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Start&Go Setor agrícola

peque­nos frutos (amora, framboesa e groselha) e vinicultura. A primei­ra plantação rentável que tivemos foi um hectare de framboesa. Hoje é com orgulho que olham para tudo o que conseguiram construir, primeiro a casa e de­ pois a quinta. Valeu a pena? Ain­da não possuem uma resposta definitiva para esta questão, pois, apesar de terem vendido duas casas que possuíam, foi também necessário recorrer ao crédito bancário do qual ainda existem compromissos muito elevados. No entanto, há de certeza um ganho incalculável – Qualidade de Vida. Quando por alguma ra­zão tem que voltar a Matosinhos, só pensam em voltar: “Tanto eu como a minha família sentimo-nos bem aqui em Lousada, na “nossa terra”, afirma José. Hoje apostam fundamental­mente na vinha, embora a quinta conte com meio hectare de kiwi, meio hectare de framboesa e um pomar com varias qualidades de fruta. A qualidade da fruta que pro­duzem e o gosto pela cozinha sobretudo pelas sobremesas de Alzira levou à produção de com­potas, geleias, marmeladas, bolos e outras sobremesas com a marca Magantinha. “Estamos nesta ac­tividade há 15 anos, mas se não tivéssemos começado a transfor­mar a nossa fruta em compotas, geleias e marmelada, já tínhamos abandonado este sector”, afirma José. Atualmente, toda a fruta pro­duzida nesta quinta é transfor­mada (através de processos arte­ sanais) como destino ao setor gourmet. Podemos encontrar os produtos Magantinha na região do Vale do Sousa, principalmente em lojas de produtos regionais e nas cooperativas agrícolas da re­gião. A quinta está incluída nas Rotas Gourmet, uma iniciativa da Câmara Municipal que pre­tende dar a conhecer ao grande público a gastronomia do con­celho, bem como, o património local, potenciando a divulgação dos produtos produzidos. A Magantinha é também uma das quintas que fornecem produtos para o Cabaz Prove. Estes são ca­bazes recheados de produtos hor­tícolas e frutícolas da região. Este projeto visa estimular a pro­dução tradicional e de qualidade ao mesmo tempo que promove as relações de compromisso, solida­riedade e ética entre quem pro­duz e quem consome. Para além da certeza de comprar fresco e viçoso, os clientes do

Prove estão também estar sujeitos ao elemen­to “surpresa”, pois os cabazes não são iguais de semana para sema­na, uma vez que a elaboração dos mesmos está sujeita à época do ano e à oferta que cada produtor tem para a semana em causa. Quando questionado sobre como é ser agricultor em Portu­gal, José afirma sem rodeios: “É muito difícil ser agricultor neste país, não se dá o devido valor aos agricultores, mas acho que é a profissão mais nobre do mundo. É importante que se pague o jus­to valor à produção”.

“É muito difícil ser agricultor neste país, não

O profundo amor à agricultura é o que leva estes empresários a sal­tarem da cama todos os dias pelas 6 da manhã e darem início a mais um dia de trabalho duro, dedicado às colheitas, podas, tratamentos e produção de compotas, contando sempre com a ajuda do filho.

se dá o devido

No que se refere ao futuro este será sempre na agricultura, mas em actividades de transformação dos seus produtos (fruta e produ­ção de vinho) e posteriormente desenvolverem um projeto de turismo agrícola.

mais nobre do

valor aos agricultores, mas acho que é a profissão mundo.

Para os empreendedores que pretendam entrar neste setor, deixam-nos a seguinte mensa­gem: “Lutem para atingirem o objetivo pretendido. Mas prin­cipalmente ingressem nesta a­tividade se realmente gostarem, caso contrário será muito mais difícil vencerem”. JUL/AGO 2013 | Start&Go

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