Revista da Fisioterapia na Neurologia - Portifólio Acadêmico 2023

UMA REVISTA PARA ACADÊMICOS SOBRE CLÍNICA APLICADA

FISIOTERAPIA

VOL 1 | 2023/2 FISIOTERAPIA

em

NEUROLOGIA

REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL Contextualização, plano de atendimento e desfecho alcançado

DA FISIOTERAPIA

Metas

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TEORIA E PRÁTICA

Condutas

EXCLUSIVO!

Evoluções

O FUTURO DA REABILITAÇÃO

Atividades para realizar em domicílio

MOVIMENTE-SE! VOL 1 | 2023/2

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PORTIFÓLIIO | AS | FISIOTERAPIA

DISCIPLINA CÓDIGO: 135133

NEUROFISIO

PORTFÓLIO ACADÊMICO ÍNDICE

MOVIMENTO + INCLUSÃO + QUALIDADE DE VIDA

05 CONTEXTUALIZAÇÃO Conheça um pouco sobre reabilitação neuro funcional

08 CASO CLÍNICO Entenda o caso clínico atendindido

09 AVALIAÇÕES Uma boa avaliação pode garantir uma maior assertividade no tratamento

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ATIVIDADES PARA FAZER EM CASA

06 EXCLUSIVO!

O FUTURO DA REABILITAÇÃO FUNCIONAL

10-11 PLANOS DE ATENDIMENTO Garantir programas interativos, dinâmicos é fundamental para assegurar o engajamento e contemplar a qualidade de vida do paciente

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ATIVIDADES PARA CASA

PERCEPÇÕES FINAIS

Vamos dividir algumas tarefas para serem adaptadas ao contexto de cada paciente em casa

Nossas percepções sobre o programa realizado e a continuidade do tratamento

Os atendimentos foram capazes de assegurar a independência funcional do paciente 02

ORIENTAÇÃO: PROF. DRA. JESSICA FRANCO DALENOGARE PRECEPTORA : FT. MANOELA RIOS ELABORAÇÃO E CONSTRUÇÃO: ACD. VANESSA ALBANIO MACHADO

VOL 1 | 2023/2 ULBRA FISIOTERAPIA

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13 EVOLUÇÃO

NEUROFISIO

SOBRE A AUTORA Graduanda de Fisioterapia Bacharelado pela Universidade Luterana do Brasil (); Graduada em Educação Física Bacharelado pela Universidade Federal de Santa Maria (2011); Pósgraduada em Atividade Física Desempenho Motor e Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (2013); Mestra em Ciência do Movimento e Reabilitação pela Universidade Federal de Santa Maria (2023).

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“Durante o percurso da vida, tudo é movimento, surpresa e sorte (Martha Medeiros)”

FISIO NA CONHEÇA:

Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN), fundada em 2009 é uma entidade que reúne conhecimento científico para integrar fisioterapeutas com atuação na área da neurofuncional Para saber mais acesse: https://abrafin.org.br/

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NEURO

REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL Fluxograma da reabilitação

Avaliação inicial

Tomada de decisão

Intervenção

Reavaliações

Adequações

Fig 1. Ciclo do processo de reabilitação incluindo a abordagem da CIF em todas as etapas (Fonte: Luvizutto & Souza., 2021)

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Futuro da reabilitação A conferência IV STEP que ocorreu em 2016 reuniu pesquisas sobre o futuro da fisioterapia na reabilitação neurológica.

Nessa conferência foram destacadas 4 ideias que impactariam na próxima década a prática fisioterapêutica na área de condições neurológicas, sendo elas: (1) predição, (2)prevenção, (3) plasticidade e (4) participação.

1.Predição: com o avanço da prática da fisioterapia haverá melhora na condição de prever resultados, levando a expectativas mais assertivas para o caso.

2.Prevenção: as metas da fisioterapia devem ir além da promoção de saúde, um fisioterapeuta deve estar envolvido previamente para antevir no caso e assim garantir maior longevidade funcional do paciente.

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Fortes evidências são discutidas para buscar apontar os caminhos da reabilitação de indivíduos com doenças neurológicas, estudos tentam indicar os rumos na teoria e na prática da reabilitação.

3.Plasticidade: na capacidade de se reinventar os avanços tecnológicos precisarão acompanhar as expectativas de todos os envolvidos na reabilitação, considerando fisioterapeuta, paciente e cuidador. A participação ativa deve ser ainda considerada um diferencial na proposta fisioterapêutica, incluindo o paciente no centro de todas as etapas do tratamento.

4.Participação: os programas de fisioterapia devem ser capazes de garantir a inclusão de pessoas com condições neurológicas nas atividades de vida diária que são caras para elas, promovendo a participação plena em todos os contextos ao longo da vida.

Fig 2. Resumo das evidências da IV STEP (Fonte: Kimberley et al., 2017. doi: 10.1097/NPT.0000000000000182.)

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CASOCLÍNICO

Hidrocefalia

A hidrocefalia é representada pelo acúmulo excessivo do líquido cefalorradiquiano (LCR), fato que causa aumento da pressão interior do crânio e acarreta diversos sintomas.

Fonte: CID 10 G-91

Polidactilia

Legenda: foto autorizada pela responsável do paciente

CASO CLÍNICO

Fonte: código CID 10 Q69

Sindactilia

Tem cirurgias de correção estrutural em joelho direito, dedo hálux do pé esquerdo e nas mãos. Sinais vitais: frequência cardíaca (Fc): 114bpm, saturação de oxigênio (SPO2): 98%, frequência respiratória (Fr): 29irpm, pressão arterial (PA): 120/10mmHg, ausculta pulmonar (AP): murmúrio vesicular uniformemente distribuído.

Padrão respiratório diafragmático, não possui dreno, sondas, alteração na pele, úlcera de pressão, edema. Fala com distorções e convulsões controladas. É praticante de atividade física no meio aquático e participa de aulas de dança, a qual indica ser sua atividade física favorita. Tem como cuidadora e acompanhante sua mãe.

A sindactilia é uma condição rara que pode acometer os dedos das mãos ou pés, indicando a má formação dos mesmos.

Tem marcha independente e equilibrada com rotação interna do quadril, flexão de joelhos e eversão de tornozelos. Rigidez muscular na região da cintura escapular e coluna cervical. Apresenta redução da mobilidade e funcionalidade de mãos e pés. Nega a presença de dores.

Procurou fisioterapia para reduzir a rigidez muscular e melhorar a condição funcional, favorecendo as atividades físicas que já realiza e suas atividades de vida diária como passeios ao lado da mãe.

Fonte: código CID 10 Q70 Avaliação realizada dia 11 de Agosto de 2023. Na clínica escola como parte do programa de aprendizagem. Teve supervisão e orientação dos responsáveis.

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A polidactilia indica a presença de dedos adicionais nas mãos ou pés, esses casos podem levar a desequilíbrios estruturais e limitações funcionais.

Paciente de 23 anos, sexo masculino, diagnóstico de hidrocefalia, polidactilia e sindactilia. Queixa principal são as limitações funcionais que apresenta como desfecho da condição clínica em membros inferiores e superiores, nega outra condição de saúde. Apresenta histórico familiar de doença cardiovascular e nega outros.

NEUROFISIO

CLÍNICA ESCOLA

Avaliações na reabilitação neurológica

Avaliação física

Paciente apresenta locomoção independente, sem auxílio de dispositivos. Atrofia muscular em todas as partes do corpo com tônus muscular hipotônico e rigidez muscular em flexão e extensão em membros superiores e inferiores.

Apresentou déficit de velocidade para realizar o teste index-nariz e index-dedo do terapeuta com membro superior esquerdo e incapaz de realizar o teste calcanhar-joelho bilateralmente.

02.

Avaliação de incapacidade funcional

Realizada através do instrumento Whodas 2.0, versão de 36 itens administrada mediante entrevista. Data da avaliação 11/08/2023, pontuação total: 95 Fonte: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2019053000586

Nos testes de equilíbrio apresentou déficit no teste de Tandem e Unipodal. Reflexo e sensibilidade normais, Nas atividades diárias apresenta alimentação independente, vestuário dependente para colocar e independente para retirar, algumas tarefas de higiene são realizadas com ajuda mas em geral independente.

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01.

Plano de atendimento

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A verdade sobre os planos de atendimento é que não existe um formato único para ser assertivo na reabilitação de indivíduos em condição neurológica, por isso, seguir um modelo individualizado é o caminho para os profissionais que querem alcanças resultados significativos.

Nesse planejamento personalizado é relevante considerar o contexto do caso e as metas a serem alcançadas junto com os desejos do indivíduo e dos familiares.

Kimberley TJ, Novak I, Boyd L, Fowler E, Larsen D. Stepping Up to Rethink the Future of Rehabilitation: IV STEP Considerations and Inspirations. J Neurol Phys Ther. 2017 Jul;41 Suppl 3(Suppl 3):S63-S72. doi: 10.1097/NPT.0000000000000182. PMID: 28628598; PMCID: PMC6832707.

Variações nas atividades Oportunizar diferentes movimentos e explorar contextos podem favorecer a aprendizagem, por isso variar a prática oferecida nos programas de reabilitação são relevantes para propiciar diferenciados ganhos cerebrais e motores.

Dessa forma é possível promover ao indivíduo novas experiências motoras, sensoriais, proprioceptivas e enriquecer ações de vida diária.

C. Teixeira-Arroyo & S. R. G. Oliveira. (2007). Atividade aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebral.Motriz, Rio Claro, v.13 n.2 p.97-105, abr./jun..

Intervenções baseadas em evidências 1.Mobilidade Dentre as intervenções fisioterapêuticas prescritas para indivíduos com condições neurológicas, as atividades de mobilidade apresentam forte recomendação, são capazes de favorecer o desenvolvimento da ação motora e por meio dessa reduzir os comprometimentos funcionais.

Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

2. Motricidade

Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

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Para as atividades funcionais com uso das mãos recomenda-se fazer uso de tarefas com objetivo claro, por exemplo uso das mãos para realizar uma pintura, com atenção para as atividades bimanuais e adaptações ambientais.

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CLÍNICA ESCOLA

Intervenções baseadas em evidências 3. Treino de marcha Para os indivíduos que apresentam condições de ter a experiência motora da marcha existem fortes evidência para que essa atividade esteja nos programas de fisioterapia, são favorecidas a velocidade e a distância dessa tarefa diária. Nota-se a importância de promover o enriquecimento ambiental, produzindo ações do cotidiano do paciente.

Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

Nas atividades de coordenação gerais sugere-se ter o objetivo bem determinado antes da execução da tarefa, objetivando uma parte da tarefa como uma etapa para a realização completa da mesma, dessa forma é possível contribuir para a independência funcional do indivíduo e a inclusão do mesmo em diversos contextos da vida.

Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

Legenda: foto autorizada pela responsável do paciente

5. Auto-cuidado Existem fortes evidências na recomendação de atividades funcionais que visam o desenvolvimento da habilidades de cuidado pessoal, sugere-se o uso de objetivos bem determinados pela tarefa a ser executada.

Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

6. Lazer Embora essa atividade tenha baixa evidência, visto que pessoas com condições neurológicas acabam reduzindo suas participações em atividades de lazer, sugere-se aqui incluir tarefas que sejam indicadas como preferidas pelo paciente, nesse caso será observado algumas barreiras pessoais ou sociais, que devem ser trabalhadas no programa a fim de promover inclusão e bem-estar desse indivíduo.

11 Fonte: Jackman et al., 2022. https://doi.org/10.1111/dmcn.15291

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4. Coordenação motora

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Resultados alcançados

Legenda: foto autorizada pela responsável do paciente

Ao longo dos 15 atendimentos realizados no período de agosto/2023 à dezembro/2023 foi possível observar estabilidade dos sinais vitais com Fc 95bpm, SPO298%, Fr 22irpm, PA 130/80mmHg, AP murmúrio vesicular uniformemente distribuídos.

O movimento de pinça teve melhora na precisão mecânica e na velocidade do movimento, ainda nas mãos houve redução da rigidez do movimento dos dedos. Assim como observado nos membros superiores, região cervical e cintura escapular com redução da rigidez e melhora da mobilidade articular e relaxamento muscular nessas áreas.

Legenda: foto autorizada pela responsável do paciente

A marcha esteve associada a alguma meta final e manteve estabilidade, equilíbrio, melhorando a evolução e a velocidade.

As atividades cognitivas geraram envolvimento e interesse, porém não foi possível verificar evolução em tão pouco tempo na realização da tarefa.

Legenda: foto autorizada pela responsável do paciente

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Quanto as atividades funcionais foi observado melhora na consciência corporal, refletindo no aprimoramento da postura para a realização de cada atividade.

Houve progressão em todas as propostas refletindo na melhora das habilidades motoras do paciente, por isso, se faz necessário a continuidade do trabalho.

F I S I O T E R A P I A

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P O R T I F Ó L I O

R E V I S T A

Evolução do tratamento promover a independência funcional do paciente explorando

em

diferentes

atividades

contextos,

educativas

e

inclusivas.

sugerimos

as

atividades

motoras

associadas as atividades respiratórias como prevenção, além dos circuitos de atividades motoras e cognitivas, dessa forma será possível seguir com a proposta

Durante todo o período dos atendimentos foi possível observar o aumento do interesse e engajamento do paciente pelas propostas, essas sempre no formato dinâmico

Como sequência para esse caso clínico

para

que

curiosidade e a surpresa.

despertasse

a

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de independência funcional do paciente, sendo

propostas

diferentes

as

contextos

atividades

em

promovendo

experiências e habilidades que gerem memórias afetivas positivas e longevidade funcional.

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O programa teve por objetivo primeiro

Atividades

Neurofisio

para fazer em casa

01 Subir e descer os braços

02 Subir e descer as pernas

03 Abrir e fechar os braços

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R E V I S T A

Percepções finais dos atendimentos É de fato intrigante observar a evolução pessoal que ganhamos no dia-a-dia dos atendimentos de fisioterapia, ao mesmo tempo que é gratificante entender que podemos fazer a diferença nos menores detalhes. A clínica escola é um presente na formação acadêmica, por isso não tenho palavras para agradecer pela oportunidade e por todas as trocas de conhecimento que tive ao longo desse processo, conduzido pela orientadora, pela preceptora e claro pelos colegas, pois sem eles essa jornada não seria a mesma

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F I S I O T E R A P I A

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P O R T I F Ó L I O

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ORIENTAÇÃO: PROF. DRA. JESSICA FRANCO DALENOGARE PRECEPTORA : FT. MANOELA RIOS ELABORAÇÃO E CONSTRUÇÃO: ACD. VANESSA ALBANIO MACHADO

vanessaalbanio@gmail.com