

Hora presente“A
12/5/24: 58º Dia Mundial das Comunicações
Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana «Neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão só pode partir do coração humano… O coração, entendido biblicamente como sede da liberdade e das decisões mais importantes da vida, é símbolo de integridade e de unidade, mas evoca também os afectos, os desejos, os sonhos, e sobretudo é o lugar interior do encontro com Deus… Não é aceitável que a utilização da inteligência artificial conduza a um pensamento anónimo, a uma montagem de dados não certificados, a uma desresponsabilização editorial colectiva… A informação não pode ser separada da relação existencial: implica o corpo, o situar-se na realidade; pede para correlacionar não apenas dados, mas experiências; exige o rosto, o olhar, a compaixão e ainda a partilha» (papa Francisco).
25/5/2024: Dia de África
Para recordar que em 1963 foi criada a Organização de Unidade Africana (OUA) na Etiópia e que em 2002 a OUA foi substituída pela União Africana com o objectivo de defender e emancipar o continente africano.
Este dia recorda a luta pela independência do continente africano, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

VIDA NOVA (VN)
Revista de Formação e Informação Cristã
Ano 64º, No. 759, Maio 2024
Propriedade/Editor: Arquidiocese de Nampula
Director Editorial: Pe. Fernão Magalhães
Diretor: Pe. António Bonato
Vice Dir. Pe. Serafim João Muacua
Chefe de Redação: Pe. Cantífula de Castro
Secretaria: Tiorencio Gervasio Daniel
Revisão: Pe. Luis Albuquerque
Tiragem: 13.000 ex.
Reg. No. 5/GABINFO-DEPC/94

1 de Maio: por
um
Trabalho Humanizado
A
nualmente, o mundo se une para celebrar o Dia Mundial dos Trabalhadores.
Este é um momento não apenas de reconhecimento, mas também de reflexão sobre a natureza do trabalho na nossa sociedade e sobre como podemos torná-lo mais humano e digno para todos.

EmOo bem-estar dos funcionários e promova a equidade de género, a diversidade e a inclusão. As empresas públicas e privadas e organizações não-governamentais têm um papel decisivo a desempenhar na promoção de um trabalho mais humanizado.
Por Favor! Não se esqueça informar a Secretaria quando fizer um depósito no BIM ou M-Pesa. Obrigado facebook.com/revista vidanova pagina web: http://vidanova.org.mz/




Administração:
Ir. J. Neto e Cecilia Constantino
Ed. e Impr.: Centro Catequético Paulo VI - Anchilo VN - CP - 564 - 3100 Nampula. nuit: 700058336
Celular:850485214 (M-Pesa) 865385214 (e-Mola) Conta BIM 177614082 vidanovaanchilo@gmail.com

Papa São Paulo VI, em sua encíclica "Populorum Progressio", destacou a importância fundamental do trabalho como meio de desenvolvimento humano integral.
Ele enfatizou que o trabalho não é apenas uma actividade económica, mas uma expressão da dignidade humana e um caminho para a realização pessoal e social.
Esta mensagem ressoa ainda hoje, em um mundo onde muitos são privados da oportunidade de trabalhar com dignidade.
Moçambique, como em muitas partes do mundo, o desemprego é um desafio que afecta milhões de pessoas. A falta de emprego não apenas priva os indivíduos de meios de subsistência, mas também mina sua auto-estima, a sua capacidade de contribuir para a sociedade e sua esperança no futuro. Nesse contexto, é fundamental adoptar estratégias que promovam um trabalho mais humanizado e inclusivo.
Aliás, o nível de desemprego nacional continuar a assustar a todos.
Uma
abordagem de humanização do trabalho deve começar por reconhecer e respeitar a dignidade de cada trabalhador. Isso significa garantir condições de trabalho seguras e saudáveis, salários justos e oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Além disso, é essencial promover um ambiente de trabalho que valorize
Elas devem se comprometer com políticas e práticas que priorizem o bem-estar dos funcionários e criem um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados.
Não
esqueçamos que é obrigação do governo criar políticas e programas que incentivem a criação de empregos dignos e promovam a inclusão social e económica.
À medida que celebramos o Dia Mundial dos Trabalhadores, devemos renovar nosso compromisso de promover um trabalho mais humanizado e digno para todos.
Igreja Local: Ano da Oração

Ensina-nos a Rezar
No caminho rumo ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco quis que este ano de 2024 fosse dedicado à oração, convidando toda a Igreja a um tempo de grande compromisso, em preparação para a abertura da Porta Santa.
A Celebração de um Ano Santo, que tem a sua origem mais remota na tradição judaica do jubileu (yobel), como tempo de perdão e de reconciliação, representa, a partir de 1300, uma oportunidade especial para meditar sobre o grande dom da misericórdia divina, oferecida a cada um de nós.
O Jubileu não se limitará à cidade de Roma, mas estender-se-á como um anúncio da misericórdia de Deus ao mundo inteiro, tornando-se assim uma grande oportunidade de evangelização. Como cristãos, somos convidados a dar testemunho como autênticos “Peregrinos da Esperança” que caminham em direcção ao Senhor, que abre os braços do seu perdão, braços misericordiosos estendidos também para os irmãos, que ainda esperam que o anúncio do Evangelho chegue até eles.
Papa Francisco convida
O Papa Francisco, anunciando o Ano da Oração que precede o Jubileu 2025, exortou assim os fiéis: «Peço-vos que intensifiqueis a vossa oração, a fim de nos prepararmos para viver bem este acontecimento de graça e experimentar nele a força da esperança de Deus. […] Um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo» (Angelus, 21/1/24).
A oração seja, então, para cada cristão a bússola que orienta, a luz que ilumina o caminho e a força que sustenta na peregrinação que levará a atravessar a Porta
A família como Escola de Oração
Inúmeras vezes o magistério reitera a importância da oração na família e recorda como os primeiros ensinamentos recebidos em criança são os ensinamentos decisivos que permanecem firmem na vida quotidiana, mesmo quando se cresce. A família, dentro da qual a criança aprende a dar seus primeiros passos e a dizer as primeiras palavras, como “mãe” ou “pai”, “obrigado” e “por favor”, é também o lugar onde se ensina a rezar e a dizer “obrigado” ao Senhor. À medida que a criança cresce, aprende a aprofundar a sua oração seguindo o exemplo de seus pais, aprendendo a confiar-se ao Senhor mesmo nos momentos mais difíceis, certo do seu apoio.
Exemplos de oração familiar
Santa. Através da oração poderemos chegar com um coração pronto a acolher os dons de graça e de perdão que o Jubileu oferecerá, como expressão viva da nossa relação com Deus. Mergulhemos, pois, com a oração nesse diálogo contínuo com o Criador, descobrindo a alegria do silêncio, a paz do abandono e a força da intercessão na comunhão entre os santos.



ORAÇÃO DO JUBILEU
Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor.
A ti, Deus bendito na eternidade, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém
À mesa antes e depois das refeições: este pode ser um primeiro momento para rezar juntos em família, agradecendo ao Senhor pelo que foi recebido e rezando pelos mais necessitados À oração no início e no fim do dia: rezar ao Senhor pelo dia que começa e que passou, pelos parentes doentes ou mesmo até agradecer-Lhe apenas pela tarde passada brincando com os amigos, ajuda a criança a reconhecer as graças recebidas do Senhor naquele dia.
O domingo com a oração das laudes: as Laudes dominicais com a leitura de um pequeno trecho do Evangelho, sucessivamente explicado pelos pais, pode constituir uma oportunidade propícia não só para rezar juntos, mas também para partilhar os acontecimentos da semana à luz da Palavra de Deus. Por fim, uma prática muito edificante, sobretudo para os mais pequenos, poderia ser ler em conjunto brevemente a vida do santo do dia, explicando “porque” se tornou santo e mostrando que se pode pedir a sua intercessão e protecção no dia que lhe é dedicado.
Igreja Local: Diálogo inter-religioso
Pe. Max Robol


“Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da convivência comum”, 5 anos depois: impacto e perspectivas
Já passaram cinco anos desde 4 de Fevereiro de 2019, a data histórica da assinatura conjunta do “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”, feita em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, pelo Papa Francisco e Ahmad al-Tayyeb, Grão Imã da Universidade de al-Azhar no Cairo.
Desde então, graças a uma Comissão criada para implementar o Documento, foram alcançados pelo menos dois resultados: a proclamação, em Dezembro de 2020, pela ONU, do Dia Internacional da Fraternidade Humana, a celebrar a 4 de Fevereiro de cada ano; e a construção, em Abu Dhabi, da “Casa da Família de Abraão”, inaugurada em Fevereiro de 2022, para promover a convivência entre crentes e combater o extremismo: trata-se de uma mesquita, uma sinagoga e uma igreja unidas por um espaço comum, para sublinhar a unidade na diferença.
Ainda hoje, em muitos países existem grupos activos que aprofundam a relação entre cristãos e muçulmanos, partindo das considerações do Documento de Abu Dhabi. Também em Moçambique, em Nampula, Pemba, Lichinga e Nacala surgiram alguns grupos de reflexão sobre o diálogo intercultural e inter-religioso, tendo como ponto de referência o conteúdo do Documento acima mencionado.
Cinco anos após a sua publicação, parece que a mensagem ainda não foi totalmente percebida, tendo em conta as várias situações de instabilidade em todo o mundo. O extremismo, a violência, o ódio e até a intolerância religiosa continuam a proliferar, como testemunham os conflitos atuais na Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Iémen, no Sudão e até na Província de Cabo Delgado, onde a situação ainda não está
mulheres a nível social, mas também no seio das estruturas religiosas?
Cinco anos não é muito tempo, mas sabemos que o interesse por um acontecimento, na opinião pública, se desvanece rapidamente. De facto, quantas pessoas, nas várias igrejas, mesquitas, escolas, lugares de encontro, de trabalho, conhecem actualmente este Documento profético e, sobretudo, quantas, mesmo conhecendo-o, compreenderam o seu espírito e o seu conteúdo?
A visão do Documento é mais actual do que nunca: Viver juntos é um verdadeiro desafio, mas também pode revelar-se uma oportunidade. Coloca-se então a questão: o que podem os crentes fazer juntos que possa beneficiar o bem-estar material e a convivência entre todos?

muito pacífica.
Para além disso, há ainda questões apresentadas no Documento que aguardam uma resposta. Em que ponto se encontra a compreensão do conceito de fraternidade?
Muitos falam disso, mas poucos estão dispostos a pô-lo em prática: de facto, há ainda muita desconfiança, muitos preconceitos e receios, a nível religioso, familiar, social e político.
O que dizer da liberdade de cada ser humano e, em particular, da liberdade de consciência e de religião, muitas vezes garantida pelas constituições dos Estados, mas ainda pouco aceite em várias partes do mundo?
O que dizer do direito à plena cidadania e da relação entre as maiorias e as minorias étnicas, linguísticas e religiosas?
Qual é o estado da garantia dos direitos plenos das
Um primeiro desafio é saber encontrar o outro, aquele que é diferente de mim em língua, cultura, religião. Se não nos encontrarmos, corremos o risco de nos fecharmos no medo e no preconceito em relação aos irmãos e irmãs que partilham a nossa humanidade. Não se trata de impor, mas de propor, e é exactamente isso que faz o diálogo inter-religioso, intercultural e ecuménico.
Um segundo desafio, num espírito de coexistência, não é ficar com ideias abstractas sobre o diálogo, mas sim viver juntos e praticar o serviço aos mais desfavorecidos, àqueles que a sociedade descarta e até elimina por serem os mais fracos. As várias crises: económica, sanitária, ambiental, requerem uma acção urgente e não podem ser ignoradas por ninguém.
Um terceiro desafio é viver em fraternidade. Nesta sociedade multi-religiosa, multicultural e pluralista, é urgente cultivar a capacidade de convivência. O único futuro razoável é, de facto, o de uma “convivialidade de culturas e religiões”. Por isso, é importante que a fraternidade seja aceite tanto por crentes como por não crentes, todos juntos lutando com as velhas e novas crises, que tornam o futuro deste mundo incerto e sombrio.
Um quarto desafio é o diálogo entre as religiões ao serviço da paz. A responsabilidade das religiões hoje em dia é grande. As comunidades religiosas devem considerar o compromisso comum pela paz entre os povos. Não para fazer proselitismo, mas para favorecer uma maior fraternidade. Os crentes, se fossem verificar as raízes profundas da sua fé, encontrariam nas diferentes religiões uma escola de coexistência e paz. Todas as religiões preservam pelo menos a regra de ouro: não faça aos outros o que não quer que seja feito a si próprio.
Nesta altura, é possível afirmar que as religiões têm uma grande responsabilidade na coexistência dos povos: o seu diálogo tece uma teia pacífica, afasta as tentações de rasgar o tecido civil e liberta da instrumentalização das diferenças religiosas para fins políticos. Mas isto requer ousadia e coragem. Portanto, cada cidadão é chamado a assumir as suas responsabilidades e a pedir aos líderes políticos que actuem para o bem comum e na busca da paz, a fim de pôr fim aos muitos conflitos que ainda causam dor, sofrimento e morte em tantas partes do mundo e neste país também.
O Documento sobre a Fraternidade Humana nasce da fé em Deus, que é o criador detudoedetodoseoartífice da paz. E condena toda a destruição, toda a guerra e todo o terrorismo. E se nós, crentes, sobretudo cristãos e muçulmanos, não formos capazes de nos dar a mão, de rezar na fé comum, e actuar em conjunto, será uma derrota para todos.
Realidade é...
entre a Riqueza da Terra e a Dor
dos Exploradores
por Kant de Voronha
Moçambique, uma terra de beleza selvagem e recursos naturais abundantes, enfrenta um dilema de proporções monumentais. Enquanto a riqueza da terra promete prosperidade e desenvolvimento, a exploração desumana dos recursos por garimpeiros e empresas estrangeiras lança uma sombra de sofrimento sobre as comunidades locais. Este texto explora o perigo da expropriação de terras nas diversas províncias de Moçambique onde os recursos naturais são explorados, destacando o trabalho desumano dos garimpeiros, as violações dos direitos humanos e os caminhos possíveis para uma intervenção social mais justa e equitativa, bem como as estratégias de humanização.
O Trabalho Desumano dos Garimpeiros
Nos confins remotos de Moçambique, as minas clandestinas se espalham como feridas abertas na paisagem. É aqui que os garimpeiros se aventuram, atraídos pela promessa de riqueza rápida e fácil. No entanto, o que encontram não é ouro reluzente, mas sim uma realidade brutal de exploração e sofrimento.
Os garimpeiros são submetidos a condições de trabalho desumanas, enfrentando jornadas exaustivas, sem descanso adequado, em ambientes perigosos e insalubres. Lesões, doenças e acidentes são comuns, mas são ignorados em nome do lucro. Homens, mulheres e até crianças são empurrados para as minas, sacrificando a sua saúde e a sua dignidade em busca de uma vida melhor.
Além do trabalho desumano, há a expropriação de terras em Moçambique muitas vezes viola os direitos humanos mais básicos das comunidades locais. Empresas estrangeiras, em busca de lucro rápido, frequentemente ignoram os direitos de posse da terra das comunidades, deslocando-as à força e destruindo o seu modo de vida tradicional. Essas comunidades são deixadas sem meios de subsistência, sem acesso à terra e aos recursos naturais que são essenciais para a sua sobrevivência. Além disso, são frequentemente submetidas a abusos, violência e discriminação por parte dos garimpeiros e das empresas que operam em suas terras.
Intervenção Social e Equidade na Exploração Diante desse cenário sombrio, é imperativo agir. A intervenção social deve ser abrangente e sustentada, atacando as
Estratégias para humanização do garimpo
A humanização do garimpo em áreas de extração de recursos naturais é um desafio complexo, mas fundamental para garantir condições de trabalho dignas e respeito pelos direitos humanos dos trabalhadores envolvidos. Apresento aqui algumas estratégias:
1. Implementação de regulamentações e fiscalização: Estabelecer regulamentações rigorosas para garantir condições de trabalho seguras e saudáveis nos garimpos. Isso inclui exigir o uso de equipamentos de proteção individual, como capacetes, luvas e máscaras, e fornecer treinamento adequado sobre segurança no local de trabalho. Além disso, é essencial realizar fiscalizações regulares para garantir o cumprimento dessas regulamentações e responsabilizar os infratores.

raízes do problema e promovendo uma exploração mais equitativa e justa dos recursos naturais.
Primeiramente, é necessário implementar leis mais rigorosas para proteger os direitos dos trabalhadores e das comunidades locais.
Isso inclui garantir condições de trabalho seguras, salários justos e respeito pelos direitos de posse da terra das comunidades. Além disso, é essencial promover a transparência e a prestação de contas por parte das empresas e dos governos. Isso pode ser feito através da criação de mecanismos de monitoramento e fiscalização, bem como da promoção da participação das comunidades locais no processo de tomada de decisões sobre a exploração dos recursos naturais.
2. Programas de capacitação e educação: Investir em programas de capacitação e educação para os trabalhadores do garimpo, fornecendo-lhes habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar suas funções com segurança e eficiência. Isso pode incluir treinamento em técnicas de mineração sustentável, segurança no trabalho, gestão de resíduos e proteção ambiental.
3. Acesso a serviços de saúde: Garantir acesso adequado a serviços de saúde para os trabalhadores do garimpo e suas famílias, incluindo cuidados médicos básicos, serviços de saúde mental e tratamento para lesões e doenças relacionadas ao trabalho. Isso pode ser alcançado através da construção de clínicas de saúde nas proximidades dos garimpos ou da implementação de programas de saúde móvel.
4. Empoderamento das comunidades locais: Envolver as comunidades locais no processo de tomada de decisões sobre a exploração de recursos naturais em suas terras, garantindo que sejam informadas e consultadas sobre os projetos de mineração em suas áreas. Isso pode incluir a realização de audiências públicas, a formação de comitês de monitoramento comunitário e a criação de mecanismos para garantir que as comunidades sejam beneficiadas de forma justa e equitativa pela exploração dos recursos.
5. Combate ao trabalho infantil e trabalho forçado: Implementar medidas eficazes para combater o trabalho infantil e o trabalho forçado nos garimpos, incluindo a implementação de leis e políticas que proíbam essas práticas, o fortalecimento dos sistemas de proteção da infância e o apoio à educação e ao desenvolvimento de alternativas econômicas para as famílias vulneráveis.
6. Promoção do diálogo e da negociação coletiva: Estabelecer canais de diálogo e negociação entre os trabalhadores do garimpo, as empresas de mineração e os governos locais, a fim de resolver conflitos, discutir condições de trabalho e
buscar soluções conjuntas para os desafios enfrentados pelos trabalhadores do setor.
O dilema da expropriação de terras em Moçambique é um lembrete sombrio das consequências devastadoras da ganância desenfreada e da exploração desumana. No entanto, também é um chamado à ação, um convite para nos unirmos na luta por uma exploração mais equitativa e justa dos recursos naturais. Somente através de esforços concertados e determinados podemos esperar construir um futuro onde a riqueza da terra seja compartilhada de forma justa e equitativa por todas as pessoas. É hora de agir, de defender os direitos das comunidades locais e de promover uma exploração mais humana e sustentável dos recursos naturais do país.
O futuro da nossa terra e das futuras gerações depende disso.
Actualidade: a Educação
m Projectos Educacionais
por Dra Valentina José

Moçambique enfrenta desafios significativos no sistema educacional, desde a falta de acesso à educação até à qualidade inadequada do ensino. Diante dessa realidade, é fundamental desenvolver projectos educacionais que possam ter um impacto positivo e duradouro na sociedade moçambicana. Nesta edição, discutiremos o perfil de projectos educacionais que podem ser verdadeiramente transformadores em Moçambique, detalhando as suas características e argumentando sobre a sua importância.
Acesso Universal à Educação
O acesso universal à educação é o primeiro passo para promover a igualdade de oportunidades em Moçambique. Os projectos educacionais devem concentrar-se em eliminar as barreiras que impedem que crianças e jovens tenham acesso à escola, incluindo a falta de infra-estrutura educacional de qualidade, a distância das comunidades remotas e as questões socioeconómicas. Uma estratégia eficaz seria a construção de escolas em áreas rurais e remotas, acompanhada de programas de transporte escolar para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de frequentar a escola. Além disso, é fundamental implementar políticas de inclusão para garantir que crianças com deficiência, crianças de comunidades marginalizadas e outras populações vulneráveis tenham acesso igualitário à educação.

Melhoria da Qualidade do Ensino
A qualidade do ensino é outro aspecto crucial a ser abordado pelos projectos educacionais em Moçambique. Muitas escolas enfrentam uma falta de recursos, currículos desarticulados, o que afecta negativamente o aprendizado dos alunos. Para melhorar a qualidade do ensino, os projectos educacionais podem focar em capacitar os professores através de programas de formação contínua, fornecer materiais didácticos actualizados e adaptados à realidade local e promover práticas de ensino inovadoras e participativas.
Promoção da Educação Técnica e Profissionalizante
A educação técnica e profissionalizante desempenha um papel essencial no desenvolvimento económico de Moçambique, preparando os jovens para ingressar no mercado de trabalho e contribuir para o crescimento sustentável




do país. Projectos educacionais podem se concentrar na expansão e fortalecimento da educação técnica e profissionalizante, oferecendo cursos que estejam alinhados com as necessidades do mercado de trabalho local e regional.
Isso pode incluir parcerias com empresas e indústrias para oferecer programas de aprendizagem prática, estágios e oportunidades de emprego após a formação. Além disso, é importante promover uma cultura de empreendedorismo e inovação entre os jovens, incentivando-os a desenvolver habilidades empresariais e buscar oportunidades de negócios próprios.
Inclusão de Tecnologia na Educação
A tecnologia tem o potencial de revolucionar o ensino e a aprendizagem em Moçambique, permitindo o acesso a recursos educacionais de alta qualidade, mesmo em áreas remotas. Projectos educacionais podem explorar o uso de tecnologia, como computadores, tabletes e internet, para enriquecer o ensino, fornecer acesso a conteúdos educacionais diversificados e promover a alfabetização digital entre os alunos. Além disso, a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para capacitar os professores, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional online e recursos de ensino interactivos.
Os projectos educacionais têm o potencial de serem verdadeiramente transformadores em Moçambique, promovendo o acesso universal à educação, melhorando a qualidade do ensino, preparando os jovens para o mercado de trabalho e aproveitando o poder da tecnologia para enriquecer o aprendizado. No entanto, para que esses projectos sejam bem-sucedidos, é importante o compromisso contínuo do governo, da sociedade civil e da comunidade internacional em investir na educação como uma prioridade fundamental para o desenvolvimento sustentável de Moçambique.
Intenções de oração do Papa Francisco para o ano de 2024
SETEMBRO PELO GRITO DA TERRA
Rezemos para que cada um denósouçacomocoraçãoo grito da Terra e das vítimas das catástrofes ambientais e da crise climática, comprometendo-nos pessoalmente a cuidar do mundo que habitamos.
OUTUBRO POR UMA MISSÃO COMUM Rezemos para que a Igreja continue a apoiar de todas as formas um modo de vida sinodal, sob o signo da corresponsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos.
NOVEMBRO POR QUEM PERDEU UM FILHO Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração.
DEZEMBRO PELOS PEREGRINOS DA ESPERANÇA Rezemos para que este Jubileu nos reforce na fé, ajudando-nos a reconhecer Cristo ressuscitado no meio das nossas vidas, e nos transforme em peregrinos da esperança cristã.
3 - FIM
Contraponto
por Dr. Tomás SelemanePartidarizar a Educação?
A educação é um direito humano e um factor crucial para a melhoria da qualidade de vida das pessoas assim como para o desenvolvimento económico e social sustentável das nações. De acordo com a Constituição da República de Moçambique (art. 88), a educação é um direito e dever de cada cidadão, cabendo ao Estado promover a extensão da educação à formação profissional contínua e a igualdade de acesso de todos os cidadãos ao gozo deste direito.
Enquanto direito universal, a educação não deve nem pode ser partidarizada.
O seu acesso não deve depender da filiação partidária dos cidadãos nem enquanto professores, nem enquanto alunos, muito menos enquanto agentes administrativos do sistema de educação.
Da mesma forma que a disponibilização das infra-estruturas de educação, do livro escolar e de outros insumos imprescindíveis ao processo de ensino e aprendizagem, também, não devem ser partidarizados.
Mas na nossa realidade moçambicana, assistimos o contrário: a partidarização da educação, contra todos os princípios nacionais e internacionais.
Sem recuar muito no tempo, apresento o meu argumento com a ilustração de três casos ocorridos neste ano de 2024.
São eles:
i) O caso do Governo Provincial de Sofala recusar receber a Escola construída pelo Conselho Autárquico da Beira, dirigido pelo Movimento Democrático de Moçcambique (MDM), alegando que as cores do edifício não eram adequadas;
ii) O caso dos oito professores da vila autárquica de Vilankulo transferidos para outras escolas fora da cidade, com a alegação de terem apoiado a lista da Renamo;

com um relatório recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), proporcionar a todas as crianças o acesso à educação e as competências necessárias para participar plenamente na sociedade aumentaria o produto interno bruto (PIB) em uma média de 28% ao ano nos países de baixa renda e 16% ao ano nos países de alta renda nos próximos 80 anos.
A OCDE é um fórum de 35 países mais ricos do mundo, que se dedica à promoção dos padrões convergentes em vários temas, como questões económicas, financeiras, comerciais, sociais e ambientais.
iii) O caso do professor de Português na Escola Secundária de Milange, eleito segundo vice-presidente da Assembleia Autárquica de Milange, depois de ter sido cabeça-de-lista da Renamo nas eleições de Outubro de 2023; após tomada de posse na respectiva Assembleia Autárquica, foi transferido para outra escola, fora do raio autárquico.
Nestaeradasredessociaise da massificação da informação, nenhum dos três casos acima passou despercebido à opinião pública. Felizmente, em nenhum dos casos, foi mantida a vontade dos autores da partidarização. As denúncias e condenações públicas que foram feitas em cada um dos três casos, obrigaram as autoridades superiores a anularem as decisões dos seus subordinados em Milange, na Beira e em Vilankulo.
A relação entre o acesso a uma educação de qualidade e o desenvolvimento económico e social é indiscutível e evidente. De acordo
A educação é um dos instrumentos mais fortes para a redução da pobreza, para garantir a equidade e a inclusão, para a paz e a estabilidade.
A educação impulsiona o crescimento económico a longo prazo, estimula a criatividade, a tecnologia e inovação, pilares para o desenvolvimento, reforça as instituições e promove a coesão social.
A educação cria oportunidades para o emprego e para o aumento do rendimento dos indivíduos e das famílias. Investir na educação é a condição primeira para eliminar a pobreza, é investir no crescimento sustentável e na prosperidade das pessoas, das sociedades e dos países.
Acesso e qualidade, as duas faces da mesma moeda Para ter impacto sobre o desenvolvimento não basta apenas o acesso à escola, é necessário que a educação seja de qualidade, que ela garanta a aprendizagem e permita o desenvolvimento das competências (cognitivas, socio-emocionais, técnicas e digitais) das crianças, jovens e adultos necessárias para responder aos desafios do mundo actual com toda a sua complexidade.
Competências como pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade e alfabetização digital são fundamentais para lidar com locais de trabalho complexos e em rápida mutação.
Para uma educação de qualidade é necessário um sistema educativo robusto, integrado e coerente, sustentado por professores qualificados, com formação profissional adequada, valorizados e motivados.
A responsabilidade de proporcionar aos cidadãos uma educação de qualidade cabe, em primeiro lugar ao governo, mas educar é uma responsabilidade de toda a sociedade, dos pais e professores, do sector privado e da sociedade civil.
A integração de todos os sectores da sociedade no sistema educativo é condição sem a qual não pode existir qualidade da educação.


A questão da partidarização do Estado moçambicano vem sendo discutida e estudada desde a década de 1990, quando o nosso país decidiu adoptar o modelo político da democracia multipartidária, abandonando o regime de partido único, que então vigorava desde a independência nacional, em 1975. Em várias ocasiões, quando se fala da partidarização do Estado, fica-se com a impressão de se estar a falar de um assunto meramente teórico. Os três casos que mencionei acima, do exemplo da educação, mostram como se partidariza o Estado, contrariando assim à composição da sociedade moçambicana que é multipartidária, multiracial e multi-étnica.
Gestão de Qualidade do Ensino Básico de Moçambique
A educação é a instância competente para formar o Homem em todas as esferas que possam criar o desenvolvimento social, técnico-científico, económico, cultural, político e religioso, filosófico na tendência ao bem-estar comum.
Para tal, torna-se necessário que a Educação faça valer todos os procedimentos plasmados em diversos Planos Estratégicos que se traduzem na busca de prováveis soluções, visando a implementação da Gestão de Qualidade do Ensino nas escolas primárias, o que implica, rigorosamente, fazer a avaliação dos Planos Curriculares, destacando o aspecto espacial e contextual de cada escola, porque as condições físico-ambientais em que deve decorrer o processo de ensino e aprendizagem variam de escola para escola e, por conseguinte, as competências dos profissionais buscam dependência às tais condições.
Por via disso, exige-se uma supervisão pedagógica eficiente e eficaz que, na verdade, oriente profissionalmente aos directores e professores das escolas para terem bom desempenho no processo de ensino e aprendizagem, abrindo caminhos para o ensino e a aprendizagem de qualidade.
Os grandes desafios enfrentados pelo sector da educação devem pautar por assegurar a inclusão e equidade no acesso e retenção na escola, melhorar a aprendizagem dos alunos e garantir uma boa governação do sistema nacional de educação, o que nos leva e entender que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano deve agir de forma proactiva, participativa e inclusiva, para que todos os actores do processo de ensino e aprendizagem tenham a consciência lógica do indicador qualidade de ensino.
Nesta senda, é imprescindível observar que, a gestão da qualidade de educação é um processo no qual se exige a participação e o envolvimento de todas as pessoas e da sociedade em geral, sempre orientados aos objectivos pré-definidos dentro dos padrões estabelecidos pelas instâncias competentes.
Sendo assim, as constatações tidas dia após dia à luz da questão da qualidade de ensino remete-nos a uma presunção de ser um fenómeno complexo, bem como interdependente entre vários aspectos ou factores do ambiente interno e externo da escola, bem assim todas as partes interessadas.

Portanto, trabalhando afincadamente é possível identificar um processo interactivo entre a comunidade escolar e a comunidade circunvizinha, manifestando-se, assim, práticas de gestão participativa para se atingir uma qualidade de educação.
Ainda assim, podemos ter os resultados que vislumbrem um sistema de educação que tende a mudanças, caminhando em busca de um sistema de educação para todos, que abrange todas as crianças em idade escolar que ainda se encontramforadosistemaeducativo, tendo a consciência de que há toda a necessidade dos aspectos como estratégia, gestão, liderança e formação estarem fortemente interligados para se atingir uma boa gestão de qualidade do ensino em todas as escolas, dando a primazia à supervisão pedagógica. Aqui fica uma questão de reflexão: “porque se fala, de forma generalizada, da má qualidade de ensino em Moçambique?”

2/6/2024
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Ex 24,3-8; Hb 9,11-15; Mt 14,12-16.22-26
Ele está realmente presente
- Esta solenidade, instituída pelo Papa Urbano V (1261-1264), surge no contexto de dúvida e até de negação da presença real de Jesus nas espécies do Pão e do vinho.
- Somos chamados a testemunhar publicamente a veneração para com a Santíssima Eucaristia e a renovar a certeza na presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.
- Na ceia pascal, fazia-se a memória de tudo o que Deus havia feito pelo seu povo, tirando-o do país da escravidão e servidão, para conduzi-lo à libertação. Não era uma ceia como a de todos os dias. Aquela comida era para preparar o caminho rumo à terra prometida. ( Ex 24,3-8).
- A carta de São Paulo nos fala do culto novo e definitivo, oferecido por Cristo, para reconciliar a humanidade com Deus levando-a à plena, total e real comunhão experimentada na Ceia com Cristo e o seu corpo, que é a comunidade. (Mc 14,23-24).
- Para Jesus a última ceia é a refeição para os seus últimos passos como o verbo encarnado, para a sua entrega definitiva nas mãos do Pai, por amor da humanidade. É a ceia da sua Páscoa definitiva.
- Estamos convictos que Jesus é o alimento que fortalece a nossa vida e nos impulsiona a prolongarmos a sua presença de uma a outra missa através de gestos eucarísticos como: a solidariedade, a bondade, o respeito pela vida, a busca de dignidade para todos?
Compromisso
Renovar minha fé na presença eucarística de Jesus, tirando um tempo para rezar, individualmente, diante do Santíssimo e semanalmente, no tempo de adoração comunitária.

7/6/2024
Solenidade do
Coração de Jesus Os 11,1.3-4.8c-9; Ef 3,8-12.14-19; Jo 19,31-37
Coração que ama Quem é esse Deus em quem acreditamos? Qual é a sua essência? Como é que o podemos definir? A liturgia deste dia diz-nos que “Deus é amor”. Convida-nos a contemplar a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus, a deixarmo-nos envolver por essa dinâmica de amor, a viver “no amor” a nossa relação com
Deus e com os irmãos.
A primeira leitura é uma catequese sobre essa história de amor que une Jahwéh a Israel. Ensina que foi o amor – amor gratuito, incondicional, eterno – que levou Deus a eleger Israel, a libertá-lo da opressão, a fazer com ele uma Aliança, a derramar sobre ele a sua misericórdia em tantos momentos concretos da história… Diante da intensidade do amor de Deus, Israel não pode ficar de braços cruzados: o Povo é convidado a comprometer-se com Jahwéh e a viver de acordo com os seus mandamentos.
A segunda leitura define, numa frase lapidar, a essência de Deus: “Deus é amor”. Esse “amor” manifesta-se, de forma concreta, clara e inequívoca em Jesus Cristo, o Filho de Deus que Se tornou um de nós para nos manifestar – até à morte na cruz – o amor do Pai. O Evangelho garante-nos que esse Deus que é amor tem um projecto de salvação e de vida eterna para oferecer a todos os homens. A proposta de Deus dirige-se especialmente aos pequenos, aos humildes, aos oprimidos, aos excluídos, aos que jazem em situações intoleráveis de miséria e de sofrimento: esses são não só os mais necessitados, mas também os mais disponíveis para acolher os dons de Deus. Só quem acolhe essa proposta e segue Jesus poderá viver como filho de Deus, em comunhão com Ele.
9/6/2024 - Domingo X do TC
Gn 3,9-15; 2 Cor 4,13-5,1; Mc 3,20-35
Crer unicamente no poder de Deus
- Quando Deus pergunta onde estás, não está perguntando pela localização geográfica mas sim pela responsabilização de nossos actos (Gen 9-11).
- Não podemos “terceirizar” as nossas faltas, os nossos erros para outra pessoa, ou seja, responsabilizar a outra pessoa, sobretudo se esta pessoa for Deus como fez Adão quando disse “ a mulher que me deste por companheira foi quem me deu do fruto da árvore e eu comi (Gen 12-13).
- Infelizmente, fascinados pela mentira das inúmeras serpentes que foram surgindo ao longo da história humana, o ter, o prazer e o poder, preferimos ignorar a verdade de Deus (Gen 14-15) e aceitar a mentira da serpente.
- O Senhor estava sempre disposto a deixar que se achegassem a Ele; não se escondia (Gen 1). Eram tantos os encontros que não sobrava tempo para
alimentar-se, diferentemente de nós que, muitas vezes, não estamos dispostos a abrir as nossas casas e o nosso coração para acolher os irmãos. Não queremos ser perturbados ou que seja alterada a rotina dos nossos costumes.
- A blasfémia contra o Espírito Santo foi o mais terrível pecado do qual o povo de Israel se fez culpado. Esse povo atribuiu a Satanás o poder do Espírito Santo do qual o Senhor Jesus estava revestido (Mc 23-26).
- Jesus muda o parentesco da consanguinidade para “aqueles que fazem a vontade de Deus” Este, agora, é o critério para saber se somos ou não membros de sua família.
Compromisso
Não vou atrás de outras crenças – magias, feitiçarias; vou ensinar e acreditar unicamente no poder de Deus, Uno e Trino, que tudo sabe e tudo realiza em favor daqueles que os amam.

Domingo16/6/2024
Ez 17,22-24; 2 Cor 5.6-10; Mc 4,26-34
O Reino de Deus cresce sem fazer barulho
Ezequiel fala de um pequeno broto de cedro, portanto, algo frágil, mas que quando aconchegado nas mãos de Deus, transformar-se-á em um cedro gigante.
Com este texto o profeta traz esperança para o povo, assegurando-lhes que, embora sendo pequeno, não será massacrado pelas grandes potências, pois Deus é o Senhor da História e Ele mesmo fará ressurgir o povo, permanecendo fiel ao único Deus, o Deus verdadeiro e praticando o direito e a justiça.
Jesus, compara o Reino de Deus à semente que é lançada à terra e cresce sozinha, o compara também, com a semente de mostarda que sendo a menor das sementes ao ser lançada à terra, cresce, tornando-se maior que todas as plantas da horta.
Jesus propõe algo bem diferente daquilo que era habitual. O Reino tem começo simples, escondido, mas vai-se desenvolver até dar muitos, bons e abundantes frutos, no silencio.
Infelizmente, neste mundo pós moderno onde o que vale é a aparência, a ostentação, a actuação dos discípulos/as pode parecer pequena demais, até insignificante, porém, se perseverarmos na semeadura de boas sementes, unidos a Jesus, a nossa missão será portadora da força do Reino de Deus e da transformação provocada por ele.
Assim ajudaremos na visibilidade deste Reino que `já” está entre nós e “ainda não” exactamente porque ainda carece de plenitude, de visibilidade Não desistamos nunca! Ele caminha connosco.
Compromisso
Nesta semana renovarei o meu compromisso de fidelidade na construção do Reino de Deus, sobretudo aproveitando as oportunidades para falar sobre a realidade sociopolítica de nosso pais, da missão da Igreja e convocar a esperança e a participação do povo como meio de superação.
23/6/2024 - Domingo XII do TC
Job 38,1.8-11; 2Cor 5,14-17; Mc 4,35-41
O medo nos paralisa
O livro de Job, nos ajuda a entender melhor a mensagem do evangelho. Job havia desafiado a Deus, dizendo: “que o Todo Poderoso me responda!” (Job 31,35) “Então o Senhor respondeu a Job, do meio da tempestade. No AT, o Êxodo, os Salmos e Profetas se referem a Deus a partir de fenómenos naturais grandiosos que provocam ao mesmo tempo admiração e medo (cf, Ex 19,16-19).
Marcos, insere o texto da tempestade acalmada por Jesus, passando das palavras às acções do Mestre. A sua primeira acção revela o seu poder diante das forças da natureza. Foi com autoridade divina que ele ameaçou severamente ao vento e ordenou ao mar: “Cala-te, fica quieto”. Não podemos ser ingénuos, é preciso ter claro que se o discípulo/a e a comunidade seguirem com radicalidade os passos do seu Mestre, podem sofrer perseguições, tormentas, serem caluniados e até mortos, pois a verdade, a justiça, a luta pela dignidade humana incomoda os poderes deste mundo que ao se sentirem ameaçados, contra atacam para eliminar o “aparente” pe-
rigo de perder o trono, como aconteceu com Herodes ao saber do nascimento do Rei dos Reis. Mas, por vezes, a exemplo dos discípulos, falta-nos fé e confiança naquele que nos chama e nos convida a segui-Lo sem deixar que o medo nos aprisione e paralise. Compromisso
Vou perseverar na missão de profeta ou profetiza, ou seja, anunciar a Boa Nova, e denunciar tudo o que é contrário ao Reino, com coragem e firmeza. Porque tanto silêncio diante das realidades da guerra em Cabo Delgado, diante da fome, dos abusos sexuais? Precisamos de uma fé esclarecida, a ponto de poder dormir mesmo na tormenta da travessia missionária.
24/6/2024 - Solenidade do Nascimento de S. João Baptista
Is 49,1-6; Act 13,22-26; Lc 1,57-66.80
O Precursor
João Baptista escolhido por Deus para ser profeta, ainda antes de nascer, é um “dom de Deus” ao seu Povo. Sublinhando a importância de João na história da salvação, a liturgia não deixa, contudo, de mostrar que João não é “a salvação”; ele veio, apenas, dirigir o olhar dos homens para Cristo e preparar o coração dos homens para acolher “a salvação” que estava para chegar.
30/6/2024 – Domingo XIII do TC
Sab 1,13-15, 2,23-24; 2 Cor 8,7.9-13-15; Mc 5,21-43
Jesus cura
- Deus criou o ser humano para ser incorruptível. Ele não Se alegra com a perdição dos vivos. Pelo seu Filho, Ele cria a vida e a dá à humanidade, modelada à sua imagem e semelhança. Ele restaura a vida, quando ela está em perigo de se apagar.
- As primeiras comunidades cristãs praticaram a entreajuda e a partilha também entre comunidades. As comunidades que Paulo tinha fundado na Ásia Menor, na Macedónia e na Grécia, aceitam ajudar os irmãos de Jerusalém que estavam em dificuldades. As nossas comunidades são abertas para colaborar com os necessitados de dentro e de fora delas?
- Há dois imperativos da parte de Jesus neste evange-

lho: São imperativos que traduzem perfeitamente o louco desejo de Deus em ver o ser humano vivo, e o seu amor incondicional pela vida.
- O "sê curada" restaura a mulher na sua dignidade, restabelecida na sociedade que excluía o seu mal.
- O “Levanta-te", evoca a ressurreição, o novo surgir da vida, o amor divino que nos coloca de pé. Jesus pede ao pai da jovem e à mulher curada apenas uma coisa: "basta que tenham fé". É esta fé que faz Jesus agir e transformar os interlocutores:
- Ninguém fica anónimo aos olhos de Jesus. Ele está atento em extremo a cada angústia do ser humano. E nós, cremos verdadeiramente neste amor providente?
Compromisso
Nesta semana vou visitar uma pessoa doente levando-lhe palavras de encorajamento, de fé, de esperança-certeza de que o nosso Deus caminha connosco. Vou prestar atenção no meu nível de empatia diante da dor do outro.
A nossa saúde

conjuntivite
Segundo o Misau, a conjuntivite hemorrágica, que alastrou em muitas Províncias de Moçambique nos meses anteriores, geralmente causada por um vírus, é uma doença caracterizada por inchaço repentino das pálpebras, congestão, vermelhidão e dor nos olhos, podendo ser transmitida através do contacto com objectos e pessoas infectadas.
A doença é contagiosa, de rápida disseminação. A transmissão faz-se de pessoa a pessoa ou através de objectos contaminados com secreções oculares ou respiratórias, sendo necessário levar em conta ainda a via fecal oral, e o período curto de incubação, em torno de 3 dias. Os principais sinais e sintomas observados são: sensação de corpo estranho, ardência, lacrimejamento, prurido, edema palpebral entre outro
O que é que provoca a infecção?
O enterovírus e o coxsackie são os principais causadores da conjuntivite hemorrágica aguda. Embora não sejam específicos desse subtipo, em geral causam um quadro mais exuberante de sangramentos na conjuntiva que tendem a assustar pela evolução rápida.
É normal sangrar o olho com conjuntivite?
A membrana do olho é ricamente vascularizada e por isso em alguns casos acontecem pequenos sangramentos. Em algumas conjuntivites podem ocorrer a formação de membrana, sendo necessário sua retirada por um profissional em consultório. Quando o médico realiza esse procedimento, é comum pequenos sangramentos também.
Quando a conjuntivite é grave?
Com o surto de conjuntivite, inflamação da mucosa que reveste o globo ocular, especialistas alertam que, se não for tratada correctamente, pode evoluir para uma doença mais grave.
O que é bom para curar conjuntivite rápido?
Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. Já o tratamento da conjuntivite bacteriana inclui a indicação de colírios antibióticos, que devem ser prescritos

por um médico, pois alguns colírios são altamente contra-indicados, porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro.
O que fazer?
As medidas de suporte para evitarem a transmissão da infecção:
Usar desinfectante para as mãos e/ou lavar bem as mãos após tocar nos olhos ou nas secreções nasais
Evitar tocar no olho não infectado depois de ter tocado no olho infectado Evitar compartilhar toalhas ou travesseiros
Evitar nadar em piscinas Os olhos devem ser mantidos livres de secreções e não devem ser tapados. Crianças pequenas com conjuntivite devem ser mantidas em casa para evitar a propagação da infecção.

Em caso de dúvidas visite e consulte sempre o centro/ posto de saúde mais próximo
Igreja Local: Intrevista
retorno dum Missionário ao serviço do seu Povo

Dom Osório Sitora Afonso, ordenado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Maputo em Janeiro, compartilha a sua jornada de fé e revela as surpresas de Deus na sua vida consagrada ao serviço da Igreja. Numa entrevista a RTE (Rádio e Televisão Encontro), Dom Osório fala sobre a sua ordenação episcopal, expressando a surpresa inicial diante da decisão do Papa.
“Eu nunca teria imaginado que um dia seria nomeado bispo, porque estive fora de Moçambique por 26 anos. Depois dessa notícia, fiquei surpreso como Maria ficou depois do anúncio do Anjo” assim foi a sua primeira reacção depois da nomeação pelo Papa Francisco.
Dom Osório (DO) é natural de Iapala, Distrito de Ribáuè, e paroquiano da Sé Catedral de Nampula. Ele descreve o seu percurso vocacional nestes termos: “sempre me envolvi com os trabalhos da Igreja, desde a catequese até aos grupos de jovens, culminando com a sua chamada ao sacerdócio ministerial que aconteceu durante uma encenação teatral organizada pelo falecido Pe. Bento Nogueira na paróquia de S. João de Deus de quem está em curso a causa de beatificação.
RTE - Dom Osório, quer partilhar o seu percurso académico-vocacional?
DO – A minha jornada vocacional começou na Paróquia da Catedral, em Nampula, onde cresci na fé e fui influenciado por líderes religiosos que me encorajaram a tomar em conta a vocação ao sacerdócio. Depois de participar das actividades paroquiais e vocacionais, ingressei-me no Seminário da Consolata, em Maputo, a 29 de Janeiro de 1991.
Questionado sobre a sua transição do palco teatral para o Seminário, D. Osório referiu que foi pela experiência teatral que ele encontrou uma nova forma de expressar a sua fé e ganhou a consciência crítica.
depois de tantos anos fora de Moçambique. Fiquei surpreendido, assim como Maria ficou surpreendida ao receber o anúncio do arcanjo Gabriel para ser Mãe do Salvador.
Sobre o seu retorno a Moçambique após 33 anos como missionário, Dom Osório atribui a sua adaptação à disposição psicológica e espiritual para enfrentar os novos desafios. Ele compartilha a sua experiência noutros países como Congo, onde enfrentou barreiras linguísticas e contextos de guerra.
RTE - Como conseguiu lidar com os desafios de estar fora de Moçambique por tanto tempo para depois retornar ao serviço do seu povo?

No dia da ordenação
O prelado destacou o seu compromisso de ser uma voz crítica em prol do povo, especialmente após anos de serviço missionário.
RTE – Como se deu a sua transição de actor teatral para seminarista?
DO – A minha experiência teatral foi uma parte importante da minha jornada vocacional, pois me levou a reflectir sobre as questões sociais e morais. Ao entrar no Seminário, continuei a cultivar a minha consciência crítica e o meu compromisso com o serviço pastoral.
RTE - Como se sentiu ao receber a notícia da nomeação para Bispo Auxiliar de Maputo?
DO – Eu nunca imaginei que um dia seria nomeado bispo, especialmente
DO – A minha fé em Deus e a minha disposição para enfrentar desafios foram fundamentais durante a minha jornada missionária. Agora, estou a preparar-me para enfrentar os desafios que surgirem na minha nova missão como Bispo Auxiliar, confiando sempre na graça de Deus para me guiar. Versando sobre o seu papel como Pastor, o entrevistado enfatizou a importância de estar próximo ao povo e seguir o exemplo do Papa Francisco que indica a realização duma “Igreja em saída”. Outrossim, sublinhou a sua experiência de trabalhar com comunidades locais e a sua determinação de fazer crescer a Igreja através do serviço e a proximidade com as pessoas.
RTE – Atendendo à sua experiência missionária, qual será o seu foco pastoral na Igreja moçambicana?
DO – A minha experiência no Congo e em Roma, me ensinou a importância da inclusão e do serviço próximo ao povo. Pretendo trazer essa perspectiva para a minha nova função como Bispo, trabalhando para promover o crescimento espiritual e social da Igreja local.
Ao serviço da sua comunidade, após décadas de missão em terras distantes, D. Osório traz consigo não apenas experiência, mas também um compromisso renovado de fortalecer a Igreja e guiar o seu rebanho com amor e sabedoria.

A missa da ordenação episcopal foi presidida pelo cardeal Luís António Tagle, Pro-Prefeito pelo dicastério da Evangelização, que recordou a dom Osório que o ministério sagrado que recebeu não foi para com ele ganhar popularidade pessoal, muito menos usar a palavra de Deus para ganhar títulos e benefícios individuais porque isso:
“Isso destrói a autoridade divina no líder, isso é hipocrisia e a hipocrisia leva à manipulação das pessoas e à negligência dos pobres. Os demónios têm medo de Jesus, e dos verdadeiros servos de Deus, contudo, os demónios continuam a procurar os líderes para semear a hipocrisia e a vaidade”.
Rosto da Mulher
por Alice Mauindo
Igualdade do Genero no Trabalho
IA igualdade de género no Mercado de trabalho, principalmente para as mulheres, encontra ainda muitas dificuldades apesar de existir um número menor de mulheres integradas no mercado de trabalho. A maioria continua a enfrentar muitas dificuldades e descriminação para se manter no mercado de trabalho.
A igualdade de género é apresentada como um conceito que visa garantir o direito e oportunidade iguais a todos, sejam homens assim como mulheres. Com isso podemos observar que é um dos pré-requisitos para tentar combater a desigualdade de género contra as mulheres no trabalho e ter uma sociedade mais justa para todos. Com o andar do tempo podemos notar que a sociedade se encontra mais evoluídas e as mulheres assumem, apesar de uma forma lenta e gradual, cargos de maior importância, tanto na sociedade, como no mercado de trabalho.
Diversidade cultural
A cultura é composta por um conjunto de valores e comportamentos pertencentes a um grupo de pessoas, para além dos valores e comportamentos individuais. A diversidade cultural origina diferentes interpretações, ou seja, esta pode ser interpretada tanto de forma positiva como de forma negativa. A diversidade cultural no trabalho surge através de várias dimensões que se influenciam através da raça, género idade, religião, culturas, crenças, atitudes, valores, sentimentos, dentre outras existentes.
Igualdade do género
A igualdade do género, em um sentido mais amplo, é vista como a liberdade que todo o ser humano tem para desen-
maior importância no mercado de trabalho. No entanto, as desigualdades persistem nos locais de trabalho entre os géneros. Pode-se notar que o índice de mulheres com a participação no ensino superior tem aumentado significativamente, em comparação com os homens, o que contribui, também, para a mudança dos papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres.
O Banco Mundial, no seu relatório 2011, sugeriu a necessidade de combater urgentemente as desigualdades existentes entre os homens e mulheres, de forma a que estas possam progredir, de igual modo que os homens, e contribuir para o aumento da produtividade das organizações e da competitividade das comunidades.
Desafios
volver as suas capacidades pessoais e realizar acções independentemente do papel atribuído, seja para homens assim como para mulheres. Com isso, a igualdade do género se enquadra no mercado de trabalho no qual todos são livres para realizar as suas actividades sem descriminação de ninguém. A igualdade do género no trabalho vem para tentar minimizar ao máximo a desvalorização da mulher, dando uma oportunidade de participação democrática da mulher no mercado de trabalho, trabalhando para que haja reconhecimento, respeito pelos direitos humanos das mulheres, seja na vida pública assim como política.
Integração da mulher
Nos últimos anos podemos observar que apesar de tudo, a mulher tem assumido um papel de
Com o andar do tempo as mulheres já possuem responsabilidades superiores dentro das organizações, ou seja, a aceitação visa melhorar a cada dia que passas, pois já é notável o crescente número de mulheres desempenhando funções que antes eram atribuídas apenas aos homens.
Porém, alguns dos desafios que as mulheres encontram dentro das organizações são: falta de reconhecimento durante a execução das funções atribuídas; assédios que ocorrem no local de trabalho; salários baixos em relação aos homens; falta de atribuição de funções relevantes.
Barreiras
Baixo índice de líderes mulheres, correm mais riscos de serem demitidas em relação aos homens; poucas vezes os líderes seleccionam mulheres para treinamentos e capacitação para obtenção de novos conhecimentos.
Mulheres que quebram estereótipos
Costuma-se dizer que: as mulheres são menos capazes de

realizar funções em áreas técnicas, as pessoas com deficiência são consideradas incapazes e os idosos são fracos, estas afirmações são estereótipos.
Na realidade, as mulheres são capazes de realizar diferentesfunçõeseassumir várias responsabilidades assim como os homens; as pessoas com deficiência são capazes de realizar muitas actividades e muita das vezes têm habilidades valiosas; os idosos têm uma experiência de vida valiosa e muita das vezes são activos e produtivos em suas actividades. Portanto a diversidade de género é considerada como a força que uma mulher possui, e não fraqueza para alcançar os seus objectivos.
Os estereótipos são considerados prejudicais e limitantes. Com isso a diversidade apresenta diferentes perspectivas e soluções criativas para a resolução de certos conflitos.
Contudo, é notável o papel da educação neste processo estereótipo, onde a educação é fundamental na promoção da diversidade e no combate ao preconceito dentro das organizações; onde é através da educação que aprendemos a respeitar e valorizar as diferenças de cada um para a construção de uma sociedade mais justa.
Raio X m
Maus exemplos da nossa História
Dr. Deolindo PaúaÉ o tempo favorável para, no espírito jubilar em preparação dos 50 anos da Independência, analisarmos a nossa história heróica e calcularmos onde estamos em relação aonde deveríamos estar como nação, como sociedade. Acho que a melhor forma de fazer isso é evitar erros do passado que comprometem a nossa integridade como Estado.

Quando a Frelimo recebeu o poder do governo português no contexto da independência, esforçou-se por garantir que a fundação do Estado fosse uma actividade participada por todos.
Essa participação foi o que o governo da época chamou de democracia popular. Com efeito, para garantir a consolidação do Estado, que acabava de ser fundado, todo o comportamento desviante e contrário à ideia da revolução, era prontamente corrigido com medidas enérgicas.
A justificação histórica dessa posição na época era de que, apesar do colono português ter abandonado o país, havia ainda os seus germes implantados na mente de alguns indivíduos.
Havia negros moçambicanos comportando-se, ainda, como colonos. Havia inclusive, indivíduos que a troco de benefícios desconhecidos tinham-se aliado ao espírito colonial para prejudicar o decurso da implantação do novo Estado que era Moçambique. Outrossim, um país que tinha passado por dez anos de guerra e cuja população se tinha habituado a produzir para terceiros e não para si, houve necessidade também de criar as bases de produção, estimulando o esforço de todos na prática da agricultura e no compromisso com o trabalho árduo, para levantar a economia nacional. Por isso, para evitar estagnação, a preguiça e
pessoas que foram objecto das medidas enérgicas para que não se agravasse o que se queria evitar ou não se desse mau exemplo à maioria da população.
A operação-produção, por exemplo, evitou o crescimento da vadiagem na época.
De facto, não se devia admitir que num contexto em que o país estava economicamente de rastos, indivíduos jovens e robustos enchessem as ruas sem fazer nada, sem colaborar com os esforços da maioria para levantar a economia.

a vadiagem foram combatidas de forma rígida.
A operação produção É neste contexto que devem ser lidas as políticas do pós-independência e pensar sobre elas para aproveitar a sua beleza e corrigir-lhe os erros que não devem voltar no futuro. Não quero neste texto questionar a necessidade das políticas adoptadas, até porque surtiram o efeito desejado. Quando Samora morreu, já havia na consciência dos cidadãos moçambicanos a ideia da necessidade de trabalhar para desenvolver o país. O que quero trazer nesta reflexão é a falta de acompanhamento das
Mas a forma questionável como foi implementada, movendo pessoas de suas zonas de habitação para zonas distantes designadas de campos de produção, continua sendo o grande pecado contra a liberdade. Hoje, talvez por não haver mais a obrigatoriedade de trabalhar para ajudar o Estado a sair das crises e por não se estar mais no socialismo, não são apenas as ruas que estão cheias de preguiçosos, as instituições públicas também estão, inclusive de pessoas ocupando altos cargos com o vício da preguiça.
No entanto, temos de admitir que a operação-produção violou direitos humanos básicos ao ter desligado filhos de seus pais, maridos de suas esposas, etc. Hoje, há famílias que nunca mais se reencontraram e o Estado não se deu ao trabalho suficiente pra reunificar tais famílias.
Depois da operação-produção, que tal uma operação de reunificação das famílias?
Outro exemplo da nossa história é o tratamento que se deu aos considerados criminosos na pós-independência.
De facto, logo depois da independência, os criminosos mais perigosos eram chamboqueados ou mesmo executados em público.
Ainda que questionável em termos de direitos humanos, talvez a medida tenha ajudado a combater o crime ou a evitar que criminosos se multiplicassem como se pretendia.
Até pode se correr o risco, hoje, de dizer que a proliferação de criminosos sem medo das autoridades resulta da falta de tratamento e punição adequados por parte do Estado. Mas uma coisa pode ser certa, aquela prática que era autorizada e estimulada pelo Estado, ainda que tenha sido politicamente necessária, pode ter dado mau exemplo às nossas populações.
Hoje, em parte pela inoperância das autoridades, mas também pela aprendizagem que as pessoas tiveram

da violência do Estado, os criminosos são capturados e condenados à morte pela população. Era bom que o Estado reconhecesse ter dado mau exemplo no passado e, hoje, concebe-se uma educação cívica para corrigir essa prática de justiça pelas próprias mãos (linchagem).
A nossa sociedade, hoje, está exageradamente violenta, em palavras e em actos. Isso pode ter resultado de uma cópia do passado contra a qual o Estado nunca concebeu um sistema de educação, uma sensibilização ou uma educação cívica capazes de corrigir.
Se continuarmos assim, essa tradição de violência será passada de geração em geração e sociedades vindouras podem ser cada vez mais violentas do que as de hoje.
Página da Advocacia m
Por Dr. Armando Alí AmadeQuem é que defende Quem não tem?
Recentemente fui implicado num caso judiciário que agora não estou a contar. Eu não tenho muitos recursos para pagar um advogado. Como posso fazer? Pode indicar-me se existem e onde posso encontrar as associações jurídicas que me podem ajudar? (carta assinada)
Nos noticiários costumo ouvir que pelo mundo fora existem advogados que defendem os direitos humanos de indivíduos ou de grupos contra a exploração e abuso de donos de empresa ou outros que defendem os direitos dos presos nas cadeias. Agora em Moçambique existe algo similar? Pode explicar quais são os direitos de um preso na cadeia se ele cometeu um crime e por isso está a pagar o mal à sociedade? (carta assinada)
Para responder às duas inquietações dos nossos amigos, questões que se complementam e com uma dose de similaridade, precisamos, contextualizar o tema dos direitos humanos. Como já se sabe, os direitos humanos são direitos básicos de todos os seres humanos. São direitos civis e/ou políticos, por exemplo, o direito à vida, à propriedade privada, liberdade de pensamento, de expressão, etc. ou seja, de todos perante a lei. Consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para os outros em espírito e fraternidade”.
Ora, dissemos em ocasiões anteriores nesta mesma rubrica que, a Constituição da República do nosso país não se opõe àquele documento universal (DUDH) antes pelo contrário, nele se inspira. A título meramente exemplificativo dessa inspiração, o artigo 35 da CRM dispõe, quanto à universalidade


razões económicas não possa constituir advogado ser assegurada a adequada assistência jurídica e patrocínio judicial.
Na verdade, o arguido goza, em especial, em qualquer fase do processo e salvas as excepções da lei, dos direitos de escolher defensor ou solicitar ao juiz que lhe nomeie um, como dispõe a alínea d), n.º 1 do artigo 69 da Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro.
Nos casos em que a lei determinar que o arguido seja assistido por defensor e aquele o não tiver constituído ou o não constituir, o juiz nomeia-lhe um. - N.º 2 e seguintes do artigo 72 da supra Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro (Código do Processo Penal).
E quanto às instituições de defesa dos direitos humanos?
Mas fora dessas duas instituições para acesso e defesa dos direitos dos cidadãos, existe uma vasta rede de Organizações não-governamentais (ONG’s) vocacionadas na defesa e promoção dos direitos humanos no nosso país.
e igualdade dos direitos que, “todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção política”.
Mas mais do que isso, o Estado cria condições para que todo o cidadão, residente no país, tenha acesso aos tribunais, e garante aos arguidos o direito de defesa e o direito à assistência jurídica e patrocínio judiciário. Por outro lado, o arguido tem o direito de escolher livremente o seu defensor para o assistir em todos os actos do processo, devendo ao que por
Como ficou dito nas linhas anteriores, todo o arguido tem o direito de ser devidamente defendido por um defensor, colocado à sua disposição pelo Estado moçambicano, independentemente do tipo de crime e o local onde tal crime tenha ocorrido.
Mas fora dos defensores colocados à disposição do cidadão “carenciado”, existem instituições que, sem custas, defendem os cidadãos e uma dessas instituições vocacionadas para defesa dos cidadãos ou dos arguidos com certa incapacidade económica/financeira
é o Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ), que podemos encontrar em qualquer distrito desse nosso vasto país.
A outra instituição que pelo menos podemos encontrar nas capitais provinciais é o Instituto de Acesso a Justiça (IAJ) da Ordem dos Advogados de Moçambique.


Por exemplo: a Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos (RMDDH) é uma iniciativa da sociedade civil moçambicana que tem como objectivo fortalecer a capacidade e a resiliência dos defensores dos direitos humanos, bem como melhorar a sua protecção e segurança no âmbito da sua missão de defender a dignidade humana, lutar contra injustiças e impedir o fechamento do espaço cívico.
Caro amigo, pode, querendo, recorrer a uma dessas instituições de defesa dos direitos do cidadão (IPAJ ou IAJ) ou a uma organização não-governamental ao nível de sua Província ou cidade para ter o competente acesso à justiça. Aliás, podemos até destacar que os técnicos do IPAJ estão sempre disponíveis para acompanhar juridicamente os arguidos e ou réus independentemente da sua situação penal.
Era uma vez... m
Por que o Sol e a Lua foram morar no céu?
Há muito tempo, o sol e a água eram grandes amigos e viviam juntos na Terra. Habitualmente o sol visitava a água, mas esta jamais lhe retribuía a gentileza. Por fim, o sol quis saber qual o motivo do seu desinteresse e a água respondeu que a casa do sol não era grande o bastante para que nela coubessem todos com quem vivia e, se aparecesse por lá, acabaria por despejá-lo de sua própria casa.
— Caso você queira que eu realmente o visite, terá que construir uma casa bem maior do que a que tem no momento, mas desde já fica avisado de que terá que ser algo realmente muito grande, pois o meu povo é bem numeroso e ocupa bastante espaço.
O sol garantiu-lhe que poderia visitá-lo sem susto, pois trataria de tomar todas as providências necessárias para tornar o encontro agradável para ela e para todos os que a acompanhassem.
Chegando a casa, o sol contou à lua, sua esposa, tudo o que a água lhe pe-
dira e ambos se dedicaram com muito esforço à construção de uma casa enorme que comportasse a sua visita.
Quando tudo estava pronto, convidaram a água para visitá-los.
Ao chegar, a água ainda foi amável e perguntou: — Vocês têm a certeza de que realmente podemos entrar?
— Claro, amiga água— respondeu o sol.
A água foi entrando, entrando e entrando, acompanhada de todos os peixes e mais uma quantidade absurda e indescritivelmente grande, incalculável mesmo, de criaturas aquáticas. Em pouco tempo a água já chegava aos joelhos.
— Vós estais seguros de que todos podem entrar? — Insistiu preocupada.
— Por favor, amiga água — insistiu a lua.
Diante da insistência dos seus anfitriões, a água continuou a despejar a sua gente para dentro da casa do sol. A preocupação voltou quando ela atingiu a altura de um homem.

— Ainda posso entrar? — Insistiu — Olha que está ficando cheio demais...
— Vai entrando, minha amiga, vai entrando — o sol realmente estava muito feliz com a sua visita.
A água continuou a entrar e a jorrar em todas as direcções e, quando deram pela coisa, o sol e a lua viram-se forçados a subir para o alto do telhado.
— Acho que vou parar — disse a água, receosa.
— O que é isso, minha água? — Espantou-se o sol, mais do que educado, sem esconder uma certa preocupação.
A água continuou jorrando, empurrando o seu povo para dentro, ocupando todos os cómodos da ampla casa, inundando tudo e, por fim, fazendo com que o sol e a lua, sem ter mais pra onde ir ou se refugiar, subissem para o céu, onde estão até hoje.

caixa564 Avozdopovo
Será que Deus não me vai compreender?
Sou um pai de família, casado canonicamente, há já 20 anos. Mas estes últimos dias não vêm sendo fáceis para mim na relação com a minha esposa. Ela está doente há 2 anos, com problemas de fluxo de sangue e corrimento ininterrupto, o que impede envolvimento amoroso-sexual. Eu amo-a e nunca foi o meu estilo traí-la com outras mulheres. Ao mesmo tempo que, como homem completo e no activo, o corpo exige-me alívio. Mesmo assim, nunca pensei em abandoná-la.
Será que nessas circunstâncias é pecado arranjar uma amante para me aliviar sempre que necessário, enquanto contínuo unido à minha esposa?
(Carta assinada)
VN – Estimado irmão, está perante um grande desafio de fidelidade, conforme consentiu no dia do Matrimónio. Recomendamos-lhe voltar a ler a expressão do seu consentimento para se lembrar do grau de indissolubilidade do compromisso matrimonial: “Eu N., recebo-te por minha esposa a ti N., e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde
e na doença, todos os dias da nossa vida”. Aqui está que o senhor prometeu ser fiel à sua esposa,naalegriaenatristeza, nasaúdeenadoença,todosos dias da sua vida. Neste momento em que ela está doente, se o senhor for se envolver com outra mulher, está a faltar a ela na fidelidade conjugal. E a infidelidade é pecado grave e passo gigantesco para a poligamia. Portanto, é momento de viver a castidade e renúncia para carregar a cruz e seguir a Jesus. Coragem, irmão, e unidos na oração!
Não aguento com vida amarfanhada…
Venhodestafeita,pedirajuda no que posso fazer. Sou uma formada e graduada na área da saúde como Técnica de Laboratório. Já lá vão 2 anos que me formei, sempre batendo a portas de emprego mas sem sucesso. Em causa está o facto de que detrás de anúncios de vaga exigem-me subornar de 50.000,00 a 100.000,00
MT para ter vaga, e eu sou paupérrima que nem sei onde apanhar esse dinheiro. Uma vez prometi ao chefe que me exigia esse valor que lho pagaria assim que começasse a trabalhar e a receber salário, mas sem sucesso. Que posso fazer para ter emprego?
(Rosalina - Nampula)
VN – Querida Rosalina, a corrupção no nosso país é um grande cancro que cria desespero na vida da nossa juventude. É muito importante na vida não perder a esperança e
não desanimar na conquista. Um dos métodos de combate à corrupção é denunciar as injustiças e os corruptos. Infelizmente, a filosofia do “cabrito come onde está amarrado” continua a invadir os corações de muitos funcionários do sector público. Contudo, continue a bater às portas, reze, peça sempre ajuda a pessoas certas, recorra ao voluntariado. Voluntariado porque, entre muitos maus há sempre um bom e compassivo que pode reconhecer o seu empenho e ajudá-la no que for possível. Cultive o auto-emprego: fazer pequenos negócios, abrir machamba, etc. Quem dera que Deus lhe abra as portas do emprego!
Negócio ou doenças? Não sei, mas duvido muito…
Pensando na disseminação de doenças no nosso país, desde o ano de 2020 com o Covid-19 até este ano (2024) com a Conjuntivite, ando deveras preocupado e duvido de tudo e de todos. (Carta assinada)
VN – A conjuntivite não é uma doença nova, mas o ritmo de sua expansão e grau de avermelhando dos olhos ameaça bastante. Realidade que exige do ministério de saúde estudo fino para identificar a raiz dessa nova geração de conjuntivite.Ora,o“boom”industrialactual e a busca desenfreada de riquezas por todos os meios, aventa todas hipóteses. Tomara que Deus nos livre desses flagelos!



CRÓNICA do MÊS

o cancro de “próstata do 1º de Maio
Celebra-se no mês de Maio de cada ano, sobretudo no primeiro dia, o Dia dos Trabalhadores. Dia em que em diferentes cidades, vemos grandes fileiras de homens e mulheres entoando hinos ao seu sacrifício em razão das suas rotinas quotidianas.
Nas fileiras apresentam-se, em grande parte, funcionários do Aparelho do Estado, os assalariados, vestidos de camisetas com logótipos que carregam inscrições que expressam a denominação do seu ministério.
De modo que há fileiras de pessoal do Ministério da Saúde, fileiras dos membros do Ministério da Educação, Segurança, Comunicação, Agricultura, etc. Não obstante parecerem perfilações festivas, elas carregam, por dentro, gamas de revoltas contra o fenómeno de insatisfação salarial, no mundo em que nos encontramos, sobretudo em Moçambique. Não é por acaso que muitas pessoas preferem ficar nas próprias casas a pensarem como será o dia de amanhã, o futuro incerto.
A falta de emprego
No nosso país há muitos institutos, escolas e estabelecimentos de formação aonde acorrem e concorrem massas da juventude em busca de melhores condições próprias, das famílias e da sociedade na tónica de bens e prestação de serviços. São lugares que reúnem recursos humanos e materiais empenhados em formar homens e mulheres. Em contrapartida, quanto mais estas estruturas educativas aumentam, mais chances de emprego se fecham. Como será possível cantar hinos de vitória, celebrar o 1º de Maio, enquanto faltam vagas?
Sim, não falta emprego, mas acentuado é o clima de corrupção no nosso país.
Em Moçambique, abaixo de cem mil (100.000,00) meticais de suborno, não é possível ter colocação. Sem contar com aqueles que veem o seu dinheiro simplesmente comido. Razões mais do que suficientes de continuarmos a ver cenários de jovens formando fileiras de ladroagem, gatunagem, vadiagem, putaria, assaltos de vários níveis.
Magreza salarial
Outro cenário não menos importante consiste na magreza salarial.
Nepotismo
Inúmeros jovens, entre homens e mulheres, andam angustiados pela falta de emprego. Na verdade, não é emprego que falta neste país. Mais difíceis são as condições que se nos impõem clandestinamente. Os nossos chefes anunciam vagas já ocupadas pelos sobrinhos, irmãos, amigos/as lambe-botas (os famosos lambe-chulez), namorados/as.
Cabritismo
Teoria segundo a qual “o cabrito come onde está amarrado”. Em muitas instituições no nosso país há muitas vezes anúncios de vaga, mas minados com exigências cabritistas. Já não importa muito a inteligência que tenha o candidato, pois fala mais alto o seu bolso. Sem dinheiro, por inteligente que seja o candidato, na busca do mercado de emprego, se não chumba, fica apurado sem vaga.
Devido à realidade que se vive em Moçambique, com a carga horária laboral em muitas instituições e a suposta compensação salarial mensal, mais ou menos podemos dizer que não há salário neste país.
Aquilo que há, vendo o que se recebe de mensalidade, na melhor das hipóteses, deveria chamar-se subsídio. Até quando continuaremos com a prestação de serviços, com as horas-extras, menos valorizados? Isso não passa de uma exploração de homem pelo homem. Se faz ver, às claras, que a filosofia de Thomas Hobbes, de “homem lobo de outro homem”, continua viva.
Trata-se de uma humilhação que abala apenas a alguns funcionários públicos, quando outros se beneficiam de salários gordos, com todos direitos de assistência habitacional, médica, lúdica, alimentar, etc.

Ingredientes:
Cáritas - Nacala chiabos com moringa
• 1 chávena de quiabos
• 1 chávena de folhas de moringa
• 1 cebola
• 1 tomate
Modo de preparação

Como celebrar o 1º de Maio com todos estes “cancros de próstata” na vida social e profissional que afectam a maioria, quando a minoria recebe salários gordos por apenas entoarem alaridos e tocar aplausos?
Quem tem ouvidos, ouça!
Giovanni Muacua
Ferver a água e adicionar sal a gosto. Adicionar à agua fervida, o tomate e a cebola cortados. Juntar o quiabo cortado e cozer por 5 a 7 minutos. Adicionar a moringa e cozinhar por mais 1 minuto.
Servir com arroz ou chima
