Revista Vitrine Cultural - Ed. 16

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JULHO / 2011 | 16ª EDIÇÃO

O 2° na linha

de comando

Vice-prefeitos no Alto Tietê desempenham papéischave nos governos que pertencem

As lésbicas de Cristo

Casal de mulheres homossexuais fundam em SP igreja da “teologia inclusiva”

Os voluntários do Rotary Club

Entidade mundial tem sistema sucessório que ensinaria muito aos políticos brasileiros

Cuco Pereira Walter Bio Adilson Achando Marcos Borges



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Editorial Idéia Referência

Agência de Publicidade

Diretor Geral: Fábio Areias Editor Chefe Sergio Rodrigues Mtb: 36.209SP Design Gráfico: Valter Kobayashi Jr. Fotografia: Renan Odorizi Carlos Junior Departamento Comercial: Almir Pereira Pré impressão e Acabamentos: Editora Parma

Fundado em 2 de fevereiro de 2010 Administração, Redação, Publicidade e Fotos: Av. Brasil, 2035 - Sala 06 Ferraz de Vasconcelos - SP (11) 4676-4427 www.vitrinecultural.com.br Matérias assinadas não refletem necessariamente a opnião da revista sendo de responsabilidade de seus autores. O conteúdo dos anúncios são de inteira responsabilidade dosanunciantes

O“homão” H

á algum tempo atrás, escrevi um texto chamado “O Mulherão”, para o Dia Internacional da Mulher. Fez um razoável sucesso. Pois cá estamos, novamente. Como recentemente praticamente passou em branco o “Dia do Homem”, minha homenagem desta vez vai para o “homão”, que agora tem data no calendário para valorizar seus esforços. Homão é aquele que tem assistido a ascensão feminina nas empresas, na política, na arte, no esporte e tem achado tudo mais do que justo. As mulheres estão dominando o mundo, e o homão acha tudo muito natural. Os inteligentes (e todo homão é inteligente) estão tendo muito prazer em compartilhar seus gabinetes com elas e não choram pelos cantos caso tenham uma chefe mulher (homão chora, mas chora por amor, não por motivos toscos). Homão gosta de mulher. Parece óbvio, mas há muitos homens (não homões) que só gostam de mulher para cama, mesa e banho. Ele gosta de mulher para cama, mesa, banho, escritório, livraria, cinema, restaurante, sala de parto, beira de praia, estrada, museu, palco, estádio. E, às vezes, pode nem gostar delas pra cama, mesa e banho, e ainda assim continuar um homão. Homão é aquele que encara parque no final de semana, faz um jantar delicioso, dá conselho, pede conselho, trabalha até tarde da noite, compensa no outro dia buscando os filhos na escola, dirige o carro, em outras vezes é co-piloto, não acha ruim o fato de ela ganhar mais, não acha nada ruim quando ela propõe uma noitada das arábias, recebe amor, dá amor, é bom de contabilidade e sabe direitinho o que significa fifty-fifty. Homão é aquele que compreende que TPM não é frescura e que reconhece que filhos geralmente sobrecarregam mais as mães do que os pais, então eles correm atrás do prejuízo, aliviando esta carga com prazer. Homão acha um porre discutir a relação, mas discute. Ele não concorda com tudo o que elas dizem e fazem, senão não seria um homão, e sim um panaca, mas escuta, argumenta e acrescenta idéias novas. Homão não fica dizendo que no tempo do pai dele é que era bom, o pai mandava e a mãe obedecia. Homão reconhece as vantagens de estar interagindo com seres do mesmo calibre e não depende de uma arma ou de um carro ultrapotente para provar quem é. Tudo isso porque ele sabe que não há nada como ter uma grande mulher a seu lado.

Fabio Areias

Diretor da Revista Vitrine Cultural


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Resumo

M

uitos leitores duvidaram da capa da edição anterior. Seria uma imagem reproduzida? A explicação de que fora uma produção “caseira” convenceu alguns, outros mantiveram-se em dúvida. Para o esclarecimento geral, a bela produção, que remontou a obra “Afrodite”, do pintor Rafael (1483-1520), foi resultante da engenhosidade do fotógrafo Renan Odorizi e do designer Valter Kobayashi, que transportaram modelos locais para uma verdadeira pintura. Esse é o ideal de diferencial que buscamos, qualidade na informação com bela apresentação. A capa de Junho foi no ritmo da inovação do padrão visual.

Sumário:

19 Capa Mercado 5 8 Brasil Saúde 12 24 Sociedade Justiça 32 37 Tecnologia Cultura 43

Os vice-prefeitos ganharam um novo papel com os avanços do Brasil. No Alto Tietê, eles já sentam na cadeira de titular.

O último filme da franquia Harry Potter, atualmente nos cinemas, marcará como a história mais bem sucedida do cinema.

Turistas brasileiros ainda são os mais barrados em aeroportos europeus.

A descoberta do vírus da AIDS completou 30 anos.

Uma igreja fundada por lésbicas em São Paulo abre as portas da religião para a diversidade.

Depois de 50 anos, bilhete de trem “entrega” assassino de menina.

Governo dos EUA pesquisam aviões e máquinas espiãs do tamanho de insetos.

Orquestra Sinfônica do Estado faz apresentações e oficinas de música em Suzano.


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do E

O mais bem sucedido

CINEMA

streou, no último dia 15, nos cinemas brasileiros, o último filme da série “Harry Potter”. “Relíquias da Morte, Parte 2”, a oitava e última película da franquia, marcará como uma das mais bem sucedidas sagas da indústria cinematográfica. Quem desejar reduzir a importância de “Harry Potter, uma história criada para crianças e adolescentes, vai poder argumentar que o lançamento da série no cinema foi beneficiado, em 2001, pelo formidável exército de leitores acumulados pelos romances da escritora inglesa J. K. Rowling. Em boa parte isso é verdade, mas também é inegável que Harry Potter foi um primor de produção cinematográfica. Se fosse um longa metragem desastroso, poderia por tudo a perder desde o início. Isso já aconteceu com inúmeros best-sellers. Entre tantos talentos, a história produziu um raro momento na história do cinema. Por dez anos, seus principais atores, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, envelheceram diante de um grande público na pele do mesmo personagem. Somente no primeiro dia de lançamento nos EUA e no Canadá, “Relíquias da Morte – Parte 2” amealhou o recorde de arrecadação em um único dia, 92,5 milhões de dólares, ultrapassando “Lua Nova”, da saga “Crepúsculo”, que em 2009 arrecadara 72,7 milhões nos dois países. EUA e Canadá. Para faturar este valor, a filme foi exibido em 4.100 salas norte-americanas e canadenses, incluindo sessões à meia-noite. Fora do eixo EUA/Canadá, o filme faturou 75 milhões de dólares em 59 países no primeiro dia. Harry Potter já é de longe a saga mais rica de todos os tempos no Cinema. Em todo o mundo, o filme já lucrou 6,4 bilhões de dólares. E com um lembrete adicional: trata-se de um belo filme.

Veja a lista das 10 maiores franquias da história e seus faturamentos: 1. Harry Potter - 2. James Bond - 3. Star Wars - 4. Piratas do Caribe - 5. Shrek - 6. O Senhor dos Anéis 7. Batman 8. Transformers - 9. Homem Aranha 10. Indiana Jones -

US$ 6,369,345,142,00 5,029,014,110,00 4,279,632,749,00 3,697,959,950,00 2,955,807,005,00 2,915,155,189,00 2,588,156,775,00 2,500,000,000,00 2,496,346,518,00 1,978,055,564,00


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A grande heroína

de si mesma Economista reputa progresso das classes sociais brasileiras ao fato de as pessoas estarem estudando mais e trabalhando melhor

O

governo de Luís Inácio Lula da Silva terminou vangloriandose de que em seu estágio de oito anos a sociedade brasileira progrediu. A propaganda oficial dava notícia de que neste período mais de 30 milhões de brasileiros haviam entrado na classe média. Há muito de verdade no ufanismo de Lula, embora ele não tenha sido o único a contribuir com este fenômeno. “O grande herói da classe média é ela mesma. Ela não é filha de ninguém. Está estudando mais e dando mais estudo para seus filhos”, declarou o professor da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Cortes Neri. No estudo “Os Emergentes dos Emergentes”, da FGV, Neri reconhece os méritos das políticas públicas implantadas por Lula, como os programas de transferência de renda, o aumento do salário mínimo, a criação do Prouni (Programa Universidade Para Todos) e a ampliação dos financiamentos do FIES (programa de Financiamento Estudantil). Mas ressalta que “o trabalhador brasileiro está trabalhando mais porque se educou mais, está conseguindo trabalho formal e acho que ele é o grande herói dessa ascensão da classe média”, disse o professor de economia. O estudo comprova que nos últimos 21 meses, mais de 13,3 milhões de pessoas subiram de classe econômica no Brasil, pularam para as classes A, B ou C. Uma transformação de grande magnitude vem acontecendo no país, principalmente porque a renda do brasileiro vem crescendo desde 2003 e a há 10 anos consecutivos. O controle da inflação, a estabilidade econômica e, sobretudo, a educação, tiveram muito a ver com isso. O maior crescimento se deu nas classes A e B (12,8%), depois na classe C (11,1%). Também as classes D e E ficaram menores. Em 1993, 96,2 milhões de pessoas faziam parte das classes D e E; hoje este número caiu para 63,6 milhões. Em contrapartida, no mesmo período a classe C passou de 45 milhões para 105,5 milhões de brasileiros em 2011. “Só pelo efeito da educação, se tudo ficasse constante, a renda do brasileiro cresceria 2,2 pontos por porcentagem por ano, o que é bastante”, acrescentou Neri. Mas por que o Brasil é o Emergente dos Emergentes? Comparando com os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – sigla criada para designar o grupo de países emergentes mais influentes política e economicamente) o crescimento na sociedade brasileira foi melhor em diversos indicadores. A evolução dos indicadores das classes sociais no Brasil tem sido superior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China. Brasileiros são os mais felizes Aqui ocorreu o inverso do que foi na economia chinesa. Desde 2003, a renda da Pesquisa Nacio-

nal por Amostragem de Domicílio (PNAD), mostra que famílias nacionais cresceram 1,8% acima do PIB – enquanto na China o PIB foi quem cresceu 2% acima dos domicílios chineses. Considerando o crescimento anual da renda familiar per capita entre a população 20% mais pobre de cada país, o Brasil cresceu, na década de 2000, a uma taxa de 6,3%, só perdendo para a China, que foi de 8,5%. Em terceiro aparece a África do Sul, com 5,8%, seguida pela Índia, com 1%. Entre os mais ricos, em todos os demais a renda familiar evoluiu mais que a brasileira; China (15,1%), África do Sul (7,6%), Índia (2,8%), e no Brasil (1%). O estudo também avaliou que os brasileiros estão mais felizes e satisfeitos com a sua vida que os demais povos dos países do Brics. Numa escala de 0 a 10, o Brasil teve a média de satisfação 7; enquanto a África do Sul teve 5,2 e China e Índia 4,5 cada. O Brasil ficou em 17º lugar no ranking mundial da felicidade, em 2009. A avaliação foi feita em 144 países. “Eu diria que a Educação é a grande política estrutural por trás disso”, opinou o professor Neri.


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Sob nova

diretriz

Perfil do novo presidente da ACIFV deve levar a entidade a ser mais autônoma

A

o comentar no plenário da Câmara sobre a posse da nova diretoria da Associação Comercial e Industrial de Ferraz de Vasconcelos (ACIFV), o vereador Silas Faria disse acreditar que esta seria uma gestão mais “profícua, pois a gestão anterior tinha um elo com a prefeitura municipal”. O parlamentar aludia ao fato de o presidente anterior da entidade ser funcionário da prefeitura municipal. Silas acerta no atacado e no varejo. O novo presidente, o industrial Áureo do Carmo, vem enfatizando este aspecto peculiar em todas as falas iniciais que proferiu, à imprensa ou em discurso. Para ele, a entidade deve se abrir um pouco mais ao empresariado (isso quer dizer atrair mais sócios) e focar nas necessidades destes. Ele reconhece que a gestão anterior realizou um bom trabalho e lhe deixou em condições de dar uma boa continuidade. “A ACIFV não é o ‘Patinho Feio’ do Alto Tietê”, discursou Áureo no jantar de posse da nova diretoria. Ali delineou sua disposição em melhorar o nível de participação do empresariado em seu órgão de classe. O evento recebeu um grande número de empresários, o que dá ideia da confiança que depositam na entidade. O ex-presidente, Vanderlei Kerchner, recebeu moção da câmara

Foto: O novo presidente, o industrial Áureo do Carmo de vereadores e elogios pessoais do prefeito em exercício, Flávio Batista. Porém, o destaque entre as falas e discursos foi a mensagem que o novo presidente enviou ao empresariado. De otimismo, mas pedindo a participação de todos. “O sucesso do passado não garante o sucesso do futuro”, enfatizou ele, lembrando que é necessário o comprometimento geral para que a ACIFV adquira um padrão de qualidade no nível das demais colegas no Alto Tietê. Todavia, fica a ideia promissora de que uma administração, digase, mais profissional, possa levara entidade a atingir o patamar que tanto persegue, desde que iniciou com 15 associados, em 1970.

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Tudo para CONSTRUIR sua casa Vitrine Cultural - 15º Edição - Junho / 2011

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Os mais barrados

na Europa Brasileiros são os turistas mais barrados nos países da União Européia; americanos estão em segundo lugar

O

s brasileiros que tentaram entrar em países da comunidade europeia, sejam a turismo, a trabalho ou mesmo a negócios, encontraram dificuldades adicionais, especialmente nos anos de 2009 e 2010. E, mais uma vez, o país que mais rejeitou brasileiros foi a Espanha. Inclusive, o Ministério das Relações Exteriores estuda aplicar a “lei de reciprocidade” com relação a cidadãos espanhóis que venham ao Brasil. Segunda dados da Frontex (Agência Européia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras dos Estados-Membros da União Européia), somente em 2010 foram barrados 6.072 cidadãos brasileiros ao tentar ingressar em um dos 27 países que formam a comunidade europeia de nações. Desse total, 1.813, conforme reportou o “Jornal da Globo”, no final de junho, foram impedidos em aeroportos espanhóis. A França, com 673 casos, foi o segundo país que mais rejeitou os nacionais. Os motivos alegados quase sempre giram em torno da desconfiança de que as pessoas querem viver ilegalmente nas principais capitais europeias. Na verdade, há uma corrente de pensamento cá no Brasil, de que europeus tem manifestado crescente preocupação com a concorrência da mão de obra estrangeira, notadamente a brasileira. Eles temem perder seus postos de trabalho para forasteiros. Isso é uma verdade. Por outro lado, conforme dados da Frontex, o Brasil ocupa a sexta posição entre os países do mundo que tem cidadãos vivendo ilegalmente em algum país do bloco europeu. A Frontex detectou 13.369 brazucas em situação ilegal (6,3% do total) espalhados pelos 27 países-membros. O problema com as barradas nos aeroportos é que se misturam alhos com bugalhos, ou seja, muitas pessoas com vistos de trabalho ou de turismo regulares são confundidas com turistas ilegais e são submetidas a constrangimento e tratamento humilhante, além de serem forçadas a retornar do próprio aeroporto. É muito comum os casos de pessoas que investem

um ano de trabalho esforços para conhecer alguma nação europeia, e que são obrigadas a voltar sem que seu investimento seja ressarcido. O governo brasileiro por enquanto busca tratar o assunto através da diplomacia. Mas não está descartado fazer o que o presidente Lula fez em relação aos norte-americanos que desembarcavam no Brasil, dar o mesmo tratamento dispensado a brasileiros nos aeroportos dos EUA. Este país, aliás, com 2.338 cidadãos barrados às portas da União Européia, ficou logo atrás do Brasil, em segundo. Em termos de pessoas ilegais flagradas em solo europeu, os 13 mil brasileiros conferiram ao país a sexta colocação, atrás de Marrocos, Afeganistão, Albânia, Sérvia e Argélia.


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Os chapéus excêntricos da realeza

A corrida de cavalos Royal Ascot, na Inglaterra, foi um festival de looks exóticos e chapéus diferentes das nobres mulheres convidadas

N

o Royal Ascot a aristocracia inglesa desfila em trajes de gala e chapéus incríveis. Mas este ano a indumentária de alguns visitantes gerou polêmica. O Royal Ascot é o encontro anual do mundo hípico, no qual as figuras públicas inglesas se apresentam com excêntricos chapéus. A edição de 2011, em junho, começou com uma série de advertências dos organizadores para os visitantes em relação à indumentária. Como manda a tradição, o encontro hípico decorre na cidade de Ascot, em Berk-

shire , e já acontece há cerca de três séculos. Este é um dos favoritos da rainha Elizabeth II, além de ser muito apreciado pela aristocracia inglesa. Devido à crescente popularidade, Ascot tem assitido à chegada de um público menos preocupado com as vestimentas. Muitas mulheres usaram vestimentas mais “modernas”, algumas apresentaram saias consideradas ousadas demais para a ocasião. Mesmo os homens tem comparecido mais “casual”, o que levou a direção do evento a fazer uma advertência, lembrando

aos homens que estes devem usar cartola e as mulheres devem aparecer trajadas com vestidos elegantes e chapéus. As mini-saias estão proibidas em Ascot e os ombros devem estar cobertos, enquanto que os sapatos devem combinar com os trajes, segundo o regulamento. Lembrando que se trata de um dos eventos mais tradicionais do país, é de bom tom que as pessoas se trajem em conformidade com o ambiente. E os ingleses são inflexíveis neste assunto.

Qualidade em

lugar www.dextremaferraz.no.comunidades.net


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Chapa Superação “porque superar é preciso e necessário”

H

á uma distância real entre o PT independente e o PT subserviente. O PT municipal em Ferraz de Vasconcelos sempre teve e terá luz própria, pela luta das forças políticas que atuam dentro do partido. Mesmo na diversidade de ideias, sempre prevalecerá a unidade de ação, nosso maior patrimônio, a política que engrandece a cidade e fortalece as lideranças. Tanto é verdade que o PT municipal tem uma aceitação popular na ordem de 15 do eleitorado – o que nos transforma no maior partido da cidade. Tudo isso se dá em virtude de relações harmônicas como as instâncias partidárias, de compromisso com nosso projeto original, liderado pela presidente Dilma Rousseff. A nossa maior arma de fazer política é o diálogo. Nos últimos sete anos, Ferraz de Vasconcelos avançou muito nas políticas sociais e de infraestrutura. Através de repasses do governo federal, ocupado pelo PT – e no esforço de nossos deputados estaduais e federais na captação de recursos, Ferraz vai se transformando em referência do desenvolvimento regional. Contudo, ao dialogarmos ou fazermos parte de determinados governos, não significa que sejamos reféns. Quando em defesa do governo municipal, vislumbramos um novo paradigma que nos permite aprender com maestria e habilidade, a articular com outros partidos progressistas ou de esquerda, em busca da construção de uma aliança não apenas favorável ao povo brasileiro, mas para a América latina e o mundo. Com a diplomacia e a convicção de quem provou ser um grande líder (presidente Lula), não mediremos esforços para que o Brasil, e Ferraz também, continue crescendo de forma sustentável, gerando emprego, distribuindo renda, combatendo a pobreza e respeitando o meio ambiente – agora sobre a liderança da companheira Dilma Rousseff. Para isso, colocamos à disposição toda a nossa militância, juntamente com os partidos aliados. Queremos sim o poder local, não para fechar as portas à militância, lideranças e tendências internas, muito pelo contrário, para enobrecer ainda mais nossas bandeiras históricas. No últimos anos o PT vem demonstrando ao povo brasileiro que é bom de governo. E queremos assumir com o povo ferrazense a nossa vontade e responsabilidade na construção de um governo petista, com os partidos da base aliada. Para isso, devemos juntar nossas forças em uma palavra de ordem: “superar é preciso”. Revitalizando o diretório, criando agendas anuais que permitam o debate político e a formação contínua de nossa militância. Sobretudo, uma discussão mais profunda das questões setoriais, como negros, mulheres, juventude, meio ambiente e cultura, promovendo a política e a auto-estima de nosso partido. O Processo de Eleições Diretas (PED) reafirma o caráter democrático do PT, exercido pelo voto direto do filiado, respeitando o poder de decisão de nossa militância e para que isso se confirme, iremos às urnas novamente no dia 7 de agosto, com a responsabilidade de decidirmos o futuro do PT na cidade; e com o objetivo de construirmos uma candidatura a prefeito do PT no município, em condições de vitória.


No dia 07 de Agosto, marque um X no número 5 para Presidente e um X no 40 para a Chapa Superação! Como votar no dia:

“Conto com seu voto para levar a Chapa Superação a uma grande vitória. Seu voto em APARECIDO MARABRAZ para presidente municipal, com certeza irá contribuir para que prevaleça o princípio da lealdade e da ética dentro do PT. Uma oportunidade verdadeira para que a verdade vença o medo e a esperança derrote a mentira”

“Uma grande vitória, que será a de todos. Um abraço fraterno e cordial!”

Aparecido Marabraz


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A AIDS

é trintona

N

o dia 5 de junho, completou-se 30 anos desde que médicos norte-americanos relataram “uma estranha forma de pneumonia”. A divulgação de um estudo sobre “cinco homens jovens de Nova York e Califórnia, todos eles homossexuais ativos”, marcou, em 5 de junho de 1981, o primeiro reconhecimento de um governo de que existia uma nova e rara doença. Daquela data aos dias de hoje, 25 milhões de pessoas já morreram em todo o mundo em decorrência da AIDS. E esses são dados da Conferência Internacional Sobre AIDS, acontecida em Viena, Áustria, em 23 de julho de 2010 (um ano atrás). Isso corresponde a quase toda a população do Canadá. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde estima em 33 milhões de pessoas infectadas em todo o planeta. Três décadas depois, a AIDS deixou de ser uma sentença de morte e passou a ser um mal controlável, mas apresenta ainda grandes desafios quanto a sua prevenção e ao financiamento dos tratamentos, que prometem mantê-la como uma das grandes prioridades médicas do século XXI. Nos primórdios da descoberta da doença, uma guerra política entre franceses a americanos por sua “paternidade” foi traçada. Os primeiros cinco casos documentados no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, descrevem homens de 20 a 30 anos, diagnosticados com tipos de pneumonia e de um câncer de pele chamado Sarcoma de Kaposi. Como todos eram homossexuais, logo surgiu o nome de “peste gay”.

O Paciente Zero Foi desta forma o conhecimento da AIDS chegou ao Brasil, causando uma onda de pânico e amplificando o preconceito contra os homossexuais. Durante alguns meses acreditou-se que apenas homossexuais pudessem contrair a doença, pois formavam o único grupo de risco conhecido. Esta tese foi descartada quando foram diagnosticados os primeiros casos envolvendo usuários e drogas injetáveis e depois heterossexuais. Naquela época surgiu Nos EUA a teoria do “Paciente Zero”, que segundo o jornalista Randy Shields, no Livro “And the Band Plays” (E a Banda Toca) seria um comissário de bordo canadense chamado Gaetan Dugas, no ano de 1982. Ele frequentava saunas e clubes gays na Califórnia. É conhecido como o

Foto de 1985 mostra o vírus da AIDS ampliado 350 mil vezes

grande disseminador da AIDS nos EUA, pois, até morrer, em 30 de março de 1984, mesmo sabendo que tinha a doença, infectou 250 pessoas. Shields chegara a ele depois de ouvir histórias sobre um tal “louro de uma companhia aérea”. Dugas se gabava de ter tido transas com mais de 2.500 amantes desde os 18 anos, o que considerava um recorde. Era comissário de bordo da companhia Air Canadá, que fazia a rota EUA-Europa. Por volta de 1977, conheceu um jovem africano em Paris e teve um caso com ele. No ano seguinte, seu corpo estava recoberto de manchas rochas que os médicos diagnosticaram como sarcoma de Kaposi, informando se tratar de uma espécie de câncer curável. Porém, era apenas o primeiro sintoma da doença... Sua identidade se tornou conhecida em 79, quando um de seus amantes apareceu em uma clínica com o mesmo sarcoma de Kaposi pelo corpo. O sujeito admitiu que tivera um caso com Dugas e ainda deu o nome de um terceiro sujeito que também se relacionara com o “anjo da morte” e apresentava pelo corpo manchas roxas do sarcoma. Foi assim que os pesquisadores chegaram aos “cinco homens jovens de Nova York e Califórnia”. Porém Randy Shields deu uma contribuição ainda melhor para o avanço das pesquisas sobre a AIDS. Ele relatou em seu livro que no dia 12 de dezembro de 1977, morria aos 47 anos, a médica e pesquisadora dinamarquesa, Margrethe P. Rask. Ela havia estado na África, estudando sobre o Ebola e começara a


Descoberta do vírus da Aids completa 30 anos apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade. A autópsia revelou que

os pulmões estavam repletos de microorganismos, que ocasionaram um tipo de pneumonia e vieram a asfixia-la. Contudo, a pergunta que pairava era: ninguém morria em função disso, o que estaria acontecendo? Historicamente, talvez esse seja o primeiro caso descrito de morte por decorrência da AIDS.

Dois “pais” para uma doença A AIDS foi descoberta por duas equipes de pesquisadores, a do cientista francês Luc Montaigner e a do americano Robert Gallo. Uma grande briga política originou-se daí, com Montaigner acusando Gallo de ter “roubado” uma amostra do vírus enviado a ele para testar um novo equipamento desenvolvido nos EUA. No início das descobertas, o vírus foi identificado como HTLV III (sigla em inglês para Vírus Linfotrófico da Célula T Humana III). O acrônimo AIDS surgiu em julho de 1982 em um congresso médico em Washington, após o consenso de cientistas de que se tratava de um mal adquirido, e não hereditário, que provocava deficiência no sistema imunológico e era uma síndrome com muitas manifestações, não uma doença única. O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) foi identificado dois anos depois como causa única da AIDS – e foi calculado um período de latência de 10 anos desde o começo da infecção. Concluiu-se que o vírus foi transmitido durante anos por portadores que ignoravam sua condição, por esta razão a doença espalhou-se enormemente pelo mundo. Até 1993, não se conhecia o vírus que provocava a AIDS e os cientistas Gallo e Montaigner reivindicavam a “paternidade” da descoberta. Por uma década ambos, apoiados pela máquina de propaganda de seus países brigaram pelo feito, at´pe que em 1994, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos deu razão ao francês. Em 2008, Luc Montaigner, 14 anos depois da descoberta, recebeu o Prêmio Nobel de medicina, compartilhado com sua colaboradora Françoise BarréSinoussi e o médico alemão Harald zur Hausen. Mas a disputa se deu em torno de um ruidoso rame rame; a equipe de Montaigner, do Instituto Pasteur, de Paris, acusou a equipe de Gallo, do Instituto de Vorologia da Universidade de Maryland, por haver se apropriado de amostras enviadas da França. Em 23 de abril de 1984, os americanos anunciaram o descobrimento da AIDS sem mencionar a contribuição dos franceses. O então presidente Francois Miterrand suspeitava da eficiência dos equipamentos do presidente Ronald Reagan para conseguir um avanço científico de grande repercussão. Além do orgulho nacional, estava em jogo grandes somas de dinheiro, pois a patente do vírus dava direitos sobre as vendas do método de detecção, um mercado em crescimento exponencial. As denúncias acontceram nos EUA, onde as autoridades validaram a patente de Gallo, mas não a de Montaigner. Porém, as pesquisas permitiram demonstrar que a amostra que permitiu aos americanos sequenciar o vírus procedia do mesmo material hereditário utilizado pelos franceses. Posto de Saúde na Africa, o continente com maior indice de infectados pela AIDS

Gaëtan Dugas

Randy Shieds

Luc Montaigner

Robert Gallo


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E se na hora agá faiá...? Chega um dia triste em que a gente cresce, começa a se relacionar com rapazes e percebe que a vida não é totalmente cor-de-rosa. Isso, entre outros motivos, é porque nem sempre dá para sentir firmeza no relacionamento. Este começo foi apenas para introduzir um assunto delicado: como as moçoilas devem agir quando o gato perde o pique na hora H. Ele foi cheio de sede ao pote, mas, por um motivo que você desconhece, desanimou? O que fazer? Ligar a TV? Cantar uma musiquinha? Dizer, “acontece”? Ou se virar sozinha? A culpa não é sua Se você está segura de que tudo estava em ordem, nem comece a pensar que a culpa é sua. Mas também não julgue o pobre sujeito. Quando começou o jogo, ele achava que ia marcar gols. Se não passou do aquecimento foi por causa de alguma lesão grave (um pensamento inoportuno, talvez). Não se torture achando que você não é interessante ou atraente. O barco já afundou? Só lhe resta nadar, minha filha. Poupe o rapaz de constrangimentos e não aparente tristeza, terror ou decepção. Converse com ele, mostre que não é o fim do mundo. Quem sabe não

vale tentar de novo mais tarde. Dê um sorriso acolhedor. Pode ser clichê, mas essas coisas acontecem mesmo. Vai que ele está passando por problemas em casa ou no trabalho. Descontraia sem sarcasmo. Ele deve estar morrendo de vergonha de você. Então não fale insistentemente sobre a broxada. Nada de pressão... quanto mais calma e descontração melhor. Faça cócegas no pé dele, brinque! Todas essas dicas valem apenas se você achar que vale a pena dar outra chance ao pobre coitado. Se não quer mais nada, vire as costas e vá embora. Agora, se ele tiver potencial, deixe transparecer que você quer vê-lo novamente. Mas, atenção! E da próxima vez que forem tentar, é mais interessante que seja meio por acaso. O esquema “vamos transar hoje” deixa alguns homens meio nervosos. Ainda há homens que não conseguem manter a ereção depois que colocam a camisinha. De qualquer modo, não ceda! Ele que treine em casa. Não coloque sua saúde e futuro em risco só para salvar a transa.

Por: Thaís Pontes


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O tango mais

SOFRIDO

Em 110 anos de história, pela primeira vez o River Plate é rebaixado

S

e houve uma notícia que mais abalou o mundo do futebol, para os amantes do esporte, foi a queda para a segunda divisão no campeonato argentino, do River Plate, um dos clubes mais tradicionais e recordista de títulos no país. Muito mais para torcedores argentinos, que sentiram na carne – mas também para brasileiros, um fato espetacular, a queda do River correspondeu à queda das “torres gêmeas” nos atentados de 11 de setembro. O leitor pode discordar desta colocação, mas para os barrabravas, nome dado aos torcedores uniformizados portenhos, o 26 de junho de agora foi correspondente ao 11 de setembro de lá. Houve verdadeira comoção em toda a Argentina. O algoz foi o desconhecido Belgrano, de Córdoba. O jogo foi 1 a 1, mas os “millonarios” (milionários), como são chamados pelos torcedores do rival Boca Juniors, precisavam vencer de uma diferença de dois gols para se manter na elite.

Clube mais tradicional, recordista de títulos e com 110 anos de existência, o River Plate nunca havia caído para a segunda divisão. Sua queda evidencia a crise financeira profunda pela qual atravessam os clubes do país. A dívida atual do clube é de R$ 30 milhões. Os torcedores já vinham exigindo a demissão do presidente, Daniel Passarella. O ex-zagueiro da seleção campeã da Copa de 1078, um dos maiores ídolos da história do clube, e tido como o responsável pela péssima campanha da equipe. O vexame é ainda maior quando se observa o contexto em que o time sucumbiu. No Brasil, basta um ano ruim para que um clube seja rebaixado de divisão. Mas, na Argentina, com seu sistema de média (chamado promédia), uma equipe precisa de sucessivos tropeços para que caia. Não basta apenas um campeonato em que as coisas não se encaixaram, mas um a sucessão de erros. Em outras palavras, o River dançou o eu tango mais “doído”.


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Montadoras japonesas

se recuperam do tsunami A

Presidente da Nissan anuncia que empresa construirá sua primeira fábrica no Brasil

penas quatro meses após o tsunami que deu um prejuízo às fábricas de automóveis no Japão, Honda, Toyota e Nissan divulgaram que estão voltando ao nível de produção de antes da catástrofe. Isso também se verifica em suas fábricas ao longo do planeta. No Brasil, a crise foi sentida no Toyota, que demitiu funcionários, e na Honda, que ficou com a produção parada por falta de peças para os veículos. O anúncio da recuperação da Toyota vem acompanhado de uma boa notícia, a empresa deve contratar 2.000 novos funcionários. Porém, quem surpreendeu de fato foi a Nissan. Em maio, a montadora produziu mais veículos que no mesmo mês de 2010. Agora, a Nissan quer aumentar sua participação no mercado mundial, de 6% para 8%. E o Brasil está nos planos da Nissan. A empresa vai construir uma fábrica aqui em 2012, para abranger a América do Sul. O local ainda não foi revelado. O investimento deverá ser em torno de R$ 1 bilhão. O presidente mundial da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, informou que a fábrica brasileira vai produzir 200 mil carros por ano. Inicialmente, a fabricação será no segmento de carros populares. Isso significa que o Nissan March pode ser o primeira da marca a ser produzido no Brasil. Atualmente, é produzido no México, com o nome de Micra – e em outubro chegará ao Brasil. A Nissan aposta na relação custo x benefício, inspirada nas chinesas, para ganhar espaço no mercado nacional. Sem pagar os 35% de imposto de importação, porque vem do México, o March custará apenas R$ 26.000,00, com itens de série. Na versão para o mercado brasileiro, ele vem com motor Renault 1.0 Flex, com 16V; 77 cavalos de potência – mesmo do Sandero; com airbag duplo e direção elétrica. O ar condicionado será opcional.


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A

A classe operária foi ao paraíso

melhor maneira de se avaliar o crescimento de uma cidade é tomar por base os ramos de negócios menos prováveis em seu território. Ferraz sempre foi considerada uma cidade-dormitório, portanto, um lugar inóspito para o ramo de turismo. Situada entre as mais pobres do estado de São Paulo, costuma dizer a própria propaganda oficial, seria de se imaginar que a ideia de fazer turismo seja algo que passa longe de seu povo. Alessandro Rodrigues, gerente de vendas da CVC Turismo, não acredita nesta lógica. A provar está sua loja, inaugurada há um ano na cidade – e sua experiência ao lidar com a ascensão uma nova classe social que antes vivia excluída do circuito de viagens aéreas e não tinha a mínima ideia do que era um pacote turístico. “O mercado de turismo se abriu para as classes C e D, que antes não dispunham de crédito”, diz Rodrigues. O que vale para Ferraz ele já havia verificado em Itaquaquecetuba e em Poá, onde ele também gerencia lojas da CVC. Por incrível que possa parecer, o mercado do turismo nas três cidades alcança um crescimento vertiginoso. As razões, segundo Rodrigues são várias. A primeira constatação é que o trabalhador descobriu que precisa viajar, mas que pode fazer isso com conforto, que é bom aproveitar melhor o tempo de des-

canso e, principalmente, que não é mais obrigado a ficar em casa nas férias. O outro fator é com a estabilização da economia o crédito chegou rápido às classes C e D – hoje é possível praticar parcelas até a partir de 40 reais num financiamento de viagem para o nordeste, por exemplo. Empresas também estão oferecendo mais viagens a seus funcionários, como incentivo e a título de premiação. Poá Ferraz e Itaqua formam um grupo de cidade com mais de 700 mil habitantes, com um enorme percentual de suas populações emergentes. “São cidades que estão nas proximidades de Guarulhos, isso facilita muito na hora de escolher como viajar”, diz Rodrigues. Ele aponta também o crescimento dos polos industriais de Ferraz e Itaqua como fator de maior abertura de mercado para o turismo. Para a CVC da região, a maior parcela de clientes está nas classes C e D. Rodrigues revela um detalhe curioso. “As classes A e B tem preconceito de suas próprias cidades, por isso compram pacotes nos shoppings de Suzano, Mogi, Guarulhos ou São Paulo”. Tanto melhor para a classe operária, que finalmente alcançou o paraíso.


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Receita para

sair do atraso

M

arilei de Fátima Pereira da Silva, 58 anos, é uma mulher que tem passado a vida trabalhando. Em prol dos outros. Pedagoga e psicopedagoga, esta professora vem se dedicando, mais acentuadamente nos últimos 23 anos à atuação eminentemente social. Vice-presidente do Rotary Club de Itaquaquecetuba, ocupação de ratifica esta faceta de seu caráter, ela já desempenhou um sem números de atividades – com a mesma disposição inicial. Voluntária no Rotary, primeiro como esposa de rotariano e depois ela mesma membro efetivo, Marieli, que é casada com o empresário Luís Cromatec, dona da Hidralf, uma grande indústria local, tem servido na APEA, Casa da Criança, faz visitas regulares a asilos e estabelecimentos de repouso, um sem fim de atividades que lhe roubam quase todo o tempo. Ainda assim, diz que não consegue parar para descansar. “Tenho uma disposição danada para este tipo de trabalho, porque faço tudo com o coração. Não há gratidão maior na vida do que a que recebo das pessoas que ajudo”, disse ela. Marilei também atua na questão do planejamento familiar. Através de instituições em que participou como voluntária, já auxiliou centenas de mulheres e homens carentes a obterem cirurgia de laqueadura e vasectomia. Filiada ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Marilei estuda candidatar-se a vereadora no próximo ano. Como reside em Itaqua já há 31 anos, ela conhece muito bem os problemas do município. Para ela, as principais carências estão no atendimento à saúde pública, na falta de políticas habitacionais que melhorem as condições de residência da população mais pobre e na geração de emprego para mulheres. “Dar emprego às mulheres, a todas as mães de família que necessitam, é a receita certa para que a cidade recupere o atraso econômico”, ensina. “Afinal, alguém entende melhor de economia do que mulheres que tem de se virar com um orçamento apertado?”, pergunta. Essa concepção, reconhece, vem de seu trabalho contínuo com o social. Com situação econômica confortável, Marilei pretende dedicar a maior parte de seu tempo na luta pelo emprego e renda para mulheres de famílias carentes. Sem se preocupar se sobra tempo para si própria. É, antes de tudo, sua vocação na vida.


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prefeito em

exercício Vice-prefeitos no Alto Tietê desempenham papéis de destaque nas administrações e muitos já assumiram interinamente

Após Itamar Franco (foto) assumir como presidente da República em 1992, a figura do vice passou a ter um status diferente na nobiliarquia política


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H IST Ó RI A :

Aureliano Chaves, vicepresidente no governo João Baptista Figueiredo, foi um dos políticos que mais contribuiram para o processo de redemocratização no Brasil Aureliano Chaves.

A Vitrine Cultural destaca os trabalhos dos vice-prefeitos das quatro maiores cidades do Alto Tietê, Marcos Borges (Poá), Walter Bio (Suzano), Cuco Pereira (Mogi das Cruzes) e Adilson Achando (Itaquaquecetuba)

N

a década de 1980, Jô Soares tinha um programa humorístico, no qual um dos personagens repetia sempre: “vice não manda nada, tirante Aureliano!” Era uma alusão ao vice-presidente da República no governo do general João Figueiredo, o mineiro Aureliano Chaves. O próprio Figueiredo repetia, em fim de governo, época da transição democrática, que se Aureliano assumisse ele seria preso no dia seguinte. Em razão disso, ele fez com que o candidato da “direita”, em 1984, fosse Paulo Maluf. Em setembro de 1992, por ocasião do impedimento (impeachment) do presidente Fernando Collor, primeiro e único na história do país a ser deposto por improbidade administrativa, assumia o vice Itamar Franco. Sob seu governo, o Brasil iniciou um círculo virtuoso que se iniciou com o Plano Real e possibilitou a eleição de um operário para a presidência da República. Pode-se afirmar que vice de hoje é o futuro governante de amanhã. O avanço da democracia no Brasil, que pode ser entendido como o aprimoramento das instituições, legou aos vice-prefeitos, vice-governadores e vice-presidente um papel de maior protagonismo nas instâncias administrativas a que pertencem. Duvida? Para ficar em um caso exemplar, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, hoje uma das maiores estrelas políticas do país, há bem pouco tempo era um desconhecido vice de um partido (ex-PFL, atual Democratas) que por vias eleitorais tinha chance quase zero de chegar ao poder na capital paulista. Outro exemplo similar é o caso do ex-governador Cláudio Lembo, do mesmo ex-PFL e que assumiu o estado, assim como Kassab, pela saída de José Serra, quando da disputa a presidente em 2002. São exemplos de mudança na configuração dos círculos de poder que devem acarretar uma mudança de comportamento por parte do eleitorado. Daqui em diante, os eleitores devem escolher os candidatos aos cargos executivos de olho em que serão os vices, pois é grande a probabilidade de que estes venham a assumir o cargo principal aqui ou acolá. Um outro fator concorrente é que as leis de improbidade administrativa e da Ficha Limpa estão mudando as configurações no poder. Dos prefeitos eleitos em 2008, cerca de 300 em todo o Brasil tiveram o mandato cassado, cinco no estado de São Paulo

Marcos Antonio Andrade Borges

Walter Bio


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Sob o signo da

confiança N

o dia em que recebeu a equipe da Vitrine Cultural para a entrevista, o prefeito em exercício Walter Roberto Bio (PMDB), havia acabado de inaugurar o novo Pátio de Veículos da cidade de Suzano. Ele, que pela quarta vez ocupava a cadeira de prefeito nos últimos três anos, é o exemplo acabado da importância dos vices no quadro das administrações municipais na região do Alto Tietê. Aos 59 anos, formado em Contabilidade, ele tem um olhar peculiar para a cidade, do ponto de vista das gestões públicas. Para ele, nenhum outro governo na cidade fez tanto quanto o atual prefeito Marcelo Cândido (PT). “Quando assumimos a cidade, o prefeito Cândido e eu, havia 35% de ruas pavimentadas apenas. Hoje, Suzano está com 70% de suas ruas pavimentadas com asfalto de qualidade”, declara ele, afirmando que o acréscimo foi de 100% de ruas asfaltadas. Do mesmo pensamento compartilha Marcos Antonio Andrade Borges (PPS), vice de Poá. “Nunca vi, em tão pouco tempo, um prefeito realizar o que o Testinha (o prefeito Francisco Pereira de Souza, PDT) realizou”, disse ele, que confessa não ter nascido na cidade, mas que cresceu, se formou e constituiu família lá. Não se trata, pois, de tecer loas ao chefe, apenas? Como convencer que tais elogios são isentos? “É algo que o povo poaense pode comprovar. Veja as novas escolas Bortolotto e Heitor Gloeden, com instalações modernas modernas e piscinas. As academias ao ar livre nas praças...”, disse Borges, enumerando obras feitas pela gestão Testinha. “Em Suzano, Cândido acabou com as escolas de madeira, construiu o centro de especialidades médicas e introduziu o orçamento participativo. E são obras que o povo pode atestar a qualidade”, argumenta Bio. Borges, que assumiu interinamente por 30 dias e em algumas ocasiões extraoficialmente, dá a receita para um trabalho bem sucedido como o segundo em comando. “O vice-prefeito, para ir bem, tem de ter a confiança do prefeito”, opinou ele. O maior desafio de José Antonio Cuco Pereira (PSDB), nestes dias em que foi interino em Mogi das Cruzes, foi lidar com a lei que trata da mudança de

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Adilson Achando

José Antonio Cuco Pereira


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zoneamento na cidade. Após ter sido aprovado na câmara municipal, foi remetido para sanção do prefeito em exercício. Cuco chegou a autorizar a aprovação na câmara, mas recuou a conselho do Ministério Público. Ele participou, no dia 13, da cerimônia de assinatura do governo do estado com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), para a implantação da primeira etapa do Projeto Várzeas do Tietê. Vereador por seis vezes em Mogi, bacharel em Direito e auditor da Receita Federal aposentado, Cuco é dos vice-prefeitos do Alto Tietê o que mais vezes assumiu o cargo interinamente, tamanho o entrosamento que tem com o prefeito Marco Bertaiolli (DEM). No processo de construção do CONDEMAT, em 2009, ele foi peça importante no auxílio a Bertaiolli, que parecia não se afinar muito com a então direção da AMAT. Um perfeito entrosamento é o que Borges afirma ter com o prefeito em Poá. O feito mais importante de seu período na cadeira principal foi a assinatura, em Brasília, do convênio que trouxe R$ 40 milhões para as obras do “piscinão”, no centro de Poá. Em Itaquaquecetuba, Adilson Alves Achando (PSDC) assinou um convênio de R$ 80 milhões para investimentos na área de segurança pública (programa do PRONASCI), quando no lugar do prefeito Armando da Farmácia (PR). Achando funciona como um “ouvidor” do prefeito junto aos bairros da periferia. Itaqua é uma cidade espalhada demais, daí que ao ir a campo ouvir as reivindicações da população ele estabelece uma ponte entre os cidadãos e o prefeito. A legislação eleitoral brasileira não define uma função para o vice prefeito. Em diversos municípios, quando não são convidados a participar pelo prefeito, muitos acabam recebendo sem trabalhar. Não é este o caso. “Testinha deixou claro que não me queria apenas para a campanha, mas que fosse atuante no eventual governo. E vencemos uma eleição improvável”, contou Marcos Borges. Walter Bio disse que ao escolhê-lo, Marcelo Cândido buscava maior interlocução com a Câmara de Vereadores (ele fora parlamentar por três mandatos e presidiu a Casa). “Em política não dá para prever com exatidão o que vai acontecer. A parceria já era

para ter acontecido em 2004, não deu porque não conseguimos maioria no PMDB para aprovar a aliança”, revelou ele. Olhando-se pelo aspecto de participação nas administrações, os vices no Alto Tietê estão longe de desempenhar o papel decorativo de outras épocas. Nas quatro cidades, não há nenhum prefeito na berlinda. Mas, para toda eventualidade, Achando, Cuco, Bio e Borges estão aí para qualquer eventualidade.

NR: Não foi possível colocar na matéria o vice-prefeito de Ferraz, pois o mesmo não encontrou tempo disponível para atender às diversas tentativas da reportagem.


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A “Cortina de fogo” das redes sociais

os executivos do YouKu

Para controlar as comunicações sociais na internet, China pratica o que se chamou no Brasil de “reserva de mercado”

F

Redes Sociais Chinesas:

Robin Li, dono do Baidu

acebook, Twitter, Orkut, MSN, YouTube? Não. Baidu, YouKu, Weibo, Renren. Na China 470 milhões de usuários usam redes sociais criadas por empresários do próprio país. Elas são, na verdade, cópias do Facebook, Twitter e do YouTube, que são proibidos por lá. Dos dez homens mais ricos da China, dois são ligados à internet. Robin Li, do site de buscas Baidu, detém a maior fortuna do país. Jack Ma Huateng, do Tencent, um conglomerado de internet, é o nono mais rico. Empresas chinesas estão lucrando bilhões de dólares imitando sites estrangeiros e adaptando-os ao gosto local no que tange à censura oficial. Sites cujos nomes os internautas brasileiros não tem o menor conhecimento são os mais visitados em todo o mundo. Se juntar as populações do Brasil e mais os outros 12 países da América do Sul, são 385 milhões de pessoas. Na China, somente os seguidores do Sina Weibo, YouKu, Renren e Baiku, somam 470 milhões de pessoas. Sem dúvida, um mercado potencial para ninguém botar defeito. E as gigantes mundias, obviamente, sonham penetrar nele. O governo chinês criou a chamada “firewall” (cortina de fogo) para proteger o mercado interno. E há também a questão da identidade. Mesmo serviços estrangeiros que são permitidos perdem na concorrência com empresas locais. É o caso de serviço de mensagens rápidas MSN, da Microsoft, que detém 10% do fluxo, enquanto seu similar chinês, o QQ, tem 54%. A Google está com suas atividades paradas por estar em litígio com o governo chinês. Analistas chineses sustentam que o governo não protege o mercado interno, mas quer controlar o fluxo de informação na rede. Para eles, a dificuldade que empresas estrangeiras encontram é que há falta de conhecimento da legislação entre o povo. Isso dificulta o crescimento delas no país.

Fenômeno vizinho Em breve, internautas brasileiros vão passar a ter contato com a Vk.Com. Trata-se de uma rede social russa que está mudando de nome para se tornar global. Assim como na China, o povo da Rússia tem preferido redes sociais locais em detrimento de Facebook e Google. O Vkontakte (Vk.Com) e o Yandez, as versões russas do Facebook e do Google, são as redes que mantém a liderança entre os seguidores internos. Essa duas empresas estão investindo milhões de dólares para ampliar sua participação no mercado mundial, fora da “Runet”, como é chamada a internet na Rússia. A VKontakte.ru é a maior rede social na Rússia, a segunda na Bielorússia e a terceira na Ucrânia e Cazaquistão, todas ex-repúblicas soviéticas. A popularidade do Vk é tão grande que é praticamente impossível um estrangeiro entrar na sociedade sem fazer parte do site. Já o Yandex tem no país quase o triplo da parcela de mercado de seu maior concorrente, o Google. ru. O serviço começou a funcionar apenas em 2008, enquanto o Google já está lá desde 2002. Quase ninguém na Rússia usa Facebook. Aqui também a questão da identidade. Muitos cidadãos acham que os sites internos estão mais próximos das necessidades a cultura dos usuários russos.

Redes Sociais Russas:


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A força do

associativismo

A

o analisar o cenário econômico e as mudanças repentinas que o movem ultimamente, é fácil verificar que as empresas, principalmente as micro e pequenas, perceberam que, para enfrentar a concorrência, é melhor unir forças, pois juntas tornam os seus empreendimentos mais competitivos no mercado ou mesmo enfrentem desafios que sozinhos seriam mais difíceis de serem superados. Acreditar que “juntos somos mais fortes” é de extrema importância. Tal fenômeno compreende-se como “associativismo”. O objetivo das empresas que se unem em torno de um objetivo comum é formar uma Rede de Negócios ou associação, que se caracteriza pela ação coletiva de seus membros. E os interesses do grupo devem estar acima dos interesses individuais. Dados estatisticos e a experiência ao longo dos anos me dão base para afirmar que o associativismo muda não só a vida de seus membros, mas também possibilita um maior desenvolvimento econômico local através de negócios que possam crescer de forma sustentável, gerando até empregos indiretos, mudando famílias e

Kurth Tonn

a realidade local. O associativismo é um meio de geração de renda, especialmente nos locais onde o Índice de Desenvolvimento Local (IDH) é baixo, como por exemplo em Ferraz de Vasconcelos. O empresário que tem a mentalidade associativa não vê o outro como um concorrente, mas como um potencial parceiro, que juntos terão condições de competir em pé de igualdade com os grandes. Essa visão é disseminada há 41 anos pela Associação Comercial e Industrial de Ferraz de Vasconcelos. Ao longo desses anos muitas histórias de parcerias e sucesso se desenrolaram. E a entidade está sempre aberta para orientar novos membros. Manter a visão e perfil associativo, é um trabalho árduo que exige de seus participantes grande esforço. Porém, os resultados são compensadores. Kurth Tonn, Jornalista, Especialista em Comunicação Institucional e gerente da Associação Comercial e Industrial de Ferraz de Vasconcelos


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Fundos imobiliários são a melhor aplicação

Forte valorização dos imóveis proporcionou um ganho médio de 375,7% a quem investiu nesses fundos nos últimos seis anos e meio

N

ão são apenas os proprietários de casas e apartamentos que ficaram mais ricos nos últimos anos. Um estudo feito pela gestora de recursos Rio Bravo com exclusividade para EXAME.com mostra que os fundos imobiliários foram a aplicação financeira mais rentável dos últimos seis anos e meio. Esses fundos proporcionaram ao investidor um retorno médio de 375,7% de janeiro de 2005 até o mês passado. De acordo com dados do Instituto Assaf, a segunda melhor aplicação financeira no mesmo período foram os títulos públicos do governo federal. Uma cesta de NTN (papéis que pagam uma rentabilidade equivalente à inflação mais uma taxa de juros) teve valorização média de 176% no mesmo período (veja abaixo quanto rendeu cada aplicação). No Brasil, não existe um índice que meça a rentabilidade média dos fundos imobiliários. O indicador desenvolvido pela Rio Bravo considerou a taxa média de retorno paga aos investidores por 13 fundos. A rentabilidade reflete tanto as receitas com aluguéis que foram distribuídas aos quotistas quanto o aumento do valor das quotas em bolsa. O critério é o mesmo para o Ibovespa, por exemplo, que considera tanto a valorização das empresas incluídas no índice quanto os dividendos distribuídos aos acionistas. Além da rentabilidade bastante superior, outra vantagem dos fundos imobiliários sobre a bolsa foi a menor volatilidade. O retorno foi positivo em todos os anos considerados no estudo ao contrário do que se observa com as ações - o Ibovespa chegou a cair mais de 40% em um único ano. Por outro lado, os fundos imobiliários estão longe de apresentar um ganho tão constante quanto o da renda fixa. Em 2008, a rentabilidade dos fundos foi a pior da séria: apenas 5,62% - ou algo inferior à da caderneta de poupança. Já no ano de 2009 veio o melhor resultado: valorização de 43,43%, suficiente para deixar qualquer investidor feliz. Fonte: EXAME

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Um refúgio contra a

intolerância A

s pastoras Lanna Holder, 36 anos e Rosânia Rocha, 38, estão juntas há cinco anos. Elas se conheceram em Boston, nos Estados Unidos, quando Lanna pregava para uma grande denominação evangélica brasileira e Rosânia cantava música gospel nos cultos. As duas acabaram de fundar uma nova igreja no centro de São Paulo, a Comunidade Cidade do Refúgio. Até aqui a história de ambas se confundem com o trivial. Todavia, a Cidade do Refúgio não é uma igreja tradicional, nem convencional, como atesta o depoimento de Lanna: “a nossa igreja é de Cristo, não é de lésbicas ou gays. Mas queremos deixar claro que somos um refúgio, acolhemos todos os machucados e feridos, todos os que foram escorraçados pela intolerância”. Dúvidas sobre o sucesso da empreitada? No primeiro dia de culto, a igreja juntou 300 pessoas. O início da matéria dizia que Lanna e Rasânia estão juntas – e estão, literalmente. Nos Estados Unidos, quando a paulista Lanna viu os olhos claros de Rosânia, se apaixonou imediatamente. A reação da mineira foi recíproca. Elas pediram ajuda a pastores, oraram muito para evitar e chegaram a ficar um ano sem se ver. Não adiantou. Largaram seus maridos, oficializaram seus divórcios e hoje criaram uma nova versão do evangelismo, uma denominação que acolhe os excluídos pela religião. À primeira vista, uma entidade religiosa formada por homossexuais é uma coisa fora de senso. “Afinal, o que pretendem estas pessoas?”, é a pergunta lógica. A Vitrine Cultural foi lá conferir de perto a história. Na chegada ao templo, você preenche uma ficha de visita. Depois, seu nome é citado pela missionária, que lhe dá as boas vindas. Na parede lateral vai a inscrição, “Esta cidade será de refúgio tanto para o israelita quanto para o estrangeiro”. Isso quer dizer que você será bem vindo ali, seja de qual orientação for. Quem puder se despir do preconceito, dê um pulo na avenida São João, número 1.600 e assista a uma pregação da missionária Lanna Holder. “Somos evangélicos, dispostos a levar a mensagem do amor incondicional de Deus pelo ser humano, independente de sexo, cor, credo raça e orientação sexual”, diz Lanna. Ela á adepta da chamada “teologia inclusiva”. Lanna Holder se define como autodidata, não tem formação em teologia. “Sempre ia nos cursos de doutrina, de onde adquiri muita experiência”, revelou ela. Mas sempre foi muito boa oradora – como pode observa-la em ação a reportagem. Por esta razão, antes de assumir-se religiosamente lésbica, ela era requisitada por muitas igrejas, o que lhe rendeu fama e a levou aos Estados Unidos.


Igreja evangélica fundada por mulheres homossexuais reúne 300 pessoas no primeiro dia de funcionamento A Missionária Lanna Holder, que após servir a diverssas denominações, assumiu sua sexualidade e fundou a Igreja do Refúgio.

Pregação inteligente No público, observavam-se claramente diversos casais de homens com homens e mulheres com mulheres. Porém, a maioria denotava bons conhecimentos bíblicos. Eram 63 pessoas em uma discussão religiosa em alto nível. Lanna tecia comparações entre o Antigo e Novo testamentos. “Deus tinha noção da inferioridade da mulher?”, perguntou um rapaz. A resposta veio de forma alegórica: “As“ mulheres se libertaram porque o ministério de Jesus Cristo foi montado em cima da mulher”. Daí uma sequência de explicações sobre a passagem de Cristo ter em diversos momentos mulheres em situações-chaves, como na ressurreição. O culto daquela sexta-feira era voltado para o entendimento dos Provérbios. “Provérbios são especialmente úteis no ensino de princípios éticos, são excelentes instrumentos didáticos”, ensinou a missionária, para quem estas passagens na Bíblia reservam um provérbio para cada dia do mês. “Faça a leitura dos provérbios de acordo com o dia vigente do mês – mergulhe em Provérbios, que te dará maior compreensão da Bíblia”, orientou ela. Uma pregação inteligente, que em nada tenta dirigir assistência para questões de homossexualismo – embora não fuja do tema. “Não dormirás homem com homem...”, cita Lanna, “o pessoal usa esta passagem para meter o pau na gente” diz à plateia. A explicação é que tal passagem foi feita num contexto judeu, onde a homens não eram aceitas em hipótese alguma tais condutas. O debate de questões religiosas, entremeadas de passagens bíblicas e observações do cotiadiano era levado em alto nível com a plateia presente. Uma mulher, notadamente lésbica, demonstrava extremo conhecimento das escrituras. “Em nada falam sobre gays, aí eu me pergunto se é realmente uma igreja para homossexuais. A missão delas é resgatar vidas. E se hoje no culto de sua congregação entrar uma pessoa homossexual, você saberia lidar com ela ou ia criticá-la e falar de seu pecado”, perguntou Alex, um dos que foram ao culto também a título de curiosidade. Tenham Lanna, Rosana e seus seguidores razão ou não, o fato é que as pessoas são livres para seguirem o caminho que escolherem. E não se pode fugir das novas tendências. Se você ainda não aceita que igrejas do refúgio comecem a existir, é bom seguir o conselho de um antigo comercial de TV: “você precisa começar a rever seus conceitos”.


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Ferraz

O Centro repaginado

O calçadão da rua Coronal Oliveira Lima,em Santo André, que serviu de inspiração ao futuro modelo ferrazense A prefeitura de Ferraz de Vasconcelos vai promover a revitalização do Centro, para atender às necessidades de fluidez do trânsito, acomodar bolsões de estacionamento, impulsionar o comércio e melhorar a condição de mobilidade e transporte de pessoas. No pacote de R$ 14 milhões, verba proveniente do Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (FUMEFI), do governo de São Paulo, está prevista um mix de obras, que engloba o futuro terminal rodoferroviário municipal, bolsões de estacionamento e a modernização de rua comercial. O prefeito Jorge Abissamra (PSB) pretende transformar a principal rua de comércio da cidade em um calçadão coberto (boulevard). Ele já fez reuniões com empresários e comerciantes e recebeu apoio para tocar a obra. Para concretizar o boulevard, será necessário criar vagas de estacionamentos na av. Brasil, principal da cidade, e ruas adjacentes. Também será criado um bolsão de estacionamento com 300 vagas junto ao futuro novo centro cultural, na Praça dos Trabalhadores. Por último, um moderno terminal rodoferroviário permitira o que a via férrea impede, unir o lado sul com o norte da cidade, com o acesso de pessoas para ambos os lados, porém oferecendo melhor mobilidade para cadeirantes e idosos. A antiquada passarela hoje existente dificulta não apenas a vida das pessoas, mas também a expansão do comércio. O prefeito promete o boulevard inaugurado até o final de novembro. As outras obras ainda não tem prazos definidos.

ITAQUAQUECETUBA:

Novas ambulâncias do SAMU permitem 400 atendimentos a mais

Segundo o secretário de Saúde, cada veículos atende 200 ocorrências/mês

A prefeitura de Itaquaquecetuba recebeu recentemente mais duas novas ambulâncias para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Os veículos foram conquistas do governo municipal, que pretendia estender o alcance do atendimento de emergência a mais cidadãos e melhorar o tempo das ocorrências. Com as duas nove unidades, categoria de suporte, o serviço passa a contar com oito viaturas, sendo que uma é ambulância UTI (atendimento avançado). O secretário municipal de Saúde, José Heleno Antonio Pinto, informou que com as novas aquisições será possível atender a mais 400 ocorrências por mês; cada unidade atenderia a mais 200. Pelo cômputo geral, a cidade passaria a contar com mais de 1.800 atendimentos de emergência por mês – número que oferece tranquilidade à população em poder contar com um serviço ágil e de qualidade. As duas ambulâncias já foram disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. A próxima etapa, para liberação dos veículos da cidade, envolve trâmites burocráticos, como documentação e emplacamento. O secretário informou que em breve as duas unidades móveis já estarão nas ruas atendendo aos munícipes.

POÁ

O fim das sacoli

Poá pode se transformar no prime balagens plásticas no Alto Tietê. A ovar um projeto de lei de autoria c val Dias (PRB), Azuir Marcolino (PTB) totalmente, no prazo de 20 meses (pou na cidade não mais haja a utilização O PL aguarda apenas a sanção do Executiv sejam substituídas por peças biodegradá a diminuição da poluição ambiental. O ac e este tipo de material leva cerca de 4 ano do material biodegradável. A justificativa Na nova lei, fica proibido também e sos, papéis reciclados ou qualquer mater prejudiciais à saúde. Junto com o projeto teração nos métodos de produção e a ut entes na fabricação de produtos impresc


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OÁ:

inhas plásticas?

iro município de fato a abolir as emA Câmara Municipal acaba de aprconjunto entre os vereadores Denee Lauriston Barros (PV), que abole uco mais de um ano e meio), para que o de sacolas plásticas convencionais. vo. A lei prevê que as embalagens plásticas áveis – o que deve contribuir e muito com cúmulo de plástico nos lixões é enorme os para se decompor, o que não é o caso a do projeto foi justamente nesta linha. embalar produtos com jornais, impresrial que contenha substâncias químicas o, os parlamentares estão propondo altilização de matéria-prima menos polucindíveis ao cotidiano da população. ad

SUZANO:

Suzano já começou obra da UPA

A unidade vai sendo construída num terreno de 2,5 mil m², no Jardim Revista, um dos mais populosos da cidade O prefeito Marcelo Cândido, deu início, agora em junho, às obras da primeira UPA do “eixão” do Alto Tietê (que engloba Ferraz, Poá Suzano e Mogi). As Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) foram concebidas e financiadas durante o governo do ex-presidente Lula. Com as UPA, os municípios ganharão um instrumento de primeira necessidade em atendimento público de saúde. Essas unidades atenderão à população durante 24 horas por dias, ininterruptamente. São estruturas de complexidades intermediárias entre as Unidades Básicas de Saúde (postos de saúde) e os setores de urgência hospitalares. Em outras palavras. A UPA tira muita gente da fila de atendimento nos pronto-socorros de hospitais municipais e estaduais. Elas compõe uma rede organizada de atenção aos casos de urgência, em concomitância com o SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência)> As UPA foram idealizadas para serem construídas em locais estratégicos nas cidades, pela sua característica de componente préhospitalar fixo. O atendimento estará diretamente interligado com o SAMU, que organiza o fluxo de atendimento e encaminha os pacientes a este serviço. É mais um aparelho que permitirá salvar vidas em um tempo mais curto, pois as demandas nos hospitais são altas e estes nem sempre podem dar conta de atender com presteza.

ARUJÁ:

Mais médicos ao alcance do povo Seis novos profissionais médicos iniciaram o serviço nos postos de saúde de Arujá. Dois estão atendendo na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Parque Rodrigo Barreto, dois na UBS do Mirante e os últimos dois no CS II, localizado no Jardim Pinheiro. A informação partit da Secretaria Municipal de Saúde. Com este nova acréscimo no quadro da equipe municipal, foi possível aumentar o número de atendimentos médicos, de 3,6 mil para 6 mil mensais. Segundo a secretária de Saúde, Dagmar Barbosa Corato, a pasta registrou aumento de 66% nos atendimentos. A contratação dos médicos se deu em maio e os resultados apareceram já em junho. Ela considera que a aquisição foi vital para uma “mexida” no chamado nível primário de atenção. “As UBS são a ponta, é onde o cidadão deve receber o primeiro atendimento e onde a demanda é maior. Além dos novos quadros a prefeitura realiza concurso público para admitir profissionais em diversas especialidades, para suprir as carências do município. Dagmar informou que, somente no primeiro trimestre deste ano, a pasta já gastou R$ 9.099.903,50 com a saúde pública (9,4% acima do montante estipulado no orçamento anual para a Saúde, que é 15%). A maior parte do dinheiro foi aplicada em gestão de maternidade e pronto-atendimento. Além do investimento humano, a prefeitura pretende informatizar, até o final do ano, todo o setor de saúde.


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A hora é das

Gordinhas A

s modelos ‘tábua’ são uma pequena parte do universo. Nós mulheres, com raras exceções, não somos magérrimas como as modelos dos ‘Fashion Weeks da vida’ (umas são tão magras que custo a acreditar que são pessoas saudáveis). Nós, brasileiras, somos fartas, seios grandes, popozudas. Tenho certeza que o padrão de magreza não é o normal, muito menos o natural”. Esse é o depoimento da secretária suzanense Maira Oliveira, 32 anos e assumidos 66 quilos. Para a felicidade dela e da esmagadora maioria das mulheres brasileiras, a indústria da moda acordou para esta realidade e começa a prestar atenção neste mercado. Em janeiro último, o desfile São Paulo Fashion Weekwend Plus Size, apresentou dez desfiles de marcas para mulheres gordinhas – ou mulherões, como muitas preferem ser chamadas. Esse é o mercado de mulheres da vida real, que vem crescendo e conquistando o seu lugar. E não é para menos, os maiores centros mundiais da moda já perceberam este filão. Em fevereiro de 2010, a marca italiana Elena Miró abriu a Semana de Moda de Milão com odelos “corpulentas, voluptuosas e sensuais”, como definiu a própria estilista, destinada a vestir mulheres “reais”. Ato seguinte, grandes grifes mundiais como Prada, Gucci, Versace e Armani também apresentaram coleções. Em março deste ano, o desfile do Shopping Mega Polo Modas, também em São Paulo, apresentou modelos de diversas marcas, entre elas Minas Center, Donna Moça, Estilo Show, Grande Porte Morena, Darivam, Pérola Oriental, Hy Fly, Jes, Sheslaine, Buzzy, Claudio Blanco, Program, Sonia Baek Plus, Patrícia Crital, Eveíza, Shine, Naif e muitas outras. Foi um avento que marcou de vez a virada de olho do mercado da moda para a s ‘cheinhas’. Plus size são os tamanhos acima de 46. E qual a estação do ano mais propícia para usar roupas espaçosas? O inverno! Nesta época, as pessoas costumam se vestir melhor, e é nesta hora que as mulheres mostram o quão bem sabem se vestir. Porque o inverno, ao contrário do verão, é “inclusivo”. E as lojas de roupas estão seguindo as tendências. Observam-se nas vitrines de shoppings e centros comerciais a diversidade de modelos para gordinhas. Paula Pereira, 29 anos, consultora de marketing, idealizadora do site Gordinhas Assumidas (www. gordinhasasumidas.com.br), é uma das entusiastas desse novo viés na auto-estima das mulheres que até então eram situadas fora do ‘padrão’ físico ideal. “Depois que engordei, percebi o quão grande é o preconceito o preconceito que existe. E o quanto sofre uma gordinha não assumida”, disse ela. Com o slogan “ser gorda não é problema para nós”, ela propõe-se a ajudar as pessoas a se aceitarem como são.


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A beleza madura de

Christine Lagarde A

nova diretora-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, 55 anos, não protagoniza a cena apenas por ser a primeira mulher a ocupar o comando do maior cofre do mundo. Antes disso, a ex-ministra das Finanças da França fazia sucesso em outra seara que não a econômica. Chique até a raiz dos cabelos, ela agora vai ditar tendências de comportamento no quesito moda.

Conhecida por desfilar com seus cabelos brancos sedosos e platinados – estilo que já anda fazendo a cabeça de mulheres maduras e elegantes – o visual de Lagarde poderá oferecer um estímulo às traumatizadas balzaquianas brasileiras, sempre em busca de parecer o “mais jovem possível”, a manter o grisalho natural. Christine Lagarde nasceu em Paris, em 1956. Filha de um professor de Inglês da Faculdade Rouen, Robert Lallouette, e da também professora, Nicole Lallouette. Formou-se em Direito Social pelo Institut d´Études Politiques d´Áix-em-Provence. Mestrado em Inglês e em Direito Comercial também fazem parte do currículo acadêmico da francesa. Antes de chegar ao FMI ocupou diversos cargos políticos, sendo ministra do Comércio e Emprego, do Comércio Exterior e por último das Finanças. Vegetariana, nunca bebe álcool. Suas paixões são ioga, mergulho, natação e jardinagem. Divorciada, tem dois filhos, Pierre Henri e Thomas – hoje mantém relacionamento com o empresário Xavier Giocanti. Ela leva uma vida saudável e tem um comportamento peculiar que a diferencia da maioria das mulheres modernas. Ela mantém-se em forma naturalmente. No alto de seus 55 anos, rica e famosa, ela optou pela beleza natural. Nunca fez cirurgia plástica, não usa botox ou qualquer outra medida artificial para manter a aparência. Neste aspecto é que o seu estilo vai acabar fazendo a cabeça de muitas mulheres mundo afora. A aparência física de Lagarde, somada à sua elegância no vestir-se, podem conferir a ela o status dado a algumas mulheres que ditam tendências, como Michelle Obama, Lady Diana, Maddona, Glória Kalil, no Brasil e muitas outras.


Justiça tardia que não falha A

descoberta de um bilhete de trem antigo acabou levando ao indiciamento de um suspeito em um caso que assombrou a cidade de Sycamore, no Estado americano de Illinois, por mais de 50 anos. Jack Daniel McCullough, hoje com 71 anos, foi indiciado pelo sequestro e assassinato de Maria Ridulph, uma menina de 7 anos que desapareceu enquanto brincava com uma amiga perto de casa em dezembro de 1957. Àquela época, McCoullough tinha 18 anos. E tinha um álibi: no momento em que a menina desapareceu, estava viajando entre Rockford e Chicago. Ele usava o nome de John Tessier. As buscas por Maria envolveram mais de mil policiais e chamaram a atenção do presidente Dwight Eisenhower e do famoso J. Edgar Hoover, o chefão do FBI. Os rests mortais da menina foram encontrados meses depois, em 1958, por duas pessoas que procuravam cogumelos no noroeste do estado de Illinois. Uma amiguinha de Maria deu um depoimento chave à época, segundo informações do jornal Dekalb Daily Chronicle, do condado de Dekalb. Ela disse que um homem chamado “Johnny” se apresentou a elas e perguntou se não queriam montar nas costas dele. Ela foi então em casa buscar suas luvas e quando voltou o estranho e a menina não estavam mais no local. O chefe de polícia de Sycamore à época, William Hindenburg, desconfiou de John Tessier e colocou-o como um dos principais suspeitos, pois se encaixava na descrição dada pela amiga de Ridulph. “Estava usando as mesmas roupas, também era chamado de “Johnny” e morava a um quarteirão. Foi indiciado como um dos culpados no crime, pois se encaixava na descrição do suspeito”, contou o atual chefe de polícia, Don Thomas, segundo o UOL. O caso esfriou depois que John Tessier se tornou militar e mudou o nome para Jack Daniels McCoullough. Segundo a polícia de Sycamore, as autoridades receberam, anos atrás, novas pistas sobre o caso, que voltaram a colocar McCoullough no centro das investigações. Thomas confirmou à mídia local que um antigo bilhete de trem, do dia em que Maria Ridulph desapareceu, foi uma das pistas que levaram à prisão de McCoullough. Ele foi preso, segundo matéria da terça-feira (5/07), na cidade de King County, perto de Seattle, no estado de Washington. O jornal Seattle Times informou que o tribunal da cidade recebeu da polícia documentos em que, numa entrevista com a mulher que fora namorada de Tessier/McCoullough naquela época, pedira para que ela encontrasse fotos dos dois juntos. Escondido em um dos portaretratos ela encontrou o bilhete de trem que ele havia dado a ela, e que não havia sido usado, pois não levava nenhum carimbo. Isso provaria que McCoullough não havia feito a viagem e que seu álibi não era válido. Segundo a polícia não há prova de DNA,

Jack Daniel McCoullough

mas há fortes indícios da culpa do acusado. “Durante a entrevista (com McCullough), conseguimos confirmar que ele é o criminoso”, disse Thomas ao Dekalb Daily Chronicle. McCullough está preso e a fiança foi estabelecida em US$ 3 milhões, contou o UOL. Um “ponto escuro” no tapete Deitado em uma cama do hospital de Geneva, William Hindenburg sabia que estava morrendo. Um acidente de carro na Rota 38, um mês antes, havia ferido gravemente o chefe da Polícia de Sycamore e seu fim estava próximo. Mesmo assim, ele pensava em Maria Ridulph. “Eu estava com ele no hospital”, conta hoje a filha de Hindenburg, Doris Pernot. Uma das últimas coisas que ele disse foi: “Talvez agora (com a morte) eu poderei descobrir quem pegou Maria e o que aconteceu com ela”, contou a filha. Hindenburg morreu no dia 14 de setembro de 1958, quando ia completar 53 anos, sem saber quem matara Ridulph. Ele está enterrado no Elmwood Cemitério, não muito longe da cova da menina. “Ele realmente se importava muito com o caso”, disse Doris – apenas oito anos mais velha que Maria – que ainda mora em Sycamore. O caso de McCoullough entrara no que a justiça americana


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A história incrível de um caso de assassinato. Depois de 50 anos, bilhete de trem derruba álibi de assassino de menina

chama de “statue of limitations”, um tempo limite para casos em que não há provas serem suspensos. O neto do ex-chefe de polícia, que recebeu o mesmo nome do avô, William Hindenburg, disse que para a família o relógio do tempo nunca esteve em suspenso. Marilyn Hindenburg, esposa do filho do ex-chefe de polícia, Dale, havia lhe dito que seu se referira ao suspeito como um “Comando”, designação dada a militares das forças especiais americanas – e McCoullough havia se tornado um militar. Seu pai tinha fortes suspeitas porém, ele tinha um álibi. O álibi agora foi quebrado. “Obrigada Senhor, finalmente!”, disse Marilyn Hindenburg. William disse esperar que a prisão possa trazer alívio a todos as famílias que foram tocadas não apenas pela tragédia, mas também pelas longas décadas de mistério. “Penso que a vida de uma comunidade é como uma tapeçaria, e o sequestro de Ridulph foi um ponto escuro costurado no tapete”, disse ele. “Talvez agora possamos fechar nossos olhos livres deste ponto escuro e apreciar o maravilhoso tapete”, encerrou. Maria Ridulph, no colo de sua mãe

Local onde foram encontrados os restos mortais da menina


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A

Um olhar para todos os quadrantes

Cidade de Itaquaquecetuba enfrenta sérios problemas em amplas as áreas, desde saúde até invasão de terras. No entanto, para Valdir Rocha Coelho, 64 anos, um dos engenheiros civis mais influentes da cidade, as soluções para esses problemas podem ser corrigidos, basta que se adotem medidas que não são nada mirabolantes – e que estão na ordem do dia quando se trata de planejamento. Os instrumentos para tanto estão mais ao alcance, segundo ele. Coelho é dono de um escritório de engenharia que faz projetos comerciais, industriais e residenciais. Sabe do que fala. E se prepara para disputar as convenções internas ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda a qual é filiado há décadas. Preocupa-lhe que um partido com história tão rica e hoje influente na política nacional não tenha sequer um vereador representante no parlamento itaquaquetubense. Sem fazer críticas diretas, ele aponta alguns fatores que a seu ver contribuiriam para uma melhor administração municipal. “O povo não participa do governo e por isso não tem conhecimento das coisas que acontecem”, diz ele. Itaqua conta com cerca de 500 mil habitantes e há enorme demanda de empregos. Isso poderia ser resolvido com medidas como desenvolver uma maior interlocução com o empresariado local. O meio empresarial fica à margem, não tem participação nenhuma com as coisas da cidade. “O empresário fica 15 horas por dia no município. O que ele tem a dizer é muito importante, sua opinião deve ser ouvida”, argumento Coelho. Como profissional de engenharia que atua há mais de 30 anos, ele avalia que houve um grande trabalho de pavimentação e iluminação de ruas e bairros de Itaqua, o que acabou não contribuindo para reduzir os índices de violência, que são os mais altos da região. Como a maioria dos municípios brasileiros, há problemas no âmbito da saúde, carência habitacional e uma questão ambiental sensível. Coelho não concorda, por exemplo, que seja instalado o aterro sanitário municipal, porque então estariam recebendo o lixo de outros municípios, ameaçando a poluição de córregos e do lençol freático. “Mogi tem uma área quatro vezes maior e não que o aterro lá. Acho que esta solução tem de ser buscada junto ao governo estadual”, pensa ele. Uma solução importante, em sua avaliação, que o governo municipal tem que encampar com urgência, seria a revitalização do centro, a expansão do centro comercial. O município cresceu, tem 500 mil moradores, sem que a região central fosse preparada para tal crescimento. Ainda há um cemitério, área de extração de areia, coisas incompatíveis com uma cidade no século 21. “Levando-se em conta que o Rodoanel vai passar bem aqui pertinho do Centro, é bom que essas soluções sejam planejadas e executadas logo”, diz o engenheiro. Embora muita coisa há ainda a ser feita, Valdir Coelho avalia que as soluções estão à mão. Com a importante e necessária participação do povo nas decisões sobre Itaquaquecetuba, seria possível resolver muita coisa em muito menos tempo que se imagina. Essas são as observações de um homem que vê a cidade e a pensa em todos os seus quadrantes. “Ter um futuro melhor, é possível sim”, encerra ele.

Foto: Valdir Coelho


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Um convite

para jantar C

hegar a um encontro sem saber ao certo o que esperar. Assim é o convite que a Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep) faz a pessoas interessantes – muitas das quais acabam se tornando seus membros. “Jantares são a forma com a qual introduzimos nas pessoas convidadas o conhecimento sobre o que somos e qual a nossa proposta para a sociedade”, explicou Valdir Coelho, engenheiro, político e presidente do Capítulo 600, a divisão da entidade em Itaquaquecetuba. A Adhonep é uma associação leiga com visão cristã, mas sem compromisso eclesiástico. Esta é a melhor definição que seus membros dirigentes dão sobre esta entidade que foi fundada nos Estados Unidos da América, em 1952, pelo empresário Demos Shakarian, americano descendente de armênios. Ela foi criada com o objetivo de fortalecer valores através da sinergia entre empresários, autoridades e homens que compartilham experiências de sucesso. Em resumo, são homens e mulheres de negócios se reunindo para trocar experiências. A Adhonep está hoje em 120 países. As mulheres desempenham um papel importante dentro de um Capítulo, são o “braço” da organização e fazem parte da divisão chamada “Apoio Feminino”. No primeiro jantar realizado pelo pessoal de Itaqua, um visitante especial abrilhantou o encontro, o ex-prefeito e ex-deputado Francisco Rossi, hoje também membro do grupo. Rossi narrou sua experiência de vida, uma história até um certo ponto rica, mas que mostra as fases pelas quais podem passar todo ser humano, independente de classe social. E ele desaguou na Adhonep, não que saber mais de política. Um encontro tocante, com pessoas que tem algo a dizer. Valdir Coelho, sua diretoria e os membros da seção de Itaqua, olhando do ponto de vista de um visitante, proporcionaram um proveitoso momento, uma conversa do tipo a que os seres humanos volta e meia necessitam. Alguns tem a primazia de participar.


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Ferraz terá a primeira

prefeita de sua história?

O

A vereadora Rose Crossi voltará à câmara num momento propício para firmar sua imagem política na cidade de Ferraz

retorno do recesso parlamentar, em 2 de agosto, coincidirá com outro retorno, o da ex-secretária municipal de Cultura e vereadora licenciada Rose Crossi. Ela chega de volta à Casa em um momento ideal para se definir politicamente perante a sociedade, ela de quem já se sabe que será candidata à sucessão de Dr. Jorge na prefeitura em outubro do próximo ano. Segundo suas próprias palavras, ela entende que este é o momento de voltar, pois concluiu um ciclo de trabalho que foi importante para o setor cultural da cidade. “Realizei vários projetos e deixei muita coisa encaminhada. O próximo secretário que assumir vai poder dar continuidade a estes projetos com tranquilidade”, declarou Rose. Antes do governo Jorge Abissamra, conta ela, a secretaria se resumia a promover alguns poucos eventos. Seis anos depois, Feraz dispõe de uma Casa da Cultura, o Espaço Cultural de Danças, o Conservatório Musical, o Projeto Guri . Além destes, deixa dois grandes projetos encaminhados: o Restaurante-Escola, construído com verbas do Ministério do Turismo, e a Casa do Artista. O Restaurante-Escola está praticamente pronto para ser inaugurado – e vai introduzir cursos gratuitos de hotelaria e gastronomia, algo que nunca houve. A Casa do Artista será um programa maior do ponto de vista da essência da pasta. Será um Espaço com oito salas equipadas para palestras, workshops, os artistas terão à disposição material gráfico e um estúdio para gravação de CD. Mas são as razões da política que estão levando Rose ao retorno. “Depois de preparar importantes projetos na Cultura, entendi que servi bem à sociedade. Quero dar continuidade ao trabalho pela população de forma mais contundente na câmara municipal. Ali poderei contribuir também efetivamente”, disse ela, que volta em um momento político favorável para que tenha a independência que busca para dar lastro ao seu pleito. Sem se contentar com razões simplistas, a Vitrine Cultural quis saber da vereadora em que nível está seu estado de espírito político. Vitrine: Como a senhora vê o atual momento de divisão política na câmara? Rose Crossi: Oposição, para mim, é um processo natural. O que ocorre é uma divisão de posições, mas acho que isso faz parte da democracia. Qual será a sua posição como parlamentar, dentro deste cenário? Rose: Vou como vereadora independente. Votarei e decidirei as matérias com convicção, sempre a favor das necessidades do povo ferrazense. Isso significa votar contra Dr. Jorge, quando for o caso? Rose: O voto nunca será contra o governo. Se o projeto for interessante para a população, voto, sem me preocupar com um lado ou outro. A senhora esteve recentemente no lançamento do novo Partido Cristão. Pretende se candidatar por esta legenda, se não sair pelo PSB? Rose: Recebi este convite do PC. E acho muito interessante, porque ele se preocupa com as questões da família, o que vem de encontro ao meu projeto como pessoa pública. Agora, o partido tem que ser homologado até o dia 25/08. Se o fizer, pensarei nesta possibilidade. Tudo leva a crer que a senhora será candidata. Já obteve apoio de algum partido? Rose: Sim, existem conversas, mas ainda não posso detalhar porque tudo é prematuro. A senhora está realmente preparada para ser prefeita de Ferraz? Rose: Nestes anos, trabalhando como secretária municipal, conheci, de perto, as carências do povo ferrazense. Na (secretaria de) Cultura, tivemos a oportunidade de levar desenvolvimentos às crianças nesta área. Desenvolvi o senso de igualdade. Acho que todo político tem de ter essa premissa de olhar as pessoas com igualdade – e realizar para todos coisas que gostaria de fazer para si. Por exemplo, poderíamos criar a Frente de Trabalho Feminina – voltada a dar empregos a mães de família para que estas deem sustentação a seus lares. Uma infinidade de coisas que seria possível fazer.


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Como se fossem insetos Pentágono investe no desenvolvimento de aviões minúsculos inspirados em voos de mariposas, que devem ser apresentados até 2030

A

cerca de 3,2 quilômetros do pasto os irmãos Wright aprenderam a fazer voar os primeiros aviões, pesquisadores militares estão trabalhando em uma outra revolução do ar: encolhendo aviões não tripulados, do tipo que disparam mísseis no Paquistão e espionam insurgentes no Afeganistão, mas que são do tamanho de pássaros e insetos. O laboratório de voo interno da base é chamado de “microaviário”, e por boas razões. Os aviões que estão sendo desenvolvidos ali são projetados para reproduzir a mecânica de voo das mariposas, gaviões e outros habitantes do mundo natural. “Estamos pesquisando como nos esconder em plena vista”, disse Greg Parker, um engenheiro aeroespacial, ao demonstrar um protótipo de um falcão mecânico que no futuro poderá ser usado para espionagem ou execução. De balões a insetos, os novos aviões minúsculos estão transformando a forma como os Estados Unidos lutam e pensam as suas guerras. Aviões Predator, a aeronave americana que tem o tamanho de um avião modelo Cessna e tem dominado a aviação não tripulada desde os ataques do 11 de Setembro de 2001, agora são uma marca de nome conhecido e temido em todo o mundo. Mas muito menos conhecido é o tamanho, variedade e ousadia desse universo de aeronaves não tripuladas em rápida expansão. O Pentágono pediu ao Congresso por quase US$ 5 bilhões para o desenvolvimento de aeronaves nãotripuladas no próximo ano e prevê que até 2030 apresentará projetos que hoje só existem em ficção científica: “moscas espiãs” equipadas com sensores e microcâmeras para detectar inimigos, armas nucleares ou vítimas em escombros. Peter W. Singer, um estudioso do Brookings Institute e autor de Wired for War, um livro sobre robótica militar, chama-os de “bugs with bugs” (insetos com escutas, em tradução livre). Grandes ou pequenos, os aviões não tripulados geram questões sobre a crescente desconexão entre o público americano e suas guerras.

Estudiosos de ética militar admitem que os aviões não tripulados podem transformar a guerra em um video game, causar baixas entre civis e, como não envolve riscos para os americanos, levar os EUA a entrar em conflitos mais facilmente. Para Singer, o debate sobre aviões não tripulados é como debater os méritos de computadores em 1979: eles estão aqui para ficar, e sua expansão mal começou. “Estamos na fase dos primeiros voos dos irmãos Wright”, disse ele.

Por: ELISABETH BUMILER e TOM SHANKER (THE NEW YORK TIMES)


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Ousadia para crescer Um espaço com 616 metros quadrados, salas equipadas com tecnologia de última geração, ar condicionado e conforto total aos pacientes e clientes. Inovar e ousar sempre. Esta é a premissa da Mogidonto, que há mais de 30 anos oferece serviços odontológicos no Alto Tietê, atendendo das peauenas até as maiores empresas da região. As características descritas acima os novos clientes vão encontrar na unidade de Itaquaquecetuba, que em breve será inaugurada. É mais um empreendimento ousado da Mogidonto, que assim lança sua quarta unidade, somando-se às duas existentes e Mogi e a outra em Suzano. O prédio em Itaqua, que ficará localizado na esquina das avenidas João F. da Siva com Mauricio Alves Braz, deverá ser inaugurado dentro de 90 dias. Com esta mais nova clínica, a Mogidonto que dar um salto no tipo de atendimento a qual tem como foco obter um grau de excelência; a tenção a pequenas e médias empresas, com até 99 funcionários. A Mogidonto já tem um pacote de serviços direcionados a estes clientes. Porém, agora está se voltando ainda mais para que os clientes médios e pequenos tenham o mesmo nível de atenção que as maiores empresas da região. A nova unidade virá com um centro radiológico moderníssimo e sete consultórios, oferecendo um padrão de atendimento sem paralelo na cidade. Tudo a preços acessíveis e fáceis de contratar. A unidade Itaqua simboliza mais uma etapa vencida pela Mogidonto, uma empresa em busca de

inovação constante. Mogidonto. Inigualável!


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Voluntários que pagam

para trabalhar U

m jantar de gala, um festival de yakissoba numa noite fria e gostosa de inverno, um almoço onde empresários-membros discutiram importantes questões como indicação do próximo presidente e receber a visita do governador-assistente para tratar de assuntos estatutários. Neste périplo, deu para colher uma boa impressão dos membros do Distrito 4430, do Rotary Club, em Itaquaquecetuba. O Rotary Club, entidade do chamado terceiro setor que desfruta de reconhecimento pelos seus inúmeros serviços prestados, em 106 anos de existência, nos mais de 100 países do mundo onde está estabelecido, tem muito a ensinar aos governos. “O Rotary é um clube de profissionais que servem a sociedade através de sua profissão”, explica Gilson Pereira de Souza, o presidente pelo período de 01/07/2011 a 30/06/2012. Do pensamos, fazemos é dizemos: a) é a verdade?; b) é justo para os interessados?; c) criará boa vontade e melhores amizades?; e d) será benéfico para todos os interessados? Se você respondeu sim a todas estas perguntas você já deu um passo firme para ser um rotariano. A “prova quádrupla”, o código de ética a que são submetidos todos os membros do Rotary é o passo final para um novo membro ser aceito. O convidado, ou melhor, apadrinhado (única maneira de entrar no clube) passa antes pela fase de investigação social, para verificar se trata-se de pessoa idônea, o que é feito pela comissão de admissão. Todos esses cuidados encontram razão no fato de que dificilmente na sociedade se encontram membros do Rotary envolvidos em escândalos de corrupção ou afins. E lá é trabalhar e trabalhar em prol da comunidade que os cerca. Tudo custeado pelos próprios rotarianos. A festa do Yakissoba, por exemplo, arrecadou dinheiro para a construção da cozinha da Casa da Criança de Itaqua. “Cada evento tem uma meta em recursos para ajudar determinada entidade social. Se sobrar dinheiro, ele é canalizado para outro evento, nada fica no Rotary”, explica Gilson. “Somos os únicos voluntários que pagamos para trabalhar”, diz, com orgulho. Fundado há 106 anos pelo advogado americano Paul Harris, o objetivo inicial era fazer negócios entre profissionais liberais. Chamou-se Rotary porque as reuniões eram rotativas, ou seja, na casa de cada membro do clube. No mundo inteiro, cada distrito do Rotary troca de direção todo ano. E nisso tem muito a ensinar aos governos. No almoço, no Restaurante Sertanejo, os membros

tratavam da indicação da rotariana Tânia Cristina Barreto para ser a presidente no período 2012/2013. Como assim? O presidente atual acabou de assumir no dia primeiro! “O Rotary – ensina Gilson – trabalha em linha de três. O sucessor sempre é eleito no meio do mandato do titular. Desta forma, um presidente eleito sempre irá acompanhar o trabalho do titular e, quando assumir, depois de seis meses o futuro presidente é quem passa a lhe acompanhar”, diz ele. Isto faz com que os projetos do Rotary tenham continuidade, um presidente é responsável por realizar os projetos do outro presidente, além de criar os seus próprios. Ninguém interrompe o que está em andamento, há uma continuidade natural. O sistema político deveria seguir igual exemplo. Desta forma, não haveria desperdício de dinheiro público. Ninguém interromperia obras de outro só pelo fato de a ideia não ter sido sua. Entre todas as organizações não-governamentais do mundo, o Rotary é a única que tem cadeira cativa na Organização das Nações Unidas, desde sua fundação. Seus integrantes tem muito a ensinar a tanta gente.

Gilson Pereira dos Santos, presidente do Rotary Club de Itaquaquecetuba



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Improbidade e inelegibilidade E

stão na “crista da onda” em Ferraz de Vasconcelos as leis de Improbidade Administrativa e da Ficha Limpa. No olho do furacão, políticos importantes, como o prefeito Jorge Abissamra (PSB), e os vereadores Luís Fábio Alves da Silva (PSDB), José Izidro Neto (PDT), Juracy Ferreira da Silva (PMDB) e o suplente Roberto de Souza (PSDB). Todos os cinco estão sob o crivo das duas leis citadas acima – e podem ficar inelegíveis por oito anos. Quando se diz “podem”, significa que ainda não estão e que para cada caso cabem recursos. Para entender um pouco sobre como funcionam e ao que se destinam, convém estabelecer os paralelos e diferenças entre ambas. A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) surgiu para a alterar a Lei da Inelegibilidade (Lei 64/1990), atualizando-a para melhor atender aos anseios da sociedade. A nova lei prevê, por exemplo, que candidatos que tiverem condenação criminal

a partir da segunda instância, perdem os direitos políticos, mesmo que a sentença ainda não tenha transitado em julgado. Nas regras da lei 64/1990, a ilegibilidade só se daria se houvesse condenação definitiva. Já a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992) prevê punição para atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido. Na verdade, ainda não há condenação definitiva para nenhum dos envolvidos, e ainda há instâncias para se interpor recurso. No entanto, são leis que se complementam, uma vez que o cidadão que for pego na “improbidade” cai pela “ficha suja”. O caso anda bastante efervescendo na cidade. E terá influência no processo eleitoral do ano que vem.

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Pratos caseiros de inverno

nos restaurantes E

stamos em pleno inverno, porém o tempo anda intermitente, com dias de frio para valer e outros tão quentes que lembra o verão. Porém, na culinária a época recomenda que se siga a gastronomia típica. Os pratos quentes, sopas, fondues e bolos são mais convidativos e sedutores nesta época. Assim sendo, é natural que as refeições diárias passam a trazer em maior parte os pratos de inverno. Neste período a feira livre oferece um manancial para tentativas e experiência culinárias. A imensa variedade de legumes e hortaliças permite a imaginação sem fim na cozinha, ficando bem em refogados, assados e cozidos. Entre as delícias características, os pratos mais “caseiros” ganham muitas pedi-

das até em restaurantes sofisticados. Duas opções escolhidas a dedo fazem parte da preferência nacional. O picadinho e a feijoada. Comuns em qualquer lar brasileiro, estes dois pratos também são sucesso garantido. O picadinho, geralmente servido às segundas-feiras, é acompanhado de arroz, ovo e bolinho de arroz. Fritas também são cabíveis. A mistura bem brasileira que vem tradicionalmente às quartas-feiras e fecha a semana nos almoções executivos, a feijoada, é talvez a mais democrática das iguarias nacionais. E uma boa feijoada tem que conter couve, arroz, farofa, laranja e feijão com paio e linguiça, charque, lombo e costelinha. Essas comidas, mas clóricas, são indicadas para se

consumir no inverno porque fornecem mais energia e ajudam o corpo a manter a temperatura. Claro, devem ser consumidas sem exagero. E como dica final, abusem das sopas. Há um preconceito bobo relacionado às sopas, muitos logo associam as sopas à um alimento sem gosto, sem sal… Nada disso! Há uma variedade infindável de receitas deliciosas de sopas. A sopa é o prato ideal para as noites de inverno, são leves e podem sim ser muito saborosas!


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E Suzano viu a OSESP

Secretaria de Cultura de Suzano traz evento de elite ao Alto Tietê

F

oi um evento para ninguém botar defeito. Coisa de gente grande mesmo. Um espetáculo cultural por excelência; uma apresentação que lotou o principal teatro da cidade, contabilizando mais de mil presenças em quatro dias de apresentação, com concertos, oficinas de instrumentação e cursos de apreciação musical. Este foi o balanço que a Secretaria Municipal de Cultura obteve com a estada da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), entre os dias 7 e 14 no município. As apresentações foram parte de um grande programa de difusão da música clássica que a direção da sinfônica pôs em marcha: a OSESP Itinerante. A secretaria da Cultura de Suzano foi buscar o evento. A Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, ao criar o programa itinerante, objetivou levar a música erudita ao alcance do grande público. Concertos ao ar livre, oficina com os músicos da orquestra, cursos de história da música, oficinas de cordas, madeiras e metais. Foi uma fórmula inteligente de popularizar um gênero musical que muitas pessoas imaginavam ser para poucos. Por esta realização merece os parabéns o órgão cultural do município, que promove uma vasta gama de programas culturais para todos os gostos e faixas etárias. A agenda cultural susanense é uma das melhores do Alto Tietê. “Foi uma parceria muito bacana, que contou com a participação maciça de alunos de música da Prefeitura de Suzano e do Ponto de Cultura Cidade da Música”, comemorou o secretário municipal de Cultura, Walmir Pinto. Segundo ele, a prefeitura prepara novos espaços para que a cidade possa receber a Osesp em outras ocasiões, como por exemplo a concha acústica, no Parque Municipal Max Feffer. “Buscamos ter espaços que possam receber eventos maiores”, encerrou.


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Corinthians faz acordo

e Itaquerão vai custar

R$ 820 milhões O

Corinthians anunciou de forma oficial nesta terça-feira (19) que acertou a construção de seu novo estádio com a empresa Odebrecht. No total, a arena custará R$ 820 milhões, sendo que R$ 420 milhões serão provenientes do BNDES. A obra chegou a ter o seu preço estipulado em pouco mais de R$ 1 bilhão. Segundo nota, o Itaquerão (ou Fielzão como também vem sendo apelidado) será “nos moldes exigidos pela Fifa para habilitá-lo como sendo o da abertura da Copa do Mundo de 2014.” A Fifa não divulgou oficialmente onde será o primeiro jogo do próximo Mundial. Além de São Paulo, Brasília, Salvador e Belo Horizonte estão na disputa. Veja abaixo a nota do Corinthians “Após negociações que se estenderam por quase um ano, Corinthians e Odebrecht chegaram a um entendimento para a construção do estádio, nos moldes exigidos pela FIFA para habilitá-lo como sendo o da abertura da Copa do Mundo de 2014”. A Odebrecht Infraestrutura - uma das mais conceituadas construtoras do País - será a responsável pela realização deste empreendimento. A obra será contratada pelo regime de preço fixo, custeado por duas fontes de recursos: o Corinthians arcará diretamente com o que teria sido o custo do seu estádio, enquanto os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CID), concedidos em função do estádio localizar-se na Zona Leste e nos termos de projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo. O valor total da obra está orçado em R$ 820 milhões e contará com linhas de financiamentos disponíveis para a Copa do Mundo, cuja garantia será assegurada inicialmente pela Odebrecht Participações e Investimentos S.A. São Paulo qualifica-se assim para realizar o principal evento da próxima Copa do Mundo, além de gerar um importante pólo de desenvolvimento na Região Leste da cidade, o que justifica, inclusive, a emissão dos CIDs. Todas as obras de infraestrutura complementares à construção do estádio

- da adequação das vias de acesso, melhoria do sistema de transporte público até a oferta redundante de energia - será provida pelo Governo do Estado, que para tanto já designou os recursos necessários. O Corinthians, nesta oportunidade, quer agradecer ao verdadeiro mutirão de solidariedade que se estabeleceu para que São Paulo pudesse abrigar a Abertura: o prefeito com seus secretários laboriosos e os vereadores de São Paulo; o atual Governador e seu antecessor, que com seus secretários gerenciaram a relação entre São Paulo e a FIFA; o Governo Federal, desde a gestão de Lula até à da presidente Dilma Rousseff. Vamos, todos juntos, trabalhar para que a nova casa da Fiel seja o palco da mais bela festa de abertura da história das Copas do Mundo, honrando as tradições e a história de empreendedorismo da Cidade e do Estado de São Paulo.”


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Dona da Magazine Luiza é cotada para ministério O

nome da empresária Luiza Trajano, proprietária da rede de lojas Magazine Luiza, é cogitado pela presidente Dilma Rousseff para assumir a futura Secretaria da Micro e Pequena Empresa, informou reportagem da Folha de S. Paulo. O nome de Trajano foi citado pela própria presidente após solenidade recente no Planalto, na qual a empresária esteve presente. Em conversa com assessores, Dilma comentou que ela seria “um bom nome” para o futuro ministério, que, além de micro e pequena empresas, deve cuidar do setor da economia solidária. Ligada diretamente à Presidência da República, a secretaria tem status de ministério e sua criação ainda depende de aprovação de projeto de lei encaminhado ao Congresso em março.

Multa para motorista que desrespeitar pedestre em SP começa no dia 8 A

partir de 8 de agosto os motoristas que desrespeitarem a prioridade dos pedestres serão multados pela CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) na região central de São Paulo e da avenida Paulista. Os infratores serão enquadrados em punições que podem alcançar multa de R$ 191,54. Em maio, a CET iniciou o Programa de Proteção ao Pedestre, cujo objetivo é reduzir entre 40% e 50% atropelamentos e mortes de pedestres até 2012. Foram 7.007 atropelamentos em 2010, com 630 mortes. A partir desta segunda-feira (18) o programa passou a funcionar também nos arredores de dez estações de metrô de São Paulo e em dois corredores de ônibus --Nove de Julho e Francisco Matarazzo. Antes ele era restrito ao centro e à região da avenida Paulista. Nas regiões da campanha, a sinalização é intensificada e monitores ajudam a garantir a prioridade do pedestre. Pelo código de trânsito de 1998, deixar de dar preferência ao pedestre na faixa é infração gravíssima --multa de R$ 191,54. Se a pessoa estiver atravessando uma rua transversal em relação ao veículo, a multa é de R$ 127,69.




CHAPA SUPERAÇÃO


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