PSICOLOGIA E POVOS INDIGENAS

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já existia e Tupã nem existia ainda. Então existe uma história de construção indígena aqui. Aí, todos os momentos da escola atual, as ruínas das antigas casas de madeira, o cemitério atual, os cemitérios antigos. Para nós, que trabalhamos com ocupação do espaço, esse movimento histórico é importante, seja ele da população indígena, seja ele do modo como o SPI, depois a Funai vem tratando. Vanuíre e eu falava: “Mas como é possível? Fura-se um poço, gasta-se dinheiro e, em menos de um ano, um poço que deveria durar alguns anos tem areia. Aí, tem que furar um outro poço, mais profundo, gasta-se mais dinheiro, enquanto isso a comunidade fica necessitando de água, tendo que economizar, racionando”. Então isso tem a ver com as políticas públicas. É outra provocação para o pessoal da Funasa. Mas a área krenak, eu tive oportunidade de conhecer a experiência com o espaço cultural, o modo como os krenak vêm construindo isso ainda em Vanuíre, e a questão kaingang. São imagens que aprendemos na convivência para realizar o registro. Um local onde no passado foi espaço kaingang. O kaingang tem um tipo de enterramento muito típico que no passado se fazia que é o enterramento coletivo, até chegar o enterramento individual. Outra foto é o local de extração de argila da dona Ena, que foi da dona Candire, sua mãe e ceramista da aldeia. Nessa foto, o Irineu caminhando comigo. A gente ia para o meio do mato e registrava esteio, quer dizer, locais de antigas ocupações para entender um pouco essa movimentação dentro da própria aldeia. Se virou aldeia dentro do seu próprio território, ninguém ficou parado, mesmo dentro desse espaço pequeno, há movimentação, há mobilidade, os grupos vão se articulando e é isso que eu tenho interesse. Essa aqui é uma representação do início do aldeamento, aqui uma índia kaingang está tecendo. Os kaingang faziam uma vestimenta, que eu conheço como Curu-Cuchá, não sei se é esse o nome, uma roupa produzida de fibra vegetal principalmente de gravatá ou caraguatá, e aqui tem um potinho. Um potinho kaingang aqui. Essa uma das primeiras fotos do SPI, logo dos aldeamentos, passando pelas oleiras kaingang, ensinando as outras aprendizes. Aqui, tem só o braço da menina. A gente foi construindo um banco de fotos também. Esse material eu deixei na escola, mas tem um banco de fotos que futuramente eu quero organizar para também mandar para as aldeias, inclusive isso aqui tem no museu aqui em Tupã também.

contribuições de outras ciências

Essa foto é de um poço. Quando eu fui para lá, havia falta de água em

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