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400 anos de fé, cultura e tradição FOTOS: IVAN AMORIM

Tendo sua construção iniciada na metade do século XVIII, a Sé Catedral, foi inaugurada em 1782.

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Paróquia Nossa Senhora da Graça, que tem a sua sede na Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Belém, celebra neste mês 400 anos de criação. Fundada em julho de 1617, sendo a primeira paróquia da cidade, há época chamada de Freguesia de Nossa Senhora da Graça, teve o Padre Manuel Figueira de Mendonça como o primeiro Vigário do Pará.

O Cura da Sé Catedral, Padre Roberto Emílio Cavalli Jr. ressalta que os arquivos históricos registram que “a imagem de Nossa Senhora da Graça ficou inicialmente custodiada no Forte do Castelo, onde em seguida foi construída uma pequena e simples Capela, que logo foi transferida para uma clareira na mata, no lugar onde posteriormente veio a ser construída a bela e imponente Catedral”. Tendo sua construção iniciada na metade do século XVIII, a Sé Catedral, Igreja-Mãe da Paróquia Nossa Senhora da Graça, foi inaugurada em 1782. Segundo a professora e arquiteta Jussara Derenji “a Sé de Belém tem dimensões grandiosas e deveria ser a terceira mais importante igreja do Império

Português, no Reinado de D. Joao V. Tem a planta em cruz latina com capelas abertas para a nave e corredores que acompanham as duas laterais. Nela se percebem várias épocas e intervenções: inicialmente, ainda no século XVIII. O arquiteto Antônio Landi foi autor de algumas dessas intervenções, como o guarda-vento, o primeiro púlpito (em mármore), o retábulo das capelas e o órgão. Também, a fachada, (cujo frontão tem um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Graça), em suas obras de finalização tem invocada a presença do famoso arquiteto italiano”. No século XIX a Catedral recebeu acréscimos em sua decoração, assinados por artistas da academia italiana San Luca, como Luca Carimini, autor do Altar-Mor, todo

em mármore, presente conjunto do Papa Pio IX e do Imperador do Brasil Dom Pedro II. Data deste período as pinturas nos altares laterais e no forro. Derenji atenta para curiosa presença de muitos elementos metálicos, influência da Belle Epoque paraense, dentre eles os púlpitos em ferro. No início do século XXI o grandioso templo recebeu obras de restauro que recuperaram a leveza das cores originais. Os quatrocentos anos da Paróquia de Nossa Senhora da Graça confunde-se com o nascimento de nossa cidade, com os primórdios da Evangelização na Amazônia e com a história da Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Belém. É um marco na memória religiosa e cultural da cidade.

SER PARÓQUIA NO SÉCULO XXI Por Pe. Roberto Emílio Cavalli Jr. Cura da Catedral da Sé

400 ANOS DE HISTÓRIA PAROQUIAL Por Dom Alberto Taveira Corrêa Arcebispo Metropolitano de Belém “Os cristãos são um povo de memória. Memória agradecida pelas obras de Deus, realizadas em sua história. Celebrar 400 anos da Paróquia Nossa Senhora da Graça, que vem a ser e é hoje a Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Belém, é dar graças a Deus pelo bem que uma comunidade paroquial pode fazer: anunciando a Palavra de Deus, formando para a caridade, criando comunidade, celebrando os sacramentos, a vida de oração e, sobretudo nestes 400 anos, a Eucaristia diário. Deus seja louvado e que a Paróquia de Nossa Senhora da Graça continue a viver a sua missão em nossa Igreja”.

CORAL “SCHOLA CANTORUM”, UM PROJETO DE FÉ Por Eduardo Nascimento Maestro do “Schola Cantorum” da Catedral, musicista e cantor lírico “Já fazem 26 anos que vivo uma relação muito próxima com a Paróquia Nossa Senhora da Graça. Comecei em 1991 na “Schola Cantorum” da Catedral. Esse foi o meu grande chamado: Servir a Deus e a nossa Igreja

cantando as Glórias do Senhor através da Sagrada Liturgia e exaltando o nome Santo de Maria como a medianeira de todas as graças. Comecei como cantor e há 19 anos assumi a liderança deste grupo como regente

“A paróquia é um lugar do encontro, da unidade, da celebração e do serviço a Deus. Nossa paróquia procura viver essas características que nos ajudam a sermos verdadeiros cristãos comprometidos com o ensinamento de Jesus Cristo e o exemplo de Maria”.

e preparador musical e vocal. Fazer parte deste momento, em que comemoramos os seus 400 anos, torna-me uma pessoa muito feliz e renovada para ajudar a dar continuidade a esse projeto de fé”.

TOCAR UM AUTÊNTICO “CAVAILLÉ COLL” NA CATEDRAL Por Paulo José Campos de Melo Superintendente da Fundação Carlos Gomes, pianista e organista exclusivo do órgão da Catedral “Tocar o Órgão da Catedral (oriundo da oficina do francês Aristides Cavaillé Coll) é um privilégio imensurável. Muitas vezes me pergunto se os paraenses têm noção do valor histórico, patrimonial e artístico deste instrumento. O mundo nos olha com respeito por mantermos em funcionamento este órgão e fico lisonjeado

quando recebo correspondências de outros países com solicitações de informações sobre o instrumento e até a manifestações e sugestões para que se crie uma comissão internacional que ajude na manutenção do mesmo. A população paraense precisa saber mais sobre o Órgão da Catedral para poder orgulhar-se de um

instrumento único e cobiçado pelo valor artístico e patrimonial. Sem falar da beleza oriunda da combinação dos registros igualmente ímpares, em se tratando de um Órgão romântico, que ousou com novos timbres na sua construção. Sem dúvida, o Órgão da Catedral é uma das grandes atrações culturais de Belém”.


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