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Embaixada de Portugal na Suécia - Portugal e Suécia, unidos pela sustentabilidade, inovação e qualidade
Portugal e Suécia Unidos pela sustentabilidade, inovação e qualidade
Portugal e Suécia têm aproximadamente a mesma população e são parceiros económicos desde o século XVII, altura em que as trocas comerciais zeram com que estes países de pontos distintos da Europa mantivessem contacto estreito. De então para cá, as relações políticas, económicas e culturais entre estes dois países foram sendo reforçadas, como salienta a Embaixadora de Portugal na Suécia, Sara Martins.
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Como caracteriza as relações existentes entre Portugal e a Suécia? Portugal e a Suécia têm relações excelentes. É uma relação bilateral muito antiga, que se consolidou com a cooperação no âmbito da União Europeia e no multilateralismo ativo de ambos os países. A nível bilateral, há um grande entendimento ao nível p o l í t i c o , u m r e l a c i o n a m e n t o económico dinâmico e um crescente interesse por conhecer e trocar experiências nas áreas da inovação e transição verde.
Economicamente, como deniria a impor tância da Suécia para Portugal? A Suécia é um mercado que está a crescer em importância para Portugal. Em comércio de bens, é atualmente o 11º mercado para as exportações nacionais. E na área dos serviços, o t u r i s m o s u r g e t a m b é m e m recuperação de receitas, depois da b a i x a d e a t i v i d a d e d e v i d o à pandemia.

Quais os principais produtos exportados por Portugal para a Suécia? As principais exportações de Portugal para a Suécia foram, no ano passado, máquinas e aparelhos (19%), veículos e outro material de transporte (13%), vestuário e matérias têxteis (11%), minerais e minérios (11%) e instrumentos de ótica e precisão (7%).
É possível incrementar ainda mais estas relações económicas? Por que vias? Há naturalmente espaço para incrementar as relações económicas. A experiência recente da pandemia e a tendência para implementar cada vez mais políticas de sustentabilidade torna o nosso país um destino atrativo para empresas suecas que procuram alternativas geograficamente mais próximas para investir e produzir. Por o u t ro l a d o, Po r t u g a l t e m u m ecossistema de startups muito interessante, com o Websummit como catalisador, e tem apostado em setores novos da economia, como a inteligência artificial, a “Internet of things” , Gaming, biociências e todas as áreas ligadas à inovação e criatividade. O consumidor sueco tem um elevado poder de compra e Portugal apresenta-se como um fornecedor de qualidade e que aposta na sustentabilidade, que é um conceito privilegiado pelo mercado sueco e internacional, pelo que as nossas exportações também poderão continuar a crescer. A melhor via para incrementar as relações económicas são os contactos entre os agentes económicos, apoiados na rede de informação que a Embaixada e a AICEP transmitem e nas atividades de p r o m o ç ã o d e s e n v o l v i d a s n o mercado sueco, como a recente campanha levada a cabo na Suécia pela AICEP “Made in Portugal… naturally ” . O trabalho desenvolvido pela Câmara de Comércio Luso-Sueca é também um excelente instrumento.
Culturalmente, Portugal e Suécia têm diferenças evidentes. No entanto, como classicaria as relações entre ambos? O que lhe parece importante destacar, neste âmbito? Apesar da distância geográfica, Portugal e a Suécia são parte do continente europeu, o que os aproxima muito na partilha de um sistema democrático, assente nos v a l o r e s e u r o p e u s e d i r e i t o s fundamentais. Na origem das relações entre os dois países, em 1641, esteve o comércio, e continuamos a partilhar, ainda hoje, uma postura de abertura ao mundo que se traduz Sara Martins
Embaixadora de Portugal na Suécia
foto: Catherine Carvalho
numa agenda de promoção do comércio livre, tão essencial à nossa economia expor tadora. Com a mesma dimensão populacional, Portugal e a Suécia partilham ainda a ambição ambiental e a defesa do modelo social europeu, conscientes que a sustentabilidade e as soluções assentes no conhecimento e na inovação são a única forma de garantir um desenvolvimento económico equitativo.
Os tempos que atravessamos na Europa são complicados, geopoliticamente. Como lhe parece que a relação entre Portugal e a Suécia poderá evoluir? A i nv a s ã o d a U c r â n i a a l te ro u fundamentalmente a ordem de segurança europeia e a Suécia está geograficamente muito próxima da guerra, pelo que o impacto faz-se sentir aqui de forma particularmente aguda. Apesar das circunstâncias difíceis, penso que a relação entre os dois países irá sair reforçada, em virtude da unidade e solidariedade que se tem registado entre todos os países europeus e da consciência que é indispensável unirmos esforços para defendermos a paz e a democracia na Europa.