Valor Magazine #001

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Suplemento distribuído com o semanário SOL e não pode ser vendido separadamente

Mensal Outubro de 2019 nº001

ADALBERTO ESTAMPADOS

Inovação e sustentabilidade têxtil

MULHERES DE VALOR Quando ELAS lideram empresas

CRÉDITO CONSOLIDADO Desmistificando esta solução financeira

J. SALGADO-BORGES

30 anos

ao serviço da oftalmologia


Há tantas coisas lindas para ver na vida Cuide de si e da sua visão 10 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA VISÃO


Seja bem-vindo à revista Valor Magazine. Tem em mãos o primeiro número deste projeto, que nasceu com base na vontade de trazer para a imprensa histórias de pessoas, instituições e empresas com valor. Todos os meses terá acesso a uma nova edição da Valor Magazine e, em cada uma delas, poderá ficar a conhecer exemplos de sucesso, inovação, empreendedorismo e dedicação, de pessoas cujas vidas se fundem e confundem com a empresa que fizeram nascer e responsáveis institucionais cujas decisões mudam a vida de outras pessoas. A Valor Magazine assume a missão de se posicionar de uma forma

SDO Consulting

diferente das demais, para lhe trazer o VALOR das histórias. O valor existente no setor empresarial português e lusófono. Este mês destacamos o Dia Mundial da Visão, com um Especial sobre Oftalmologia, desmistificamos o crédito consolidado, e ainda contamos histórias de Valor no feminino. Mulheres empreendedoras e determinadas, que criaram a sua empresa ou assumiram cargos de liderança em multinacionais de renome. A equipa da revista Valor Magazine deseja-lhe uma excelente leitura e espera contribuir também para o inspirar sempre na sua caminhada

Adalberto Estampados

profissional e, quiçá, pessoal. VALOR - aquilo que uma coisa vale; importância que se atribui ou reconhece a algo ou alguém; qualidade que desperta admiração por alguém; valia, mérito, préstimo. Somos VALOR. Somos Valor Magazine.

Ficha Técnica Propriedade e Administração: Sinónimos Breves Unipessoal, Lda,

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Sede da Administração Redação: Avenida da República, 1622, 7º andar, Frente, sala 19, 4430-193 V.N. Gaia Telefone Geral: 223 204 952 | 221 143 269 Email: geral@valormagazine.pt redacao@valormagazine.pt Site: www.valormagazine.pt Facebook: facebook.com/revistavalormagazine/ LinkedIn: linkedin.com/company/revista-valor-magazine Diretor: José Moreira Editora: Sara Freixo Produção de Conteúdo: Fernando Costa Design e Paginação: Rui Fonseca Gestores de Comunicação: Miguel Machado e Rui Moreira Impressão Euro2 - Impress Direct Rua de Santo António, nº 30, A dos Ralhados, 2710- 006 Sintra NIF: 515 541 664 Registo ERC nº 127356 ISSN: 2184-6073 Depósito Legal:

Fortiustex

DESTAQUES

Editorial

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DIA MUNDIAL DA VISÃO 07- J. Salgado-Borges: 30 anos ao serviço da Oftalmologia 12 - Opinião - Lenitudes Medical Center & Research 13 - Opinião - Bausch + Lomb

A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR AS CÉLULAS ESTAMINAIS 15 - Crioestaminal: Terapia Inovadora com células estaminais

MULHERES DE VALOR

6 14 18 37 42 50

ÍNDICE

20 - CESCE: A importância do seguro de crédito 22 - SDO Consulting: Empreendedorismo de valores humanos 23 - PMT Engenharia: "Trabalhamos por paixão à Engenharia e Arquitetura" 24- Portugal Homes: De Lisboa para o mundo 25- Jardins de Adónis: Jardins que harmonizam Homem e Natureza 26 - DHC Food Experience: "A maior vitória é o reconhecimento do meu trabalho" 28 - Havaianas: 57 anos a colorir o conforto dos pés 30 - WDMI: Os recondicionados são uma escolha óbvia 31 - Adalberto Estampados: "Identifico-me totalmente com a empresa"

PORTUGAL - EXPORTAÇÃO DE VALOR

38 - Fortiustex: Uma reviravolta que poucos podem contar

O MITO DO ENDIVIDAMENTO

44 - Findigno - "Ainda há muito desconhecimento sobre estas empresas" 48 - Financial Liberty: O risco não é só matemática

ALGARVE - REGIÃO DE VALOR

50 - Artigo do Reitor da UALG 51 - JBI Group: O lado tropical do Algarve 54 - Alexandra Soares, advogada: A arte do Direito 56 - Xahvi Luxury Collection: Apostar na qualidade do Algarve 58 - Real Portuguese Cuisine 60 - Algarve WOW: A riqueza que o Algarve esconde



DIA MUNDIAL DA VISÃO QUINTA 10 DE OUTUBRO

O

Dia Mundial da Visão celebrase, todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de outubro, pelo que este ano esta data teve lugar no passado dia 10 de outubro e, inevitavelmente, a Valor Magazine assinalou a efeméride. Este dia foi criado pela Organização Mundial da Saúde para chamar a atenção de todos para os problemas de cegueira e deficiência visual, mas também para simples cuidados a ter com a visão. Cada vez mais, e devido sobretudo ao uso excessivo – por trabalho ou por

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lazer – dos ecrãs de computador e tablets, existe um maior cansaço visual e, muitas vezes, uma degradação das condições visuais. Noutros casos, outros problemas de saúde, como a diabetes, podem provocar cegueira ou dificuldades visuais severas. Nas crianças, torna-se cada vez mais fundamental o rastreio e deteção precoce de qualquer tipo de problema visual, pois este pode ser corrigido, quando detetado atempadamente.


DIA MUNDIAL DA VISÃO

J. SALGADO-BORGES

30 anos ao serviço da oftalmologia A propósito do Dia Mundial da Visão, a Valor Magazine esteve à conversa com J. Salgado-Borges, professor, médico e cirurgião oftalmologista, que já conta com mais de 30 anos ao serviço desta especialidade clínica. Já tem mais de 30 anos de prática de especialidade de Oftalmologia e, no seu percurso, constam trabalhos no Serviço Nacional de Saúde e no sistema privado. Como avalia este seu percurso? Na minha opinião não deveriam existir diferenças na acessibilidade e tratamento dos doentes entre os dois setores. Porém, nos dias de hoje encontramos duas diferenças incontornáveis: uma é a rapidez de resposta e a outra a possibilidade de escolha, quer do médico, quer a dificuldade do local de referenciação por parte do doente. No que a mim diz respeito, atuei nos dois setores sempre duma forma

perfeitamente clara e estanque. Até 2014, altura em que me aposentei da Função Pública, após 35 anos de serviço, todas as manhãs e duas tardes trabalhei no Hospital de S. João e mais tarde no H. S. Sebastião, onde exerci as funções de Diretor de Serviço durante mais de 15 anos; nas restantes tardes trabalhava no setor privado. Por outro lado, embora sendo permitido, nunca exerci, por opção, medicina privada nos hospitais do SNS, nem nas proximidades das referidas instituições. Foi sempre a minha maior preocupação não tratar de forma diferente qualquer doente, quer ele fosse do SNS ou da minha clínica privada.

Gostaria ainda de referir que se por um lado a medicina privada pode ser altamente compensadora do ponto de vista monetário, organizacional e de diferenciação, o setor público foi para mim muitíssimo importante no que diz respeito à minha formação e no contacto com as novas tecnologias. Porquê a escolha pela Oftalmologia? Sempre desejei ser médico pelo fascínio e admiração que tinha pelo meu pai. Embora não tendo sido oftalmologista, ele foi para mim o exemplo de dedicação e respeito pelo próximo, como ser humano e como indivíduo fragilizado pelo sofrimento e pela doença. 07


DIA MUNDIAL DA VISÃO

José Salgado-Borges licenciou-se em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina do Porto e doutorou-se na especialidade de Oftalmologia na mesma instituição. É fundador e diretor clínico da Clinsborges, coordenador dos serviços de Oftalmologia do Hospital da Boa Nova e do Hospital de Dia da Maia. Além disso, é atualmente o responsável pelo departamento de Oftalmologia do grupo Lenitudes, sendo também o autor do blog Salgado-Borges (http://salgadoborges.com), onde já publicou mais de 100 artigos sobre Oftalmologia. Com mais de 30 anos de prática médica e cirúrgica, J. SalgadoBorges realizou mais de 2.000 procedimentos refrativos, 800 transplantes da córnea e 12.000 cirurgias de catarata e glaucoma. Professor Convidado da Universidade Fernando Pessoa, desde 2005, foi galardoado com 27 prémios, nacionais e internacionais, relacionados com a sua prática clínica, docente e de investigação. É ainda Embaixador de Portugal da TFOS (Tear Filme & Ocular Surface Society) e Assessor da Visão dos Lions em Portugal.

hoje, praticamente toda a cirurgia é realizada em ambulatório, o nível tecnológico é elevadíssimo e as taxas de sucesso são extraordinárias A Oftalmologia atraiu-me por se tratar de uma especialidade, não só por possuir um componente médico fascinante como também pelo recurso à microcirurgia, que foi sempre uma atração muito especial. Desde o 4º ano do curso de Medicina, pelas mãos do Professor Castro Correia, iniciei os meus estudos sobre a anatomia e fisiologia do globo ocular e anexos; a partir daí a minha atividade docente, de investigação e clínica no âmbito da Oftalmologia não mais parou até aos dias de hoje. O segmento anterior do globo ocular é uma das áreas da oftalmologia que considera fascinante. Porquê?

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Desde o meu estágio de dois anos nos EUA fascina-me tudo o que diz respeito à tecnologia para o diagnóstico e às patologias médica e cirúrgica do segmento anterior, tais como a cirurgia da catarata e da córnea. Esta área cirúrgica é muito estimulante, pois possibilita que um doente com uma acuidade visual muito diminuída recupere a visão em apenas 24-48 horas. Por outro lado, dispomos hoje em dia de uma grande variedade de opções que permitem corrigir, do ponto de vista médico-cirúrgico, a maioria dos erros refrativos existentes em qualquer idade, a partir dos 18-20 anos. Que mudanças consegue notar na sua área de especialidade? Durante os últimos 30 anos as mudanças foram inimagináveis, tanto em Oftalmologia como na Medicina em geral. Nos anos 80 procedíamos à realização de apresentações recorrendo a diapositivos preparados manualmente, à pesquisa bibliográfica apenas nas bibliotecas, e ao envio de toda a

correspondência por correio tradicional. No que diz respeito à Oftalmologia, l e m b ro - m e co m s a u d a d e d a s cirurgias intracapsulares de catarata, com ou sem colocação de lente de

cerca de um milhão e meio de portugueses apresentam queixas de dor ou desconforto ocular na sequência desta condição [olho seco]

câmara anterior e recordo os oito dias de internamento usual para qualquer doente operado. Hoje, praticamente toda a cirurgia é realizada em ambulatório, o nível tecnológico é elevadíssimo em todos os setores e as taxas de sucesso são extraordinárias. Por outro lado, a cirurgia virtual e a inteligência artificial são uma realidade com a qual já lidamos diariamente e o recurso à robótica é inevitável e está muito mais próximo do que pensamos.


DIA MUNDIAL DA VISÃO

Há 27 anos fundou a Clinsborges, a clínica da qual é diretor clínico e que foi desenhada à sua imagem. Falenos um pouco da evolução da clínica, no que respeita à introdução de novas especialidades. A Clinsborges é um centro oftalmológico, localizado em plena baixa da cidade do Porto, especializado no diagnóstico e tratamento de uma variedade de doenças oculares. A clínica foi criada por mim em 1992 e, desde então, temos vindo a incorporar progressivamente novos elementos e a adquirir equipamento que permita efetuar uma abordagem correta e atualizada do doente com patologia do foro oftalmológico. Possuímos modernas e acolhedoras instalações e, há mais de 10 anos, damos especial relevância às novas tecnologias, tais como o processo clínico informatizado e a integração em rede dos diversos equipamentos de diagnóstico. Na nossa clínica não só atendemos os doentes privados, como também colaboramos e temos acordos com os principais sistemas e grupos de seguradoras da área da saúde. O "Olho Seco" é cada vez mais a doença oftalmológica do século XXI?

dispomos também para tratar situações de olho seco moderado ou grave. Para celebrar os 25 anos da clínica, criou o CIOS – Centro Integrado do Olho Seco. Esta centro, em parceria com Barcelona, veio suprir uma necessidade? Quais as funções do CIOS? O CIOS pretende aproveitar toda a tecnologia existente na Clinsborges e fazer uma rede de tratamento do "olho seco" que permita obter uma abordagem global, nomeadamente através da ação de outras especialidades, como a psicologia e a parte nutricional, fundamentais para estes doentes. Consciente da alta incidência desta patologia na população e da falta de informação sobre esta doença, decidimos associar-nos a um centro de referência já existente além-fronteiras a "Área Oftalmológica Avanzada", situada em Barcelona, e encabeçada por Carlos Vergés. O principal objetivo foi contribuir para a disseminação de informação bem co m o o r ga n i z a r s e m i n á r i o s e reuniões para elucidar a população acerca desta patologia tão prevalente em oftalmologia.

Antes do CIOS, tinha também desenvolvido uma parceria para a criação do Centro Integrado de Baixa Visão. Explique um pouco em que consiste este problema oftalmológico e a importância deste centro. Na Clinsborges também criamos uma parceria entre saúde visual, alta tecnologia e apoio psicológico que se desenvolve com base em três valores: inclusão, informação e prevenção. De uma oportunidade de trabalho conjunto e partilha de conhecimentos, constituímos no Porto o primeiro centro que visa melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com visão reduzida, independentemente das suas necessidades, possibilidades e faixa etária.

o tratamento e o diagnóstico em áreas como por exemplo o glaucoma, a retina ou a cirurgia da catarata estão a par do realizado nos outros países

O "Olho Seco" é um verdadeiro problema de saúde pública: mais de 15 por cento dos adultos (cerca de um milhão e meio de portugueses) apresentam queixas de dor ou desconforto ocular na sequência desta condição. Neste contexto, podemos definir o olho seco como o desajuste entre a quantidade/qualidade da secreção lacrimal e as necessidades de lubrificação da superfície do olho. Hoje em dia possuímos novas armas terapêuticas como o uso de antiinflamatórios não esteroides, corticoides ou ciclosporina. Novos tratamentos tais como a Luz Pulsada ou o Plasma Rico em Plaquetas (Endoret), são duas tecnologias recentes de que 09


DIA MUNDIAL DA VISÃO

Este apoio e integração passa por motivar os doentes a seguir os tratamentos e a indicar os procedimentos a tomar, assim como prestar apoio familiar. É muito importante combinar as várias abordagens: para além da abordagem médica/clínica e da tecnológica, a intervenção psicológica é fundamental para ajudar estes doentes na sua adaptação ao dia-a-dia. Ao longo do seu percurso profissional, teve a oportunidade de ser, por várias vezes, diretor clínico, nomeadamente dos Hospitais da Boa Nova e de Dia da Maia e, neste momento, é o responsável pela especialidade de Oftalmologia do grupo Lenitudes. Que projeto diferenciador é este, dentro da área da Oftalmologia? A Lenitudes é um centro que funcionou nos seus primeiros três anos de existência fundamentalmente vocacionado para a área da oncologia, quer no que respeita ao diagnóstico quer ao tratamento; desde o início do presente ano até agora têm vindo a ser integradas novas especialidades. O objetivo é que cada especialidade, nomeadamente a Oftalmologia, esteja dotada tanto do ponto de vista de diagnóstico como de tratamento, por forma a fazer-se uma abordagem global do paciente, não só de uma forma isolada, mas também integrada, co m o p o r e xe m p l o co m a Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Geral, Endocrinologia, Cirurgia Vascular, Neurologia, Neurocirurgia, entre outros. A Lenitudes surge agora com um novo visual que contempla uma abordagem multidisciplinar. Até ao final do ano todas as e s p e c i a l i d a d e s q u e fo r a m 10

criadas e introduzidas irão trabalhar em conjunto para que o doente seja tratado de uma forma global e ainda com melhor qualidade. Portugal está bem posicionado, a nível europeu, no que diz respeito ao desenvolvimento de pesquisas e soluções de tratamento. Que áreas faltam desenvolver? Em Portugal os cuidados na área da saúde, nomeadamente na Oftalmologia estão ao nível do que melhor se faz a nível mundial, nos países mais desenvolvidos. Também no que diz respeito ao ensino e à investigação somos r e c o n h e c i d o s e frequentemente convidados pelos nossos pares para participar em inúmeros congressos e reuniões científicas internacionais. O tratamento e o diagnóstico em áreas como por exemplo o glaucoma, a retina ou a cirurgia da catarata estão a par do realizado nos outros países. Julgo que é importante neste momento termos uma real informação sobre a incidência e a prevalência das patologias oftalmológicas mais frequentes e promover cuidados transversais a todos os portugueses quer eles estejam no litoral ou no interior do país. Quais são as doenças mais preocupantes e que se irão agravar nos próximos anos? Cada vez a longevidade é maior, e assim devemos ter em conta que quer a retina quer outras estruturas oculares vão acompanhar o envelhecimento normal que surge no resto do organismo.

uma consulta periódica de Oftalmologia é também fundamental para se evitar o estabelecimento e progressão de patologias irreversíveis


DIA MUNDIAL DA VISÃO

Quais são as doenças mais preocupantes e que se irão agravar nos próximos anos? Tanto o glaucoma, a degenerescência macular relacionada com a idade ou mesmo as alterações oculares na diabetes fazem com que os olhos venham a sofrer de patologias que numa idade inferior não se registavam. Por outro lado, o uso excessivo de aparelhos digitais contribui não só para o aumento exponencial da miopia como também para o agravamento dos sintomas de olho seco. Uma das formas de minimizar estes sintomas é utilizar a regra dos 20-20-20, que estipula que a cada 20 minutos que passamos no computador, devemos olhar para 20 metros de distância e pestanejar 20 vezes. Tendo em conta esta realidade podemos ainda adotar outra regra, a dos 30-30-30, que estipula (exceto obviamente no trabalho) que se deve apenas utilizar para uso pessoal o computador, smartphone ou tablet 30 minutos de manhã, 30 minutos depois do almoço e 30 minutos à noite. No âmbito do Dia Mundial da Visão, que conselhos se podem dar para que as pessoas saibam proteger e cuidar dos seus olhos? É muito importante a adesão de toda a população a rastreios promovidos por instituições idóneas, tais como a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Uma consulta periódica de Oftalmologia é também fundamental para se evitar o estabelecimento e progressão de patologias irreversíveis ou para orientação e tratamento específico de situações tais como a ambliopia, o glaucoma, a degenerescência macular relacionada com a idade ou a retinopatia diabética. A nível mundial ainda é muitíssimo frequente a cegueira causada por patologias tratáveis atempadamente como o tracoma ou a catarata. A solidariedade, a colaboração e a formação no âmbito dos cuidados oftalmológicos, nomeadamente nos países lusófonos, são importantíssimos para que se possam diminuir as diferentes causas reversíveis e irreversíveis de cegueira.

Onde estamos... Clinsborges - Av. Rodrigues de Freitas 407-409 PORTO +351 222 026 669 | +351 919 870 967 | +351 969 884 965 www.clinsborges.pt geral@clinsborges.pt; 11


DIA MUNDIAL DA VISÃO

OUVIR BEM

A

para APRENDER BEM

audição é essencial para o correto desenvolvimento da linguagem e para um bom rendimento escolar. Nesse sentido, a identificação precoce das crianças com perda auditiva torna-se fundamental.

O tratamento pode ser tão simples como a remoção de um rolhão de cerúmen ou o tratamento de uma otite aguda. Em casos de otite média efusiva crónica poderá estar indicado tratamento cirúrgico.

Em idade pediátrica, a maioria dos casos de perda auditiva é transitória ou de fácil resolução. No entanto, é importante identificar e intervir precocemente, por forma a evitar sequelas.

Nos casos de surdez sensorioneural, o tratamento inicial habitual é a amplificação com recurso a próteses auditivas. No entanto, os implantes cocleares, quando indicados, são uma forma cada vez mais utilizada de substituir totalmente o ouvido interno.

Uma vez diagnosticada e identificada a causa subjacente, define-se o tratamento mais adequado.

Dr. Tiago Santos Otorrinolaringologista no Lenitudes Medical Center & Research

OS SEUS FILHOS

A

veem BEM ?

lgumas crianças podem dar sinais de que não veem bem, outras podem não manifestar dificuldades no dia-a-dia. Além disso, uma criança que nunca viu bem não tem conhecimento da sua realidade, e, por isso, não se queixa.

Dra. Lígia Figueiredo Oftalmologista no Lenitudes Medical Center & Research

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Uma criança que vê mal apenas de um dos olhos consegue fazer uma vida normal, e dificilmente os pais ou educadores irão notar dificuldades. Nestes casos, o olho afetado quase sempre apresenta ambliopia (v u l g a r m e n t e c h a m a d o o l h o preguiçoso), que é uma das principais causas, tratáveis, de diminuição de visão, se detetada precocemente. Após os 8 anos de idade, a chance de o olho recuperar a visão, mesmo com tratamento, é muito baixa.

Há alguns tipos de erros refrativos, tais como a hipermetropia, em que as crianças conseguem focar através de mecanismos compensatórios, mas a sua não correção pode levar ao cansaço ocular e visão turva após tempo prolongado dos trabalhos escolares. São situações em que as crianças não expressam queixas visuais, mas estão sempre cansadas, não querem estudar e frequentemente queixam-se de dores de cabeça ao final do dia. Assim, os rastreios visuais durante a infância são essenciais para deteção de erros refrativos e de doenças oculares. Na maioria destes casos, o rendimento escolar das crianças melhora após a prescrição de óculos.


DIA MUNDIAL DA VISÃO

VER MELHOR VIVER MELHOR

A

BAUSCH + LOMB, companhia dedicada ao cuidado da saúde visual, foi fundada em 1853 em Rochester, Nova Iorque. Começou como uma pequena Ótica que cresceu e que se converteu numa companhia de grandes dimensões, com mais de 10.000 colaboradores e com uma forte presença em mais de 100 países em todo o mundo. Desde o seu início que a BAUSCH + LOMB sempre esteve na vanguarda no que toca à inovação nos cuidados da visão. Durante a primeira metade do século XX, a BAUSCH + LOMB apostou na inovação em tecnologias que permitiram fabricar o primeiro cristal ótico oftálmico, em equipamentos de diagnóstico e ainda material ótico militar utilizado na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Foi também a BAUSCH + LOMB que criou os primeiros óculos de sol Ray-Ban® para pilotos militares e, posteriormente, desenvolveu estes óculos de sol como acessório para o público em geral. Em 1954, quase um século depois da sua criação, a BAUSCH + LOMB recebeu um Óscar da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas graças à sua lente CinemaScope e, em 1965, foi a responsável pela criação das lentes das câmaras com que se obtiveram as primeiras imagens da superfície lunar.

Ajudar as pessoas a ver melhor para viver melhor. Como tratar a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a vista cansada são, atualmente, questões essenciais para a BAUSCH + LOMB. Encontrar a melhor solução é a nossa motivação, é o que nos inspira a superar-nos todos os dias. E é graças a este compromisso que a BAUSCH + LOMB se converteu numa das empresas de saúde ocular mais reconhecidas e respeitadas em todo o mundo, oferecendo uma ampla gama de produtos de saúde ocular, dos quais se destacam as lentes de contacto, desenhadas para se adaptarem aos olhos e às necessidades de cada pessoa. As lentes de contacto ULTRA ® , desenvolvidas para utilizadores de ecrãs digitais, são um exemplo da nossa constante inovação e a sua gama permite compensar vários defeitos visuais causados por diversas graduações . As lentes de contacto Biotrue ® ONEday, fabricadas com um material inspirado na biologia dos olhos, são outro exemplo de inovação e foram desenvolvidas para proporcionar uma maior comodidade de utilização devido ao material que as constitui, o HyperGel TM .

Englobam também o cuidado das mesmas através de soluções de limpeza e conservação, como as soluções únicas Biotrue ® , ReNu ® ou Boston ® , desenvolvidas de forma a serem compatíveis com os diferentes tipos de lentes de contacto. Recentemente, foram também desenvolvidas novas formulações para hidratar e proteger a superfície ocular. Trata-se de uma gama que engloba lágrimas artificiais e um gel lubrificante, e que vêm enriquecer ainda mais a marca Biotrue ® . A BAUSCH + LOMB tem como missão fundamental proteger e melhorar a visão de milhões de pessoas em todo o mundo. É isso que nos define, agora e sempre. A nossa missão é simples mas extraordinária: ajudar a ver melhor para viver melhor.

ULTRA®, Biotrue®, ReNu ® e Boston ® são marcas comerciais da Bausch & Lomb Incorporated ou suas filiais. As lentes de contacto ULTRA® e Biotrue®, as soluções únicas Biotrue®, ReNu ® e Boston ® e as lágrimas artificiais e gel lubrificante Biotrue® são dispositivos médicos. Para mais informações sobre os produtos, leia cuidadosamente a rotulagem e

As inovações BAUSCH + LOMB não se restringem apenas às lentes de contacto.

instruções de utilização ou contacte a Bausch & Lomb.

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A IMPORTÂNCIA

de preservar AS CÉLULAS ESTAMINAIS

A

s células estaminais são células provenientes do sangue e do tecido do cordão umbilical, que podem ser preservadas durante 25 anos, de acordo com a legislação atualmente e m v i g o r, p o i s é d u r a n t e e s t e período que se consideram viáveis. No que respeita às células do sangue do cordão umbilical, estas têm já utilização comprovada no tratamento de cerca de 80 doenças, sendo que as células do tecido do cordão umbilical têm, por si só, um grande potencial terapêutico.

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A criopreservação – estas células são mantidas congeladas em temperaturas que rondam os 196 graus Celsius negativos – permite assegurar todas as qualidades deste material, sendo por outro lado um processo muito fácil de inverter, o que garante que estas células estão disponíveis para utilização quando são necessárias. A Crioestaminal levou a cabo um tratamento inovador com este tipo de células, de que lhe damos conhecimento nas páginas seguintes.


A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR AS CÉLULAS ESTAMINAIS

TERAPIA INOVADORA COM CÉLULAS ESTAMINAIS

A Crioestaminal está no mercado há 16 anos e destaca-se por ter sido pioneira enquanto banco de criopreservação. Desde essa altura, 10 crianças já fizeram os tratamentos com células estaminais e, recentemente, foi realizado um transplante de células estaminais, numa criança de quatro anos, para tratar uma anemia aplástica grave. O tratamento foi bem sucedido e André Gomes, fundador e diretor geral desta empresa, explica o sucesso.

A

Crioestaminal é líder europeu em células estaminais, e foi o primeiro banco de criopreservação em Portugal. Desde a sua criação, em 2003, 10 crianças portuguesas já fizeram transplantes com células estaminais. A opção de guardar as células estaminais já é do conhecimento de todos os pais? Quando iniciámos a atividade, em 2003, começava a falar-se em Portugal da importância das células estaminais do sangue do cordão umbilical, para mais tarde poderem ser usadas no tratamento de doenças. Nesta altura, existiam cerca de 2000 transplantes realizados com sangue do cordão umbilical. Desde então, o conhecimento sobre as células estaminais tornou-se mais vasto existindo hoje mais de 45.000 transplantes realizados, mais de 80 doenças tratadas e centenas de ensaios clínicos em curso, algo que não se imaginava há 16 anos.

guardar as células estaminais é uma decisão importante para todos os futuros pais

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A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR AS CÉLULAS ESTAMINAIS

O Grupo ao qual a Crioestaminal pertence tem hoje mais de 400 mil amostras guardadas e 64 tratamentos realizados com células estaminais do Sangue do Cordão Umbilical, 10 dos quais em crianças portuguesas. A Crioestaminal é assim o laboratório português com mais experiência na libertação de amostras de sangue do cordão umbilical para o tratamento de várias doenças, tratadas no IPO do Porto, no IPO de Lisboa, no Hospital Universitário de Duke, nos EUA, e no Hospital San Rafael em Madrid. Guardar as células estaminais é uma decisão importante para todos os futuros pais, pois alarga as possibilidades de tratamento no futuro. Assim, partilhamos continuamente todas as novidades nesta área, de modo a que todos os futuros pais possam tomar uma decisão informada. Recentemente foi realizado um tratamento inovador pela primeira vez em Portugal – um transplante de células do cordão umbilical, numa criança de quatro anos. Fale-nos sobre este tratamento. No dia 5 de abril deste ano, o Henrique de quatro anos, diagnosticado com anemia aplástica grave foi transplantado com células estaminais do sangue do cordão umbilical, guardadas na Crioestaminal, na Unidade de Transplante de Medula do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO).Trata-se de um tratamento inovador pelo facto de se ter utilizado sangue do cordão umbilical da própria criança no tratamento desta doença. Como está a criança? Após a infusão das células estaminais do sangue do cordão umbilical verificou-se uma rápida recuperação das contagens de glóbulos brancos e de outros parâmetros da recuperação hematológica. O Henrique recebeu alta hospitalar um mês após o transplante. Estando sob vigilância da equipa médica, a criança tem apresentado uma evolução positiva ao longo dos últimos meses. Hoje o Henrique encontra-se em remissão completa de anemia aplástica grave. 16

André Gomes

Fundador e Diretor Geral


As células estaminais são já hoje uma realidade no tratamento de várias doenças. A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR AS CÉLULAS ESTAMINAIS

É possível fazer este tratamento em crianças ou jovens de qualquer idade? Este tipo de tratamento não depende da idade, mas sim da possibilidade de recorrer às células estaminais do próprio. Esta opção de tratamento só é possível se à nascença os pais tiverem optado por guardar o sangue do cordão umbilical. 10% do volume de negócio da Crioestaminal é investido em Investigação e Desenvolvimento, o que já resultou em quatro patentes registadas. Para onde caminha a investigação atualmente, nesta área? Ainda há muito por fazer? Sim, ainda há muito por fazer na área das células estaminais. O nosso foco é possibilitar o acesso a terapêuticas personalizadas baseadas em células estaminais, o desenvolvimento de projetos de I&D tem em vista descobrir novas terapias celulares, o que permite alargar a aplicação de células estaminais para além das

doenças atualmente tratadas.Com os vários projetos de investigação e d e s e n vo lv i m e n t o e a s q u a t ro patentes internacionais já registadas, a Crioestaminal tem desenvolvido estudos nas áreas de oncologia, do enfarte do miocárdio e diabetes.

as células estaminais são já hoje uma realidade no tratamento de várias doenças

Vamos estar cada vez mais voltados para a investigação clínica, com projetos que visam testar novas terapias baseadas em células estaminais em humanos, e que implicam a utilização das nossas recém-criadas Salas Limpas, dedicadas à produção de medicamentos de terapias celulares avançadas. As células estaminais são já hoje uma realidade no tratamento de várias doenças. No futuro, serão, sem dúvida, novas alternativas terapêuticas para doenças que atualmente não têm tratamento, como evidenciam as centenas de ensaios clínicos em curso em todo o mundo. Seguramente que alguns terminarão com resultados positivos e serão novas aplicações no futuro. 17


Mulheres de

VANDA JESUS

Microsoft CMO e PR Lead Conseguimos ter tudo?

O foco é fundamental na nossa experiência profissional, pois permite definir a nossa ação tendo

Em Portugal, a nossa cultura é famosamente definida

em vista o impacto desejado. Mas é também altamente

pelos 3 Fs – Fátima, Futebol e Fado. Na minha vida,

relevante na nossa vida pessoal, pois sem este sentido

também sou guiada por 3 Fs. Os ingredientes de Focus,

de foco, seria impossível estabelecer prioridades e os

Family&Amigos, potenciados por energia resultam em

limites de modo a que exista uma conjugação saudável

Felicidade.

entre as duas áreas da vida. Por exemplo, ajuda-nos a delinear os não-negociáveis, ou seja, os momentos Energia

(Foco + Família&Amigos)

= Felicidade

invioláveis da minha vida pessoal que não podem ser comprometidos a favor da vida profissional.

Focus – ou foco – é o ingrediente base de tudo o que fazemos, pois é um exercício constante na nossa vida,

De certa maneira, há muitos ingredientes e guias

tanto pessoal como profissional. Como profissional,

de atuação sobre os quais vivo que são iguais tanto

sentimos o desafio de não faltarmos na área pessoal, e

na vida profissional como pessoal – apenas se

como pessoas – como mãe, como mulher – sentimos o

aplicam de maneiras diferentes. Criei desde cedo o

desafio de executarmos bem na nossa vida

hábito de planear, pois muito poucas coisas na vida

profissional. Porém, quando este equilíbrio é

acontecem sem as fazermos acontecer. Aprendi

encontrado e bem conseguido, a desafiante

também como ser uma boa ouvinte, de modo a

combinação de ser uma boa profissional, mulher e mãe

criar relações e conexões de valor. Em ambos os

permite ir mais longe.

aspetos da nossa vida, aprendi que temos de estar

18


Mulheres de

presentes e nunca tomar nada como garantido.

meus colegas e todo o talento com quem

A partilha é extremamente importante: devemos

alimento as minhas ideias, que ajudo a crescer e

ouvir e adaptar-nos aos outros, fazer crescer o

que me faz crescer todos os dias.

melhor de cada um, pois juntos somos sempre mais fortes. Fomento também um growth

A velocidade exponencial da inovação

mindset, assumindo que qualquer pessoa pode

experienciada atualmente no mundo não é

crescer e desenvolver-se, estando sempre

simplesmente reservada à área da tecnologia.

aberta às ideias de outros. A minha última regra

Pelo contrário, abrange todos os aspetos da

de ouro é nunca ter medo de falhar; como dizia

nossa vida, tornando desafiante manter-nos a

um sábio amigo e líder, é melhor correr o risco de

par da rápida mudança. Esta constante inovação

ter que pedir desculpa do que passar o tempo a

faz com que não tenhamos tempo para viver

pedir com licença.

tudo, de modo a que – temos de aprender a escolher o que viver. É por isso que me concentro

Eu sou uma crente de que, com planeamento e

na minha fórmula, dado que, com ela, atinjo o

empatia, conseguimos ter tudo. Ou, se calhar,

equilíbrio necessário para que, ainda que com

como eu preciso de planeamento e empatia para

muito investimento pessoal, consiga atingir o

ser feliz, arranjo maneira de o fazer acontecer.

meu objetivo: ser feliz.

Dizem – e eu reconheço – que tenho muita

Sou uma mulher melhor porque sou uma

energia. Também acredito plenamente que todos

profissional orgulhosa, e sou melhor

nós possamos ter esse tipo de energia, desde

profissional porque amo e me esforço

que encontremos a nossa fonte. Para mim, esta

diariamente para ser "a melhor mãe do mundo".

fonte são as pessoas - a minha família, os meus

A minha Felicidade resulta do Foco que coloco na

filhos (de quem sem o beijo e abraço apertado de

minha vida diária e no amor da Família&Amigos,

cada dia nada corre bem), os meus amigos, os

exponenciados com muita energia. E a sua?

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MULHERES DE VALOR

A importância do seguro

DE CRÉDITO

A CESCE é especialista em seguros de crédito e a diretora geral da empresa em Portugal, Rita Lacerda, explicou a importância deste tipo de segurança financeira.

A

CESCE é um parceiro fundamental das empresas, sobretudo quando há instabilidade? Precisamente por existir instabilidade no mercado é que as empresas precisam de um parceiro como a CESCE. Após os anos de crise, muitas empresas que resistiram tornaram-se mais fortes porque ganharam o mercado das empresas que desapareciam no seu setor. Mas depois disso, para se manterem, tiveram que crescer apostando no investimento de 20

procura de novos mercados. Mas há riscos no investimento de novos mercados. Desconhecimento das empresas, setores, legislação e costume local; insolvências, empresas em recuperação e atrasos de pagamento. Há, além disso, alguns fatores que podem agravar estes riscos, como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as políticas alfandegárias, o abrandamento económico ou a contração do crédito comercial. Tudo isso pode gerar inseguranças capazes de

prejudicar um investimento ou uma transação. Uma das peças fundamentais para o funcionamento da engrenagem empresarial é o seguro de crédito, uma autêntica alavanca de impulso para os negócios com vocação para o crescimento no mercado nacional ou internacional. Uma empresa que tem seguro de crédito aumenta as suas vendas. Este seguro permite que as empresas se movimentem com segurança em todas as fases do negócio e protege os seus investimentos, bens e serviços.


MULHERES DE VALOR

A CESCE oferece aos seus clientes desde a informação inicial necessária para a entrada em novos mercados, até à monitorização e vigilância de riscos, Risk Management. Oferecemos também a possibilidade de segurar a totalidade ou parte das vendas, o que dá uma enorme elasticidade ao produto. No nosso seguro de crédito, o segurado não é obrigado a segurar todas os seus clientes, pode escolher só alguns. Além disso, pode não pagar prémio mínimo, tem uma cobertura da Cesce de 95% das suas faturas e em caso de incumprimento pagamos as indemnizações em dois meses. As empresas portuguesas estão menos expostas ao crédito? As empresas perceberam que não podiam continuar a aceitar prazos de pagamento tão dilatados. Existia um autêntico financiamento das empresas umas nas outras com pagamentos dos créditos em prazos superiores a seis meses. N e s t e m o m e n t o q u e b ro u - s e essa regra, já ninguém aceita esses prazos e o deslizamento e aceitação de prorrogações de pagamento após o vencimento das faturas é muito menor. As empresas sabem que vender com prazos alargados aumenta

exponencialmente o risco. Os nossos empresários também passaram a tomar medidas para conhecer os novos clientes com quem não tinham experiência comercial, mas também a tomar medidas para continuar a vender aos clientes de sempre, com quem, em princípio, não esperariam incumprimentos. As empresas que estão menos expostas aos riscos são as que têm seguro de crédito. Enquanto mulher, à frente de uma empresa com funções estratégicas junto dos seus clientes, como avalia o seu percurso? Alguma vez sentiu que as dificuldades eram maiores por ser mulher? Eu nunca senti dificuldades no meu percurso profissional associadas ao facto de ser mulher. Nas empresas onde passei sempre tive várias oportunidades para desenvolver o meu trabalho e a minha carreira, com respeito e adequação ao meu valor e esforço. Mas acredito que há muitas mulheres que são discriminadas em funções, título e remuneração pelo facto de serem mulheres. De q u a l q u e r f o r m a , co n t i n u o a acreditar que com dedicação, capacidade de trabalho, empenho e trabalho em equipa, os re s u lt a d o s e o p o r t u n i d a d e s

Rita Lacerda Diretora Geral da CESCE Portugal

profissionais acabam por aparecer. Reconhece nas empresas portuguesas uma maior abertura ao f a c t o d e a s m u l h e re s a l c a n ç a re m posições de liderança? Sim, nas empresas portuguesas e de outras nacionalidades. A CESCE é uma empresa espanhola e temos várias mulheres em Espanha a liderar Direções importantes. Na CESCE Portugal eu sou a primeira Diretora Geral mulher, mas também temos por exemplo uma Diretora Geral na CESCE Brasil.


MULHERES DE VALOR

Empreendedorismo de valores humanos

Paula Oliveira Senior Partner

Foi em pleno coração da capital portuguesa que a Valor Magazine foi recebida na sede da SDO Consulting, uma empresa de consultoria de gestão especializada na transformação de capital humano. Tivemos a oportunidade de entrevistar Paula Oliveira, atual Senior Partner com mais de 25 anos de carreira, identificada como uma das Mulheres de Valor da edição deste mês.

D

esde cedo assumidamente "apaixonada pelos temas com impacto nas pessoas", Paula Oliveira dedica-se a projetos de responsabilidade social a par do seu percurso profissional no mundo dos negócios, sendo fundadora da Ucall, da Fábrica Digital e do Grupo OonDah, onde mantém um foco consciente no que faz mover as pessoas e os negócios. Essa visão desdobrou-se em várias áreas do mercado interno e externo, sendo a SDO Consulting o mais recente projeto para marcar essa diferença. «Fazer brainstorming, garantir uma pesquisa alargada e a utilização de informação disponível de forma inteligente e analítica, permite-nos compreender ao máximo a essência das empresas com quem trabalhamos e dos clientes que servimos", explica. "O deep dive que efetuamos em cada projeto permite-nos obter mais informação para investir nas soluções para o cliente. Nesta construção apostamos na diversidade cognitiva da equipa, na liberdade de co-criar e na forma como integramos a cultura de transparência, e a naturalidade

como aceitamos o erro enquanto parte do processo.». Admitindo que as empresas cada vez mais "competem num mundo global", Paula Oliveira acredita que quem se destaca nesse mercado é quem aposta n u m p o s i c i o n a m e n t o ú n i co e diferenciador.

temos de ter segurança nas nossas competências A sociedade revela que ainda sobram algumas batalhas por travar no que respeita à igualdade de género e Paula Oliveira explica como a competência pode sobrepor-se a um eventual preconceito: "O facto de ser confrontada tantas vezes com a realidade de ser mulher num cargo de topo faz-me refletir sobre isso. A verdade é que nunca senti o separatismo ao longo da minha carreira. Há frequentemente alguns preconceitos iniciais, por diferentes razões, mas quando temos segurança no que estamos a fazer e nas

nossas competências, conseguimos fazer com que a questão do género desapareça". Com a perceção de que em Portugal ainda "existe um tradicionalismo cultural mais presente do que em outros países modernos", Paula Oliveira explica que a batalha das mulheres passa por mostrar continuamente que são "tão disponíveis, tão focadas e tão comprometidas como qualquer homem na mesma função", mesmo que isso signifique que não haja sempre justiça nas decisões ou no caminho para o sucesso. A Senior Partner remata com um conselho destinado a qualquer jovem mulher, transmitindo que o importante é ter confiança em si mesma, principalmente nas primeiras etapas profissionais: "Infelizmente há muitos recursos humanos de qualidade que não se destacam porque não dão um passo em frente e arriscam. Neste mundo moderno, precisamos de dar esse passo em frente para que efetivamente reparem em nós e nas nossas qualidades. E felizmente temos cada vez mais mulheres a demonstrar isso mesmo".


MULHERES DE VALOR

TRABALHAMOS POR PAIXÃO à Engenharia e Arquitetura

A PMT Engenharia surgiu em 2009, pela mão da engenheira Manuela Timóteo, numa altura em que o país era fustigado por uma forte crise económica. Mulher determinada, Manuela Timóteo não desistiu e, pelo contrário, investiu em si e na criação de valor, garantindo postos de trabalho numa altura difícil. Este é o testemunho de uma “Mulher de Valor”. A PMT está no mercado há 10 anos. Como foi criar uma empresa numa época em que crise económica começava a acentuar-se?

Manuela Timóteo CEO

A criação da empresa surgiu a partir de uma necessidade. A empresa onde trabalhava há 17 anos estava sem trabalho e era urgente encontrar uma solução. Nunca me faltou trabalho, no entanto o trabalho era muito mal remunerado. Não parar e continuar sempre com muita determinação foi uma opção minha. A maior parte dos meus colegas desistiram da profissão e enveredaram por outros caminhos. Tirei muitas formações e aproveitei para fazer o doutoramento. Foram períodos difíceis. Para manter a empresa era necessário trabalhar muitas horas em muitas atividades. Como definiria o trabalho e os compromissos que a PMT tem para com os seus clientes? A PMT tem a particularidade de ter uma equipa muito trabalhadora e dedicada ao trabalho. Fazem-no por gosto à profissão e não por obrigação. Seguem o seu líder e acreditam que podemos fazer coisas fantásticas todos os dias. Todos os compromissos representam para a PMT objetivos a cumprir. Trabalhamos por paixão à Engenharia e à Arquitetura. O cliente percebe essa paixão e valoriza, porque sente que o seu projeto é importante e está bem entregue. Uma estrutura mais leve e empenhada, e mais próxima dos clientes, é a solução para uma empresa de

engenharia e construção de sucesso? A nossa grande mais-valia é a aplicação de uma metodologia ágil onde o cliente faz parte da equipa de trabalho e onde o cliente se sente confortável para decidir e alterar em cada fase de desenvolvimento do trabalho. O projeto envolve o cliente sempre. Ele é um elemento da nossa equipa. No que respeita aos desafios diários, colocados pelos diferentes papéis que a mulher desempenha, sentiu alguma vez que tinha de descurar um lado em detrimento do outro? Sou mãe de quatro filhos. Nunca senti que ser mulher fosse um problema. No entanto isso só é possível quando toda a família se envolve no projeto e partilham dos mesmos objetivos. Durante anos fui diretora de uma empresa e sempre consegui conciliar com o acompanhamento dos meus filhos. Quando constituí a empresa estava a tirar o doutoramento e grávida do meu quarto filho. É preciso ser-se muito focado nos objetivos. Sempre assumi que, para mim, não fazia sentido ser mãe e esposa se não fosse uma mulher feliz e realizada profissionalmente. Nunca senti qualquer sentimento de culpa perante eles porque não lhes dei a atenção total, porque sempre que lhes dei atenção foi com muito amor e com toda a felicidade. Para mim a vida faz sentido quando todas as nossas áreas, família, profissão, amigos se equilibram.


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De Lisboa para o Mundo

Verónica Rosa

Diretora de Operações

Uma sede em Lisboa com vista para o resto do Mundo. Um cenário destes pode ser algo impossível de imaginar, ainda mais com a recente febre imobiliária a que se tem assistido na capital portuguesa. Mas é com este luxuoso vislumbre que a Portugal Homes se rotula no mercado, trespassando essa visão para os seus clientes, sejam eles compradores particulares ou investidores.

C

atalogada como uma agência especializada na venda e investimento de propriedades do setor imobiliário, a Portugal Homes, fundada em 2018, rapidamente se destacou num mercado cada vez mais emergente e denota hoje dois pontos de diferenciação que explicam esse crescimento: "Temos dois pontos importantes que usamos tanto para a vertente do nosso cliente comprador, como o do vendedor. Para começar, não nos catalogamos como uma agência que abre portas. Nós vemo-nos como uma empresa a quem se recorre para qualquer investimento que queira ser feito. E para tal, impomos sempre dois dias para fazer uma apresentação total da propriedade. Outra medida fulcral é o nosso serviço After Sales, que faz um acompanhamento total ao nosso cliente depois de o investimento ou da compra ter sido efetuada. É muito habitual os vendedores passarem rapidamente para o próximo cliente, mas nós não agimos dessa forma. E é isso que faz com que os clientes

continuem a querer trabalhar connosco", garante Verónica Rosa, Diretora de Operações da Portugal Homes.

nós focamo-nos na angariação que resulte em retorno para o nosso cliente

A empresa faz questão de entregar ao proprietário do imóvel uma avaliação justa e detalhada e de apresentar ao cliente um cenário real, no que respeita ao retorno do investimento: "É importante termos parceiros que tenham um conhecimento verdadeiro e sustentado dos mercados, para que os clientes beneficiem dos nossos serviços e os parceiros possam crescer connosco". Com uma cobertura em termos de território nacional que se estende de norte a sul e não só pela Grande Lisboa, a Diretora de Operações garante que é possível encontrar uma solução para

qualquer tipo de cliente, e que é igualmente necessário "diversificar o nosso imobiliário de qualidade para outras cidades portuguesas que não só a capital, porque há potencial e riqueza para isso". Admitindo alargar a vertente da empresa para outras áreas que não a imobiliária num futuro próximo, a Portugal Homes continua a ver o capital humano como uma ferramenta vital para o sucesso, mas acima de tudo, como complementa a Diretora de Marketing, Catarina Tá v o r a , m a n t e r a a n g a r i a ç ã o qualitativa é o que continuará a diferenciá-la das restantes agências: "Nós focamo-nos na angariação que resulte em retorno para o nosso cliente, que muitas vezes precisa desse aconselhamento qualitativo em vários locais do mundo. A nossa satisfação é qualificar o cliente, antecipar as suas necessidades e fazer com que continue a investir connosco, seja em Portugal, na África do Sul ou na China", conclui.


MULHERES DE VALOR

HOMEM E NATUREZA Marisa Dias Paisagista e CEO

A Jardins de Adónis procura recriar a Natureza em cada projeto paisagístico. Assim, design sinuoso e soluções sustentáveis são a base de um jardim – natural ou artificial – que se adapta a qualquer habitação ou empresa. Marisa Dias, paisagista e CEO, explicou-nos um pouco mais sobre esta filosofia de trabalho.

A

Jardins de Adónis está no mercado há 17 anos. O que a levou a criar a empresa?

Depois de terminar o curso de Paisagismo, estudei as necessidades do mercado português e verifiquei que havia espaço para apresentar uma proposta de valor diferenciada. Somos uma empresa virada para o desenvolvimento, com formação contínua, para prestarmos um melhor serviço ao cliente. Como se diferenciam das outras empresas de arquitetura paisagista do mercado? Temos uma equipa multidisciplinar que é especializada em Jardins Verticais Naturais ou Artificiais, e de Cobertura, embora façamos todo o tipo de outros projetos. Uma outra, está no Design essencialmente sinuoso dos nossos jardins em oposição à generalidade de outras empresas que usam e abusam das linhas direitas. Temos uma filosofia de recriação da Natureza utilizando materiais e soluções

Onde estamos... www.jardinsdeadonis.pt

sustentáveis que criem espaços de harmonia e contemplação.

delego a maioria da condução dos trabalhos.

É possível ter um jardim mesmo nas habitações mais pequenas?

Reconhece nas empresas portuguesas uma maior abertura ao facto de as mulheres alcançarem posições de liderança?

Sim, daí a necessidade crescente da instalação de jardins verticais que, para além de não ocuparem espaço, ajudam a modificar a paisagem e combatem o aquecimento urbano, já que a superfície com coberto vegetal tem ação como isolante térmico e acústico, purificam o ar retendo CO 2 , e aumentam a biodiversidade. A liderança de uma mulher é distinta da de um homem? Não consigo identificar diferenças de género na maneira de gerir uma empresa. O que existem são estilos de liderança, porque todas as pessoas são diferentes. Felizmente tenho o trabalho muito facilitado, porque quer o meu Coordenador de Operações, João Adónis, quer o António Noronha, responsável pelo Marketing, são elementos valiosos em quem confio e

Já trabalhei em grandes empresas, quer nacionais quer multinacionais, onde desempenhei funções de liderança e não notei diferenças nesse capítulo. Acho que a regra é haver meritocracia e as exceções tenderão a diminuir. No que respeita aos desafios diários, colocados pelos diferentes papéis que a mulher desempenha, é possível conciliar todos? Possível é, certamente. Há milhões de mulheres em Portugal que o fazem diariamente e com grande classe e dedicação. Mas é preciso reconhecer que principalmente na gravidez e nos primeiros anos de acompanhamento dos filhos é um desafio gigantesco, nunca suficientemente reconhecido e valorizado no contexto em que vivemos.

R Professor Carlos Teixeira 1 1ºa, 1600-608 , Lumiar Lisboa marisadias@jardinsdeadonis.pt; joaoadonis@jardinsdeadonis.pt

+351 933 864 310 | +351 935 080 816


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Carla Martins

Ana Paula Teixeira

Sales Manager

CEO

A MAIOR VITÓRIA

É O RECONHECIMENTO

DO MEU TRABALHO Q

uando Ana Paula Teixeira criou a DHC Food Experience, pouco tempo depois de ser mãe, ninguém acreditou que o projeto vingasse. Persistente e decidida, construiu uma empresa de sucesso, que hoje se posiciona no mercado dos produtos refrigerados, um nicho de mercado, e já conta, inclusivamente, com uma marca própria de massas, a "Pasta do Dia". "Quando eu disse que ia abrir uma e m p re s a , n i n g u é m a c re d i t o u , porque tinha uma filha recémnascida, era muito jovem, tinha determinação e alguma ambição. O facto de ter uma filha bebé foi muito desafiante e uma das grandes motivações para me ter dedicado tanto a este projeto", começa por contar a CEO da DHC, Food Experience. "É um reconhecimento imenso quando a minha filha declara o orgulho que tem em mim e na DHC". 26

Corria o ano de 1997 quando a DHC chegou ao mercado. Ana Paula Teixeira é formada em Relações Internacionais e teve o primeiro contacto com a área alimentar através da empresa do pai, um despachante das grandes superfícies comerciais: "Comecei a trabalhar com o meu pai nas férias e, e n t re t a n t o , co n t a c t e i co m o s profissionais da área alimentar e particularmente desta em que me encontro. Depois disso, ainda trabalhei simultaneamente para uma empresa espanhola, e foram eles e o meu ex-marido que me incentivaram a abrir a minha própria empresa, pois perceberam que eu tinha muita determinação, ideias e entusiasmo para agarrar as oportunidades que iam surgindo". Ana Paula decidiu investir e focar-se apenas nos produtos refrigerados e diz que não está arrependida:

"Empresas com a DHC continuam a fazer sentido nos nichos de mercado, especialmente nos refrigerados. Os produtos refrigerados – precisamente por serem conservados em frio e por terem uma data limite de consumo muito curta e com relativa baixa rotação - o risco de stock é muito elevado e a DHC acrescenta valor aos seus parceiros de negócio (não só mas também) ao assumir esse risco e garantindo que o produto se encontra sempre disponível, a um preço competitivo, que é possível pela massa crítica do conjunto de produtos que comercializa

temos lançamentos todos os anos e as nossas massas têm recebido os maiores elogios


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sinto-me muito realizada por ter conseguido criar o meu posto de trabalho e assegurar os de outras pessoas, sem descurar o tempo para a minha filha Estes produtos alimentares têm um tempo útil de venda muito curto – entre uma a duas semanas. As encomendas são feitas com duas semanas de antecedência: "Temos de conhecer muito bem o mercado, pois recebemos encomendas diárias, com as necessidades dos clientes, mas temos de fazer a nossa encomenda aos produtores internacionais sempre com pelo menos duas semanas de avanço. Encomendamos na semana um para serem consumidos na semana três, pelo que as previsões têm de ser eficazes, pois não temos margens para quebras de stock e temos de garantir um nível de serviço superior a 95% aos nossos clientes". Felizmente o controlo de qualidade na UE é muito apertado e só as empresas certificadas – produtoras e transportadoras – podem laborar: "Fazemos questão de trabalhar com produtores que estão entre os três primeiros na sua atividade no respetivo país e só transacionamos produtos do espaço europeu, o que nos garante que estão protegidos pela legislação europeia, que é das mais avançadas do mundo". A qualidade dos produtos que a

DHC representa vê-se também pela sua pureza, na medida em que o principal fator de conservação é o frio positivo: "Lançámos em 2014 a nossa marca de massas refrigeradas – a Pasta do Dia – que foi a primeira a lançar uma gama de massas culinárias sem glúten, e felizmente tem sido um sucesso. Te m o s l a n ç a m e n t o s t o d o s o s anos e as nossas massas têm recebido os maiores elogios por parte dos clientes e dos consumidores". Ciente de que uma liderança implica a gestão e motivação de p e s s o a s , A n a P a u l a Te i x e i r a afirma que o crescimento da empresa a ajudou a melhorar nessa área: "Somos uma empresa f a m i l i a r, o r i e n t a d a p a r a a satisfação do cliente, e tento passar esse espírito à equipa. To d o s e l e s s ã o d e s a fi a d o s a alcançar objetivos, e cumpremnos quase sempre. Essa satisfação nota-se. Eu própria sinto-me muito realizada por ter conseguido criar o meu posto de trabalho e assegurar os de outras pessoas, sem descurar o tempo para a minha filha".

Assumindo que se negligenciou a si própria durante mais de uma década, para lançar e posicionar a empresa no mercado, Ana Paula Teixeira diz que tudo isso foram decisões conscientes e necessárias e que está agora a recuperar gradualmente o tempo para si: "Continuo apaixonada pelo que faço e sou grata por ter tido a resiliência e espírito de missão necessários. Hoje o desafio continua, e estou muito envolvida, mas de forma diferente. A aprendizagem é constante, a experiência acumulada ajuda a ter o distanciamento necessário para a tomada de decisões, e é muito gratificante a constante adaptação à mudança e a monitorização dos seus resultados. Em breve teremos mais novidades, sobretudo no que respeita ao posicionamento da DHC e das suas marcas. Faço o que gosto e isso dá-me muita energia. Sou grata pelo meu percurso e por todos os que confiaram e continuam a confiar em mim e consciente de que co n t i n u a m u i t o p o r f a z e r. Obrigada!".

Onde estamos... Av. Dr. Luís Sá, 9K Parque Monserrate, Z.I. Abrunheira 2710-022 Sintra, Portugal +351 21 453 54 49

geral@dhc.pt

www.dhc.pt

/company/dhc-food-experience 27


MULHERES DE VALOR

57 ANOS

a colorir o conforto dos seus pés

Marta Lima Country Manager em Portugal

A marca Havaianas é conhecida em todo o mundo, devido aos chinelos de dedo mais marcantes de sempre. Não há quem não conheça os "Havaianas", os chinelos com sola de borracha, de todas as cores. Atualmente, a marca brasileira também comercializa acessórios e, nas palavras da Country Manager em Portugal, Marta Lima, já é possível "vestir Havaianas".

A

história das Havaianas já t e m 5 7 a n o s d e conquistas, sendo que inclusivamente inventaram os flip-flop. Ao longo destes anos, como é possível uma constante reinvenção da marca e do produto? O primeiro par de Havaianas nasceu em 1962, inspirado nos chinelos de dedo japoneses tradicionais chamados Zori, cujas solas são feitas de palha de arroz. O grão de arroz inspirou a textura da sola de borracha, um dos diversos detalhes que fazem das Havaianas uma marca inconfundível. No início, apenas existiam Havaianas azuis e brancas, mas 28

em 1969, devido a um erro de produção, foi feito um lote verde e branco. A nova cor foi um sucesso e abriu um leque de possibilidades para o hoje famoso arco-íris da marca. A primeira inovação foi então resultado de um acaso. Os primeiros prints nascem no início da década de 90, com a chegada às nossas fábricas de uma tecnologia até então inexistente. Os consumidores queriam mais diversidade e oportunidades de usar as suas Havaianas. Em 1998 as Havaianas abraçam outro ícone brasileiro: o futebol. Nascem as Havaianas Brasil, ostentando a bandeira do país, para apoiar a seleção brasileira de

futebol no Mundial. A vitória foi para a França, mas a linha Havaianas Brasil é campeã de vendas até aos dias de hoje. O glamour de Hollywood inspirou outra das linhas femininas das Havaianas, as Slim, com uma tira mais fina e elegante: no ano de 2003, todos os vencedores dos Óscares foram presenteados com uma Havaiana com decorações a o u ro , p a r a t i r a r o s s a p a t o s e co n t i n u a r e m g r a n d e e s t i l o a desfilar na passadeira vermelha.

o que procuramos ao longo de todos estes anos é inspirar-nos nas pessoas que servimos


MULHERES DE VALOR

as características de personalidade da marca como a liberdade, o conforto, a alegria, a simplicidade, são verdadeiramente universais e apelativas a todos Quase 60 anos após a produção do primeiro chinelo, a Havaianas lança a sua linha de têxtil, embarcando na viagem para se transformar numa verdadeira marca de lifestyle. Conta agora também com uma linha extensa de acessórios, dos quais fazem parte os óculos de sol, lançados em 2017 em parceria com a Sáfilo. Atualmente, já podemos “vestir” Havaianas dos pés à cabeça. O que procuramos ao longo de todos estes anos é inspirar-nos nas pessoas que servimos: os utilizadores da nossa marca. É esse o segredo da eterna juventude: estar atento ao que pedem e esperam de nós.

Os chinelos Havaianas são reconhecidos em todo o mundo. Como é que um produto tão simples – aparentemente – se pode tornar num “must-have” para muitas pessoas? A Havaianas tem um percurso muito pouco usual, quando pensamos na forma como a grande maioria das marcas lifestyle aborda os consumidores: começou de baixo para cima. Quando foram lançadas, em 1962, as Havaianas eram literalmente o “calçado das classes pobres do Brasil”. Era a única opção que as pessoas tinham para não andarem descalças. E com uma excelente qualidade: ao serem de borracha (e não plástico, como as marcas concorrentes), não queimam os pés, não se deformam, e têm um conforto que dura por muitos anos. Existe inclusive um aspeto curioso na história da marca: durante os períodos de hiper-inflação no Brasil nos anos 80, as Havaianas foram

colocadas pelo Governo na cesta básica de consumo, controlando assim o custo para os consumidores, juntamente com itens básicos como o pão, o arroz e o leite. Mas a verdade é que as Havaianas eram apelativas não só para as classes mais baixas, como para o “topo da pirâmide” das classes sociais. E na década de 90 a Alpargatas decide tirar partido disso mesmo, desenvolvendo uma campanha de TV fortíssima, com as estrelas da Globo e do mundo do futebol brasileiro a abrirem as suas casas ao público e a mostrarem que também eles são fãs das Havaianas. É quando nasce o slogan: “Havaianas, todo mundo usa!” As características de personalidade da marca como a liberdade, o conforto, a alegria, a simplicidade, são verdadeiramente universais e apelativas a todos, ricos e pobres, novos e velhos, homens, mulheres e crianças.... É esse o nosso segredo! Leia o artigo na íntegra no site www.valormagazine.pt

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MULHERES DE VALOR

WDMI OS RECONDICIONADOS são uma escolha óbvia

Ema Dias

CCO

A WDMI tem oito anos e é líder em material informático recondicionado. Já conquistou o estatuto de PME Líder 2019 e Excelência 2018 e o 18º lugar global no Ranking Technology Fast 500 EMEA 2015 da Deloitte, posicionando-a como a melhor empresa portuguesa. Faz ainda parte do ranking das 100 melhores empresas para trabalhar em Portugal.

P

orque optou pela área da informática e dos serviços informáticos?

Desde que me conheço que tenho o gosto por esta área. Direcionei a minha formação académica nesse sentido e até ao dia de hoje continuo em constante aprendizagem. É necessária uma constante atualização de conhecimento pois estamos perante um universo que não permite a estagnação. Porque é que o material recondicionado é uma boa escolha? Após a passagem da mensagem, tornase uma escolha óbvia. O utilizador consegue adquirir um produto com a mesma performance, esteticamente como novo, por um preço imbatível. Com o recondicionamento, o contributo ecológico também se torna diferencial com a prática da redução, reutilização e reciclagem. Em que se distingue a WDMI das restantes empresas?

Em primeiro lugar pelo seu core business. O material recondicionado é o principal diferenciador. Criamos impacto junto da população. Desde estudantes e comunidade sénior até empresas e municípios, portugueses e estrangeiros. Vamos imaginar um contexto de abertura de uma startup: com o budget muito mais reduzido para equipamentos IT, é possível impulsionar mais rapidamente a aceleração do negócio. Com base nestas métricas conseguimos, hoje, ser o maior distribuidor de recondicionados na Península Ibérica. A liderança de uma mulher é distinta da de um homem? Sabemos bem que sim. A mulher, por si só, tem uma flexibilidade emocional superior. Desta forma conseguimos uma mais rápida empatia neste universo empresarial que, muitas vezes, privilegia uma relação fria. No panorama de negócio atual é fundamental a relação entre pessoas. Por trás de qualquer império, estão sempre pessoas e nisso, nós mulheres, somos especialistas.

Reconhece nas empresas portuguesas uma maior abertura ao facto de as mulheres alcançarem posições de liderança? O panorama tem sido alterado com o passar dos anos e vemos cada vez mais mulheres em posições de liderança. O ponto de partida tem de ser o mesmo, independentemente do sexo e, hoje em dia, isso está refletido em muitas empresas no nosso país. No que respeita aos desafios diários, colocados pelos diferentes papéis que a mulher desempenha, sentiu alguma vez que tinha de descurar um lado em detrimento do outro? A mulher é um ser multitasking. É sempre um desafio, desde o primeiro ao último minuto do dia. É necessária disciplina, boas rotinas, e saber desligar de um lado quando o outro está ligado. São igualmente importantes e precisam sempre um do outro. A estrutura da nossa sociedade atual, com a agenda sempre por perto, permite esta conciliação.


MULHERES DE VALOR

IDENTIFICO-ME totalmente com a

EMPRESA

Em 1969, nascia aquela que viria a ser uma das mais inovadoras empresas de estamparia portuguesas. A Adalberto Estampados conta com tecnologia de ponta, colaboradores especializados e uma CEO, Susana Serrano, para quem a exigência profissional deve caminhar lado a lado com a realização pessoal.

S

usana Serrano recebeu a equipa da Valor Magazine no espaço reservado a reuniões, no open space que partilha com as equipas de vendas – nacionais e internacionais – design e operações: "Faço questão de estar aqui, com todos os colaboradores". Estava lançado o mote para a conversa que se seguiu. A atual CEO começou a trabalhar na Adalberto há um ano e meio: "Chamaram-me para a Comissão Executiva, da qual faziam parte os acionistas – o engenheiro Mário Jorge e a Dr.ª Ana Paula – que são filha e genro dos fundadores da empresa - o Jorge Machado, o meu antecessor na função de CEO e neto dos fundadores, e três administradores – eu, com o pelouro das Operações, outro com as Vendas e um terceiro com a pasta AdministrativoFinanceira. Como a ambição da empresa sempre foi crescer e conquistar outros mercados, Jorge Machado dedicou-se a essa tarefa e eu acabei por

assumir as funções de CEO, desde julho deste ano". Uma liderança próxima e baseada no exemplo Para Susana Serrano, o mais difícil de gerir são as pessoas, mas a responsável pela Adalberto garante que o segredo para uma liderança de sucesso passa por saber ouvir e envolver os colaboradores nos objetivos da empresa: "É fundamental que todos se sintam motivados a atingir determinados objetivos, é por isso que o papel do gestor passa por deixar claras a estratégia e respetivas diretrizes e motivar os colaboradores a alcançarem os resultados". A CEO reconhece, também, que para que os resultados profissionais surjam, é muito importante que os colaboradores estejam realizados a nível pessoal: "É um orgulho trabalhar numa empresa que leva realmente a sério a implementação da

responsabilidade social. Todos nós conversamos, conhecemonos e eles sabem que podem contar comigo para tudo. Se tiverem um problema familiar, eu prefiro que vão para casa, resolvam tudo, restabeleçam o equilíbrio e depois voltem". Quando questionada sobre se o facto de ser mulher tinha alguma influência na sua posição, Susana Serrano foi perentória: "Desde o início da minha carreira, que começou na área da construção civil, nunca me senti discriminada por ser mulher, mas assumo que, aquando do nascimento da minha primeira filha, senti que quando regressasse ao trabalho, poderia já não ter o meu lugar assegurado. A sociedade portuguesa ainda depende muito de quem lidera as empresas e, infelizmente, as mulheres não têm a mesma facilidade para alcançar cargos de liderança em qualquer área profissional. Há áreas mais acessíveis que outras, como é o caso da têxtil". 31




MULHERES DE VALOR

Um exemplo de inovação e sustentabilidade Com uma equipa de 400 pessoas a seu cargo, sendo a maioria mulheres, Susana Serrano reconhece que a sensibilidade é um dos pontos fortes: "As mulheres ligam aos detalhes. A sua perceção das cores é diferente da masculina, e isso foi comprovado por testes recentes, aqui na empresa". A área têxtil é dominada por mulheres, mesmo quando se trata de moda masculina. A juntar à equipa especializada e qualificada, a Adalberto tem no seu ADN de empresa a constante vontade de estar um passo à frente de todos: "Tudo o que desenvolvemos vai nesse sentido, como o projeto de sustentabilidade – que apresentaremos no final do ano e que irá influenciar todo o processo produtivo - desde a compra da matéria-prima, passando pelas máquinas utilizadas e pelos processos realizados. Para nós, não faz sentido comprar matéria-prima reciclada se depois a formos estampar com tintas que são tóxicas. O processo todo deve ser mais amigo do ambiente, do consumidor e do próprio colaborador da empresa". A inovação é outro pilar desta empresa, que trabalha com marcas private label e fast fashion e tem clientes em todo o mundo: "Temos muitos clientes nos Estados Unidos da América e acabámos por desenvolver um acabamento para

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roupas desportivas com canibidiol. É um acabamento à base de microcápsulas, colocadas no banho de acabamento, onde se colocarão os tecidos. As fibras irão absorver esse composto. Quando a roupa entrar em contacto com a pele, e existir fricção, esse princípio ativo é libertado e as dores musculares, bem como o cansaço, serão aliviados".

A Adalberto já reduziu o consumo de água de uma das suas máquinas de tingimento de 1000 para 250 quilos de água e está à procura de uma solução para reutilizar a soda cáustica que utiliza.

o papel do gestor passa por deixar claras a estratégia e respetivas diretrizes e motivar os colaboradores

Susana Serrano lembra, orgulhosa, que a Adalberto Estampados é uma empresa que trabalha com todos os processos de estampagem: "Além do processo de estamparia feito nas máquinas convencionais, adquirimos em 2016 uma máquina digital que tem uma capacidade de impressão e uma qualidade incomparável". Isso assegura à empresa tirsense a capacidade de responder aos prazos de entrega apertados que são um dos principais requisitos das marcas de fast fashion e private label: "Atualmente produzem-se cerca de 4 a 10 coleções, porque os consumidores mudaram e existe uma compra impulsiva e de oportunidade que, antes, não se verificava".

A Adalberto tem três pilares fundamentais – inovação, responsabilidade social e sustentabilidade.


MULHERES DE VALOR

as mulheres não têm a mesma facilidade para alcançar cargos de liderança em qualquer área profissional

oferecemos design, estampamos, criamos o vestuário e entregamos onde o cliente quiser

É esta atenção constante ao mercado e a pesquisa incessante que garantem a esta empresa uma capacidade de estar sempre à frente: "Aproveitamos as oportunidades. Sabemos ver onde podemos ser mais úteis ao mercado, mesmo em tempo de crise e eu acredito que o segredo é esse – um equilíbrio perfeito entre a constante insatisfação, a vontade de crescer e a capacidade de descobrir novas formas de o fazer".

Susana Serrano CEO

35



Exportação de

Valor

D

urante a época de crise, muitos setores económicos nacionais perderam a sua pujança e outros quase colapsaram. É o caso da área têxtil que, apesar de ser uma área muito forte na região norte do país, era também daquelas que tinha mais dificuldade em encontrar mão-de-obra, sobretudo qualificada, e cuja modernização do equipamento era muito difícil, face aos custos que isso acarretava e à quantidade de máquinas necessárias.

Ainda assim, atualmente existem bons exemplos de empresas que renasceram e, com uma gestão financeira clara e descomplicada e uma grande aposta nas pessoas e na sua valorização -motivacional e técnica – têm conquistado o mercado nacional e internacional. Trabalhando com grandes marcas, empresas como a Fortiustex conseguiram afirmar-se internacionalmente e, hoje, o seu principal mercado é o italiano.

37


PORTUGAL EXPORTAÇÃO DE VALOR

UMA REVIRAVOLTA

que POUCOS PODEM CONTAR

Fortiustex. Um nome que poderia estar associado ao descalabro da crise económica que há uma década que se fez sentir em Portugal – sendo um deles o setor têxtil -, é hoje a representação de um autêntico conto de fadas, conto esse assinado com o nome de José Guimarães Teixeira. Desde que assumiu as funções de Administração, em finais de 2013, a Fortiustex não só evitou o seu desaparecimento, como emergiu em força no mercado nacional, sempre focada na potência humana que já acarretava consigo.

C

om a empresa a atravessar grandes dificuldades financeiras e com pagamentos em atraso tanto a funcionários como fornecedores, a sobrevivência parecia uma arrogante utopia para quem entrava e saia todos os dias dos seus escritórios. Correndo grandes riscos de se tornar mais uma empresa da área têxtil a extinguir-se naquela época, José Guimarães Teixeira foi dos poucos a acreditar que seria possível evitar todo esse drama. Com a criação de empresas associadas e com um investimento pessoal para obter o capital social da Fortiustex nos anos seguintes, a verdade é que no final de 2014 a empresa não só já tinha anulado o seu défice anual como já conseguia lucrar. Qual o segredo para tal? José Guimarães Teixeira explica: “O projeto tinha um histórico não muito recomendável em termos económicos. 38


PORTUGAL EXPORTAÇÃO DE VALOR

entendemos que havia capital humano para poder inverter essa tendência negativa

Mas a verdade é que apesar desse défice, quando assumimos o projeto, entendemos que havia capital humano para poder inverter essa tendência negativa. Portanto falamos com todos os colaboradores, e pedimos que se envolvessem no projeto tal como nós o iriamos fazer. Só assim se poderia alterar de forma relevante o percurso que estava a ser seguido”, garante. Mantendo o pessoal já vinculado à empresa há vários anos, e com produções de vendas similares às que já existiam, o administrador português conseguiu encontrar alternativas para aumentar os resultados da Fortiustex, mas nem na explicação dessas soluções se esqueceu de mencionar a importância de todos os colaboradores. “Com o volume de negócios a manter-se semelhante, os resultados foram sempre crescendo, o que é curioso. Como? Redução de custos, racionalidade dos processos, mudanças de mentalidade… mas acima de tudo, a envolvência cada vez mais crescente da nossa equipa. Quando se trabalha focado e de uma forma integrada, difícil é não haver melhorias”, reitera. Além do mais, o empresário garante que faz questão de assumir uma postura “exemplar” nos cumprimentos com todos os funcionários, tanto em termos de “prazos como de remunerações”: “Faz parte da nova cultura empresarial que queremos e conseguimos implementar”, explica o gestor.

quando se trabalha focado e de uma forma integrada, difícil é não haver melhorias

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PORTUGAL EXPORTAÇÃO DE VALOR

José Guimarães Teixeira Administrador

No último ano a empresa portuense apresentou um aumento de vendas de 25% em relação ao anterior, garantido um resultado líquido de 700 mil euros, e acima de tudo, um “reconhecimento excecional das pessoas por todo o projeto desenvolvido”, quando há uma década poucos acreditariam num cenário destes. E o que faz a empresa continuar a crescer? “Novos clientes, novos produtos. Temos pessoas notáveis com uma sensibilidade muito grande para a perfeição, o que faz com que todos os nossos produtos sejam únicos”, relata José Guimarães Teixeira. A verdade é que a Fortiustex apresenta hoje uma linha de “artigos de banho, que tem tido uma procura muito significativa nos últimos dois anos”, e com uma política

Onde estamos... www.fortiustex.com

determinada de cumprimento de prazos que a tornam hoje numa empresa fiável no mercado nacional. Com clientes como a Emporio Armani a fazerem parte do leque de produção da empresa, a Fortiustex é hoje uma referência em Portugal a todos os níveis, e inegavelmente marcada pela aposta que foi feita no capital humano, dando ao mundo empresarial o testemunho de que é possível ter sucesso quando é devolvida a motivação necessária a qualquer trabalhador. Não obstante toda esta evolução, será possível crescer ainda mais no setor têxtil? José Guimarães Teixeira não hesitou em evidenciar o que falta no atual mercado: “Mais condições para sermos competitivos. Mercados como a Turquia ou Marrocos são

mercados que, através dos custos com o pessoal, ou mesmo nas matérias-primas, conseguem um avanço muito grande relativamente a nós, em questões que não podemos controlar. Até lá, temos que fazer o melhor uso possível dos nossos recursos, e mais uma vez, das pessoas!”.

temos pessoas notáveis com uma sensibilidade muito grande para a perfeição, o que faz com que todos os nossos produtos sejam únicos

Rua de Recarei, 1035 4465-731 Leça do Balio - PORTUGAL info@fortiustex.com

++351 22 608 4060



O Mitodo

ENDIVIDAMENTO

FLORBELA OLIVEIRA

Economista

Q

ual é o principal culpado pelo endividamento? Diria

que, na minha área de intervenção, esta é a

"pergunta de um milhão de dólares" - para usar a

expressão comum referente àquelas questões profundas que parecem estar eternamente em aberto. E aqui não há teóricos clássicos nem ideias neokeynesianas que nos oferecem respostas de bandeja. Os "culpados" divergem consoante o agregado e o contexto, num cenário onde, sabemos, a culpa não morre solteira. Começamos pelo crédito, que apesar dos alertas do Banco de Portugal (BdP), registou uma nova subida em agosto passado (falamos de 192.359 milhões de euros como o total do crédito concedido pelos bancos às famílias e às empresas, o que reflete um aumentou face a julho, segundo dados do BdP). Mas não podemos falar de crédito, sem falar das facilidades de acesso, por exemplo, a um cartão de crédito 42


(em que é tão fácil obter, mas depois tão difícil de pagar).

vida". Porque não aprenderam como fazê-lo, nem na

Ou ainda do impacto, estudado, das ações agressivas de

escola nem em casa. Curioso o apontamento do norte-

marketing na sociedade contemporânea.

americano National Financial Educators Council, que defende que, quando as crianças começam a aprender a

À pressão do consumo, surgem as ditas novas causas do

contar, por volta dos 2 anos, é a altura certa para começar a

sobre-endividamento: o apoio aos ascendentes e a passagem

falar de dinheiro. Antes da entrada na faculdade, os jovens

à reforma fazem disparar os pedidos de ajuda financeira.

precisam de saber como gerir o seu dinheiro e ter já uma noção das próximas etapas da vida, sabendo que a

E a seguinte causa que acrescento e saliento na lista vem

poupança é para começar já, sendo que, depois do trabalho

desmistificar a ideia de que o endividamento acontece só a

e da constituição da família, virá a reforma.

a l g u n s . O d e s e m p re g o ve m m o s t r a r- n o s q u e o endividamento é transversal a todas as classes sociais, vai

O endividamento é uma situação com tratamento e não um

dos mais pobres aos mais ricos, pois confronta-nos com o

mal sem cura. É difícil e muito complexo. O processo de

inesperado que, não raras vezes, só um bom pé-de-meia

recuperação pode ser demorado, mas com rigor, é possível

poderia amparar.

retomar a normalidade e reerguer-se.

A conversa leva-nos ao tema da poupança. Mas,

Como nota final, podemos concluir que o ideal é apostar na

sobretudo, leva-nos exatamente até onde eu pretendia

saúde financeira pela prevenção. E, quando não se

chegar: educação financeira. O grande culpado, na minha

aprende na escola, há que fazer este TPC em casa, com os

opinião, pelo endividamento é a iliteracia financeira.

seus filhos, para que o futuro seja mais equilibrado e

Há muitos portugueses incapazes de fazerem "contas à

risonho.

O Mitodo

ENDIVIDAMENTO 43


O MITO DO ENDIVIDAMENTO

«AINDA HÁ

muito

desconhecimento sobre estas

empresas» O crédito consolidado é uma solução financeira para quem tem várias prestações, dispersas por diferentes linhas de crédito e quer consolidá-las, sob a forma de uma única prestação mensal. A Valor Magazine conversou com Carlos Reis, CEO da Findigno, sobre as mais-valias desta solução e a gestão financeira nacional. O crédito consolidado surgiu no mercado português há cerca de 15 anos e só muito recentemente as empresas intermediárias de crédito conseguiram ver legislada a sua posição. Explique a quem nos lê em que consiste o crédito consolidado. Este crédito encaixa na categoria de crédito pessoal, mas a sua função é diferente, pois em vez de servir para dar liquidez financeira ao cliente, este crédito é contraído com a função de pagar todos os valores em dívida, noutras linhas de crédito – cartões de crédito, contas ordenado a descoberto, outros créditos pessoais – e ficar apenas com a prestação deste crédito, podendo ter ou não liquidez associada. Assim, só haverá um dia por mês em que tem de se preocupar em pagar uma prestação, o que lhe dará uma maior sensação de controlo da vida financeira. Além disso, é uma solução que deixa um cadastro limpo no Banco de Portugal, 44

ficando apenas com uma responsabilidade referida. Como se pode reconhecer a legalidade de uma empresa intermediária de crédito? A Findigno surgiu no mercado há quatro anos, mas esta solução financeira já tem mais de uma década. Infelizmente, faltava a legislação adequada, que só recentemente surgiu. Atualmente, as empresas intermediárias de crédito têm de estar registadas no Banco de Portugal, e podem ser Vinculadas, Não Vinculadas e a título acessório. No caso das primeiras, onde se encontra a Findigno, são empresas que têm parcerias diretas com as empresas financeiras e as instituições bancárias. Neste caso, o cliente que vem à procura de uma solução para os seus variados créditos não vai pagar nada. A Findigno e outras

empresas Vinculadas recebem apenas por parte dos seus parceiros, isto é, as instituições bancárias e financeiras. Esta legislação foi muito importante porque, desde que surgiu, transmitiu mais segurança a todos os que estão neste mercado e as parcerias poderão ocorrer agora, com mais facilidade.


O MITO DO ENDIVIDAMENTO

Carlos Reis CEO

Quem procura este tipo de crédito? As pessoas deviam procurar este tipo de solução quando percebem que, apesar de conseguirem pagar todas as contas, estão a sentir dificuldades em fazê-lo. Todavia, uma grande fatia dos nossos clientes vem ter connosco quando já existe uma situação viciada, isto é, o seu rendimento, seja singular, seja de agregado, já não é suficiente para pagar todas as prestações, mas utilizam cartões de crédito para lhes dar a liquidez financeira de que necessitam para pagar todas as prestações. Desta forma, vão estar sistematicamente a recorrer a crédito para pagar outros créditos e a situação tem tendência a piorar. Quando alguém tem mais de 50 por cento dos seus rendimentos destinados a pagamentos, a situação já pode ser complicada, mas temos casos de clientes com 100 por cento do rendimento destinado a pagamentos.

as pessoas deviam procurar este tipo de solução quando percebem que, apesar de conseguirem pagar todas as contas, estão a sentir dificuldades em fazê-lo Existe alguma possibilidade de poupar uma parte do ordenado? Parece-lhe que falta alguma literacia financeira aos portugueses? Acredito que falta atribuir a mesma importância à poupança que se atribui ao pagamento, isto é, os portugueses retiram – imediatamente depois de receberem o ordenado – a parte destinada aos pagamentos. Eu sugeria que retirassem também uma parte destinada à poupança. Na verdade, o que se faz é pagar todas as contas e ir gastando, até ao mês seguinte, porque se acredita que, no final do mês,

pouparemos aquilo que sobrar, mas nunca sobra. Essa é uma dificuldade real, que deixa as pessoas desprotegidas e que pode levar, precisamente, a recorrer ao crédito quando algum imprevisto surge. Por outro lado, é de facto complicado compreender a linguagem financeira e bancária, mas as empresas como a Findigno existem precisamente para fazer a ligação entre o cliente e as instituições financeiras e tratarem estes temas de uma forma simples e prática para todas as pessoas que têm interesse em recorrer a uma empresa deste género.

quando alguém tem mais de 50 por cento dos seus rendimentos destinados a pagamentos, a situação já pode ser complicada 45




O MITO DO ENDIVIDAMENTO

O RISCO não é só matemática

Vanessa Oliveira Diretora Geral

D

A Financial Liberty apresenta-se aos clientes como uma empresa de mediação de créditos e apoio jurídico. O objetivo do grupo passa por fornecer um acompanhamento completo não só no decorrer de cada processo, mas também depois de o mesmo estar resolvido.

deu a perceção das muitas operações e processos que afetavam diariamente a vida de cada cliente, e que poderiam ser facilmente evitadas. Essa perceção, também ganha através das experiências da família e dos amigos, fez-lhe criar, no ano passado, uma equipa experiente na área do crédito consolidado: "O principal é a vertente do consolidado, mas fazemos todo o tipo de créditos. Em alguns casos temos também a possibilidade de que a casa seja dada como garantia, conseguindo assim, uma possível taxa mais reduzida, um prazo mais alargado, aumentando desta forma a probabilidade da proposta ser viável e vantajosa. E como sou da área da consultoria jurídica, prestamos todo o apoio na literacia financeira. Há muitas letras 'pequeninas', que necessitam de explicação", esclarece a diretora geral.

Com um trajeto marcado desde o início pelo sonho de "mudar o mundo", Vanessa Oliveira ingressou na área do Direito, mas desde sempre se manteve ligada a instituições financeiras, o que lhe

Enquanto realça a falta de informação que há numa "área que é tão importante para a vida das pessoas", Vanessa Oliveira explicou de uma forma clara como funciona o crédito consolidado: "É um crédito que permite agregar todos os

epois da crise económica que assolou os portugueses na última década, pensar-se-ia que todos os problemas relacionados com o crédito estariam resolvidos. Todavia, esta é uma ideia que não corresponde à realidade e, com a abertura do mercado nos últimos dois anos, torna-se fundamental clarificar as possibilidades de crédito que existem e como fazer uso delas, de uma forma informada. Em entrevista à Valor Magazine, a Dr.ª Vanessa Oliveira, diretora geral da Financial Liberty, explicou o porquê.

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créditos num único, com uma única prestação, efetuado num único dia do mês, tornando o sistema muito mais simples para o cliente. Depois, claro, existe sempre a desvantagem de que esse sistema pode resultar em alargamento de prazos. Mas o que tentamos sugerir sempre aos nossos clientes é que se amortize o crédito". A diretora explica ainda que é vantajoso, sempre que possível, não levar os créditos até ao fim. No que toca ao perfil dos clientes com quem tem trabalhado ao longo do último ano, Vanessa Oliveira confessa que não são poucas as vezes em que tem de lidar com pessoas e famílias que preferem continuar a usufruir de cartões de crédito e 'pequenos luxos', de forma a manter uma certa estrutura e imagem na sociedade, em vez de baixarem o valor das suas prestações mensais: "Conheço casos de pessoas que almoçam no carro, e mentem aos colegas, para não assumirem que não têm dinheiro para almoçar num restaurante. Porém, continuam a ter um carro topo de gama, a pagar um colégio para os filhos e a usar roupas caras.


O MITO DO ENDIVIDAMENTO

é um desafio lidar com as expectativas e as emoções das pessoas

Sérgio Guimarães, Sofia Oliveira, Maria Ribeiro, Vanessa Oliveira, Suzana Carvalho, Joana Correia

Quando sugerimos cancelar alguns cartões de lojas de roupa, por exemplo, há quem recuse fazê-lo, por causa da posição social. Reconhecemos que esta situação em muito se deve ao reajuste necessário na nossa sociedade tendo em conta a diminuição de rendimentos, verificada após 2008". Confessando que, em muitos casos, é um desafio lidar com as expectativas e as emoções das pessoas, Vanessa Oliveira também não nega o lado mais promíscuo que existe do lado das empresas intermediárias de crédito. "Eu compreendo a insegurança de alguns clientes, porque muitas vezes foram enganados anteriormente. Infelizmente, chegam até nós casos de clientes, que numa situação de desespero, foram burlados por empresas que se aproveitaram da sua falta de conhecimento, nomeadamente, pedido de pagamento numa fase inicial de análise do processo, antes da decisão final do crédito. Sendo que após este pagamento vão protelando uma resposta até deixarem de estar contactáveis.

O risco associado aos pedidos de crédito mede-se por vários fatores e, na opinião de Vanessa Oliveira, não depende só da matemática: "Alguém que tenha o seu cadastro limpo no Banco de Portugal, uma taxa de esforço reduzida e um disponível orçamental elevado, pode ter uma maior dificuldade em ver o seu crédito aprovado, caso tenha uma grande dispersão de crédito, ou seja, várias linhas, face a um cliente igualmente de cadastro limpo em Banco de Portugal mas com uma taxa de esforço um pouco mais elevada e um disponível menor, mas que no entanto se verifique uma redução nas linhas de crédito. Isto porque no primeiro caso pode existir uma maior tendência ao endividamento/consumismo. Na atual sociedade, verificamos também que aqueles pertencentes a uma posição social de destaque, ou pertença a uma família com poder económico, terão sempre uma maior probabilidade de ver o seu crédito aprovado. Os bancos medem o risco pela capacidade matemática de pagamento, mas também pela possibilidade de vergonha social que existe, caso esse pagamento não seja efetuado.

ficar com uma única prestação permite, de facto, reorganizar a vida financeira

Logo, alguém com uma posição social mais destacada terá sempre maior vantagem". Vanessa Oliveira reconhece que o crédito consolidado ainda não é uma solução financeira muito conhecida dos portugueses, mas assegura que pode ser uma boa forma de simplificar o pagamento das prestações e, inclusivamente, reduzir o seu valor: "Ficar com uma única prestação permite de facto reorganizar a vida financeira e m a n t e r u m m a i o r co n t ro l o d a mesma, mas aconselho a que não procurem ajuda quando já não conseguem pagar. Façam-no quando começarem a sentir que é difícil, porque depois pode ser demasiado 49


Dr. Paulo Águas

Reitor da Universidade do Algarve

O

Algarve tem uma área de, aproximadamente, 5 mil km2, correspondente a 5,4% do território nacional. Segundo o “Censo da População do Reino de Portugal de 1900”, a população do Algarve representava 4,8% do total nacional (257.358 em 5.446.760 habitantes), em 1970 apenas 3,1% (268.957 em 8.663.252). Entre 1900 e 1970 a região não foi capaz de reter população. Muitos tiveram que partir em busca de melhores condições de vida do que as proporcionadas pela agricultura e pescas, base da estrutura económica regional. Em 70 anos, enquanto a população em Portugal e Ilhas Adjacentes (terminologia à época) cresceu quase 60%, a população do Algarve quase estagnou. Durante muito tempo, para além do devido, o Algarve foi rotulado como a região dos 3%, a região dos 300 mil habitantes. De acordo com os últimos censos, de 2011, o Algarve tinha 451.304 habitantes, representando 4,3% da população de Portugal. Tudo

aponta para que nos próximos censos, em 2021, se verifique um reforço desse valor, podendo aproximar-se dos 4,8% registados em 1900. Tudo isto para concluir que os últimos 120 anos da história do Algarve podem ser divididos em dois grandes períodos: 70 anos de perda de valor; seguidos de 50 anos de prosperidade recuperação de valor. O que mudou? É simples de explicar: o advento do turismo internacional; um território com condições ímpares e um dos melhores climas da Europa; a co n s t r u ç ã o d e u m a e ro p o r t o , inaugurado em 1965. Recursos endógenos (território e clima) há muito presentes tornaram a região altamente competitiva num setor de atividade económica (turismo) que, rapidamente, se transformou num dos mais importantes a nível mundial. Num ápice, a estrutura económica da região reconfigurou-se, tornando-se muito pouco diversificada,

fortemente sazonal e dependente de fatores externos. A economia regional cresceu, criando emprego que atraiu mais população para a região, seja de outras regiões do país, seja do exterior. De acordo com os últimos dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, em 2018, 16,1% da população estrangeira residente em Portugal encontrava-se no Algarve. E agora? O que se segue? Os atuais estilos de vida apontam para que nas próximas décadas o turismo continue a apresentar uma taxa de crescimento superior ao da economia mundial. Não será o mesmo turismo. O perfil e as necessidades dos turistas não permanecerão imutáveis. Estou convicto que o Algarve conseguirá manter níveis elevados de competitividade. Para tal, tão ou mais importante que a qualidade da oferta turística, será crucial melhorar a mobilidade na região, melhorar a oferta de serviços de saúde, manter os níveis de segurança e aumentar as qualificações da população. Leia o artigo na íntegra no site

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www.valormagazine.pt


ALGARVE - REGIÃO DE VALOR

JBI Group o lado tropical do Algarve

Dedicado à produção de frutos vermelhos, abacate e mirtilo, é ao longo da costa de Tavira que encontramos o JBI Group, um grupo de empresas fundado por João Bento Inácio, que vê hoje o abacate ser a mais recente aposta do Algarve. Com um projeto que promete ultrapassar os 400 hectares, a revista Valor Magazine foi experienciar o projeto, e perceber quais as verdadeiras medidas a tomar para combater a escassez da água no futuro.

C

a nossa aposta tem que ser na qualidade, é o que nos diferencia

omeçando com um projeto de 3000 m2, focado na plantação de hortícolas, João Bento Inácio desde cedo se sentiu destinado à vertente agrícola e foi ao longo das décadas aumentando gradualmente os níveis de produção. Um projeto que já trazia frutos internamente, ganhou outra proporção com a abertura das fronteiras no mercado português e surgiu a oportunidade de organizar a produção em quantidades significativamente maiores. Hoje é por hectares que mede o seu terreno, e tem a certeza de que se existe diferença relativamente aos tempos iniciais da sua carreira, esta vê-se no reconhecimento da qualidade do produto português: 51


ALGARVE - REGIÃO DE VALOR

o que me deixa assustado é a inoperância do Governo, e da falta de ações das instituições públicas "Hoje há uma promoção muito mais eficaz do nosso país e do que produzimos, apesar de haver ainda margem de progressão. A nossa aposta tem que ser na qualidade, é o que nos diferencia. Não devemos tentar competir massivamente com países vizinhos, como Espanha e França, mas apostarmos no reconhecimento que o cliente terá no nosso fruto. Só assim conseguiremos ter sucesso no mercado atual, seja nesta área ou noutra qualquer", assegura o empresário e agricultor.

a primeira medida seria a criação de uma nova barragem na região Um projeto que não pára de crescer Com a plantação da cultura da framboesa estabilizada ao longo da última década, com cerca de 35 hectares, o CEO da JBI Group tomou a decisão de investir numa outra cultura: "No ano de 2014 introduzimos o abacate, estendendo o mapa de produtos subtropicais. Esta aposta deve-se a uma enorme procura que tem havido nos últimos anos, e tem complementado perfeitamente outras culturas que já se faziam". Quando questionado sobre se há condições para se produzir de forma eficiente frutos tropicais na região, João Bento Inácio foi perentório: "Temos condições muito, muito próximas do ideal para fazer o abacate. O resto da Europa não tem essas condições, excetuando uma ou outra zona. Mesmo em Portugal é um risco enorme tentar a produção do mesmo, fora do sul do país", assegura. A verdade é que o projeto que o empresário iniciou há cinco anos conta hoje com mais de 165 hectares, e promete passar os 200 até meados de 2020.

João Bento Inácio Administrador 52

as outras duas medidas passariam pela reutilização das águas residuais e pela dessalinização da água do mar


ALGARVE - REGIÃO DE VALOR

Admitindo que "hoje é muito mais tentador apostar na agricultura" do que no passado, João Bento Inácio explicou como a crise económica serviu de "contraciclo para a agricultura, depois de ter atravessado grandes dificuldades". Atualmente, o setor agrícola é visto como um setor muito mais seguro e fiável, mesmo pelas instituições bancárias, que garantem maior acesso ao crédito: "Hoje trabalha-se com juros muito baixos, quando são apresentados projetos com potencial. Para não falar das questões técnicas e de equipamentos, que hoje fazem com que se gaste muito menos recursos, e simultaneamente se produza muito mais", relata. Alterações climáticas: que medidas tomar? Foram muitas as novidades que surgiram no setor agrícola ao longo do séc. XXI, modernizando-o em diversas vertentes, mas também existem novas problemáticas. Com as alterações climáticas a apresentarem-se de forma cada vez mais imprevisível, o empresário português confessa o que o assusta mais em todo este processo: "O que me deixa assustado é a inoperância do Governo e a falta de ações das instituições públicas, que têm a responsabilidade de tratar de um assunto que todos nós conhecemos e ouvimos falar diariamente: a água. A questão não passa por reconhecer o problema, mas sim fazer algo relativamente a isso e pensar a médiolongo prazo. É necessário uma agricultura que use eficientemente a água, que crie emprego e tenha um retorno económico e social importante para o país; que está direcionada para a exportação, contribuindo para o equilíbrio da balança comercial. Temos de combater as ineficiências, as perdas de água das condutas obsoletas que fornecem o consumo público algumas com perdas de 50% - temos de usar com eficiência a água que rega os jardins e os espaços públicos, entre outras medidas".

Não vendo ainda nenhuma solução estrutural para as águas do Algarve, João Bento Inácio apresenta nada menos que três medidas para minimizar os danos provocados pelas crescentes alterações climáticas: "O problema assusta muita gente nos dias de hoje, mas já vem de há muitas décadas. A minha experiência diz-me que a primeira medida seria a criação de uma nova barragem na região, projeto esse que até já foi estudado mas nunca posto em prática." E acrescenta: "As outras duas medidas passariam – e creio que são soluções que chegarão inevitavelmente – pela reutilização das águas residuais e pela dessalinização da água do mar". O proprietário do JBI Group realça ainda que o que está em causa não é o setor agrícola, mas sim todo o consumo humano: "Precisamos de uma perspetiva que olhe para os dias de amanhã. Resolver só os problemas do presente já não é suficiente. Com o aumento do consumo de água, quer pela agricultura quer pelo turismo, é urgente investir no presente para resolvermos problemas no futuro a médio e longo prazo".

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ALGARVE - REGIÃO DE VALOR

A ARTE do

DIREITO

Alexandra Soares Advogada

Uma das Mulheres de Valor da edição deste mês apresenta-se com o nome de Alexandra Soares, uma advogada de Lagos que ao longo dos anos tem conseguido aliar a sua missão de preservar a beleza natural da região ao objetivo de alimentar a cultura, uma área que ainda procura o seu espaço ao longo da costa algarvia.

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linha do azul límpido atravessando as palmeiras esguias, no sol renascente de manhã. Uma frase que poderia pertencer a um cartão-de-visita turístico é talvez a mais simples e redutora descrição de mais um harmonioso dia de sol e calor, junto à Praia da Luz, em Lagos. Foi com o intuito de realçar e salvaguardar a beleza natural desta tórrida costa algarvia que a advogada Alexandra Soares concedeu o seu ponto de vista da região à Valor Magazine e explicou como alia a sua paixão pelo Algarve à sua carreira jurídica: "É uma questão de princípio. Gosto imenso da beleza natural que temos à nossa volta e penso que a mesma deve ser preservada. Se a curto prazo terei que enfrentar muitas 54

batalhas para poder contribuir para que isso aconteça? Terei. Mas acredito sempre que a longo prazo os benefícios surgirão. Para o bem da região". Confessando que "nunca seria capaz de defender um projeto urbanístico de grande dimensão ao longo da costa, por mais rentabilidade que tivesse", Alexandra Soares defende que o "lobby urbanístico" neste momento é gerido por um "pequeno grupo de empresas que limitam a atividade urbanística de pequeno volume". Foi por exemplo, no âmbito dessa luta, que Alexandra Soares conseguiu assegurar a preservação de um morro miradouro na Praia da Luz como espaço verde, impedindo a construção de um hotel de seis

andares da empresa Aqualuz, anteriormente ligada à SONAE. A exercer Direito há mais de 20 anos, Alexandra Soares revela que um dos maiores problemas do sistema jurídico é o domínio crescente das grandes sociedades de advogados que, com a contribuição da venda de produtos através do visto Gold, "têm gradualmente engolido" as companhias mais pequenas. "Parece que estas grandes sociedades visam apenas o lucro, vendendo este tipo de produto aos clientes. E eu considero que quem consegue o visto Gold também conseguiria o visto de residência normal, cujo custo é muito mais barato e não implica a aquisição de casas a 500.000 euros", explica.


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A extensão de uma paixão pessoal Mesmo com a sala de tribunal a colocar-se no topo das paixões de Alexandra Soares, a verdade é que a advogada consegue ainda encontrar tempo no seu extenso dia-a-dia para aliar o poder da arte e da cultura à sua rotina. Enquanto relatava, com um reluzente brilho nos olhos "os vários dias passados sentados nos bancos dos mais variados museus", com o seu filho de 12 anos, a Valor Magazine teve oportunidade de conhecer o espaço ALGA, uma galeria de arte contemporânea localizada na Luz – a poucos metros do seu gabinete – fundada e desenvolvida por si, que visa promover jovens artistas e proporcionar-lhes uma oportunidade de poder expor o seu talento:

Escritório: www.alexandra-soares.com

"Este projeto existe porque de facto a parte cultural e do lazer é fundamental na vida das pessoas. E para a atividade turística também. No Algarve alimenta-se ainda um pouco a ideia que só se vive de sol e praia. E nós, que residimos aqui, acabamos por sentir falta de mais qualquer coisa, principalmente durante o inverno. Assim, e como estive sempre ligada às artes, vi aqui uma oportunidade. Tenho uma equipa jovem e extremamente competente que tem sido fantástica a ajudar-me a construir este projeto do zero, contando com uma boa vontade enorme e com custos mínimos. Estamos agora à procura de algum apoio institucional para poder realizar mais tipos de eventos no futuro", retrata.

Rua Direita Casa 509/09 8600-160 LUZ LGS

Aproveitando o espaço para também poder fugir um pouco à incessante rotina a que o ritmo do t r a b a l h o a o b r i g a , a p róx i m a exposição da ALGA está marcada para o dia 17 de Outubro, e continuará com a linha de arte contemporânea de jovens artistas espalhados pelo país, até final do presente mês. A galeria encontra-se na porta nº22 da Rua Direita, na Praia da Luz, e por lá promete ficar nos próximos tempos, inclusivamente dia 26 de outubro decorrerá um concerto de violino, com jantar e ainda há bilhetes!

este projeto existe porque de facto a parte cultural e do lazer é fundamental na vida das pessoas

info@alexandra-soares.com

(+351) 282 792 837 / 838 | +351 914 444 333 | +351 914 444 333 55


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APOSTAR na qualidade do

ALGARVE

Foi debaixo do despido sol do Algarve e por entre as flores de amendoeira que a Revista Valor Magazine veio a conhecer um novo mundo de serviço privado em Portugal e uma sociedade que garante não ter concorrência na região. Quem o afirma é a “Xahvi Luxury Collection”, a empresa de dois empresários com histórias de vida paralelas, mas que conciliaram a vasta experiência de cada um num conceito que promete abrir muitas portas aos ramos do turismo e do imobiliário no sul do país. Com uma palavra-chave: qualidade.

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a r l o s X a v i e r, n a t u r a l d o Algarve, iniciou a sua carreira profissional na televisão, mas desde cedo a região algarvia se rotulava como um ponto de viragem no seu p e rc u r s o . N u m a d a s d e c i s õ e s mais súbitas que tomou até hoje, veio passar férias a Albufeira e n u n c a m a i s re g re s s o u a o s e u antigo ramo. Começou por trabalhar num bar, mas rapidamente se mudou para Londres, para tirar gestão hoteleira. Trabalha nesse setor e m vá r i o s l o c a i s d o m u n d o e , alguns anos depois, aceita uma proposta de um "famoso arquiteto para trabalhar para ele como mordomo", decisão essa que levou Carlos Xavier a um outro patamar de serviço: a gestão de casas privadas. Percorrendo habitações dos mais ilustres e inimagináveis milionários espalhados pelo planeta, o agora empresário português passou por 56

locais como Saint-Tropez, BoraBora, Londres, Qatar e colecionou uma variedade de histórias que muitos invejariam, e poucos acreditarão. Mas não foi essa panóplia de destinos altamente turísticos, nem o acesso a um mundo de elite que desviou Carlos Xavier do que sempre o apaixonou: o Algarve. "Tem todo o potencial de um Saint-Tropez ou qualquer outro desses destinos que mencionei anteriormente. Não só na Europa, como no mundo. E a minha experiência mostra-me que chego aqui (ao Algarve) e não vejo nada que fique atrás", garante o próprio. E acrescenta que o seu propósito, nesta fase da sua vida, é querer fazer ver às pessoas com quem trabalhou ao longo destes anos, que também vale a pena vir para Portugal: "Eu sou natural da região e esta será a minha luta. Nós temos tudo o que é necessário para que estas pessoas com um nível de vida mais alto também façam do Algarve um ponto de passagem".

E foi exatamente quando regressou ao sul do país, em 2017, que Carlos Xavier conheceu Hélder Santos e encontrou um futuro parceiro profissional que, natural de Lisboa, viveu toda a sua vida no Algarve e nutria a mesma paixão pela hotelaria e serviços exclusivos. Com uma formação completa ligada à gestão hoteleira e cozinha, Hélder Santos tinha o desejo de "fazer algo diferente, e foram encontradas as valências conjuntas para começar um projeto como o Xahvi Luxury Collection", explica.


Onde estamos... Estr. da Sra. da Saude 49B, 8005-148 Faro info@xahvi.com

+351 939 686 585 /xahvi.luxury.collection

A Xahvi Luxury Collection fornece à casa do cliente "todos os serviços que podem ser aplicados à mesma", em função da "wishing list" e das preferências do consumidor, que podem incluir chefs, chau ers, mordomos, limpeza doméstica, massagistas, música ao vivo, passeios, tours e tudo aquilo que o cliente pretender: "O trabalho do mordomo e de quem gere uma casa é fazer a leitura do que o cliente quer e proporcionar-lhe essa mesma experiência", garante Hélder Santos. O empresário português reitera ainda que por vezes até podem ser aplicados serviços que não sejam propriamente habituais, mas que "nunca há um não" para o cliente. Carlos Xavier explicou que o objetivo de mercado da "Xahvi Luxury Collection" passa por "fazer de uma casa normal, de uma vila normal, algo próprio e preparado para este tipo de cliente mais exigente". Em parceria com os empresários do ramo imobiliário, o empresário algarvio argumenta que é possível repensar muita das grandes habitações, e que o

nós não queremos apenas o Algarve cheio, queremos o Algarve bem frequentado que a "Xahvi Luxury Collection" consegue fazer é valorizar essas mesmas propriedades. No fundo, é um serviço que "alavanca o trabalho do próprio proprietário, pois também as tornam mais rentáveis. Nós não temos interesse em ter casas de aluguer, pretendemos sim elevá-las a um patamar superior", finaliza.

www.xahvi.com

xahvi.luxurycollection

clima que mais ninguém tem", assegura Carlos Xavier: "Podemos voltar a este mesmo local em fevereiro que vamos continuar a ter este sol, enquanto o resto da Europa está congelada. Temos todos os recursos que precisamos! Contamos também já com empresários a apostar na qualidade, e é com eles que queremos crescer. Nós não queremos apenas o Algarve cheio, queremos o Algarve bem frequentado. Claro que ainda há questões para melhorar, como um serviço de saúde mais preparado para este tipo de clientes. Precisamos de dar essa segurança para que se sintam tentados e confortáveis para cá vir e conhecer a região, mas estamos a caminhar nessa direção", conclui Carlos Xavier.

Com um serviço que se estende a todo o dia-a-dia do cliente, enquanto se encontrar hospedado em terras algarvias, a empresa proporciona uma experiência autêntica a quem a requisita, e promete trazer o Algarve para as bocas do mundo: "Temos um 57


Real Portuguese Cuisine Situado em pleno coração de Lagos, numa das ruas mais tradicionais daquele concelho, o Real Portuguese Cuisine destaca-se pelo requinte e pela atenção dedicada a cada cliente. Com uma gastronomia de sabores nacionais, acompanhada pelos melhores vinhos portugueses e estrangeiros, este restaurante – que começou por servir almoços e jantares – adotou recentemente uma nova forma de receber: abre às 17h, permitindo degustar um almoço tardio ou optar por jantar mais cedo. Para viver esta experiência, o melhor é reservar diretamente com João Correia, simultaneamente proprietário e anfitrião deste espaço.

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Rua Infante de Sagres, 38 / 40, 8600-743 Lagos | telm.: 917 991 817 | Email: reservations.real.lagos@gmail.com facebook.com/Real-Portuguese-Cuisine 59


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A RIQUEZA QUE O

ALGARVE

ESCONDE

“O Algarve é isto! O Algarve é isto!” - chegados à Ilha da Culatra, alguém se manifestou efusivamente, enquanto o barco acostava. Paulo Gonçalves é o responsável pela viagem cujo destino era esta ilha algarvia, onde quem chega se sente abraçado pelo olhar familiar dos pescadores e dos habitantes daquele lugar. Foi lá que Paulo Gonçalves, criador da ALGARVE WOW, explicou à Revista Valor Magazine o conceito das suas atividades marítimo-turísticas na costa algarvia e o que há por explorar na região.

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Eu sempre estive ligado ao mar e desenvolvo projetos desta natureza há cerca de 20 anos. Esta marca, criada em 2014, foi criada para proporcionar um serviço de excelência e oferecer algo diferente ao mercado, a quem quiser conhecer o Algarve e o que o rodeia", explica. O embarque para esta aventura tem lugar em Faro e são vários os programas disponíveis. O mais simples custa cerca de 480 euros e o mais extenso, que percorre a Ria Formosa de uma extremidade a outra, com sete horas de duração, ronda os 1600 euros. Para além destes, existem os passeios / experiências temáticas, 60

com todos os programas desenhados à medida, tais como os noturnos "WOW Under the Stars" e "Moonlight Gin". Percorrendo toda a grande parte do Parque Natural da Ria Formosa, os serviços fornecidos pela empresa ALGARVE WOW são requisitados maioritariamente por clientes que "querem um serviço mais exclusivo e não se importam de ipagar um pouco mais para conhecer um dos mais importantes ecossistemas do país", explica Paulo Gonçalves. Ao chegar à ilha da Culatra, os passageiros têm a oportunidade de explorar toda a vila piscatória, decorada pelo imenso cordão dunar arenoso, embalados pelo

canto das gaivotas, que lhes anuncia a simplicidade que a natureza lhes pode oferecer. No final deste passeio, a ALGARVE WOW proporciona aos clientes uma degustação de ostras, acompanhada de vinho rosé, num momento onde a riqueza algarvia é sentida no mais ínfimo prazer do paladar. Sentindo toda a frescura e conhecendo a variedade de peixe e marisco existente na ria, Paulo Gonçalves destaca a dificuldade que há em encontrar este tipo de comida "tão fresca, mesmo nos restaurantes mais cotados da Europa", e dá a perceber a cada um o porquê de este momento se tratar de um dos pontos altos da viagem.


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esta marca foi criada para proporcionar um serviço de excelência e oferecer algo diferente ao mercado

Confessando que poderá aumentar a sua frota, num futuro próximo, o proprietário da ALGARVE WOW explica também que, dado o contraste sazonal que ainda se faz sentir na procura destas viagens marítimo-turísticas, se justifica a criação de novos programas com preços mais baixos durante o inverno. O projeto "ALGARVE WOW" tem oferecido a cada cliente a oportunidade de conhecer uma das maiores riquezas escondidas no sul do país e, em simultâneo, usufruir de um serviço de alta qualidade. Esta conjugação de fatores tem-se revelado tão surpreendentemente positiva para os clientes que as suas reações são, na sua maioria, possíveis de resumir numa só palavra – que também dá nome à marca de Paulo Gonçalves: WOW!

Paulo Gonçalves Administrador

Onde estamos... R. Coronel António Santos Fonseca, Lote 7 - 8º esq., 8000-257 Faro +351 289 397 268

info@algarvewow.com

@algarvewow

www.algarvewow.com.pt

@algarvewow

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