da residência a partir do mês que vem. Para ele, além da vantagem de usar apenas fontes renováveis, um dos benefícios da geração distribuída é a redução de investimentos em redes de

distribuição de energia. “Ela traz a geração para próximo do consumo”, afirma. Nova regulamentação A procura pelo sistema deve aumentar a partir deste mês, já que começaram a valer, em março, as novas regras aprovadas pela Aneel para a geração distribuída no país. Uma das novidades é a possibilidade de geração compartilhada: um grupo de pessoas pode se unir em um consórcio ou em cooperativa, instalar uma micro ou minigeração distribuída e utilizar a energia gerada para reduzir as faturas dos consorciados ou cooperados. Segundo Tiago Correia, essa mudança vai possibilitar que mais pessoas adotem a geração compartilhada. “Quanto maior o sistema, mais barata é a instalação total, porque alguns custos são diluídos. Isso faz com que o retorno do investimento seja muito mais rápido, além de facilitar o acesso ao crédito cooperativado”, acrescenta. Também foi autorizado pela Aneel que o consumidor gere energia em um local diferente do consumo. A energia pode ser gerada em uma casa de campo e consumida em um apartamento na cidade, desde que as propriedades estejam na área de atendimento de uma mesma

A empresária Margarida Oliveira (blusa branca) e parte da sua equipe: energia limpa e mais barata

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