T1 desbloqueado2

Page 80

37 ST. ANDREW, 1819

Aquele nosso delicioso encontro não foi o último. Planejávamos nos encontrar o máximo que podíamos, apesar de, às vezes, as circunstâncias serem inconvenientes, para dizer o mínimo: um celeiro de feno no final do pasto, cheirando a alfafa seca (nesse caso tínhamos que tomar cuidado para tirar qualquer semente e caule de nossas roupas), ou na estrebaria da casa dos St. Andrew, onde nos atracávamos na sala das selas e nos esfregávamos um no outro em meio a arreios e estribos pendurados. Durante essas ocasiões com Jonathan, até mesmo quando inalava seu hálito e gotas de seu suor caíam sobre meu rosto, ficava surpresa por sentir Adair permeando meus pensamentos. Surpresa por me sentir culpada, como se o estivesse traindo, pois, à nossa maneira, éramos amantes. Também me percorria uma corrente de medo, da punição que Adair me daria, não por copular, mas por amar outro homem. Por que deveria me sentir culpada e amedrontada se estava fazendo o que ele queria? Talvez porque, em meu coração, eu soubesse que amava Jonathan, apenas Jonathan. Ele venceria todas as vezes.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.