Mulheres e Plantas Medicinais do Acampamento Edson Nogueira em Macaé, RJ.

U N I V E R S I D A D E

F E D E R A L

D O

R I O

D E

J A N E I R O

I N S T I T U T O D E B I O D I V E R S I D A D E E S U S T E N T A B I L I D A D E - N U P E M / U F R J M O V I M E N T O

R U R A L

P R O J E T O

A X É

S E M - T E R R A S A Ú D E

N E X U S : P E S Q U I S A E D E S E N V O L V I M E N T O E M A Ç Õ E S I N T E G R A D A S E S U S T E N T Á V E I S P A R A

MULHERES E PLANTAS MEDICINAIS NO ACAMPAMENTO EDSON NOGUEIRA, MACAÉ - RJ

.

M A C A É ,

2 0 2 1

MAIO DE 2021, EDIÇÃO 1

Mulheres e Plantas Medicinais UM ESTUDO ETNOBOTÂNICO

AQUI VOCÊ VAI ENCONTRAR...

A HISTÓRIA QUE AS MULHERES CONTAM DAS PLANTAS

POR ALZEIR FABIANA LOHANA LÚCIO MARIA DAS GRAÇAS MARINETE RAMIRO PICCOLO RODRIGO LEMES MARTINS SÁ CRESPA VICTORIA MANTUAN Macaé - RJ 2021.

NEXUS: PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM AÇÕES INTEGRADAS E SUSTENTÁVEIS PARA A GARANTIA DA SEGURANÇA HÍDRICA, ENERGÉTICA E ALIMENTAR

MAIO DE 2021, EDIÇÃO 1

Mulheres e Plantas Medicinais AGRADECIMENTOS

Esse estudo procurou registrar o conhecimento tradicional das mulheres de uma comunidade semterra a respeito do uso das plantas medicinais cultivadas e utilizadas no acampamento. Mas esse trabalho etnobotânico jamais se concretizaria sem o esforço coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Esse projeto é dedicado à todas as mulheres e homens sem-terras, que constroem a resistência através da arte, cultura e agroecologia.

Obrigada por compartilharem a experiência!

Macaé - RJ 2021.

NEXUS: PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM AÇÕES INTEGRADAS E SUSTENTÁVEIS PARA A GARANTIA DA SEGURANÇA HÍDRICA, ENERGÉTICA E ALIMENTAR

MAIO DE 2021, EDIÇÃO 1

MULHERES E PLANTAS MEDICINAIS POR VICTORIA MANTUAN

O

presente

estudo

sobre

em documentar conhecimento

plantas medicinais e mulheres

tão rico e valioso, que é o das

é uma parte de um projeto de

mulheres

monografia intitulado “Gênero e

Edson Nogueira a respeito das

Meio

plantas medicinais cultivadas e

Ambiente:

plantas

o

uso

das

medicinais

no

do

utilizadas

Acampamento Edson Nogueira

comunidade

do

enfermidades.

MST,

Macaé

–

RJ”

que

trabalhou com duas vertentes

Acampamento

dentro para

da curar

"Sem feminismo não há agroecologia" (ANA, 2018)

que se conectam, os Estudos Feministas

e

Estudos

Etnobotanicos. documento,

Este

se

trata

de

um

estudo de caso que pretende registrar

o

feminino

conhecimento

sobre

métodos

alternativos,

como

remédios

caseiros.

são

os O

acampamento Edson Nogueira, faz parte do MST. O movimento tem como base a agroecologia, que

vai

transição

além de

de

uma

modelo

a de

produção agrícola: combate a diferença

entre

classe,

de

gerações, combate o racismo e modifica

as

homens

relações e

entre

mulheres.

Entendemos que a inclusão de gênero no contexto do meio ambiente

para

o

desenvolvimento sustentável, é importante a sustentabilidade está atrelada a um modelo que sustente a diversidade sexual, racial,

étnico

e

de

geração.

Cabe portanto, destacar meu interesse como pesquisadora

NEXUS: PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM AÇÕES INTEGRADAS E SUSTENTÁVEIS PARA A GARANTIA DA SEGURANÇA HÍDRICA, ENERGÉTICA E ALIMENTAR

MAIO DE 2021, EDIÇÃO 1

UM POUCO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS POR VICTORIA MANTUAN

Vocês sabiam que o Brasil é o país

que

abriga

a

como o cianidreto. Algumas espécies chamadas de mandioca brava

maior

apresentam mais desse composto e a mandioca mansa, menos.

biodiversidade de fauna, flora e

Somente com análise química é possível distinguir uma da outra.

micro-ogranismos? No mundo

Porém, retirar bem as partes da casca, deixar de molho por cerca de

dos vegetais, por exemplo, as

duas

plantas são importantes fontes

decomposição da lamaria

de fármacos, já que cerca de 75%

da

população

depende

de

brasileira

remédios

medicamentos

e

cozinhar

por

pelo

menos

uma

hora,

auxilia

a

Dessa forma, as pesquisas demonstram que as plantas são importantes origens de fármacos. E que é possível tratar diversos

ou

tipos de enfermidades. Para isto, é necessário conhecer as plantas,

origem

adentrando nesse vasto campo, quase inexplorado, para se repensar

vegetal. A variedade química

sobre saúde, doença e tratamentos seculares por meio do contato e

das

tão

riqueza com a cultura popular. E manter o uso sustentável dos

a

recursos é preservar o caminho para o estudo profundo dos

plantas

diversa,

de

horas

apresenta-se

que

surge

necessidade

de

daí

conhecer

benefícios que as plantas podem trazer ao ser humano.

melhor a nossa fauna brasileira.

Os compostos produzidos no interior

das

agrupados

plantas

em

são

classes

metabólitos

de

(alcaloides,

fenólicos,

terpenóides,

glicosídeos cianogênicos e os glicosinolatos), cada um com a sua propriedade terapêutica. Ao contrário,

algumas

plantas

podem ser tóxicas ao consumo humano,

por

isso,

a

correta

identificação botânica e o uso racional das plantas medicinais é indispensável.

Um exemplo de uma planta muito

consumida,

mas

que

dependendo da espécie pode ser tóxica é a mandioca. A raíz da

mandioca

apresenta

uma

substância

da

glicosídeos

cianogênicos,

classe

dos a

linamarina, que ao se decompor libera diversas substâncias

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S U M Á R I O Abóbora. 3 Aipim. 4 Alecrim-do-campo. 6 Alfavacão. 7 Amora-do-campo. 8 Batata. 9 Boldo. 11 Boldo. 12 Capim limão. 13 Dormideira. 14 Erva Baleeira. 15 Erva cidreira. 16 Erva de Santa Maria. 17 Goiabeira. 18 Guando. 19 Hortelã-pimenta. 20 Jambu. 21 Jamelão. 22 Jurubeba. 23 Mal-me-quer. 24 Mamão Papaya. 25 Manjericão. 26 Maracujá. 27 Maxixe. 28 Merthiolate. 29 Milho. 30 Noni 31 Picão. 32 Pinhão Roxo. 33 Pinicilina. 34 Tomate. 35 Urucum. 36

Curcubita moschata D., C. maxima D., C. pepo D.

Nome tradicional: Abóbora

Família: Curcubitaceae Fitoquímica: Aleurona, resina nas sementes e curcubitina (anti-helmíntica), curcubitacinas (saponina), triterpenos (Lorenzi e Matos, 2008).

Indicação no acampamento: Foi notificado, o uso do chá das flores para aplicar nos ouvidos em caso de dor, e também o uso das sementes como estimulante e vermífugo.

Características: As espécies de abóbora são ao todo cinco: Curcubita argyrosperma, C. ficifolia, C. maxima, C. mochata e C. pepo, todas são cultivadas no Brasil, principalmente em comunidades rurais, própria para subsistência (Helden et al., 2007). No entanto A C. maxima e C. andreana são nativas da América Sul (Sinavimo, 2017).

Todas as espécies de abóboras, possuem as mesmas propriedades medicinais. A identificação das espécies de Curcubita é bastante controvérsia, devido a domesticação pelo ser humano (Lorenzi e Matos, 2008). A espécie Curcubita maxima, conhecida por seu nome popular mais comum, moranga, possui a morfologia de seu fruto arredondada e achatada. (Lorenzi e Matos, 2008). Em muitos países as sementes da abóbora são desperdiçadas, em contrapartida no Brasil e parte da África são utilizadas como suplementos. Em alguns países da Europa são ingeridas tostadas e temperadas, em outros extrai-se o óleo para temperar as saladas. O fruto é utilizado tanto para alimentação humana como animal, e é medicinal. Na verdade, todas as partes das plantas são medicinais (Lorenzi & Matos, 2008). As folhas são grandes, lobuladas mais arredondadas nas pontas (Sina-

Fig. 1: Frutos da abóbora.

Fig. 2: Folhas com manchas presentes e ápice arredondado (Fonte: SILVA, 2019).

Fig.3: Disposição dos caules (Fonte: SILVA, 2019).

Curcubita moschata D., C. maxima D.

Nome tradicional: Abóbora

Fig 4: Folhas de curcubita sem manchas (Fonte: SILVA, 2019).

Fig 5 e 6: Caule superficialmente anguloso com o pedúnculo e o fruto.

vimo, 2017). Pode-se fazer o uso externo com o suco da folha para queimaduras, feridas sob forma de compressa (Lorenzi e Matos, 2008). O chá das flores é estomáquico, antitérmico a anti-inflamatório para os rins, fígado e baço (Lorenzi e Matos, 2008). O fruto a predominância nutritiva do mesocarpo é carboidratos (Sinavimo, 2017) e a sua propriedade medicinal é antidiarreico, e o suco do mesmo diminui a prisão de ventre. Para obter tal resultado é preciso beber o suco do fruto cru com açúcar em jejum alternando dia sim, dia não (Vieira, 1992, p.350 apud Lorenzi e Matos, 2008).

Pode-se fazer o uso externo com o suco do fruto para queimaduras, feridas sob forma de compressa e corrimento vaginal sob forma de banho de assento (Lorenzi e Matos, 2008). As sementes maduras não possuem endosperma funcional, já que o embrião acaba preenchendo todo o revestimento das sementes (Sinavimo, 2017). As sementes sem cascas é antivermífugo (Lorenzi e Matos, 2008). Para expelir os vermes já mortos, é preciso de cerca de 30-60 sementes amassadas com açúcar mascavo e 10 colheres de leite em jejum, após aguardar 2 horas, tomar 1 colher de sopa de óleo de rícino. A fitoquímica da semente apresenta óleo fixo, proteína e resina (Panizza, 1992). O aminoácido presente chamado curcubitina possui ação contra Taenia e impede o crescimento de Schistosomona japonicum (Lorenzi e Matos, 2008).

Manihot esculenta C. Nome tradicional: Aipim

Família: Euphorbiacea Fitoquímica: Linamaria (HCN) (Lorenzi e Matos, 2008).

Indicação no acampamento: Foi mencionado o uso da casca e das folhas da mandioca como repositor de nutrientes e proteínas e para combater a desnutrição.

Faz-se um pó com as cascas, e usa-se as folhas como salada.

Características: É nativa da América do Sul, portanto o clima e o solo se adequam com o nosso clima tropical (De-Matos, 2006). Alguns pesquisadores reconheceram o Brasil como centro de diversidade da mandioca (Allem, 1971 e Nassar, 1978 apud Colombo et al., 2000). Há cerca de 98 espécies, na qual ocorrem na América do Sul (Roger e Appan, 1973 apud Colombo et al., 2000).

Os autores Roger e Appan acreditam que a hibridização entre várias espécies de mandioca deu origem a várias espécies naturais. Contrariando essa hipótese, Allem (1994) acredita que a mandioca é uma verdadeira espécie com duas subespécies: M. esculenta flabellifolia e M. esculenta peruviana (Colombo et al., 2000). Essa planta possui compostos que são nocivos ao consumo humano, como glicosídeos cianogênicos que são altamente tóxicos. Portanto, a seleção humana tratou de cultivar as espécies de mandioca que possuem menos desses compostos tóxicos (Furlan e De-Mota, 2008), tal como a mandioca mansa .

Somente uma análise química é possível distinguir uma da outra. Para consumir a raiz com segurança é recomendado retirar bem as partes da casca, deixar de molho por cerca de duas horas e cozi-

Fig 7: Aipim.

Fig. 8: Folha de aipim.

Fig. 9: Exsicata da folha do aipim

Manihot esculenta Crantz Nome popular: Aipim vermelho

Fig 10: Pé de aipim.

Fig. 11 Folha de aipim.

Fig. 12: Exsicata da folha do aipim.

nhar por pelo menos uma hora, esse processo auxilia a decomposição da linamaria. (Salatino et al., 2008). Apesar da mandioca ser relatada própria para combater diversas doenças, não há estudo científico que comprove sua eficácia. Todas as partes da planta contêm HCN, nas folhas a concentração é maior (Zacaria et al., 2016). Um estudo publicado em 2016 examinou o nível de toxicidade nas folhas e raízes e também a atividade microbiana, e concluiu que o teste se mostrou positivo contra bactérias gram-positivas e gram-negativas .

Das quatorze bactérias utilizadas o extrato foi eficaz contra 6 delas, o que não descarta sua atividade anti microbiana, graças aos taninos, flavonoides, saponinas e glicosídeos presentes. E que todas as partes da planta possuem nível de toxicidade (Zacaria et al. 2016) por isso seu uso é desaconselhável. É registrado na literatura, assim como indicado no acampamento que as folhas podem ser usadas como vegetais (Lancaster e Brooks, 1983), contém quantidade alta de proteína (Ravindran, 1993) e vitamina A e C (Zacaria et al., 2016).

Assim para remover o HCN é necessário cortar a casca e fervê-la (Balagopalan e Rajalakshmy, 1998 apud Zacaria et al., 2016). Os registros bibliográficos apontam a espécie Manihot esculenta, possui compostos que são nocivos ao consumo humano, como glicosídeos cianogênicos (Furlan e De-Morta, 2008), a linamarina é um desses compostos, que ao se decompor libera diversas substâncias como o cianidreto (SALATINO et al., 2008).

Baccharis dracunculifolia D. C. Nome tradicional: Alecrim-do-campo

Família: Asteraceae Fitoquímica: flavonóides, diterpenos, triterpenos (Fabiane, 2009) monoterpenóides e sesquiterpenóides (Queiroga et al., 1990) Indicação no acamp: Digestão Características: Também conhecida como “vassoura” esta planta é comercializada pela indústria de perfumaria no Brasil. Pesquisas anteriores já demonstravam os componentes do óleo de B. dracunculifolia: nerolidol 1, spathulenol 2, e diversos monoterpenos. A pesquisa demonstrou um total de 53 componentes sendo 14% monoterpenos e 86% sesquiterpenos (Queiroga et al., 1990). Suas folhas possuem óleo essencial, que são anti inflamatório, citotóxico e antimicrobiano (Fabianne et al., 2009). O poder antimicrobiano para Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa foi confirmado por Ferronatto (2020).

Fig. 13: Pé de alecrim-do-campo.

Fig. 14: Ramo de alecrim-do-campo. Fig. 15: Exsicata do ramo de alecrim-do-campo

Ocimum gratissimum L. Nome tradicional: Alfavacão

Família: Lamiaceae Fitoquímica: Eugenol (74.83%) e 1,8 cineole (15,16%) (Melo et al., 2019) e timol (Ntezurubanza et al., 1987).

Indicação no acampamento: Utiliza-se como temperos aromáticos, refogados ou secos.

Características: Como dito anteriormente, diversos fatores influenciam nos fitocomponentes das plantas. Em Belém, Brasil, foi encontrado: timol, y-terpinene, 1,8 cenol, pymene. Colhido no estágio da floração das partes aéreas (Zoghbi et al., 2007). Outro estudo observou o eugenol (67.38%) e z-b- ocimeno (14.95%) coletados nas partes aéreas das plantas, em Pathumthani, Tailândia (Harikarnpakdee, 2018). As folhas podem ser secas e utilizada com um conjunto de ervas para adicionar sabor e nutrientes. É rico em óleo essencial de timol e eugenol (Ntezurubanza et al., 1987) e a inflorescência também é dotada de compostos. A Resposta inflamatória foi devido aos compostos flavanóides e fenól (Ajayi et al., 2007).

Fig. 16: Pé de alfavacão

Fig. 17: Ramo de alfavacão

Fig.18: Exsicata do ramo de alfavacão

Rubus sellowi Cham. & Schltdl Nome tradicional: Amora-do-campo

Família: Rosaceae Indicação no acampamento: Menopausa, repositor de hormônios.

Fitoquímica: Caratenóides, ácido ascórbico (Teixeira et al., 2018).

Características: A fruta possui alto teor de ácido ascórbico, quando comparada às outras plantas do gênero Rubus.

Dentre os caratenóides, como o licopeno, é responsável pelo pigmento de amarelo a roxo, cuja função na saúde humana é fornecer proteção contra o câncer e outras doenças degenerativas causadas por radicais livres. A fruta também é importante fonte de minerais, fibras e proteínas quando comparada as outras plantas do gênero Rubus (Teixeira et al., 2018).

Fig. 19: Pé de amora-do-campo.

Fig. 20: Ramo de amora-do-campo. Fig. 21: Exsicata do ramo de amora-do-campo

Ipoema batatas L. Lam Nome tradicional: Batata branca

Família: Convolvulaceae Fitoquímica: amido, flavanóides livres e glicosilados, glicosídeo do nerol e do borneol e triterpenoides (Lorenzi e Matos, 2008) calistergias. Nas folhas são encontradas polifenólicos, antocianina e ácidos fenólicos (Islam, 2006).

Indicação no acampamento: No acampamento encontramos duas variedades de batata-doce, a vermelha e a amarela.

Foi indicado o uso da casca, tubérculo e folhas para repor os nutrientes.

Características: Existem quatro tipos de batata-doce: a de casca amarela, vermelha, roxa e branca. A variedade que possui a parte interior mais alaranjada e a casca amarela, tem maior teor de beta caroteno, excelente para repor a vitamina A. A falta deste componente pode causar deficiência no crescimento, cegueira, úlcera da córnea entre outros (Lorenzi e Matos, 2008). A variação da cor, influencia, portanto, o genótipo e a qualidade das características (Vizzotto et al., 2017). Calistergias é um grupo de alcalóides. Apesar de não possui comprovação tóxica pela ingestão de alimentos, atua como inibidor glicosídico, interfere no metabolismo de carboidratos.

Este é um potencial terapêutico medicinal, que deve ser estudado para compreender melhor seus efeitos. A pesquisa foi realizada com batatas, batata doce, tomate, jiló e pimentão, e em todos estes estavam presente a calistergia B2.

Apesar disso, a coleta de amostras, foi realizada com alimentos comuns oferecidos em supermercados (Souto e Da-silva, 2020), ou seja, transgênicos e agrotóxicos. Salientamos aqui, a importância

Fig. 22: Pé de batata branca.

Fig. 23: Ramo de batata branca.

Fig. 24: Exsicata de batata branca.

Ipoema batatas L. Lam Nome tradicional: batata

Fig. 25: Pé de batata vermelha.

Fig. 26: Ramo da BATATA.

de se realizar pesquisas voltadas para alimentos de verdade, que podem ser ingeridos como alimento-medicamento, como é o caso da batata doce, citado por Lorenzi & Matos (2008). Já que complexo fitoterápico e testes farmacológicos só pode ser realizada a partir de alimentos agroecológicos e orgânicos. As folhas da batata-doce contêm alto valor de componentes polifenólicos, antocianina e ácidos fenólicos. A antocianina é responsável pelo pigmento que confere propriedades medicinais, as folhas possuem uma diversidade de 15 antocianina ativas biologicamente. Os polifenólicos também possuem atividade medicinal, tal qual é anticancerígena, antimutagênica e antibacteriana in vitro e in vivo (Islam, 2006). São necessárias cerca de 6 fatias para consolidar os nutrientes em um dia. (Lorenzi e Matos, 2008). O extrato da batata se mostrou antimicrobiano contra Neisseria catharralis e Candida albicans (Vizzotto et al., 2017).

Plectranthus barbabatus A. Nome tradicional: Boldo

Família: Lamiaceae (Lorenzi e Matos, 2008).

Fitoquímica: diterpeno abietano (Plectrinone A) (Schultz et al., 2007) e óleo essencial, como mono e sesquiterpenos e triterpenos (Alasbahi et al., 2010).

Indicação no acampamento: Problemas gástricos.

Características: A planta apresentada é o falso-boldo, muito confundido com o boldo chileno (Peumus boldus Molina) e com o malvadiço (Plectranthus amboinicus) e outra espécie de boldo Plectranthus grandis. Entretanto, o boldo verdadeiro e o falso boldo, possuem propriedades distintas (Lorenzi e Matos, 2008). É comumente utilizado na Índia, Brasil, Leste da África, pelos seus benefícios à saúde. Pesquisas demonstram que o uso da planta diminui a acidez e o volume do suco gástrico, devido a sua atividade antisecretora, proporcionada pela Plectrinone A e também para o tratamento de úlcera gástrica (Schultz et al., 2007), além de azia, gastrite. Utiliza-se cerca de 4 folhas para preparar um chá infuso para 1 xícara de água. É recomendado tomar três xícaras por dia As partes aéreas como folha, flor e caule demonstraram ter atividades contra males gástricos. A composição de sua raiz fitoquímica no Brasil, demonstra grande quantidade de diterpeno abietano nas folhas, enquanto as raízes na Índia, possuem mais diterpeno labdano (Lorenzi e Matos, 2008).

Fig. 27: Pé de boldo.

Fig. 28: Ramo do boldo.

Fig. 29: Exsicata do boldo.

Plectranthus ornatus C. Nome tradicional: Boldo

Família: Lamiaceae (Lorenzi & Matos, 2008).

Fitoquímica: Terpenóides (diterpenos, tais quais, clerodano e halimano e triterpenos), flavanóides, sesquiterpenos (Ávila, 2015).

Indicação no acampamento: Digestão Características: A ação farmacológica e fitoquímica é semelhante ao Plectranthus barbatus Andrews (Lorenzi & Matos, 2008). Conhecida popularmente como boldo-miúdo, ou boldo-gambá, P. ornatus é nativa do Mediterrâneo e Oriente.

Foi constatado a ação antimicrobiana em extratos vegetais in vitro da espécie, afirmando a necessidade de estudos etnofarmacológicos da planta. Na qual as propriedades não são graças a um composto, mas o conjunto deles . Pode ser utilizada para problemas no fígado, como mal-estar, enjoo, gastrite, etc.

(Santos et al., 2014), atividade citotóxica, antipirética, diurética, adstringente, anti-inflamatória e antiúlcera (BRASILEIRO et al., 2006). A ação anti-inflamatória e antibacteriana se dá em função da presença exclusiva da espécie de compostos diterpenos, o clerodano e halimano, até o momento não observada no gênero (Ávila, 2015). Há portanto, a necessidade de um estudo farmacológico para a espécie.

Fig. 33: Foto do boldo in natura.

Fig. 34: Ramo do boldo.

Fig. 35: Exsicata do ramo do boldo.

Cymbopogon citratus (DC.) Stapf Nome tradicional: Capim limão

Família: Poaceae Fitoquímica: os óleos essenciais presentes são exclusivamente monoterpenos, a maioria são monoterpenos aldeídos (83,75%) tais quais geranial ou citral A (48,18%) e neral ou citral B (34,37%) e miceno (11.0%) (Bayla et al., 2018).

Indicação no acampamento: Muito utilizado nos chás da tarde, a erva é indicada no acampamento como calmante.

Características: É uma planta encontrada no Sul da Ásia, América Central e África. O óleo essencial das folhas é anti-inflamatório e atividade citotóxica em células cancerígenas de próstata e glioblastoma (Bayla et al., 2018), antibacteriano (18) e inseticida (20,21) e antiprotozoa (22,23). Uma pesquisa demonstrou que C. citratus elimina uma porcentagem (1%) do radical DPPH+ (68% a 8mg/mL) (10) (Bayla et al., 2018).

A infusão e decocção são utilizadas na medicina tradicional (Bayla et al., 2018).

Fig. 36: Pé de capim limão.

Fig. 37: Folhas de capim limão.

Fig. 38: Exsicata de capim limão.

Mimosa pudica L. Nome tradicional: Dormidei-

Família: Fabaceae Fitoquímica: Alcalóides, Glicosídeos, Terpenóides, esteróides, flavonóides, fenóis, taninos e saponinas (Tamilarasi e Ananti, 2012) e antraquinonas (Aarthi e Murugan, 2011).

Indicação no acampamento: Dor de dente.

Características: A literatura etnofarmacológica registrou o uso da M. pudica para doenças dermatológicas de indígenas de Iló, Filipinas (Tandiato, 2012). Foi observado efeitos para tratar a ansiedade, depressão e memória pela ativação de receptores do sistema dopaminérgico (Patro et al, 2016), atividade antimicrobiana (Tamilarasi e Ananti, 2016), antiplasmodial no combate à malária e antiprotozoa. Os terpenóides geralmente são responsáveis pela atividade antiplasmodial e antiprotozoa, a fim de inibir o parasita. Os flavonóides são antiparasitas contra malária, tripanossoma e leshimania. A ação antiparasita da planta pode ser devido à presença dos flavonóides e terpenóides, ou também pela ação conjunta dos de metabólitos (Aarthi e Murugan, 2012).

Fig. 39: Pé de dormideira.

Fig. 40: Folha de dormideira.

Fig. 41: Folhas de dormideira.

Varronia verbenacea DC. Borhidi Nome tradicional: Erva-baleeira

Família: Boraginaceae Fitoquímica: 69.78% sabineno, terpeno (alfa-pineno), monoterpeno, sesquiterpenos (Matias et al., 2018; De-Carvalho, 2004).

Indicação no acampamento: Características: A erva baleeira é encontrada no Brasil. Suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e anti-úlcera têm sido investigadas, devido a sua utilização na medicina tradicional. Seu óleo essencial possui ação anti-bacteriana, pelos óleos essenciais, que são compostos em sua maioria por monoterpenos e sesquiterpenos (De-Carvalho, 2004). É popularmente conhecida pela sua diversidade de compostos bioativos nas folhas. Possui relevante atividade antibacteriana e antibiótica dos óleos essenciais (Matias et al., 2010).

Fig. 42: Pé de efva-baleeira.

Fig. 43: Ramo de erva-baleeira.

Fig. 44: Exsicata do ramo da erva baleeira

Lippia alba Mill. N.E. Br Nome tradicional: Erva cidreira

Fig. 45: Pé de erva cidreira.

Figv. 46: Ramo de erva cidreira.

Fig. 47: Exsicata de erva cidreira.

Família: Verbenaceae Fitoquímica: óleo essencial (geranial 24.6% e carvenona 20.9%) (Conde et al., 2011), limoneno e citral (Da-Silva et al., 2018) Indicação no acampamento: Calmante.

Características: É uma planta utilizada tradicionalmente no Brasil por seus efeitos tranquilizantes e atividades no sistema nervoso central (Viana et al., 2000). É muito bem conhecida pelas propriedades sedativas, analgésicas e espasmolíticas e possui efeito vasorrelaxante na aorta, contra doenças que envolvem distúrbio no vaso muscular (Da-Silva et al., 2018) e antimicrobiano (Juiz, et al., 2015). O extrato hidroalcoólico das folhas de L. alba é rica na diversidade de os óleos essenciais, que possui propriedades terapêuticas que diminui a intensidade de dores de cabeça e em alguns casos os pacientes não tiveram sintomas. O tratamento durou de 30 a 60 dias em pacientes mistos (homens e mulheres) e foram administradas doses de 1- 1,5 gota de tintura por kg duas vezes ao dia. O extrato resultou em 1.6% de óleo essencial, identificando 33 componentes, os principais, estão citados acima (Conde et al., 2011). Outra pesquisa realizada com 21 mulheres demonstrou a diminuição e intensidade da enxaqueca. Assim, o tratamento com L. alba se mostra eficaz, barato e seguro contra episódios de cefaléia em mulheres (Carmona et al., 2013). Outra pesquisa realizada em ratos, demonstrou o poder anticonvulsivante de constituintes ativos do óleo essencial, como: citral, b-mirceno e limoneno (Viana et al., 2000).

Solanum americanum MILL Nome tradicional: Erva santa

Família: Solanaceae Fitoquímica: alcalóides (Andrade-Cetto, 2019) glicosídeos esteroiais (Bajin ba Ndob et al., 2016) e compostos fenólicos (Matias Vagula et al., 2016).

Indicação segundo a bibliografia: Antioxidante, diabetes, hipoglicêmico e antifúngico.

Características: Essa planta também é conhecida como maria-preta (Lorenzi e Matos, 2008). O estudo revelou o quão rico é o fruto de S. americanum em nutrientes, apesar de pequena. Possui atividades antioxidantes, devido a presença de trans-revertol, antocianinas totais e minerais, alto teor de vitamina C. O fruto deve ser comido maduro e in natura. Partes aéreas da planta S. americanim Mill. podem ser utilizada para tratar diabetes do tipo dois (T2D). Esse tipo de doença pode resultar em sérias complicações como cegueira e amputação de membros inferiores.

Nesse caso, o organismo é resistente a insulina, ou a sua ação é ineficaz, acumulando altos níveis de glicose no sangue. Por isso, partes aéreas desta planta podem auxiliar no tratamento dessa doença. Andrade-Cetto et al. (2019) confirmou a ação hipoglicêmica no tratamento, para enzimas do tipo 1, mas não do tipo 2, estimulando a liberação de insulina (Andrade-Cetto, 2019).). É Anti-helminto (Bajin ba Ndob et al., 2016). Não é aconselhável, ingerir as folhas cruas, devido a presença de glicoalcalóides, que ao serem absorvidos pelo sistema digestivo, sofre hidrolização e produz um composto chamado alcaminas que ocasiona na depressão do sistema nervoso central (1, 3) (Lorenzi e Matos, 2008). Os frutos foram a parte escolhida de S. amercicanim Mill., para verificar sua ação descrita na literatura etnofarmacológica sobre seu efeito anti-vermífugo, Os frutos podem ser cozidas e comidas, pois tem ação anti-helminto e antifúngico, confirmando a literatura etnofarmacológica (Bajin ba Ndob et al., 2016).

Fig. 48: Flor da erva santa.

Fig. 49: Ramo da erva santa.

Fig. 50: Exsicata da erva santa.

Psidium guajava L. Nome tradicional: Goiabeira

Fig. 51: Pé de goiaba.

Fig. 52: Ramo da folha da goiaba.

Fig. 53: Exsicata do ramo da goiabeira.

Família: Myrtaceae Fitoquímica: fenol, flavonóide, carotenóide, triterpeno e oléo essencial (monoterpenos) (De-Souza, et al., 2018) Indicação no acampamento: Características: A goiabeira é uma pequena árvore nativa de regiões tropicais como México e América do Sul. O extrato das folhas exibiu atividade antibacteriana contra as bactérias resistentes, antifúngicas e inseticidas (Díaz-De-Cerio et al., 2017). Os óleos essenciais são responsáveis por essa ação. A predominância dos constituintes dos óleos essenciais são os monoterpenos e os sesquiterpenos. Nesta pesquisa, foi possível identificar 33 substâncias presentes, na qual sesquiterpenos foi mais abundante (De-Souza, et al., 2018). Seu óleo essencial demonstrou também inibição da toxoplasmose e diarréia. Os terpenos demonstraram atividade anti-proliferativa de leucemia, câncer de mama, câncer de ovário, pulmão, melanoma, próstata, cólon, ovário e rim. Produz também atividade anti-inflamatória e moduladora do sistema imune. O broto dos extratos das folhas de goiabeira demonstrou a prevenção de doenças cardiovasculares, como a hipertensão e gota, os componentes responsáveis por essa ação podem ser flavonóides e ácidos fenólicos. A guajavein isolada, foi percebida como importante agente antiplaca, anticárie e diminui a dor de dente, já que possui propriedades analgésicas, anti-inflamatória e antibacteriana. O extrato de folhas demonstra também a hepatoproteção, na qual o extrato com água quente mostrou ser mais eficiente e exibiu menor citotoxicidade do que o extrato etanólico. Sendo assim, os diferentes métodos de extração e solvente podem exibir diferentes resultados. Previne a melanogênese causada pelos raios UV, e efeitos antialérgicos como a dermatite atópica, devido à melhora na recuperação do tecido cutâneo de sua cicatrização. O consumo do chá por infusão durante duas semanas teve efeito ansiolítico.

O efeito do chá a curto prazo não apresentou efeitos colaterais e a longo prazo, uma baixa probabilidade de produzir enzimas metabolizadoras de drogas. Um estudo muito interessante, realizado com 197 mulheres sob administração de fitoterápico de folha de goiaba demonstrou a diminuição da cólica menstrual, que pode ser um substituto do ibuprofeno. Contribui para o retardamento do esvaziamento gástrico e promovendo a hepatoproteção nos casos de diarréia.

A fim de comprovar o efeito do uso medicinal da planta P. guajava L. muitos estudos nas últimas décadas tem se dedicado a pesquisar o conhecimento etnofarmacológico da planta (Díaz-De-Cerio et al., 2017).

Cajanus cajan L. Millsp.

Nome tradicional: Guando

Fig. 61: Fruto guando.

Família: Fabaceae Fitoquímica: flavonóides e estilbeno, saponinas, taninos e terpenóides (Pal, et al., 2011)..

Indicação no acampamento: Dor de garganta.

Características: Guando é um dos legumes mais cultivados nos trópicos semi-áridos. Ao que se sabe, primeiramente foi muito cultivado no Egito, Ásia e África, e mais tarde, introduzido na América, então, passou a aclimatar nas regiões tropicais. É um arbusto perene, e possui alto nível de proteína e aminoácidos imporantes, como metionina, lisina e triptofano. Na medicina chinesa é utilizado contra dores. As evidências químicas revelam o uso em diabetes, problemas de pele, hepatite, icterícia, sarampo, desinteria e estabilizadores no período menstrual. A atividade antibacteriana é devido à presença de cajanuslactona, que atua contra micro-organismos gram-positivo presente nas folhas. O ácido betulínico isolado da raíz e folhas, possui atividade antiplasmodial. A pinostrobina, presente nas folhas, possui atividade anti-inflamatória. Também possui atividade antioxidante e anticâncer presente na raiz. Os fenóis possuem atividade anti-helmíntica (Pal, et al., 2011).Todas as partes dessa planta possuem diversidade fitoquímica, principalmente de componentes fenólicos que são responsáveis por atividades como antioxidante, anti tumor, antiplasmodial, atividades estrogênicas entre outras. Este foi o primeiro estudo realizado, examinando as partes dessa planta: folha, semente e raiz quanto a seus benefícios nutracêuticos, exibindo o caráter fenólico na saúde humana. Pesquisas de engenharia genética tentam reproduzir a fitoquímica das plantas por meio das culturas in vitro. No entanto, percebe-se que as plantas naturais, cultivadas, têm melhores resultados do que as culturas in vitro (Jiao et al., 2020). Os maiores componentes que desejamos destacar são os polifenóis, em especial os isoflavonóides. A genesteína é um fitoestrogênio natural presente nesta planta, que possui capacidade anticancer, anti-inflamatória e antioxidante (Vo, et al., 2020).

Plectranthus amboincus Lour.

Spreng Nome tradicional: Boldo Família: Lamiaceae Fitoquímica: glicosídeo, saponina, tanino, esteróide e triterpenóide (Nazliniwaty et al, 2019) e óleo essencial timol, p-cimeno, y-terpineno e b-cariofileno (Sabra et al., 2018).

Indicação no acampamento: Características: Utilizada na medicina tradicional na Malásia, encontrada em regiões quentes da Ásia, África e Austrália (Sabra, et al., 2018). A planta P. amboinicus é estudada pelas múltiplas propriedades devido a diversidade fitoquímica, por causa disso possui alto valor na indústria farmacêutica e nutracêutica. É utilizada no tratamento de doenças respiratórias, cardiovascular, problemas dermatológicos, digestivos e urinários. Ainda não foram estabelecidos parâmetros de segurança toxicológicos (Arumugam et al., 2016). Uma pesquisa verificou a atividade antibacteriana para combater a halitose, o qual o extrato etanólico resultou na inibição do crescimento de Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans (Nazliniwaty et al., 2019).

Fig. 30: Pé de hortelã-pimenta.

Fig 31: Ramo de hortelã-pimenta.

Fig. 32: Exsicata do hortelã-pimenta.

Acmella oleracea L. R.K. Jansen Nome tradicional: Jambu

Família: Asteraceae Fitoquímica: Ácidos fenólicos, flavonóides glicosilados, alcamidas, ácidos graxos, (Nascimento et al., 2020) alcalóides, flavonóides, saponinas, glicosídeos esteróides e taninos (Abeysiri, 2013).

Indicação segundo a bibliografia: Antioxidante, diabetes, hipoglicêmico e antifúngico.

Características: A planta conhecida como jambu, A. oleraceae, tem potencial terapêutico que pode ser utilizado na indústria alimentícia devido a sua grande diversidade fitoquímica (Nascimento et al., 2020; Abeysir, 2013). Propriedades antioxidantes e citotóxicas são encontradas em maior quantidade nas folhas, flores e caule respectivamente, cuja capacidade terapêutica pode ser vista pela presença de compostos flavonóides e fenólicos (Abeysiri, 2013). Também possui ação anestésica e anti-inflamatória em virtude da presença de alcamidas, cuja propriedade medicinal é utilizada na medicina popular nos casos de dor de dente. O espilantol, é um alcalóide que possui ação anestésica, e inseticida (Greger, 2015).

Fig. 54: Pé de jambu.

Fig. 55: Ramo de jambu.

Fig. 56: Exsicata de jambu.

Syzygium cumini L. Skeels Nome tradicional: Jamelão

Fig. 57: Pé de jamelão.

Fig. 58: Ramo de jamelão.

Fig. 59: Exsicata de jamelão.

Família: Myrtaceae Fitoquímica: flavonóides glicosilados, triterpenos e taninos (Chagas et al., 2015).

Indicação segundo a bibliografia: dor de garganta, problemas respiratórios, antibacteriano, diabetes, diarreia, antiglicêmica, anti-diabética, anti-inflamatório, antifúngico e problemas no sistema reprodutor feminino.

Características: Jamelão ou Jambolão, é uma planta nativa dos trópicos como a América e a Austrália. As plantas da família Myrtaceae são conhecidas pelos seus óleos voláteis. Os pequenos frutos produzidos são roxos e possuem um sabor adocicado, e a medida que amadurece, torna-se levemente adstringente. A casca pode ser utilizada como corante, que também possui uma eficácia antioxidante. É digestiva, anti-helmíntica, melhora dores de garganta, asma, bronquite. A fruta tira o mau hálito por ser antibacteriana. A semente é boa para diabetes. O vinagre obtido da fruta é ótimo para tratar diarréia, bem como o suco das folhas também pode tratar diarréia, e possui atividade antiglicêmica. O extrato da semente é indicado para tosse, resfriado e febre. As diversas partes do jambolão possuem atividade anti-diabética, especialmente as frutas e sementes. Outras atribuições terapêuticas são: anti-inflamatório, anti-HIV, antioxidante, antimicrobiano, antileshimania e antifungo (Ayynar & Subash-Babu, 2012). A obesidade é uma doença crônica, causada por inúmeros fatores, que acarreta no aumento do tecido adiposo. Nas mulheres, essa doença pode causar inúmeras complicações como por exemplo a diminuição da ovulação e doenças do ovário policístico. O extrato hidroetanólico foi testado em ratos fêmeas para verificar as deficiências reprodutivas, e foi possível observar a reversibilidade das disfunções reprodutivas. Este estudo provou que o metabolismo influencia o sistema reprodutor feminino, ao passo que a diminuição do tecido adiposo, contribui para a recuperação ovariana. Tal resultado mostrou que os flavonóides (miricetina e quercetina) tiveram efeitos antiobesidade (Chagas et al., 2015).

Solanum paniculatum L. Nome tradicional: Jurubeba

Família: Solanaceae Fitoquímica: Compostos fenólicos, como flavanóides, ácido cafeico, nova saponina esteroidal (Vieira Júnior et al., 2015) e alcalóides esteroidais (Mesia-Vieira, 2002).

Indicação segundo a bibliografia: doenças respiratórias, doenças autoimunes, problemas gástricos e antioxidante.

Características: É chamado de jurubeba, o fruto que possui coloração verde, sua indicação se mostra positiva para problemas gástricos (Mesia-Vela, 2002). Possui atividade anti-inflamatória, ou seja, tem potencial para tratar doenças como asma, alergia e doenças autoimunes (Rios et al., 2017). O uso da jurubeba para problemas hepáticos, encontra-se na farmacopeia, confirmando o uso tradicional (Lorenzi e Matos, 2008). Essa planta possui diversas propriedades medicinais, pela sua diversidade fitoquímica, com propriedades nutracêuticas e farmacológicas (Vieira Júnior et al., 2015) para fins de distúrbio gástrico (Mesia-Vela et al., 2002). As folhas podem ser utilizadas em problemas de ressaca, causada pelo álcool. Estudo comprovou a eficácia no efeito gastroprotetor. S. panicultatum L. fornece uma proteção ao tecido gastrointestinal, fornecendo muco, bicarbonato, prostaglandina e glutationa. O extrato etanólico das folhas, aumenta as atividades citotóxicas e antioxidantes que existem já nas mucosas, mas em pequena quantidade (Vieira Júnior et al., 2015). Apesar de seus efeitos para tratar distúrbios gástricos, S. panicultatum L., deve ser utilizada (assim como todas as plantas medicinais) com cautela, porque até o momento não foi comprovado o teste toxicológico (Mesia-Vela, 2002). O presente estudo, sobre propriedades inflamatórias, identificou que a raíz a parte da planta mais ativa nesse sentido, o extrato da raíz se mostrou positivo para ação anti-inflamatória, em relação ao caule e flores, e para folhas não foi observada tal ação. Na qual os alcalóides estão presentes em maior quantidade, com ação antiúlcera (Mesia-Vela, 2002)

Fig. 60: Pé de jurubeba.

Fig. 61: Ramo da jurubeba

Fig. 62: Exsicata da jurubeba.

Lanata camara L. Nome tradicional: Mal-me-quer

Família: Verbenaceae Fitoquímica: fitoesteróis, glicosídeos, compostos fenólicos, saponinas, alcalóides, flavanóides e taninos (Kalita et al., 2011) Indicação no acampamento: anti-inflamatório.

Características: É uma planta comumente utilizada como ornamental. É nativa do Norte, Sul e Centro da América e Caribe. As pesquisas demonstram atividade antioxidante, antiproliferativa, antimitília, antipirética, antifilarial, antiinflamatório, anti-ulcerogênica, antibacteriana, anti câncer, antifertilidade, anti-mutagênica, anti-hiperglicêmica, hepatoprotetora, antitumoral. Devido a diversas atividades é uma planta muito importante a ser explorada pela indústria farmacêutica (Kalita et al., 2011). Além dessas propriedades a planta também tem sido descrita como analgésica, anticonvulsiva, antifúngica, antihemorrágica, inseticida, atividades hepatotóxica (Ayub et al., 2017). Ao investigar a toxicidade de C. lantana in vivo, os extratos exibiram toxidade baixa. A raíz foi a parte mais tóxica da planta, mas a que possui maior propriedade anticancerígena (Pour et al., 2011).

Fig. 63: Pé de mal-me-quer.

Fig. 64: Ramo de mal-me-quer.

Fig. 65: Exsicata de mal-quer.

Cacarica papaya L. Nome tradicional: Mamão macho

Família: Cariaceae Fitoquímica: alcalóides, fenóis, flavonóides, carotenóides, taninos, saponinas (Pandey et al, 2016) e terpenóides (Santana et al., 2019).

Indicação no acampamento: Pressão alta.

Características: Carica papaya é uma espécie tropical e possui grande importância econômica da família. A enzima digestiva papaína é utilizada na fabricação de cerveja, amaciante de carne, indústria farmacêutica, nutracêutica e cosmética. Sua comprovação científica se dá no tratamento de doenças cardiovasculares, febre de dengue, malária, hipoglicemia, doenças fúngicas e contraceptivo masculino. Estudos in vitro, do extrato de carica papaya, identificaram atividade inflamatória. E estudos in vivo identificaram respostas imunológicas, anti-inflamatória e antioxidante, como o suco das folhas de Carica papaya produziram respostas anti-inflamatórias. Além da diversidade fitoquímica apresentada, possui enzimas proteolíticas como a papaína e a quimopapaína e alcalóides como a nicotina e colina que apresentam resposta anti-inflamatória (Pandey et al., 2016). A polpa da fruta contém vitaminas A, B, C e E, minerais e é fonte de fibras. O óleo da semente possui ácido graxo e as folhas polifenóis, saponinas e antocianinas. A composição fitoquímica protege o sistema cardiovascular e auxilia na recuperação da doença de diabetes mellitus e também pode ser tratada e prevenir a obesidade (Santana, et al., 2019).

Fig. 66: Mamoeiro.

Fig. 67: Porção abaxial da folha do Fig. 68: Folíolo do mamoeiro. mamão.

Ocimum basilicum L. Nome tradicional: Manjericão

Família: Lamiaceae Fitoquímica: Quantidade significativa de compostos fenólicos, como: timol, metil-chavicol, linalol, eugenol, cineol e pireno (Ahmed et al., 2019) metil eugenol, acetato de linalil e neral (Rezzoug, 2019), ácido rosmarínico e derivados do ácido cafeico (KIFERLE et al., 2020) Indicação no acampamento: Serve para temperos, chá aromatizante e "tira olho grande".

Características: Assim como Cymbopogon citratus (DC.) (capim-limão), O. basilicum L, possui efeitos contra o radical DPPH, devido a seus componentes fenólicos, o que contribui para atividade antioxidante. Dentre os compostos, o eugenol, é um dos fenóis que possui grande influência no poder antioxidativo, que se encontra nas folhas. Os resultados demonstraram que as coletas de O. basilicum possuem maior o teor fenólico capaz de combater radicais como DPPH. Sugerem que estude o que influencia na produção dos óleos essenciais na planta, cujo conhecimento dependerá de estudos aprofundados (Ahmed et al., 2019).

Recentemente um estudo publicado, demonstrou que tais condições na agricultura convencional ou trangênica, de Kl e KLO no solo, o sódio de iodo, influência na atividade fisiológica, que resultará na fitoquímica da planta e aroma, mas que tal deficiencia pode ser corrigida naturalmente no campo aberto (Kiferle et al., 2020). Outro trabalho, demonstrou potenciais bioatividades do manjericão pelo extrato etanólico e dos óleos essenciais como: antimicrobiano, anticâncer e antioxidante. A pesquisa identificou 26 compostos, na qual 98% são óleos essenciais, dois quais: monoterpenos oxigenados (92%) e hidrocarbonetos monoterpênicos, linalol (52,1), e acetato de linalil (19,1%) (Rezzoug, 2019). A química do manjericão, pode ser variável de acordo com o lugar (Ahmed et al., 2019; Rezzong, 2019).

Fig. 69: Flor de manjericão.

Fig. 70: Ramo de manjericão.

Fig. 71: Exsicata de manjericão.

Passiflora edulis Sims Nome tradicional: Maracujá

Família: Passifloraceae Fitoquímica: Esteróides e triterpenos, alcalóides, flavonóides, cumarinas, presentes no pericarpo e sementes, saponinas (passiflorina é triterpênica) e glicosídeos cardioativos presentes somente nas semenetes (Nascimento e Gama, 2015).

Indicação no acampamento: Utiliza as folhas para calmante.

Características: Tradicionalmente, todas as espécies de maracujá (Passiflora edulis, P. alata, P. incarnata, P. caerula) são utilizadas na medicina popular com propriedades semelhantes. No entanto, as espécies P. Alata e P. incarnatas estão incluídas na farmacopeia do Brasil e América do Norte e França respectivamente (Lorenzi e Matos, 2008). Efeito ansiolítico, sem induzir o relaxamento muscular ou efeito sedativo. Percebeu-se que o tempo de colheita, temperatura, luz afetam diretamente na composição fitoquímica (Coleta, 2008). De fato, as pesquisas comprovam que o uso tradicional das folhas de maracujá para tranquilizante, atuam como um complexo fitoterápico, e não como uma substância isolada, ou seja, as diversas substâncias que contém nas folhas do maracujá, irão atuar em conjunto na sua ação. É indicado, sob forma de decocto, o chá de 4 folhas para 1 xícara de água. Ingerir antes de dormir, ou 2 vezes ao dia durante até uma semana (Lorenzi e Matos, 2008).

Fig. 72: Flor de maracujá.

Fig. 73: Folha de maracujá.

Fig. 74: Exsicata da folha de maracujá

Cucumis anguria L. Nome tradicional: Maxixe

Família: Cucurbitaceae Fitoquímica: alcalóides, esteróides, terpenóides, taninos, flavonóides, carotenóides e antocianinas (Dzomba & Mupa, 2012).

Indicação no acampamento: Hepatite.

Características: O maxixe, como é o nome popularmente utilizado, é originário da África e foi trazido até a América pelos escravos. As folhas não amargas podem ser cozidas ou utilizadas em saladas e o fruto pode ser usado em sopas, como é conhecido no Brasil o caldo de maxixada. O estudo mostrou como o maxixe pode ser uma importante fonte de medicamento antioxidante natural.

As folhas demonstraram ter atividade para combater doenças como: diabetes, doença cardíaca, câncer de cólon e pressão alta. A atividade antioxidante, esta última se dá devido a presença de carotenóides que protegem contra câncer e ainda é precursor da vitamina A, e flavonóides e saponinas.

Atividade antifúngica e antibacterial também foram comprovadas (Dzomba & Mupa, 2012). O fruto também demonstrou atividade antifúngica, antimicrobiana, dessa forma o fruto possui atividade contra tais infecções (Kumar & Kamaraj, 2010). Deve-se dar atenção para o fruto do maxixe não ser confundido com a trombeta. Trombeta é conhecida popularmente na medicina tradicional e em cultos religiosos. Essa planta assim como Cannabis era utilizada em rituais na qual Shiva utilizava como fumo, e hoje em dia ainda as pessoas oferecem o fruto a Deus nos templos. O extrato das folhas é utilizado para asma e úlcera. Houve casos de envenenamento nos Estados Unidos pela ingestão das bagas, ocorrendo reações anticolinérgicas, resultando em até morte. É alucinógena (Soni et al., 2012).

Fig. 75: Flor do maxixe.

Fig. 76: Folhas e flor do maxixe.

Fig. 77: Exsicata do maxixe.

Jatropha multifida L. Nome tradicional: Merthiolate

Família: Euphorbiaceae Fitoquímica: alcalóides, esteróis, flavonóides, saponinas (Anani et al., 2016), taninos e glicosídeos (Falodun et al., 2013).

Indicação no acampamento: Cicatrizante.

Características: É utilizada na medicina africana tradicional para infecções, febre, inflamações e tumores. A planta demonstrou ser anti-inflamatória e analgésica. A raiz e caule são responsáveis pela atividade anticâncer, antimicrobicida, inseticida e antimalárica (Falodun et al., 2013). É anti-inflamatória, anti bactericida e possui fraco poder de atividade antioxidante (Anani et al., 2016).

Fig. 78: Pé de merthiolate.

Fig. 79: Ramo de merthiolate.

Fig. 80: Exsicata de merthiolate.

Zea mays L. Nome tradicional: Milho

Família: Poaceae Fitoquímica: taninos, flavonas, flavonóis e xantonas (Carvalho, et al., 2019) Indicação no acampamento: Características: O milho é uma fonte importante de carboidratos e fitoquímicas, cultivado principalmente na Ásia. As variedades coloridas como vermelhos e roxos, tem essa pigmentação devido a presença de antocianinas, pigmentos responsáveis por atividades biológicas como antioxidante, anti-inflamatório e anti câncer, previne de doenças cardiovasculares e diabetes (Saikaew et al., 2018). O extrato metanólico do cabelo de milho demonstrou a presença de taninos, saponinas, flavonóides, fenóis, glicosídeo e alcalóide. Enquanto a casca apresentou polifenóis, flobotaninas e esteróides. O resultado demonstrou que o milho pode ser utilizado como herbicida natural para plantas daninhas (Ahmed, 2018). O milho tem maior percentual de compostos fenólicos com atividade antioxidante do que em outros grãos como trigo, aveia e arroz (Grant & Owenenes, 2006).

Fig. 81: Pé de milho.

Fig. 82: Folha de milho.

Fig. 83: Exsicata da folha de milho.

Morinda citrifolia L. Nome tradicional: Noni

Família: Rubiaceae Fitoquímica: flavonóides, antraquinonas, iridróids, ligninas, ácido graxo ester (Lohani et al., 2019).

Indicação no acampamento: Características: Noni, como é popularmente conhecida no Brasil, é um arbusto que cresce comumente na Ásia, EUA e Austrália. Essa planta foi trazida pelos colonos polinésios até o Havaí. A fitoquímica exibe capacidade antioxidante, modulação endócrina, propriedades hormonais, antibacteriana. A fruta aumentou a resposta imunológica e inibiu a inflamação, além das propriedades antioxidantes, anti demência, proteção ao fígado, anticâncer e analgésico. Dessa forma, o suco do noni apresentou capacidade terapêutica de câncer, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias e obesidade. Além dessas doenças citadas, o Noni tem sido estudado de acordo com distúrbios menstruais, gastrointestinais e metabólicos.

Noni se apresenta como um alimento nutracêutico em todas as suas partes. Espera-se que as pesquisas passem a realizar teste clínicos em humanos, investigando os diversos componentes e suas ações farmacológicas e benéficas à saúde humana (Lohani et al., 2019). A planta foi estudada para verificar sua atividade antifúngica, antibacteriana e antiviral in vitro. As atividades antibacterianas podem ser utilizadas no caso de febre, problema de pele, resfriado e outras doenças causadas por bactérias, componentes encontrados na fruta e raiz. A atividade antiviral foi observada na raiz, ao testar contra o HIV. O suco do fruto teve atividade anti-tumor e as folhas anti-tubercular e anti-helmíntico. O extrato de água quente da raíz de Noni diminuiu a pressão. Além disso é analgésico e estimulador do sistema imune. Também é rico em componentes químicos, como potássio, vitamina C, vitamina A (Wang et al., 2002).

Fig. 84: Pé de noni.

Fig. 85: Ramo de noni com sementes. Fig. 86: Exsicata do noni.

Picão Nome tradicional: Picão

Fig. 87: Pé de picão.

Fig. 88: Excicata de picão.

Família: Asteraceae Fitoquímica: poliacetileno, chacolnas, flavonóides (Franco et al., 2019) Indicação no acampamento: Características: Conhecido como picão-preto ou picão do mato, essa planta é distribuída na América, e ocorre mais comumente no bioma cerrado. Flores, caules e folhas mostraram atividade anticancerígena e antioxidante. Melanócitos protegem a pele da exposição do raio UV. Assim, a indicação de antioxidantes podem prevenir câncer de pele como a quimioprevenção. Os glicosídeos poliacetilenos e fenóis apresentam potencial antioxidante. No entanto, em células de melanoma, os resultados não foram conclusivos.

Percebe-se a necessidade de mais estudos voltados para essa planta a fim de tomar novas metodologias para embasar os potenciais terapêuticos (Franco et al., 2019). As folhas possuem alto poder anti radicalar e antifúngico, rico em poliacetilenos e fenóis (Franco, 2019). Extrato das folhas e inflorescência apresentaram alta atividade antioxidante e antimicrobiana (Fabri et al., 2011).

Jatropha gossypiifolia L. Nome tradicional: Pinhão

Família: Euphorbiaceae Fitoquímica: terpenóides e lignóides e esteróides (Wu et al., 2019), alcalóides, cumarinas, flavonóides (Félix-Silva, et al., 2014).

Indicação no acampamento: Características: J. gossypiifolia L. é uma espécie nativa do Sul e Centro da América (Wu et al., 2019). Utilizada na medicina tradicional principalmente em regiões da África e América do Sul e Ásia. No Brasil é predominante na Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica. É indicado para anti-hipertensivo, cicatrizante, analgésico, anti-diabético. Outros usos são relacionados a produção de biodiesel, pesticida, vermífugo, inseticida, uso ornamental e rituais religiosos. No Brasil, esta planta está incluída na Lista Nacional de Plantas de Interesse Brasileiro do SUS. (Félix-Silva, et al., 2014). Nos experimentos in vitro apresentaram baixa toxicidade. As diferentes partes dessa planta são utilizadas para diferentes enfermidades como anti-inflamatório, antimicrobicida, antineoplásica e anti-hipertensiva. No entanto, essas propriedades foram testadas in vitro e em modelos de animais, ainda não houveram testes clínicos. Por isso a necessidade de mais estudos voltados para o tratamento humano no uso de plantas medicinais. As formas de administração de remédios caseiros dessa planta normalmente relatadas são chás, mas estudos demonstram que as atividades das moléculas podem ter melhores resultados a partir de solventes orgânicos. Foi assim, que demonstrou-se a presença de compostos anti-inflamatórios. A toxicidade foi notada no caule e látex (Wu et al., 2019).

Fig. 89: Pé de pinhão roxo.

Fig. 90: Ramo e flores do pinhão roxo Fig. 91: Exsicata de pinnhão roxo.

Trapoeraba Nome tradicional: Trapoeraba

Fig. 40: Pé rasteiro de trapoeraba

Fig. 41: Ramo de trapoeraba

Fig. 42: Exsicata de trapoeraba

Alternanthera dentata (Moench) Nome tradicional: Pinicilina

Família: Amaranthaceae Indicação no acampamento: Anti-inflamatório Características: Escassos registros bibliográficos, são notadas nessa planta.

Popularmente é uma planta medicinal conhecida como piriquito, (Menezes & Hardoim, 2012) terramicina e doril. Na 2ª edição, os autores Lorenzi & Matos, assumem o erro, ao considerar A. brasiliana e A. dentata, por exemplo admitem ser a mesma espécie, mas que possuem propriedades medicinais semelhantes. É considerada uma planta daninha e muito utilizada no paisagismo, como planta ornamental (Lorenzi & Matos 2008).

Possui registros etnobotânicos para doenças respiratórias na forma de chá.

Fig. 92: Penicilina in natura.

Fig. 93: Ramo de penicilina.

Fig. 94: Exsicata de penicilina.

Solanum pimpinellifolium L. Nome tradicional: Tomate

Família: Solanaceae Fitoquímica: terpenóide, fenol, (Paudel, et al., 2019) glicoalcalóides esteroidal (tomatina, esculeosídeo).

Uso no acampamento: Foi indicado o uso das folhas para dor de dente, e confirmada a ação pela literatura etnofarmacológica (Lorenzi & Matos, 2008).

Família: Solanaceae Fitoquímica: terpenóide, fenol, (Paudel et al., 2019) glicoalcalóides esteroidal (tomatina, esculeosídeo).

Indicação no acampamento: Foi indicado o uso das folhas para dor de dente, e confirmada a ação pela literatura etnofarmacológica (Lorenzi e Matos, 2008).

Características: Compreende dois glicoalcalóides que atuam sinergicamente e ocorre em todas as partes da planta: desidrotomatina e a alfa-tomatina. Atividades biológicas desses compostos, tem influência contra patógenos de nematóides, fungos, bactérias, insetos entre outros. Para otimizar a resistência de patógenos no tomate como Heliotis zea e Spodoptera exigua, programas de biotecnologia transgênica procuram monitorar os níveis de tomatina e esteróis. Na saúde humana o tomate diminui colesterol e triglicérides, fortalece o sistema imunológico, quimioterapia do câncer e proteção contra fungos virulentos, vírus, bactérias, fungos e protozoários (Friedman, 2002). Tanto Solanum pimpinellifolium quanto Solanum lycopersicum L., possuem propriedades medicinais parecidas.

Os óleos voláteis, como o terpeno, aumentam em resposta à herbivoria induzida por Heliptera zea, presente nos tricomas glandulares das folhas não danificadas (Paudel et al., 2019). Não é recomendável fazer uso das folhas, já que 100g das folhas do tomate seriam suficientes para causar diversos problemas, podendo chegar a morte por deficiência respiratória (Lorenzi e Matos, 2008). Para alergias, inflamações e altos níveis de colesterol no sangue, é importante ingerir uma xícara do fruto como salada ou suco, durante alguns meses (Lorenzi e Matos, 2008).

Fig. 95: Fruto do tomateiro.

Fig. 96: Ramo do tomateiro.

Fig. 97: Exsicata do ramo de tomate.

Bixa orellana L. Nome tradicional: Urucum

Família: Boraginaceae Fitoquímica: triterpenóides, esteróides, alcalóides, taninos e flavonóides (Valdés et al., 2011) Indicação no acampamento: Diabetes.

Características: A planta popularmente conhecida como Urucum, é utilizada pelos povos originários do Brasil, na medicina tradicional e na preparação de alimentos, devido ao seu corante natural (bixina) (Vilar et al., 2014). Os carotenóides são metabólicos que apresentam coloração alaranjada, os mais abundantes nesta planta são: bixina, norbixina e isobixina que possuem propriedades anti-maláricas (Valdés et al., 2011). Fornece hepatoproteção, pelas atividades anti-inflamatórias e antioxidantes (Djibersou et al., 2019).

Fig. 98: Flor do urucum.

Fig. 99: Ramo do urucum.

Fig. 100: Exsicata do ramo do urucum.

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