Condicionamento Ambiental 1: Projeto Integrado

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CA1

ESTUDO INTEGRADO E Q U I P E:

VANESSA

SANTOS

E

VITORIA

KANANDA

|

P R O F:

BRUNO

RAVIOLO

LOCALIZAÇÃO 1

CEARÁ

FORTALEZA

CENTRO

Terreno

ZONA BIOCLIMÁTICA 8

ANÁLISE BIOCLIMÁTICA 2

TEMPERATURA DE BULBO SECO

Fortaleza é caracterizada por seu clima quente e elevadas no segundo semestre do ano, época da úmido e está situada em uma zona litorânea próxima à estação seca em Fortaleza. É perceptível na umidade linha do Equador. Por esses motivos as estações não relativa o fato da variação acompanhar o período são bem definidas e a maior parte das chuvas ocorrem chuvoso, sendo elevada desde o fim de janeiro à julho e no verão. Ademais, de forma geral, tem-se dezembro e reduzida de agosto ao início do ano. A ventilação é janeiro como os meses mais quentes e julho o mais frio, predominante do leste da manhã à tarde e do sul com uma temperatura anual média de 26,5°C. durante o fim da noite e madrugada, sendo perceptível Assim, por meio dessas conclusões sobre clima, a transição entre essas duas orientações distintas no buscou-se analisar os arquivos climáticos do INMET 2016 período das 6 às 10 horas da manhã, em que os ventos para encontrar nuances que devem ser consideradas têm direção preponderante vinda do sudeste. pelos projetos arquitetônicos na cidade e se a Em decorrência dessas características, Fortaleza classificação da mesma segundo a norma é está inserida na Zona Bioclimática 8 perante a ABNT NBR adequada. Nesse contexto, tem-se Fortaleza com uma 15220-3. Essa estabelece uma série de recomendações temperatura de bulbo seco que varia entre 23°C a para cada zona por meio do uso do Diagrama de cerca de 33°C, de forma a caracterizá-la com uma Givoni. No caso da cidade em estudo, o recurso baixa amplitude térmica. Nota-se também a alta estabelece como estratégia de condicionamento radiação solar global solar e a presença das taxas mais térmico passivo a ventilação cruzada permanente, elevadas umap’ DIAGRAMA DE GIVONI SOBREPOSTO EM GRÁFICO PSICROMÉTRICO

uma vez que a maior parte dos dias estão concentrados na área do diagrama que recomenda a ventilação natural para atingir o conforto. Isso revela a importância de uma implantação que priorize os ventos provindos das direções mais constantes. A prática de estratégias que incentivem aberturas grandes e sombreadas também é sugerida com a intenção de contribuir para o arejamento natural e resfriamento das edificações. Além disso, propõe-se o uso de coberturas e paredes leves para que o alto calor do dia não perpetue até a noite, e refletoras para minimizar o ganho de calor. Uma técnica não prevista pela norma que ajudaria muito na questão do conforto seria o uso do resfriamento evaporativo, que trabalhando em conjunto com a ventilação cruzada teria um desempenho superior ao uso de apenas uma estratégia. sendo ROSA DOS VENTOS 6-10h

ROSA DOS VENTOS 14-18h

°C

32 30 28 26 24 22 20

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL 1200

Wh/m² <15

1000

32

48 65

81

97

114 130 146 163+

hrs

800

135 169 202 236 270 304 338+

hrs

ROSA DOS VENTOS 22-6h

600

<33 67 101

ROSA DOS VENTOS DIA TODO

400 200 0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

100 %

UMIDADE RELATIVA

90 80 70 60 50

<39

40

hrs

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEC

3 SOMBREAMENTO: ESCALA URBANA EQUINÓCIOS

9H

AZIMUTE: 86.05° ALT. SOLAR: 49.38° INÍCIO: 20/03 AZIMUTE: 84.94° ALT. SOLAR: 53.26° INÍCIO: 23/09

15H

AZIMUTE: -87.17° ALT. SOLAR: 40.46° INÍCIO: 20/03 AZIMUTE: -87,20° ALT. SOLAR: 36.51° INÍCIO: 23/09

9H

15H

9H

15H

9H

15H

SOLSTÍCIO DE INVERNO

9H

15H

AZIMUTE: 52,72° ALTURA: 43,33° INÍCIO: 21/06

AZIMUTE: -58,66° ALT. SOLAR: 33,38° INÍCIO: 21/06

SOLSTÍCIO DE VERÃO

9H

15H

AZIMUTE: 121,72° ALTURA: 48,30° INÍCIO: 22/12

AZIMUTE: -116,50° ALTURA: 36,23° INÍCIO: 22/12

79 119 159 199 238 278 318 358 398+

<84 169 254 339 424 509 594 679 764 849+ hrs

O projeto está localizado em uma latitude de aproximadamente 3,73°’ sul e longitude de 38,58° oeste. Tais coordenadas o situam próximo à Linha do Equador, de forma a receber insolação em boa parte do ano e prever a proteção em portas e janelas voltadas ao poente. Assim, além da questão do índice de aproveitamento do terreno ter a necessidade de ser alto, um dos fatores que estimularam a implantação adotada foi o sombreamento. Esse levou a um prédio em formato de “C” com o intuito de dispor a abertura do volume maciço estrategicamente para o lado leste. A intenção era permitir a insolação parcial no pátio interno durante a manhã, horário em que o sol não causa tanto desconforto, e o sombreamento no período da tarde para um resfriamento de qualidade em um dos períodos mais quentes. Tais expectativas foram atendidas principalmente nos equinócios, que ainda permitem uma relativa penetrância dos raios durante a manhã, e no solstício de verão, que possibilita a insolação em praticamente toda a extensão do pátio às 9 horas. Além disso, nota-se que em todas as tardes e às 9 horas do solstício de inverno o pátio é sombreado, de forma a favorecer o uso do térreo de maneira confortável. Isso também acaba afetando as unidades habitacionais, pois as fachadas internas estão, em quase totalidade, sombreadas em todos os períodos. Isso é de certa forma positivo, pois se permite o resfriamento do ambiente em boa parte do dia. Porém, não se pode negar o impacto negativo no âmbito energético, uma vez que o ambiente vai receber pouca iluminação natural e consequentemente o consumo de energia vai ser maior. A locação do programa também se deu em face do sombreamento e insolação, de forma a perceber pelo estudo das simulações que as fachadas oeste e sul são as que recebem a maior parte da insolação da tarde, especialmente nos equinócios e no solstício de verão. Assim, procurou-se evitar ao máximo a locação de esquadrias em contato direto com os ambientes internos voltados para as fachadas citadas, além de sempre dispor as circulações horizontais para o poente. Ademais, sabe-se que o edifício, por sua verticalização em 12 pavimentos, acaba trazendo impacto no entorno imediato ao promover o sombreamento das demais construções. Às 9 horas a maior interferência se dá a oeste, no solstício de verão, e à sul e oeste nos demais, enquanto às 15 horas o impacto se dá à leste e norte no solstício de verão e à leste nos demais. Tais ocorrências são benéficas, principalmente as que acontecem às 15 horas, por permitem o sombreamento da entrada do prédio que fica à leste e das áreas de passeio. A existência desse recurso no passeio agrega qualidade ao espaço urbano e é essencial em um bairro como o Centro, que se caracteriza pelo fluxo de pessoas por ser um polo de compras. Já em uma perspectiva reversa, conclui-se que o entorno não produz grandes alterações relativas ao sombreamento no edifício, visto que o gabarito do entorno é baixo.


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