Valor local novembro 2017

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18 Cultura

Valor Local

Novembro 2017

Vila Franca de Xira

Exposição sobre a Grande Guerra no Celeiro da Patriarcal stá patente no Celeiro da Patriarcal em Vila Franca de Xira uma exposição que retrata “Outros olhares sobre a Grande Guerra”. A exposição surge no âmbito do Centenário da I Guerra Mundial (1914-1918), onde muitos combatentes oriundos daquele concelho perderam a vida. A mostra surge depois de um trabalho iniciado pelo município de Vila Franca de Xira em 2014. Sendo assim a continuação de um programa municipal com o intuito de “não esquecer” este período da história como fez questão de recordar Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, no dia da inauguração a 18 de novembro. A mostra está patente no Celeiro da Patriarcal até 18 de fevereiro de 1918. Aliás toda a exposição que gira em torno desta guerra, tem apontamentos que remetem para o concelho de Vila Franca de Xira, desde um memorial em branco com os nomes dos combatentes, passando por fotos e muitas histórias que envolvem,

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entre outros, Alves Redol. De resto a curadora da exposição Cláudia Caramelo, que explicou detalhadamente algumas das opções da mesma, revelou por exemplo que as “paletes de madeira” usadas nesta mostra servem exatamente para simbolizar a madeira utilizada no suporte das trincheiras. Outra das questões é a parte oftalmológica que para a curadora e investigadora foi importante no campo de batalha, e o papel da mulher que “se emancipa para continuar a trabalhar enquanto o marido está na guerra”. Sobre os combatentes do concelho, não há números certos. A curadora esclareceu, no dia da inauguração, que a exposição retrata também figuras importantes que desempenharam um papel preponderante na “guerra”, onde se incluem os relatos de parentes ainda vivos. Esta é de resto uma exposição importante para Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, já que ele também foi combatente no Ultramar. O autarca revelou que este pro-

jeto não se esgota nesta exposição, lembrando que foi fruto de alguns protocolos celebrados com várias entidades que levaram, ainda, a muitas outras iniciativas neste âmbito.

Alberto Mesquita inclui neste projeto a inauguração do Monumento aos Combatentes perto da Praça de Toiros, a recolha de objetos e testemunhos dos familiares dos militares de Vila Fran-

ca de Xira, e o colóquio sobre a Grande Guerra realizado no Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na Fábri-

ca das Palavras em Vila Franca. Nesta programação estão ainda previstos três colóquios a decorrer nos seguintes dias: 13 de dezembro, 19 de janeiro e 16 de fevereiro, pelas 18h30.

A exposição contou com o contributo de familiares ainda vivos de combatentes

Joaquim Ramos lança “A Ressurreição segundo Mister Cohen” antigo presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos prepara-se para lançar este sábado, 25 de novembro, no Auditório do Valverde, em Azambuja, às 17h30, mais um livro. Ao Valor Local o ex-autarca esclarece que este trabalho pode ser considerado “um romance” porque enquadra-se numa narrativa, ao passo que os anteriores livros eram compostos por “contos”. Joaquim Ramos que passou por problemas de saúde graves em 2013, dos quais ainda não está totalmente recuperado, elucida que tal foi o mote para este projeto e explica que o título “A Ressurreição segundo Mister Cohen” é a história da sua “quase morte” e do seu “longo processo de ressurreição” advertindo que tal “não é uma história clínica”. Ao nosso jornal, o autor vinca que este livro trata-se de uma análise do que que lhe aconteceu, do que pensou durante todo o processo, das alucinações que teve, e considera que pode esta história funcionar “também como um estímulo a quem esteja na situação desesperada em que estive”. Já sobre as menções a Mister Cohen, que na prática é o cantor Leonard Cohen, Ramos revela-se seu admirador desde sempre pois foi nas suas canções e nos seus poemas que encontrou a perfeita “descrição de muitos dos passos” por que passou no seu “retorno à vida”. Trata-se, portanto de um livro contado na primeira pessoa e que relata factos reais de uma fase menos boa do autor. Ramos explica que todos os personagens são reais, com exceção de outros tantos- “Aparecem nas alucinações que tive durante dois meses - esses, como o monge beneditino ou o general africano, são produto dos meus delírios”. Joaquim Ramos que vai doar novamente as receitas do seu livro, revela que escreve por prazer. O autor não se assume como escritor de grandes tiragens até porque salienta: “As vendas não são expressivas”. Nesse sentido considera: “Outros terão mais necessidade desses (poucos) euros do que eu. Daí a doação à Cerci e à Casa Mãe, que são duas das instituições do concelho que mais respeito”. Quanto a projetos futuros, Ramos revela que tem dois “um iniciado, outro a germinar na cabeça”. O que já está a caminho “é uma coletânea de personagens que conheci ao longo da vida e que, por qualquer razão, me marcaram, ou divertiram, ou são casos de vidas notáveis, no meu conceito”. Já o segundo que ainda não está iniciado. “É um romance histórico e implica mais estudos”.

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