
2 minute read
Programa “Mais Habitação” “O problema é a elevada carga fiscal”
Desde 2015 que a CASAPARASI trabalha, a partir de Ponte de Sôr, todo o interior do Alto Alentejo. Sandra Lopes e Francisco Gaspar são a equipa responsável por esta agência. Em entrevista, Sandra Lopes reconhece que o programa “Mais Habitação” tem pontos positivos, mas ainda considera que há questões fulcrais por resolver.

Advertisement
Enquanto player do mercado imobiliário, que análise faz ao programa “Mais Habitação” lançado pelo Governo e que pretende, por exemplo, dar uso a casas devolutas através do arrendamentocoercivo?
Confesso que ainda estou a analisar detalhadamente o programa, no entanto, fiz uma primeira leitura É necessário haver uma intervenção governamental nesta questão cada vez mais importante na vida dos portugueses. O programa tem pontos que me parecem positivos, no entanto outros que me parecem abusivos e que de certa forma parecem passar a responsabilidade de um Estado para os seus cidadãos Sim, o arrendamento é necessário e também tem que ter valores comportáveis pelos ordenados do cidadão comum português e não só virar para o cidadão estrangeiro Todavia, se a carga fiscal for mais atrativa, e penso que é aí que o problema tem que ser resolvido, teremos mais compradores com vontade de investir e não só um pequeno grupo O problema português concentra-se sempre nas questões fiscais Temos taxas e impostos elevados e os incentivos não são suficientes
A proibição de emissões de novas licenças para Alojamento Local pode ser benéfica para a solução que o Governo pretende de conseguir encontrar mais casas para arrendar ou, ao contrário, será um problema para a área do alojamento local e para aeconomia?
Em relação à proibição das novas licenças que não irá, se entretanto o programa for avante, aplicar-se às zonas rurais e interior do país, não estou de acordo. Penso que proibir novos alojamentos locais não vai resolver a falta de legalidade. Apostaria em mais fiscalização, de forma correta para impedir que situações catastróficas, como já aconteceram no nosso país, se repitam O facto de incentivareste tipo de arrendamento no interior do país e zonas rurais poderá ajudar a desenvolver mais as regiões e atrair o turismo, um dos principais pontos de retorno económico do país
Até ao momento, e dadas as dificuldades atuais da população para conseguir comprar ou arrendar casa, com que dificuldades se tem deparado a CASAPARASI? Já se nota uma maior dificuldadeem fecharnegócios? Honestamente, não temos sentido essa dificuldade Os arrendamentos não se fazem mais porque não existem mais opções, embora quem nos procure diga que os preços são caros, mas comparativamente aos grandes centros urbanos continuam abaixo Em relação às compras e vendas, por vezes os proprietários, e levando em conta alguma especulação nacional, querem que os valores dos seus bens subam e não entendem se os bancos emprestam ou não, pois acreditam que conseguem vender ao preço que querem àqueles que chegam de
Sandra Lopes Diretora
fora do país O estrangeiro acaba sempre por ter mais poder de compra, mas, na sua maioria, quem procura Portugal é a classe média de outros países que, tendo dificuldade no seu país natal em comprar ou arrendar, se desloca para cá para ter a qualidade de vida que não consegue ter no seu país
Como antecipa que 2023 se revele, considerando as dificuldades inicialmente existentes no mercadoda habitação?
Tal como em qualquer outra questão, também a vida imobiliária é um ciclo. Esta situação que atravessamos já aconteceu antes, mas o tempo passa e todos esquecem Também é verdade que os tempos são outros Já referi em entrevistas anteriores que 2023 iria ser mais agressivo, agora como? Confesso que não arrisco muito no pensamento Antecipo uma diminuição neste mercado, mas, ao mesmo tempo, uma subida. Não parece coerente, mas, a meu ver, a descida de uma parte do mercado trará o aumento de outra – a daqueles que têm poder de compra e que passarão a ter do seu lado o mercado de venda.
Que novidades tem a CASAPARASI para 2023 que possadivulgar?
A continuação da presença no mercado, com ainda mais força para poder “lutar” neste mercado feroz que é o imobiliário Temos algumas inovações, mas não as posso revelar