navegando por brasília: estações hidroviárias no lago paranoá
projeto rede lacustre | 1:75000
estação rede lacustre
percurso lacustre linha longa parada em pontos consecutivos percurso lacustre linha rápida (A - D - E)
percurso lacustre linha rápida (B - D - F)

percurso lacustre linha rápida (C - E - F) percurso lacustre linha rápida (A - F)
projeto integração redes de transporte | 1:75000
ponto de conexão urbana | Rodoviária e UnB
percurso com integração com linhas e pontos existentes de ônibus novo percurso de ônibus proposto novo ponto de ônibus proposto
percursos rede lacustre estação rede lacustre


O Lago Paranoá, corpo lacustre que banha o Plano Piloto da capital do país, é elemento essencial para a conformação da paisagem brasiliense. Ao vivenciar sua orla, é possível visualizar um horizonte repleto de possibilidades e conexões dos outros lados de suas margens. O céu azul, refletido na água, convida a população da cidade a usufruir desse enorme espaço público. Entretanto, a realidade do Lago Paranoá e sua orla é a de territórios pouco explorados e pouco acessíveis, embora com muitos potenciais.
A partir da intenção de tornar o Lago Paranoá e suas margens mais democráticos e qualificados, impulsionando novas possibilidades de mobilidade urbana para Brasília, o projeto propõe uma rede de transporte lacustre, a partir de implantações de modelos de estações aquaviárias, em sete pontos da orla.
Por meio de rotas elaboradas com base em estudos de demanda, levando em consideração também a conexão com a rede de transporte existente, por meio de balsas rápidas (ferryboats), a população teria a oportunidade de navegar pela capital, se deslocando de maneira eficiente e estratégica. A escolha das sete áreas de intervenção teve como objetivo não só trazer melhorias na mobilidade urbana de Brasília, mas também qualificar, reviver e ressignificar o Lago Paranoá.
A qualificação dos pontos da orla onde as estações são implantadas passa por uma proposição de programa que varia de acordo com as vocações e potencialidades de cada área. A partir disso, as intervenções foram categorizadas como: “balneário e lazer”, “ecologia” e “cultura e educação”. O programa de cada um dos pontos vai de acordo com as categorias atribuídas a eles, e leva em consideração o nível de intervenção necessário, podendo ser mais alto ou mais baixo.
É comum a todas as áreas um tipo de equipamento que fornece uma infraestutura base, essencial para funcionamento das estações lacustres, denominados de Galpões. Foram projetados - visando atender os diferentes programas e se encaixar em diferentes escalas de cada estação - três tipos de galpão: Galpão Galeria, Galpão Varanda e Galpão Quiosque, sendo todos carcaterizados por um volume simples construído e implantado junto à uma praça de chegada de cada estação lacustre.
Os pontos de implantação da rede lacustre são nomeados de A a F, sendo três na parte Norte da cidade (Prainha do Lago Norte, Parque das Garças e L4 Norte), dois em margens opostas da porção central (Concha Acústica e Barragem do Paranoá), e um na parte Sul divido em dois segmentos (Morro do Asa Delta e Parque Vivencial da Península Sul). Uma vez na estação lacustre, o usuário se depara com uma praça de mobilidade urbana, que possibilita a integração com a rede de transporte viário da capital, para qual também são propostas melhorias, com adição de novos percursos, linhas exclusivas da rede lacustre, novos pontos de ônibus e ciclovias.









O projeto dos Galpões, por meio de um pilotis, prioriza a livre circulação no nível térreo e a integração com o espaço urbano. Para que a escala do galpão se adequasse a cada área de intervenção, foram propostos três tipos de edifícios com dimensões diferentes e variações de programa de necessidade: Galpão Galeria (75 x 25m), Galpão Varanda (50 x 20m) e Galpão Quiosque (15 x 15m). Todos os três recebem o programa base das estações, que inclui bilheteria, banheiros e pequenos serviços, como cafés, restaurantes e máquinas de venda de alimentos. O Galpão Varanda apresenta uma vocação de lazer e descanso. Já o Galpão Galeria possui um programa de necessidades com espaços de estudo coletivo e indivual e ateliês abertos. O Galpão Quiosque, por sua vez, é mais compacto e conta com pequenos serviços, cafés e restaurantes. A título de exemplicação da dinâmica dos Galpões, a planta e as imagens ao lado do Galpão Varanda refletem as intenções projetuais na escala da arquitetura.
A arquitetura dos galpões se repete com a solução de um pilotis mais funcional e um mezanino voltado para o comércio, lazer e descanso. A materialidade e o sistema estrutural escolhidos incluem uma laje de steel deck e concreto, vigas metálicas, e uma fachada de pvc translúcido, permitindo que, à noite, os galpões possam ser visualizados como faróis para os barcos que navegam pelo lago. A escolha dos materiais dos galpões busca trazer elementos que compõem a arquitetura da paisagem brasiliense, como o piso em granitina, elementos em concreto e os revestimentos cerâmicos retangulares brancos, típicos de diversos equipamentos de infraestrutura públicos de Brasília. O piso do mezanino é de cimento queimado, na cor “barro”, remetendo à terra vemelha do cerrado e ao piso tradicional brasileiro conhecido como “vermelhão”.




PROJETO: NAVEGANDO POR BRASÍLIA: ESTAÇÕES HIDROVIÁRIAS NO LAGO PARANOÁ
AUTORA/ORIENTADOR: VICTORIA JANNUZZI / ELIEL AMÉRICO
INSTITUIÇÃO: UnB (Universidade de Brasília)
CIDADE/PAÍS: BRASÍLIA / BRASIL
DATA DA DEFESA: 14/02/2023
EIXO TEMÁTICO: SEM FRONTEIRAS



