TFG Uma nova proposta para a FAUeD

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operário medieval, o arquiteto-mediador do renascimento, o arquiteto do estado na revolução industrial e o arquiteto liberal do século XX (BRANDÃO, 2005 apud MARAGNO, 2012) o mais emblemático da prática profissional em nosso país. Essa colocação evidencia as questões: Quem é o arquiteto do século XXI no mundo e especialmente no Brasil? Em que bases e profundidade se dão as contribuições dos arquitetos e urbanistas? Para os profissionais do chamado mercado, a universidade forma arquitetos afastados da realidade, mais relacionados à teoria e a filosofia que a práxis projetual. Para professores e pesquisadores o mercado apresenta uma visão limitada, distorcida e distante das necessidades dos grupos sociais e das características disciplinares. Devese manter, então, a relação antagônica desses dois mundos, o acadêmico e o profissional, onde cada um vislumbra realidades sob um olhar diferente? A resposta ainda parece estar no velho Vitrúvius quando trata da educação do arquiteto: Prática é o exercício contínuo e regular de atividades em que trabalhos concretos são feitos com quaisquer materiais necessários e de acordo com os projetos devidamente representados. Teoria, por outro lado, é a habilidade de demonstrar e explicar aquela hábil produção feita segundo os princípios das proporções. Segue-se, portanto, que aqueles arquitetos que se

esforçaram em adquirir habilidades práticas ou manuais sem uma adequada preparação teórica nunca se tornaram capazes de atingir posições de autoridade correspondente a seus esforços, enquanto aqueles que se apoiaram apenas em teorias e na erudição estiveram obviamente caçando sombras sem atinar com a substância de seu ofício. Mas aqueles que conseguiram um completo domínio da teoria e da prática, como homens guarnecidos por todos os lados rapidamente atingiram seus objetivos e detiveram consigo a autoridade de seu ofício. (Vitruvius, 1960 apud MARAGNO, 2012).

A fim de garantir que a teoria e a prática andem sempre de ‘mãos dadas’, é necessária a conscientização das Escolas de Arquitetura e Urbanismo bem como o respaldo dos órgãos profissionais, com a atualização dos conteúdos e aplicação prática nas Escolas daquilo que o estudante se depara ao obter o título de arquiteto e urbanista, não no sentido da Escola responder às questões de demanda do mercado, mas de estar ciente e, com isso, poder transmitir o conhecimento necessário bem como criticar o que é feito. Essa é uma discussão muito mais ampla, no que diz respeito aos argumentos da ABEA e do CAU, mas o que é de comum acordo é que: Se a regulamentação torna o exercício profissional uma exclusividade de quem é portador de um diploma de arquiteto, o qual somente pode ser obtido através do ensino acadêmico, é fundamental estabelecer-se uma estreitíssima relação entre o ensino acadêmico e a prática profissional. Ou seja, tem que haver

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