V@rvItu – Revista de Ciência, Tecnologia e Cultura da FATEC Itu ITU / SP – No. 6, Junho de 2017
O cinema na escola e a questão do empobrecimento da experiência Daniel Marcolino Claudino de Sousa1
Resumo. Este artigo tem por objetivo examinar a questão benjaminiana do empobrecimento da experiência a partir do uso que se faz do cinema na escola. Para tanto, utiliza-se, dentre outras, de passagens do projeto da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo - SEE-SP O cinema vai à escola, que atribui e especifica o lugar do cinema no universo escolar. O discurso pedagógico hegemônico expresso no referido projeto, a despeito da discussão sobre o destronamento do sujeito metafísico (perda da perspectiva histórica unitária), fortalece-o e, por meio da ênfase na imagem como ilustração, promove um modo de aprendizagem que toma o “conteúdo” da obra como central, moralizando-a e compreendendo a reprodução mimética como função educativa primeira. Nessa configuração, a noção de sujeito é fundamental para o tipo de cinema com o qual se pretende trabalhar na escola. De um lado, tem-se o cinema narrativo, que, de acordo com o projeto, “facilita” a aprendizagem dos conteúdos das disciplinas, na medida em que oferece a visualização desses conteúdos, reforçando ideias preconcebidas nas aulas. Por outro, o cinema como “arte” é pouco “prestativo” ao formato “comunicação”; trata-se de um cinema que gagueja, que é lacunar e que considera o espectador vértice fundamental na produção de sentido da obra. São duas dimensões da arte sobre as quais não seria demais exigir que a escola dedicasse atenção especial. Palavras-chave: Experiência; Cinema; Escola; Adorno; Benjamin. Resumen. El cine en la escuela y la cuestión del empobrecimiento de la experiencia. Este artículo tiene como objetivo examinar la cuestión de Benjamin empobrecimiento de la experiencia en el uso que se hace de la escuela de cine. Por lo tanto, se utiliza, entre otras, de pasajes de proyectos de la Secretaría de Educación del Estado de São Paulo - SEE-SP – El cine va a la escuela, que asigna y especifica el lugar del cine en el universo escolar. El discurso pedagógico hegemónico de lo qual este proyecto es expression, a pesar de la discusión del destronamiento del sujeto metafísico (pérdida de la perspectiva histórica única), lo fortalece, y haciendo hincapié en la imagen como la ilustración, promueve un modo de aprendizaje que tiene en el "contenido" de la obra como central, moralizandola y que comprende la reproducción mimética como la primera función educativa. En esta configuración, la noción de sujeto es fundamental para el tipo de película con la que se desea trabajar en la escuela. Por un lado, está el cine narrativo, que, de acuerdo con el proyecto, "facilita" el aprendizaje del contenido de las materias, ya que ofrece la visualización de dicho contenido, lo que refuerza las ideas preconcebidas en clase. Por otro lado, el “cine del arte” es poco “prestativo” a el formato "comunicación"; esta es um tipo de película que tartamudea, que es incompleta y que considera el espectador vértice fundamental en la producción del sentido de la obra. Ellas son dos dimensiones del arte en las que no sería demasiado exigir que la escuela dedique una atención especial. Palabras clave: Experiencia; Cine; Escuela; Adorno; Benjamin. 1
Doutorado pela Faculdade de Educação da USP, na área de Educação e Linguagem, com apoio da FAPESP. Mestre em Filosofia pela USP e graduado em Filosofia pela UFMA, marcolinodaniel72@gmail.com.
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