Vilas Magazine | Ed 176 | Setembro de 2013 | 32 mil exemplares

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Para Jackson Lessa, um dos vice-diretores do Caic, “é preciso valorizar os hábitos e costumes que contribuíram com a formação da nossa identidade, mas que as vezes vão se apagando. As escolas recebem um programa de ensino produzido no Sudeste, diferente do contexto nordestino, daí propusemos fazer esse trabalho como forma de resgate da cultura local, através de práticas que ainda sobrevivem”, explica. A diretora, Roquelina Cerqueira, destaca: “Uma das nossas preocupações é separar a religiosidade do contexto histórico afrobrasileiro e indígena, para entender a cultura sem preconceito”. José Carlos, pai da aluna Rebeca, de quatro anos, comenta entusiasmado que achou o evento surpreendente. “Pela primeira vez vejo acontecer uma coisa como essa aqui no bairro. Isso é muito interessante porque é uma forma de incentivo para conhecer uma cultura diferente da nossa, que muito pouco conhecemos ou ouvimos falar. Até mesmo para entender o que é a cultura”. A escola está localizada em uma área onde ainda existem diversos problemas sociais acentuados, como infraestrutura, alimentação, acesso, transporte e pavimentação. Sobre isso José Carlos comenta: “Aprovo a iniciativa porque é uma ocupação boa para nossos filhos, melhor do que ficarem na rua, ou com a mente vazia. A criança aqui da área não tem como sair e conhecer essas coisas. A oportunidade que a escola está dando é muito boa para todos, filhos e pais. Vejo que essa atitude muda a visão das crianças no sentido de aprimorar a educação”. O descontraído Uanderson dos Anjos, de 12 anos, é ex-aluno do Caic, mas fez questão de participar das apresentações. “Achei que o colégio quis apresentar melhor a região onde a gente vive. Deu pra conhecer os Estados do Nordeste, que a gente nem sabia que existiam”. O aluno se mostrou receptivo a esse tipo de proposta: “Foi ótimo porque percebemos as características de cada lugar e essa energia que eles têm. Acho que o projeto ajudou porque aprendi de uma forma mais incentivadora. Dá muita vontade de sair e conhecer o mundo lá fora!”, comenta enfático. Ele mostra desenvoltura ao se comunicar: “A gente está tendo a oportunidade de conhecer coisas novas. Foi legal dançar. Acho que a arte ajuda a se expressar, trazendo uma forma

de conhecimento novo”, revela. O Caic Ulisses Guimarães atende crianças e adolescentes de quatro à 15 anos de idade,

até o quinto ano. O Projeto Nordeste é um subtema do Projeto “Voando no horizonte u das letras”, de incentivo à leitura.

Quadrilha Junina - Piauí

Terno de Reis Rosa Menina

Dança africana apresentada por ex-alunos do Caic Vilas Magazine

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