Viajar Magazine - Setembro 2014

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VIAJAR 2014 / SETEMBRO

Internacional

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Guiné-Bissau pretende relançar setor do turismo

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S NOVAS AUTORIDADES GUINEENSES reu-

niram recentemente com os operadores do turismo com o intuito de refletir sobre as medidas de apoio a este setor económico. O primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, anunciou que da parte do novo executivo há “abertura total” para os operadores turísticos que cumpram com o quadro legal do sector. Domingos Simões Pereira discursou na abertura de um seminário sobre o setor convocado pelo novo secretário de Estado do Turismo Vicente Fernandes para auscultar os operadores privados. O primeiro-ministro guineense defendeu que “em vez de dificultar a vida” o Estado deve “ajudar os agentes do turismo” tendo-se referido às leis caducas. “Quem quiser trabalhar neste setor e que cumpra com as regras e as leis terá abertura total do nosso governo”, afirmou Simões Pereira perante mais de três dezenas de operadores turísticos entre nacionais e estrangeiros. O primeiro-ministro guineense disse, contudo, que a oferta turística do país não se pode resumir apenas “ao sol e praia”, tendo apontado a diversidade cultural, a historia, a biodiversidade como elementos a promover e vender. Domingos Simões Pereira considerou, no entanto, que a Guiné-Bissau “tem ainda muito a fazer” para poder vender e tirar vantagens das potencialidades turísticas que tem, a começar pelas infraestruturas e segurança. O líder do executivo convidou os atores diretos no setor a promoverem uma reflexão no sentido de definir que tipo de turismo é que o país poderá apresentar ao mundo daqui para frente sem perder de vista a necessidade da conservação do meio ambiente. “Podemos ter um turismo sustentável sem agredir a natureza”, de-

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fendeu Simões Pereira que felicitou a Secretaria de Estado do Turismo pelo facto de organizar o seminário na sede do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP). O secretário de Estado do Turismo, Vicente Fernandes, disse que o país “antes de pensar em apresentar o seu vasto cardápio” turístico deve promover “uma verdadeira reforma da legislação” do setor que afirmou ser “caduca e desadequada” por ser dos anos 80. A seguir, o governo poderia estar em condições de apresentar a sua visão estratégica para o setor, acrescentou o governante. Fazendo esse trabalho, o setor do Turismo poderá contribuir como “uma mais-valia” na economia, enfatizou Vicente Fernandes. Falar de turismo na Guiné-Bissau é falar do arquipélago dos Bijagós, o principal destino turístico do país. Com as suas 40 ilhas e ilhotas, Bijagós, é considerado o ex-libris do turismo guineense. Bubaque, Rubane e Maio são as ilhas mais conhecidas. Outros pólos de atração são as ilhas Formosa, das Galinhas e de Orango. Este Arquipélago rodeado de águas calmas, povoadas de peixes, moluscos e mariscos, num mar que ainda não sabe o que é a poluição, é a

maior atração turística da GuinéBissau e um dos locais mais bonitos do continente africano. Os Bijagós oferecem ao turista um conjunto rico em paisagem, etnografia e magia. Guiné-Bissau, país plano, cujo maiores elevações não ultrapassam os 300 metros de altitude é um destino a conhecer, oferecendo espetáculos naturais de grande beleza, aliádos a uma calorora hospitalidade. A mística deste país é o resultado não só do sol faiscante e dos sorrisos hospitaleiros das cores exóticos do nacer e do pôr-do-sol, do chamamento da selva, da serenidade da beira-mar e sobretudo o contraste calmo e selvagem. País com a história feita de momentos de tragedia, romance, sonho, loucura, guerra e rebelião mas... Actualmente é um país de amor e de paz. Tudo se conjuga para fazer da Guiné-Bissau um dos países mais excitantes a conhecer. Nenhum sonho será mais exótico que a realidade e nenhuma fantasia será mais espetacular que a natureza. É na pesca, caça desportiva e no desporto náutico que se encontram fortes argumentos turísticos do país. A pesca desportiva é no seu melhor período entre Setembro e Maio que encontram muitas espécies, desta-

cando assim as barracudas, as sareas gigantes e os peixes-espadas.A caça desportiva é bastante rica, desde a galinha-da-guiné até as variadíssimas espécies de ave de voo, antílopes e alguns felinos. A Guiné-Bissau, indubitavelmente é única pela sua riqueza natural, cultural e histórica. Isso faz do nosso país um espaço maravilhoso com inúmeros atrativos turísticos, tendo na diversidade nosso instrumento principal para tornar o país uma grande potencia turística. É inegável a sua vocação para o turismo. O Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu, no norte, a cerca de cem quilómetros da capital, é um dos dois grandes atrativos em termos de ecoturismo. Paraíso de mangais, (dos mais importantes de África), a reserva abriga duas centenas de espécies de aves, incluindo flamingos e papagaios. Crocodilos, hipopótamos, gazelas, hienas e macacos habitam também a região. Entre outros, temos o Arquipélago dos Bijagós, uma imensidão de ilhas e ilhotas relativamente próximas do litoral, parte das quais são habitadas por comunidades de pescadores. Habitat de várias espécies de plantas raras, assim como de algumas populações de tartarugas marítimas, o arquipélago está classificado como Reserva da Biosfera. Sem falar da famosa ilha de Bubaque e a magnífica Praia de Bruce, a diversidade cultural, comidas típicas e bebidas tradicionais fazem do país um paraíso. O potencial turístico tem tudo para dar uma ótima reputação ao país e retribuir o valor do dinheiro investido no turismo nacional, e, se for bem planeado, pode tornar a Guiné-Bissau num dos destinos mais procurados pelos europeus e, também, pelos vizinhos da costa ocidental de África. Assim, pode ser um ótimo local para viagens de lazer, ecoturismo, e de turismo cultural devido à sua situação geográfica (a quatro horas de voo da Europa), climática, diversidade cultural e biodiversidades.

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