Valor Local Edição Março 2018

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 59 • 22 Março 2018 • Preço 1 cêntimo

Valor Local

Destaque da 15 a 18

Escola Básica nº 1 da Barrosa, Agrupamento Escolas de Benavente

Sociedade na 9

Como posso poupar Água e proteger o Ambiente, Reciclando

Prazo para limpeza de terrenos já terminou

“As pessoas estão aterrorizadas” Sociedade na 11

Novo tribunal de Vila Franca em 2020 Dossier Nacional 3

Estradas de Portugal acusada de continuar a desprezar troço entre Azambuja e Carregado Sociedade na 6 e 7


2 Economia

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Março 2018

NERSANT promove formação para setor da Economia Social NERSANT - Associação Empresarial da Região do Ribatejo acaba de lançar uma ação

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que tenta ir ao encontro das necessidades de formação, em matéria de gestão, do setor da Eco-

nomia Social. O curso visa capacitar os formandos para a gestão, poten-

ciando ideias, pessoas e tempo, e para a inovação, desafiando a visão tradicional através de no-

Novo Banco fecha balcão de Azambuja Novo Banco vai encerrar 30 balcões no espaço de dois meses. O balcão de Azambuja será um deles. A administração do banco ditou o encerramento em locais onde apenas trabalham cerca de dois funcionários. Até ao final do ano, segundo o jornal online Eco mais 43 balcões deste banco deverão encerrar. Segundo a lista a que o ECO teve acesso, nove destes balcões localizam-se na região de Lisboa: Av. Uruguai, Hospital Santa Maria, Católica Lisboa, Belas, Tagus Park, Alcoitão, Torres Vedras/Conquinha, Sacavém/Quinta Património e Azambuja. Outros cinco balcões vão encerrar na zona do Grande Porto: Católica Porto, Rio Tinto, Raimonda, Vila do Conde e Nogueira da Maia.

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vas abordagens e da transformação de mentalidades, baseada em modelos de funcionamento mais eficientes. O intuito desta formação é cativar o formando para que tenha ambição de fazer diferente do que já se faz e que se torne um empreendedor social. Descrever a realidade das organizações da Economia Social quanto ao nível da implementação do planeamento estratégico; avaliar o planeamento estratégico como uma importante ferramenta de gestão de forma a tornar as organizações mais eficientes; identificar os fatores que contribuem para a vulnerabilidade financeira das organizações de Economia Social; identificar as tipologias das fontes de financiamento das organizações da Economia Social; identificar as

ações que visam uma melhoria de sustentabilidade financeira das organizações da Economia Social; criar iniciativas inovadoras de empreendedorismo social através de negócios sociais geradores de impacto e de valor para a sociedade; e garantir a sustentabilidade financeira das organizações da Economia Social através da diversificação das fontes de financiamento, são alguns dos objetivos específicos do curso. A realização da inscrição e consulta do programa do curso pode ser feita no portal da associação empresarial, em www.nersant.pt. Para mais informações, os interessados devem contactar o Departamento de Formação e Qualificação através dos contactos, dfq@nersant.pt ou 249 839 500. O curso, de 50 horas, arranca já no próximo dia 20 de abril.


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DAMA e Emanuel Moura são atração da Ávinho freguesia de Aveiras de Cima já se prepara para a festa do vinho mais castiça do país. Trata-se da décima quarta edição da Ávinho- Festa do Vinho e das Adegas. Em 2018, ela acontece nos dias 13, 14 e 15 de abril. O evento é organizado em parceria pela Câmara Municipal de Azambuja, pela Junta de Freguesia de Aveiras de Cima e pela “Associação Vila Museu do Vinho”, e conta com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. Por apenas 2,50 euros, o visitante adquire uma caneca de barro alusiva ao evento – que levará como recordação – e tem acesso a provar, gratuitamente, todos os vinhos na dezena e meia de adegas privadas participantes na iniciativa. Os produtores abrem as suas portas com a arte de bem receber, e também partilhando alguns segredos do bom vinho ribatejano que produzem. Mas porque nem só de vinho se faz a festa, haverá várias barraquinhas com apetitosos petiscos e doces nas ruas integradas no certame. A nível musical, a edição deste ano terá como cabeças de cartaz o cantor de fado humorístico

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Eventos 3 Festival das Sopas e Merendas de Alenquer celebra Cidade Europeia do Vinho a sua décima sexta edição, o Festival das Sopas e Merendas de Alenquer, recebe mais uma designação, o vinho. Uma forma de assinalar a integração deste evento no programa oficial da Cidade Europeia do Vinho 2018 Torres Vedras/Alenquer, decorrendo de 6 a 8 de abril, nas instalações da Adega Cooperativa da Labrugeira. David Antunes e a sua Midnight Band abre o programa de animação na noite de inauguração do certame, sexta-feira, 6 de abril, a partir das 22h30. Sábado e domingo a animação estará assegurada a partir das 14h00, mantendo-se uma mostra do que é feito pelos ranchos, filarmónicas, grupos de cantares e escolas de dança da região, não fosse esta uma homenagem ao seu património cultural e imaterial. De recordar que no início era apenas o Festival de Sopas da Labrugeira. Corria o ano de 2003 e a Adega Cooperativa da Labrugeira, decidia desta forma prestar homenagem ao povo da região, homens e mulheres que ao longo de décadas trabalharam a terra e moldaram a paisagem, transmitindo saberes e costumes que atravessaram gerações. A sopa era a base e não raras vezes o único sustento das populações, e por isso o desafio foi recuperar essas receitas ancestrais, que coletividades, associações, restaurantes e particulares, aceitaram com entusiasmo. Também desde a primeira hora, os grupos etnográficos do concelho se fizeram representar no certame. Às sopas, juntaram-se depois as merendas, a “bucha” que os trabalhadores levavam para o campo nas suas jornadas de sol a sol. A autarquia de Alenquer, juntou-se também como parceira deste evento. Este ano participam 11 tasquinhas, com 11 sopas, e 11 merendas, para apreciar com os melhores vinhos da região, a par do programa de animação, cujo cartaz será revelado em breve, de acordo com nota da autarquia de Alenquer.

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Está aí um dos certames mais aguardados da região Emanuel Moura, na sexta-feira às 24h00, e o conhecido grupo D.A.M.A, no sábado também à meia-noite. Outros destaques, em termos de animação, são o fado amador itinerante pelas adegas, na sexta à noite, e o desfile etnográfico “O Ciclo do Vinho”, às quatro da tarde de sábado. As varandas e fachadas enfeitadas sob o tema do vinho, fruto do envolvimento da população local, são outro atrativo da festa. Recorde-se que todas as atividades da Ávinho têm entrada livre. O programa do evento arranca às 18h00 de dia 13, na Praça da República com a cerimónia da abertura oficial e o

anúncio dos vencedores do 36º Concurso de Vinhos do Concelho de Azambuja. Seguem-se as primeiras visitas às adegas com a tradicional oferta de febras (só neste dia), pão e vinho, e a animação de rua com bandinhas populares. O serão começa com o fado amador nas adegas, a partir das 21h00, e completa-se com a atuação de Emanuel Moura e o seu fado humorístico, no Palco da República à meianoite. No sábado, pelas 16h00, as ruas são invadidas por centenas de visitantes para verem passar os grupos e carros alegóricos com a demonstração das diversas fases d’ “O Ciclo do Vinho”,

desde a plantação do bacelo até à prova do vinho na taberna. A partir das 21h00, haverá três bandinhas a animar as ruas e as adegas do evento, e à meia-noite o popular grupo musical D.A.M.A sobe ao Palco da República. No último dia, domingo, as adegas reabrem as portas às três da tarde. Uma hora depois, o Largo da República volta a atrair as atenções, com uma recriação teatral sobre o quotidiano daquela vila intitulada “Um dia n’Aveiras”. Pelas 18h00, uma arruada da banda da Filarmónica Recreativa de Aveiras de Cima marcará o encerramento da décima quarta edição da Ávinho.


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Tasquinhas de Foros de Salvaterra cada vez mais concorridas Miguel A. Rodrigues oros de Salvaterra vai receber de 6 a 8 de abril, mais uma edição das suas “Tasquinhas”. A iniciativa é da União de Freguesias de Salvaterra e Foros de Salvaterra e irá decorrer este ano no espaço exterior ao pavilhão da comissão de festas. Tendo por base os pratos típicos portugueses, a iniciativa, organizada pela União de Freguesias e Município de Salvaterra de Magos, volta a apostar em conquistar “a barriga” dos portugueses, pois já são muitas as pessoas que visitam o certame oriundas de fora do concelho, e que todos os anos não perdem mais uma edição desta festa popular que alia a cozinha à animação. Ao Valor Local, Manuel Boleiro, presidente da União de Freguesias, fala “num salto qualitativo” do certame este ano, que aposta num espaço exterior, com o aluguer de tendas para conseguir albergar o maior número de pessoas possível, dado que “este evento tem vindo a crescer nos últimos anos”. O autarca refere que esta iniciativa já decorre há 22 anos, a

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Presidente da junta quis dar o passo em frente no certame

qual tem vindo a ser cada vez mais procurada – “Em anos an-

teriores tivémos problemas, porque muitas pessoas voltavam para trás porque não conseguiam entrar. O pavilhão estava completamente cheio o ano passado e não se conseguia mesa”. Este ano, a União de Freguesias decidiu dar o passo que faltava e como esta mudança teve custos envolvidos, combinou com as coletividades a redução do subsídio anual para ajudar a custear as despesas com esta nova variante. Manuel Bolieiro refere que para além dos custos com as tendas,

há a somar toda a logística, como as canalizações de gás, agua e ligações elétricas, embora refira o apoio dos funcionários do município de Salvaterra de Magos. Este ano, as tasquinhas, vão receber cinco coletividades. Estas vão ter ao seu encargo os restaurantes, sendo que uma das novidades é a participação do Grupo Desportivo Forense, que há muitos anos não participava. Manuel Boleiro refere que as coletividades estão todas muito afinadas e prontas “para dar o li-

tro” nesta iniciativa local. Ao Valor Local, o autarca fala numa aposta já ganha, mas com muito caminho ainda por percorrer, até tendo em conta outros certames do género na região e que servem de certa forma como “concorrência” para motivar, por exemplo, as coletividades participantes. Com tudo bem afinado, Manuel Bolieiro destaca que cada coletividade terá à sua responsabilidade a exclusividade de um prato. Prato esse que não poderá ser feito por mais nenhum res-

taurante. Todavia salienta que todos podem ter bifanas, por exemplo, já que essas não está incluídas em nenhum tipo de prato exclusivo. As coletividades têm os pratos bem definidos. São pratos diferentes e que já atraem muitos visitantes. O presidente da União de Freguesias revela que entre os pratos a saborear estão: Bacalhau com Torricado, Codornizes Grelhadas, Alheira com Ovo, Moelas Grelhadas e Sável Frito. Manuel Boleiro vinca que esta “exclusividade” serve para direcionar as pessoas para as diversas coletividades, mas assegura também que “os visitantes normalmente vão a todas”, lamentando que os três dias consignados ao evento acabem por ser escassos. Todavia, nem só de comida se fazem estas “Tasquinhas”. Os ranchos folclóricos da freguesia estão preparados para entrar em cena, assim como o grupo “Camisas Negras” que está a postos para dar música ao pessoal. Em paralelo com esta iniciativa decorre também uma mostra de artesanato. Algo que já é também tradição na mostra gastronómica de Foros de Salvaterra,


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Março 2018 e que também atrai muitas famílias. Aliás, Manuel Bolieiro vinca mesmo que “esta festa começou com o nosso povo, mas agora vem gente de todo o lado conhecer o sucesso da iniciativa.” Para além do Grupo Desportivo Forense, que este ano regressa, participam nestas tasquinhas o Centro Bem Estar Social de Foros, Rancho Etnográfico de Foros de Salvaterra, Associação dos Amigos das Festas dos Foros de Salvaterra, Shorinjikempo, Rancho Regional de Foros de Salvaterra, e a paróquia local que ficará com a exploração da cafetaria.

Freguesia em Destaque 5 Para Fábio Leal este é um regresso desejado para a coletividade

Programa diversificado A 22ª edição da Mostra Gastronómica de Foros de Salvaterra decorrerá de 6 a 8 de abril com um programa musical muito completo. A abertura dia 5, sexta-feira acontece pelas 20 horas, mas uma hora depois, atua o Grupo de Dança Vanessa Silva. Pelas 22 horas atua o Rancho Típico dos Foros de Salvaterra e meia hora depois, a Associação danças e Cantares da Várzea Fresca. Seguem-se as Danças Desportivas Salvaterrenses e a atuação de Carlos Marmelada para encerrar a noite. No sábado dia 7, as tasquinhas abrem às 16 horas, sendo que pelas 19h30 horas dá-se a atuação itinerante dos “Camisas Negras”. Seguem-se pela noite dentro, os grupos de dança, AJdance Crew, Dream Dancing; e o Rancho Etnográfico de Foros de Salvaterra. A noite termina pelas três da madrugada, mas antes atuam Jorge Paulo e Susana para um pezinho de dança. No domingo, último de festa, a abertura do certame está prevista para as seis da tarde, com a mostra de artesanato e das tasquinhas. Seguem-se as atuações da Academia de Dança CatariAndrade, dos grupos Follow Dance, MC Company, o grupo Shorinji Kempo e o Rancho Folclórico Regional de Foros de Salvaterra. Grupo Desportivo Forense regressa às Tasquinhas Fábio Leal, um dos diretores do Grupo Desportivo Forense, diz que este regresso só é possível agora dada a paragem no campeonato de futebol. O dirigente explica que os vários cenários onde opera o clube, não têm tornado possível a sua participação, dada a escassez de pessoas para o fazer. “É muito difícil conciliar as nossas saídas com as tasquinhas. Somos sempre poucos” refere ao Valor Local. Outra das questões que influen-

cia a participação, são as eleições do clube. Todavia já existiram mudanças e estas passarão a ser feitas de dois em dois anos. “De modo a marcarmos presença este ano passámos as eleições para 20 de abril” conta Fábio Leal, que aponta esta forma como a mais eficaz para que o clube se possa concentrar na sua participação nas Tasquinhas, podendo assim gerar mais receita para o próximo ano. O clube que tem estado arredado desta iniciativa, regressa agora, porque também só nesta altura é que a União de Freguesias consegue mais espaço para albergar mais coletividades. iniciativas como estas são também importantes para manter o clube à tona financeiramente. O responsável salienta entretanto que mesmo com um relvado novo, casa nova, o clube não tem sido muito feliz nos resultados, apesar de reconhecer o aumento da qualidade de condições de trabalho para os dirigentes, técnicos e atletas do clube. O Grupo Desportivo Forense movimenta já um número de atletas significativo. Ao todo são mais de duas centenas que semanalmente honram as cores do clube e da freguesia. Para Fábio Leal, a época não está correr como desejável. “Há coisas a limar” no que toca aos séniores. No que diz respeito aos escalões mais novos, a “sorte” também não está a ajudar, mas Fábio acredita que limando algumas pontas, as coisas podem mudar na próxima época. Fábio Leal refere, no entanto, que o clube já tem “equipa” para as Tasquinhas. O dirigente salienta que “o pessoal está motivado e habituado para dar o litro nesta iniciativa.”

Clube participa nas tasquinhas também com o intuito de angariar fundos para o futebol jovem

Este ano o espaço reservado às tasquinhas será maior


6 Sociedade

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24 de novembro de 2008 Acidente faz 4 feridos na Estrada Nacional 3 Um casal de jovens de Azambuja foi atropelado quando tentavam socorrer um acidentado. O incidente deu-se junto às bombas de combustível da Galp perto dos Casais de Baixo e envolveu duas ambulâncias, um carro de desencarceramento e um auto comando dos bombeiros de Azambuja.

A Estrada Nacional 3 entre Azambuja e o Carregado, foi palco de um violento acidente de viação. Um motociclo foi abalroado por um pesado. O sinistro interrompeu a circulação durante várias horas, e obrigou à evacuação dos ocupantes do motociclo ( um casal de Pontével) de helicóptero.

Março 2018

4 de março de 2012 Dois feridos graves é o balanço de um aparatoso acidente na Estrada Nacional 3, entre Azambuja e o Cartaxo. O acidente deu-se entre duas viaturas que colidiram frontalmente e de forma violenta.

24 de agosto de 20 0 Um camião do lix x Nacional 3. O veículo que vin n leve e outro ligeir r de Vila Franca de

Nacional 3

Estradas de Portugal acusada de continuar a desprezar troço entre Azambuja e Carregado Miguel A. Rodrigues troço da Estada Nacional 3 que liga o Carregado a Azambuja reclama há várias décadas uma intervenção de fundo. A última vez que isso aconteceu, estávamos no final dos anos 90 e assistimos à colocação de partes do pavimento e de sinalização vertical. Passados quase vinte anos, aquele troço está a “gritar” por uma intervenção urgente que pare o número de acidentes ali ocorridos, sendo que quase todos envolvem pesados de mercadorias e ligeiros. Com efeito o tráfego de pesados aumentou muito nas últimas décadas naquele troço. O fim da Opel e a implantação de novas empresas de logística como é o caso da SONAE, veio agudizar um problema, já que dali saem camiões para os vários supermercados do país, que usam aquela via em detrimento da linha de caminho-deferro que no tempo das fábricas da Opel e Ford, era muito mais

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utilizada. A sinistralidade na Estrada Nacional 3 não é de agora. Mesmo antes da implantação do massivo número de empresas de logística naquela zona, os acidentes aconteciam. A gravidade dos mesmos seria menor, mas sempre foi uma via complicada. Uma das provas disso, foi a supressão de alguns cruzamentos na zona urbana de Azambuja. Primeiro fechou-se a passagem de nível ao trânsito junto à estação. No local havia à época um cruzamento, onde os acidentes eram muito frequentes e quase sempre com feridos graves ou com mortos. Depois da requalificação da estrada naquele troço, as atenções começaram a virar-se para a entrada sul de Azambuja. Os acessos ao esteiro e ao campo começaram a ser feitos através de uma passagem superior, e os acidentes graves mudaram de sítio. Aliás esse mesmo cruzamento vi-

ria a despoletar um primeiro movimento cívico, liderado então por Armando Martins, que reclamava a construção de uma rotunda de acesso ao local, depois de ter perdido ali um familiar. Joaquim Ramos era à época presidente da Câmara Municipal de Azambuja. Ao programa “Alguns dedos de conversa” da Valor Local TV confirmou o “desinteresse” da Estradas de Portugal naquela via. Ramos liderava o município

há menos de um ano e confessa que esses tempos foram duros, lamentando a falta de investimento do Estado naquela via. “Fui alertado em 2001 que só naquele ano já tinham morrido nove pessoas naquela estrada” salienta Joaquim Ramos que refere ter feito diligências junto das entidades competentes para melhorar as condições de segurança naquela via. Contudo reforça que “essas diligências nunca tiveram qual-

quer espécie de resultado”. Acabou por ser a Câmara Municipal a construir rotundas nas entradas da vila e a promover junto de empresas a construção de mais duas, uma em Casais de Baixo, a outra perto da Auchan. O assunto merecia à época um olhar muito crítico por parte dos municípios de Azambuja e Alenquer, por isso foi logo aproveitada a existência de um pacote de compensações dado pelo Gover-

no no âmbito da deslocalização do aeroporto da Ota para o campo de tiro de Alcochete para reclamar o arranjo daquela via. Embora as reivindicações tivessem sido aceites pelo Governo, o assunto “morreu na praia”, porque a Azambuja e Alenquer juntaram-se mais 14 municípios que se “encostaram às compensações e estas nunca chegaram até aos dias de hoje”. Joaquim Ramos diz que o processo foi longo, e salienta que o texto

2008

Paulo Campos anunciava medidas compensatórias que caíram em saco roto m julho de 2008 o então Secretário de Estado das Obras Públicas, anunciava em Azambuja e em Alenquer um investimento de 197 milhões de euros até 2012 para compensar os habitantes destes concelhos pela mudança de localização do aeroporto da Ota para Alcochete. Os investimentos que nunca avançaram, eram compostos por novas acessibilidades e novas estradas, reivindicadas pelos municípios de Alenquer e Azambuja e que foram negociadas no âmbito dos grupos de trabalho criados para ressarcir as autar-

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quias devido à perda do projeto do aeroporto. À época o governo liderado por José Sócrates anunciava a elaboração de um estudo prévio para a requalificação do IC 2 entre o Carregado e Vendas das Raparigas. As medidas incluíam também as variantes ao Carregado e a Vila Nova da Rainha, bem como a requalificação da estrada nacional 3 entre o Carregado e Azambuja, num total de 9 quilómetros, sendo que foi o próprio secretário de Estado que reconheceu a necessidade destes investimentos. A segurança na Estrada Nacional

3, estava na base das preocupações do Governo para aquele investimento. Segundo escrevia o blogue “Estado Velho” o “aumento da circulação de veículos pesados e os acidentes são alguns dos fundamentos do Governo para que aquela estrada seja intervencionada”. Em 2008, Paulo Campos referia que as novas estradas e requalificações iriam “mudar muito significativamente as acessibilidades ao município de Azambuja” sendo estas consideradas de “máxima importância”. Por outro lado lembrava: “Há muitas empresas que

justificam que nós acompanhemos esse investimento privado com investimento público. Para dar mais condições a quem decidiu investir neste município para poder ver rentabilizado esse investimento”. Por outro lado destacava “as ligações à Estrada Nacional 366 em Aveiras de Cima, a Rio Maior”. Sobre Vila Franca de Xira o governante lembrava o nó de ligação à Auto-Estrada do Norte em castanheira do Ribatejo, para servir a Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, que entretanto foi concluído.

Paulo Campos anunciou com pompa e circunstância as obras na estrada em questão


Valor Local Sociedade 7 Plataforma EN3 promove sessão para dar a conhecer iniciativas

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011 xo provocou o caos no trânsito na Estrada

nha carregado de lixo provocou um ferido ro que foram transportados para hospital Xira.

do acordo esteve para não ser assinado porque não garantia a intervenção na estrada. O que é certo é que até hoje, apenas foram levadas a cabo algumas obras de cosmética, sendo que os acidentes continuam a aumentar. Desde 2010 até 2015, a Estrada Nacional 3 que vai do Carregado a Santarém ceifou 30 vidas, e uma parte significativa no troço até Azambuja. Os constantes acidentes levaram a que fosse criado uma plataforma cívica para revindicar as intervenções naquela via. André Salema, que perdeu o irmão naquela estrada, é um dos rostos deste movimento. Ao programa “Alguns Dedos de Conversa” o também presidente dos bombeiros de Azambuja reclama uma intervenção urgente naquele troço, salientando, também ele, o desinteresse da empresa Estradas de Portugal em todo este processo. Sendo esta uma plataforma cívica, poucos foram os que assinaram a petição online que andou pelos cafés da vila. André Salema diz-se desagradado, tendo em conta o interesse do assunto, pelo facto de ter tido pouca adesão por parte das pessoas, o que veio também a ter reflexo na sessão de apresentação de medidas realizada recentemente. Com efeito a Estrada Nacional 3 acaba por ser “um barril de pólvora”. São milhares as pessoas que trabalham nas empresas de logística. Muitas usam transporte próprio, mas muitas outras delas circulam a pé naquela via sem qualquer sinalização ou colete refletor. Joaquim Ramos diz por seu lado que essa é uma “situação nova mas preocupante”, e André Salema recorda a necessidade de incutir nos trabalhadores uma cultura de segurança urgente. Aliás, o Valor Local sabe da existência de uma empresa que distribuiu coletes refletores aos seus funcionários, mas estes recusamse a usá-los. Tal faz parte “da nossa cultura” referem Joaquim Ramos e André Salema, que apontam o facto de algumas empresas estarem sensibilizadas para este fenómeno. Aliás o movimento “Plataforma EN3” considera mesmo importante esta questão e por isso já anunciou a realização de uma ação no 15 de maio, como a iluminação da nacional 3 com garrafões de água

7 de Janeiro de 2007 Dois mortos, foi o resultado de um grave acidente ocorrido no cruzamento da Guarita em Azambuja. O forte nevoeiro que se fazia sentir e a falta de reflexos do condutor com setenta e seis anos, podem, segundo as autoridades, ter estado na origem deste acidente.

no troço mais perigoso. André Salema não desiste igualmente da colocação de uma ação judicial contra a Estradas de Portugal pela falta de cumprimento das obras prometidas. André Salema refere que essa questão foi colocada a Luis de Sousa numa Assembleia Municipal, ao que Luis de Sousa ficou de ver esse assunto. O Valor Local quis saber qual o ponto de situação face à necessidade de novos investimentos daquele organismo do Estado na Nacional 3 mas não nos foram dadas respostas às nossas questões. 10 mil pesados na Estrada Nacional 3 todos os dias As muitas empresas de logística com armazéns em Azambuja, fazem circular diariamente cerca de 10 mil pesados. As contas são feitas pelo comandante dos bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia que vinca que o fluxo de pesados e a falta de segurança como fatores que estão no topo das preocupações dos voluntários de Azambuja. Esta é uma estrada com “um fluxo muito grande de pesados”, refere o operacional que vinca que por isso existe a probabilidade de acidentes muito graves envolvendo pesados e ligeiros. Ricardo Correia salienta que as viragens à esquerda para entrar nas empresas, são as suas preocupações mais prementes. A inexistência de um separador central ou de sinalização vertical adequada, são situações também sublinhadas por Ricardo Correia. O número de pessoas a circular a pé “muitas vezes em condições

de visibilidade reduzida” é outra preocupação acrescida “com possíveis atropelamentos ou despistes que possam causar vitimas mortais”. Aliás esta é uma preocupação recente das autoridades, dado que se tem vindo a assistir a um crescente número de pessoas a circular a pé entre a Avipronto e a Sonae, onde existe ligação a um apeadeiro, neste caso ao Espadanal. São, em regra trabalhadores das empresas da zona, que não usam qualquer tipo de sinalização, nomeadamente coletes refletores e que se deslocam geralmente ao início da manhã e ao fim da tarde, quando as condições de visibilidade começam a piorar significativamente. Aliás Ricardo Correia, salienta que o uso crescente do comboio, no apeadeiro do Espadanal, tem vindo a constituir uma preocupação. Sensibilizar as empresas, aquelas que ainda não o estão, para as regras mínimas de segurança, parece ser o caminho a seguir. Esta preocupação é ainda associada ao número crescente de ciclistas, segundo assegurou uma fonte da GNR ao Valor Local. Estes muitas vezes não respeitam as regras de segurança, ultrapassando pela direita e não respeitando a circulação nas rotundas. O facto de não ostentarem coletes refletores ou outro material que os faça notar, é outra, que segundo este elemento da GNR, está no topo das preocupações, lembrando um acidente que vitimou recentemente um ciclista que se deslocava para uma empresa na zona industrial de Azambuja onde trabalhava.

A forma como os peões circulam nas bermas é outro dos problemas

António Torres, à esquerda, foi mal sucedido na sua visita a Azambuja a convite da Plataforma sessão promovida no passado dia 8 de março pela Plataforma Nacional 3 no Páteo do Valverde, em Azambuja, que visava a intervenção no trajeto entre Azambuja e o Carregado por parte da Infraestruturas de Portugal tendo em vista a diminuição dos acidentes, teve um protagonista inesperado: António Torres, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) que após o seu discurso foi atacado por membros do público, alguns pertencentes a partidos políticos, face a uma postura que não agradou. Alguns membros da plataforma também não se sentiram confortáveis com a forma como Torres se expressou, nomeadamente, quando se referiu à forma pouco exata como durante a iniciativa os presentes usaram a expressão “ponto negro” (A designação oficial refere-se a um lanço de estrada com o máximo de 200 metros de extensão, no qual se registou, pelo menos 5 acidentes com vítimas, no ano em análise, e cuja soma de indicadores de gravidade é superior a 20). Quando se referiu a isso e a forma como se expressou levou a que caísse o carmo e a trindade numa sessão com muitas pessoas com as emoções à flor da pele. Numa das intervenções, uma munícipe até questionou se Torres “era um ser humano ou não”. Este segundo alguns dos presentes que viram morrer na Nacional 3 amigos, conhecidos e familiares terá tido pouca sensibilidade para a simbologia do encontro e para os objetivos da plataforma e da comunidade azambujense. O funcionário da CIMLT desculpou-se no fim, dizendo que não se importava de ter sido “o bombo da festa” ao longo da iniciativa, manifestando, ainda assim, total disponibilidade para colaborar, nomeadamente, no dia 15 de maio, Dia das Famílias, altura em que a plataforma pretende colocar ao longo da estrada que liga Azambuja ao Carregado um cordão de garrafões iluminados de forma a alertar para a causa e assim chamar o foco nacional para este problema. A Comunidade intermunicipal da qual faz parte Azambuja, segundo frisado por António Torres, é a única do país que até à data tem elaborado um plano de segurança rodoviária para as estradas da lezíria, e como tal a comunidade intermuncipal merecerá à partida o benefício da dúvida. Existirão obras em algumas dessas estradas nacionais e municipais, também no concelho de Azambuja, mas a Nacional 3, igualmente responsabilidade do Estado, não estará integrada nesse lote. Segundo André Salema, da plataforma, está previsto um investimento de 77 mil 500 euros para o cruzamento de Vale do Paraíso, Casais do Curralão e Guarita (Aveiras de Baixo). Contudo o mesmo expressou o seu descontentamento por a Nacional 3 não estar contemplada neste plano da Lezíria do Tejo. O Valor Local tentou perceber junto do secretário da CIMLT esta seleção mas o mesmo acabou por não conseguir responder. De acordo com a Plataforma, a Nacional 3 também não mereceu o mesmo acompanhamento e atenção que a Nacional 118 que atravessa entre outros os concelhos de Salvaterra e Benavente no plano de segurança rodoviário apresentado recentemente em Santarém. Torres tentou aludir ao facto de que os acidentes na nacional 3 não ocorrem apenas entre Azambuja e Alenquer, e que a Nacional 118 consegue superar a estrada que atravessa o concelho de Azambuja no que à sinistralidade diz respeito. Entre 2000 a 2015 na totalidade da Nacional 3 tiveram lugar 457 acidentes graves, dos quais resultaram 30 mortos, 67 feridos, e 533 feridos ligeiros. André Salema que deu a conhecer estes dados, mostrou ainda preocupação pela sobrecarga da via com o trânsito de pesados. Uma das munícipes presentes, Helena Maciel, confrontou ainda a audiência com a situação dos peões que todos os dias fazem o trajeto até às fábricas que ladeiam a via, nomeadamente, a Avipronto sem coletes refletores e que se expõem ao perigo constantemente. No dia 15 de maio, a iniciativa da plataforma compreenderá ainda o descerrar de uma placa evocativa da memória das vítimas na fronteira entre os concelhos de Azambuja e Alenquer. Para que este seja um objetivo concretizável, a par da colocação dos garrafões na via, numa operação logisticamente difícil, a plataforma apelou no sentido de que os cidadãos possam guardar garrafões de água vazios até ao dia 15 de maio. Este grupo de cidadãos que integra a plataforma e que se deu a conhecer em finais de 2016, espera com a iniciativa de 15 de maio alavancar definitivamente esta causa, apesar de alguns partidos políticos como o CDS-PP local em comunicado enviado à nossa redação, criticar a mesma e a catalogar de “fantasma político” que “surgiu para aliviar a tensão e pressão sobre um executivo PS que não tem capacidade nem força política para dialogar com o Governo”. No encontro promovido, estiveram presentes eleitos dos vários espetros políticos concelhios, bem como presidentes de junta locais, e ainda o presidente da junta do Carregado. Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer, juntou-se também à causa e mostrou a sua disponibilidade para em conjunto com Luís de Sousa, presidente da Câmara de Azambuja, agendar uma reunião com o ministro das Obras Públicas, Pedro Marques, no sentido de se poder inscrever o pacote de obras desejado para a via no âmbito dos fundos comunitários Portugal 2030. O presidente da Câmara de Azambuja corroborou o discurso do seu colega autarca, referindo que após essa reunião com Pedro Marques logo se poderá avaliar se será prudente ou não “avançar-se com uma queixa contra o Estado”, conforme já foi ventilado “tendo em conta que se assinaram acordos no âmbito da Ota que visavam compensar o município, e que entre outras medidas, contemplavam as obras da Nacional 3”. “Chegou-se a falar em cinco milhões de euros para essas obras mas apenas fizeram uma pequena lavagem de cara no ano passado, sempre houve muito show-off”, concluiu. O Valor Local contactou na última semana a Infraestruturas de Portugal com uma série de questões sobre esta estrada bem como outros casos que estão a causar preocupação na região como o estado da Ponte Dona Amélia, mas a IP não respondeu.

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Jardim do bairro Arneiro dos Corvos vai surgir de cara lavada Câmara Municipal de Benavente fez a apresentação do projeto que pretende dar uma nova cara ao Jardim dos Álamos situado num bairro desfavorecido de Samora Correia, o denominado Arneiro dos Corvos. Com este projeto de reabilitação urbana orçado em cerca de 900 mil euros comparticipado em 85 por cento pelos fundos da União Europeia, a autarquia pretende conferir outro nível de atração àquela zona, fazendo da mesma um polo para todas as idades. Atualmente é mais frequentado por reformados que ali se juntam para jogar às cartas e conviver. A Câmara ouviu os contributos dos munícipes numa sessão organizada no início do mês de março no Palácio do Infantado em Samora. Durante a apresentação pelos técnicos e pelo presidente da Câmara, Carlos Coutinho, sobressaiu (quanto a este projeto) o que a autarquia pretende que venha a ser o aumento das zonas verdes; a reorganização da rede viária com a previsão de um acréscimo do número de estacionamentos; a construção de um bar com uma área coberta para que possa ser usufruída também na altura do inverno; a construção de dois campos de padel e de um parque infantil com a instalação de elemen-

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tos mais atuais. O projeto tal como foi apresentado contempla ainda a instalação de uma chaimite tendo em conta que no local laborou uma empresa dedicada ao fabrico da-

quele arsenal em tempos. “Valorizar, prestigiar e qualificar este espaço”, são os objetivos, apontou Coutinho. Entre os munícipes presentes va-

riados foram os contributos. Nélson Lopes, residente na freguesia, sugeriu que seria importante que este projeto eliminasse o ar de ghetto do bairro, e propôs entre

outros, a colocação de mais equipamentos para seniores, a construção de um anfiteatro, e mais lugares de estacionamento. Esta última questão foi expressa também

Presidente da Câmara apresentou projeto com um custo de cerca de 900 mil euros para zona desfavorecida de Samora

por outros munícipes que não se mostraram muito convencidos com o anunciado aumento de lugares. O presidente da Câmara elucidou que haverá mais estacionamento tendo em conta as traseiras de um supermercado existente na área. Algo que não convenceu todos os presentes dado que em alturas de grande afluência à unidade comercial poderão não ser suficientes, referiu a este propósito a munícipe Maria Luzia que também gostava de ver mais flores no espaço. O elemento da chaimite desagradou à maioria do público presente que não gostaria de ver exposto este elemento bélico. Coutinho disse que tinha sido uma proposta da associação de combatentes mas que no caso de não ser consensual poderia retirar do projeto sem grandes dificuldades. Nélson Lopes sugeriu neste ponto, antes, a colocação de uma antiga viatura dos bombeiros locais no lugar da chaimite. Referiu ainda, a autarquia, que no que toca ao novo bar, o concessionário vai assumir a responsabilidade do mesmo bem como dos campos de padel que já se situam fora da área do jardim. O público quis saber como funcionariam as zonas de abrigo da chuva e do sol, que serão de acordo com a Câmara no espaço exterior na esplanada.

Tejo: Batelões estão a ser desmantelados o início do fim da longa presença dos batelões no rio Tejo entre o concelho de Azambuja e do Cartaxo. O proprietário das barcaças que se encontravam em avançado estado de degradação há vários anos, Pedro Ribeiro, da Agregados Ibéricos, confirmou isso mesmo ao Valor Local. Está previsto que a operação que estará a cargo de uma empresa local esteja concluída até ao verão, altura em que os “batelões ficarão em Lisboa.” A operação, segundo o presidente da Câmara, Luís de Sousa, está a ser devidamente acompanhada e fiscalizada. Com o início da operação deu-se algum derrame de impurezas e óleos para a

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água, mas que “rapidamente foram controlados”. O Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR tem estado no local bem como várias equipas da autarquia. Os batelões em causa estavam há anos no local chamado Cais da Santa que foi utilizado durante vários anos para apoio à atividade de extração de inertes e à dragagem do canal de navegação do Tejo até Porto de Muge. A utilização do local foi feita pela empresa Inertejo, S.A. no âmbito da licença nº 10 de 2002, de extração de inertes no domínio hídrico do rio Tejo que se manteve vigente até 2011. Este foi um longo processo já

que a empresa em causa, que alterou em 2006 a sua designação comercial para Lusodragagens, S.A., entrou em processo de liquidação em 2010 e no mesmo ano foi proferida decisão de encerramento do processo de insolvência, não tendo procedido à execução da desocupação e recuperação da margem, conforme estipulado na cláusula 16ª da referida licença. Em agosto do ano passado, e perante um email enviado pela nossa redação, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), informava das diligências para a remoção das embarcações existentes no local e recuperação da margem que agora se veio a consumar.

Este é um cenário que vai desaparecer por completo em breve

Cartaxo decide ficar de fora da Ecolezíria município do Cartaxo não está interessado em aderir à empresa Ecolezíria nesta nova fase já com a saída do parceiro privado. Esta empresa que recolhe e trata o lixo de alguns municípios do Vale do Tejo com capital municipal poderia ser uma maisvalia para os territórios do Cartaxo ou Azambuja. Desta empresa faziam parte até à data os conce-

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lhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos. Todavia, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, alega ao Valor Local que o seu concelho seria o único a sul do Tejo que passaria a fazer parte da empresa. Para o autarca o facto “de não ter nenhum município contíguo pertencente à Re-

siUrbe, não faz com que tenha ganhos de escala”. O autarca lembra que Rio Maior e Azambuja estão na Valorsul, e a norte tem o concelho de Santarém está ligado à Resitejo. Por outro lado, Pedro Ribeiro aponta uma possível parceria com o município de Rio Maior “que com a SUMA, poderia fazer a recolha também no Cartaxo,

Santarém e até Azambuja que seria muito mais rentável para estes municípios”, considera. Recorde-se que a Suma é atualmente a gestora do aterro de resíduos não perigosos de Azambuja cuja atuação tem levantado as mais variadíssimas ondas de choque pelo que o estreitar de uma parceria entre o município e aquele privado apenas contribui-

ria para aumentar ainda mais o mal-estar gerado. Numa das últimas sessões da assembleia municipal, o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa já revelou que a Câmara não pretende, agora que findou o contrato com a Ecoambiente, tomar de per si a recolha dos lixos e o seu encaminhamento para tratamento, face aos custos com a aquisi-

ção de frota automóvel entre outros, mas ainda não revelou com quem pretende fazer uma parceria privada, embora o nome da Suma já comece a ser ventilado. Outros concelhos nas proximidades do Cartaxo e Azambuja, como Salvaterra ou Benavente, preferirão manter-se tal qual como estão, ou seja farão a sua própria recolha.


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Prazo para limpeza de terrenos já terminou

“As pessoas estão aterrorizadas” erminou no dia 15 de março o prazo para os proprietários efetuarem a limpeza dos seus terrenos. O Governo, nos últimos dias, acabou por prolongar até junho a possibilidade de pagamento das coimas por parte de quem acabou por não proceder a essa limpeza. Nesta altura, os municípios terão de intervir nos terrenos que não foram limpos por parte dos particulares. Foi anunciada uma linha de crédito de 50 milhões de euros para apoiar as autarquias, que se não procederem a essas operações, podem perder, em junho, 20 por cento do valor transferido mensalmente através do Fundo de Equilíbrio Financeiro. A GNR já se encontra nos terrenos a confirmar se foram limpos. Uns dias antes do término do prazo dado aos particulares, o Valor Local contactou algumas empresas que se dedicam a este ramo, e que em 2018 não tiveram mãos a medir quando solicitados trabalhos de limpeza de baldios ou de terrenos. Algumas até tiveram de recusar serviços por conta de não possuírem meios e mão-de-obra em quantidade suficiente. É o caso da empresa Gonçalo Centeno Agricultura, com sede no Cartaxo. O seu proprietário Gonçalo Centeno diz mesmo que a diferença é “radical” em relação a outros anos. “Todos os dias sou contactado por três a quatro pessoas a pedirem esses serviços, e normalmente adjudicamos entre dois a três desses pedidos no mínimo”. Como a procura é muita, “às vezes indicamos outros que também

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fazem este serviço ou simplesmente damos um mero conselho de como o proprietário pode fazer essa limpeza. Temos de rejeitar trabalho porque não temos mãos a medir”. Esta empresa possui cerca de sete trabalhadores nesta altura. Tendo em conta a lei e as obrigações quanto à limpeza de terrenos, mostra-se informado até porque tem vindo a obter o máximo de formação e informação possíveis junto da Proteção Civil do Cartaxo com a qual está muitas vezes em contacto sempre que surge uma dúvida, tendo ainda frequentado sessões de esclarecimento que foram promovidas pelo município. “Surgem sempre questões relativamente aos limites do terreno, ou o tipo de árvores que se podem abater”, refere. Nesta altura do campeonato, diz o empresário, que as dúvidas continuam a ser algumas e o pânico apoderou-se das pessoas – “Há quem queira simplesmente arrancar tudo, nem que seja uma laranjeira à borda da estrada”. As árvores produtivas não necessitam de ser removidas, as demais apenas necessitam de ser aparadas devidamente. “As pessoas estão aterrorizadas! Sabem que não podem falhar porque as finanças estão a cruzar os dados!”, refere o empresário. Há ainda quem não habitando normalmente no concelho do Cartaxo ou na região, tenha recorrido a esta empresa porque tem um terreno algures do qual já nem se lembrava e ficou em pânico – “Apareceram-me clientes que pos-

Proprietários temem efeitos das coimas que podem ir até aos 120 mil euros

suíam umas terras em Casais Lagartos. Nem faziam ideia da sua exata localização, e tive de ser eu a descobrir”. (O Governo impõe que se proceda à limpeza num raio de 50 metros no que respeita a arbustos, árvores diversas, canas e outros materiais facilmente infamáveis. Isto no caso das casas isoladas, pois para os aglomerados já estamos a falar em 100 metros.) Face ao aumento da procura, a empresa Gonçalo Centeno Agricultura refere que não aumentou os preços – “Não sou oportunista. Já fazia este trabalho antes”. Explica ainda que muitas vezes os preços divergem simplesmente

porque nem todos os terrenos são iguais – “O preço para um hectare pode ir de 250 a 1500 euros. Se não tiver vedações nas extremas que implique a colocação de roçadoras, esse trabalho fica naturalmente mais barato. No caso de existirem árvores a poda tem de ser bem observada atendendo ao limite dos 50 metros, por exemplo”, explica. No que diz respeito a esta empresa, os sobrantes são triturados ou encaminhados para biomassa. Virgílio Narciso com uma empresa também com sede no Cartaxo corrobora o seu colega – “As pessoas estão de facto a entrar num estado de aflição com medo de algumas

coimas, devido ao facto de os prazos serem apertados, e há quem queira mesmo cortar tudo e não deixar nada”. Por outro lado, “a especulação de preços também é tremenda. Antigamente praticavase um terço daquilo que se pratica atualmente. Pode-se dizer que há muito aproveitamento”. Muitas pessoas, na sua opinião, são alvo de desinformação, e o corte de vegetação terá de ser alvo de manutenção até ao verão, pois “com estas chuvadas o que for cortado ganha nova vida e começa a rebentar”. No caso da firma deste empresário, costuma aproveitar os sobrantes no que respeita à lenha, ou se necessário “solicita-se auto-

rização para uma queimada.” A operar no concelho de Vila Franca de Xira onde fica situada a sede e nos concelhos da região do Ribatejo e Oeste, Jorge Mendonça também não se queixa com falta de clientes, bem como muito trabalho. Na maioria dos casos, tem ido fazer limpezas em redor de casas. Na sua opinião, as pessoas estão minimamente informadas acerca da lei, mas também com muito receio. Depois de proceder aos cortes, este empresário encaminha também os sobrantes. Nota que nesta altura há mais concorrência “e com mais gente a aproveitar-se com aumento de preços”, conclui.

Arruda: Territórios de Arranhó e S.Tiago dos Velhos são preocupação município de Arruda dos Vinhos prevê gastar com a limpeza da floresta cerca de sete mil euros anuais. A verba inscrita nos orçamentos do município arrudense desde 2014 tem servido para limpar terrenos ao longo do ano, até porque segundo a vice-

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presidente da autarquia ao Valor Local, este é um trabalho “de manutenção” assegurando que tal tem tido reflexos nos últimos anos com o aumento da limpeza das matas. Segundo Rute Miriam, a população tem aderido aos apelos do

Acácio Raimundo e Rute Miriam deram a conhecer o que está a ser feito no terreno

município, nomeadamente, no que toca às queimadas. A responsável pelo setor da proteção civil de Arruda dos Vinhos, refere a existência de um impresso nos serviços da Câmara, para que a população possa dar conta dos locais e das horas em que pode

fazer as queimadas. Tal, segundo a própria, serve para um controlo destas situações, ao mesmo tempo, que informa as autoridades locais, a GNR e bombeiros. Na prática, o município tem um serviço para despistar alertas sobre um potencial incêndio. Com este sistema, as autoridades ficam automaticamente informadas, evitando que se envie para o local, meios que à partida são desnecessários. Uma medida reforçada pelo Comandante Operacional de Proteção Civil Local, Acácio Raimundo, que vinca igualmente o trabalho levado a cabo com as juntas de freguesia locais, para a construção de acessos à floresta. Aliás, o comandante, vinca essa cooperação como muito importante na gestão do território, salientando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos. Acácio Raimundo refere que em-

bora a adesão da população ao programa de limpeza de terrenos tenha sido positiva no concelho, os serviços de proteção civil “têm estado sempre no terreno e vamos avisando as pessoas do que devem fazer”, refere o responsável que aponta esse motivo como uma das causas da fraca adesão à sessão de esclarecimento que teve lugar em Arruda dos Vinhos. Ainda assim no concelho de Arruda, parece que as políticas implantadas têm vindo a dar resultados. As populações limparam em 2014 perto de um hectare. Já em 2015 foram limpos sete hectares, em 2016 oito hectares e em 2017, até ao momento registou-se a maior subida com as populações a limparem cerca de 31 hectares. Ainda assim, este é um município com uma geografia complicada e com a freguesia de S. Tiago dos Velhos a liderar as preocupações. Acácio Raimundo vinca que, nomeadamente, na freguesia de Ar-

ranhó, muitas das vinhas de outros tempos, estão agora ao abandono e transformadas em terrenos perigosos, onde o mato se acumula em conjunto com materiais usados outrora como é o caso, por exemplo do arame. Todavia, uma das preocupações é identificar os proprietários. Neste último caso, a vice-presidente salienta a dificuldade em conseguir os dados da autoridade tributária. Muitas das propriedades estão desatualizadas e chegar aos seus proprietários não é tarefa fácil. Já no que toca a S. Tiago dos Velhos, a vice-presidente destaca que “esta está identificada a nível nacional como prioritária”. A responsável salienta que esta freguesia “teve uma área ardida muito maior no ano passado”, sendo agora uma prioridade para o município que está a trabalhar em conjunto com as juntas de freguesia, para minimizar o risco de incêndio em S. Tiago dos Velhos.


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Projeto Girassol quer dar mais poder à mulher vilafranquense “Projeto Girassol” é um novo programa de intervenção junto da comunidade lançado por um grupo de voluntários no concelho de Vila Franca de Xira. Alice Fael de Carvalho, responsável e coordenadora geral da equipa, salienta que as mulheres serão preferencialmente o público-alvo, e dotálas de pistas e possíveis soluções e instrumentos necessários face às mais variadas situações do diaa-dia é um dos objetivos. O Projeto Girassol Já foi dado a conhecer junto da Câmara e das juntas do concelho bem como coletividades e demais entidades no final de fevereiro. O projeto nasceu no âmbito dos movimentos internacionais “Professional Women’s Group” (PWG) e “Dress for Sucess”. Para a responsável Alice Fael de Carvalho, “a mulher é em si uma ativadora de comunidade e embora não se queira particularizar o projeto em torno de um género, é ela que acaba por ser o elo de ligação com o agregado familiar, logo estamos a trabalhar além da figura feminina”. Por outro lado, e tendo em conta o fator novidade deste projeto “as mulheres estão muito mais despertas para o que é novo do que o homem que em geral é mais desconfiado e não se atira tanto para a frente”. Uma das parcerias que já está no terreno é

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com os Companheiros da Noite, também de Vila Franca de Xira, que atua junto das comunidades mais desfavorecidas. Outras entidades e associações disponibilizaram igualmente o apoio a este projeto recém-criado. O projeto está disponível para trabalhar diretamente com quem procura este grupo de voluntários di-

retamente através de contacto telefónico ou outro, mas também recebe pessoas encaminhadas por outras instituições. “Estamos ainda disponíveis para trabalhar em parceria com as empresas do concelho com ações de formação locais”, refere Alice Fael de Carvalho. Ainda este mês, foram lançados por este grupo de voluntários

um concurso de fotografia a preto e branco com o nome “Mulher a preto e branco” e um concurso de poesia em conjunto com uma tertúlia de Vila Franca. Em conclusão, o projeto passa “muito por ajudar e dar ânimo às mulheres, incentivando-as, preparando-as para as mais diversas situações como uma entrevista de

trabalho, só a título de exemplo”. “Até através do nosso exemplo pessoal podemos ir mais além nesse processo”, refere Alice Fael de Carvalho para quem os livros de autoajuda podem ser “muito interessantes mas não são suficientes”. “Não passam de teoria”. O projeto quer trabalhar três áreas essenciais: a saúde e o bem-es-

Apresentação do projeto à comunidade decorreu no final de fevereiro na Fábrica das Palavras

tar. “Não temos de ser todos modelos mas podemos estar bem connosco próprios e melhorar a nossa autoestima”. Por outro lado temos a componente da organização, “porque é impossível estarmos bem no meio do caos”. Neste aspeto “damos formação pessoal, familiar e organizacional com especialização em coach”. “Temos ainda uma componente virada para a mulher empreendedora que por vezes tem de acumular as funções de trabalhadora, mãe, e dona de casa, e neste aspeto tentamos dotar essas pessoas de outras valências que até podem significar um acréscimo financeiro como o facto de essa mulher ser boa a fazer bolos, a recuperar livros, a fazer umas bainhas. Trabalhar a mulher como alguém multifacetado e com isso trazer mais algum sucesso financeiro à sua vida”, concretiza. Neste ponto, Alice Fael de Carvalho refere que o projeto não tem custos para quem o queira frequentar. “É totalmente gratuito”Outra componente dirige-se à mulher desempregada que durante o primeiro mês de trabalho tem à sua disposição “roupa da boutique da Dress for Sucess, outro dos parceiros”. “Como ainda não está a auferir salário, nesse mês pode aceder gratuitamente à nossa boutique”.

Câmara de Azambuja anuncia a criação de uma tertúlia municipal zambuja poderá vir a ter uma “Tertúlia Municipal”. A informação foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa, na cerimónia de lançamento do livro do crítico tauromáquico azambujense, António Salema, ocorrida em final de fevereiro. Luís de Sousa respondia assim ao

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repto da criação de um museu municipal em Azambuja, por parte de André Salema, neto do crítico taurino que assina uma crónica no Valor Local com o pseudónimo de “El Salamanca”. André Salema que representou o avô na cerimónia, destacou o “importantíssimo acervo” de El Salamanca, tendo em conta a recolha que tem vindo

a fazer ao longo da sua vida. Para André Salema, importa ter um espaço onde as pessoas possam disfrutar de toda a recolha, porque afinal são 91 anos dedicados à festa brava azambujense. Para o neto do crítico do Valor Local, a autarquia poderia adquirir algumas casas junto à Fonte de Santo António para servirem de

museu, mas Luís de Sousa, refere que essa questão já há muito que faz parte dos planos da autarquia, todavia noutra vertente mais abrangente. Luís de Sousa afiançou que o município está já à procura de uma localização na rua principal de Azambuja para a edificação de uma “Tertúlia Municipal”. O espaço

que vai servir para mostrar o que de melhor existe em Azambuja no que toca à tauromaquia, servirá também para exposições e para receber, por exemplo, o espólio de El Salamanca. O crítico tauromáquico que lançou o seu livro a 24 de fevereiro em Azambuja, ficou agradecido com as palavras de Luís de Sousa, e

referiu mesmo ainda ter outro livro na “forja”. Ainda em segredo, o outro “escrito” de António Salema poderá estar pronto em breve. André Salema, o neto, aproveitou o momento para exortar a junta de freguesia de Azambuja a apoiar a edição deste, já que a primeira foi patrocinada pela Câmara Municipal.


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Novo tribunal de Vila Franca em 2020 novo tribunal de Vila Franca de Xira vai custar cerca de 7,7 milhões de euros e será construído na Escola Nº1 da Armada. O local está desativado há pelo menos uma década e foi comprado pelo município para dar um “novo impulso urbanístico e de qualidade de vida aos vilafranquenses.” No passado dia 12 de março, a Câmara Municipal de Viloa Franca de Xira e o Ministério da justiça através da ministra da tutela, assinaram um protocolo que visa a construção de raiz de um edifício ou o aproveitamento de um já existente, sendo que em ambos os casos existe dotação orçamental, cabendo a Francisca Van Dunem a decisão quanto ao modelo a implantar. Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal, destacou a importância deste ato, tendo em conta as condições em que labora o atual edifício do tribunal situado no centro da cidade e que deverá ser requalificado. O autarca salientou a cooperação entre o município e o Estado, algo que tem vindo a acontecer há vários anos e que já resultou em vários projetos sendo que o mais recente foi a reconversão do posto da GNR da cidade em esquadra da PSP, cuja obra foi custeada pela Câmara através de um proto-

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colo, que prevê o seu ressarcimento pelo Estado. Alberto Mesquita vincou, por outro lado, a importância de recuperar o atual edifício do tribunal. O espaço está carregado de simbolismo para a cidade e para os cidadãos e representa, segundo o presiden-

te da Câmara, um período importante do concelho. A par disso está a beleza arquitetónica do espaço “que devemos preservar”. O atual edifício está a ser alvo de uma intervenção, mas a mesma não garante a totalidade de condições de trabalho para os juízes e

funcionários. Já o novo complementará o existente. O prédio ficará numa nova centralidade e receberá as instâncias de Trabalho, Família e Menores, Cível e Comércio. O acordo estabelecido entre o Instituto de Gestão Financeira e

Ministra esteve nas antigas instalações da Marinha para conhecer o espaço

Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e a autarquia dá conta que o novo edifício entre em funções até 2022, todavia a ministra da Justiça Francisca Van Dunem, para quem o envolvimento da Câmara foi fundamental, salienta que o prazo poderá ser encurtado em pelo me-

nos dois anos, até pelo adiantado do processo. O prédio será edificado num terreno cedido gratuitamente pelo Município por 99 anos e renovável por períodos de dez anos. O edifício terá cerca de 5700 metros quadrados e terá três pisos.


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Triaza pode estar ilegal e deputados exortam Câmara a tomar posição o dia 17 de fevereiro, a Triaza, empresa do grupo SUMA, que gere o aterro de resíduos não perigosos efetuou um dia de portas abertas junto da população. Contudo, a visita guiada e as explicações que surgiram por parte dos técnicos da empresa não satisfizeram os poucos moradores que estiveram presentes na ação. António Pires, o habitante mais próximo do aterro, referiu na última sessão da assembleia municipal que “se durante a manhã não cheirava mal e quase que tinha de pedir desculpa aos senhores da Triaza, da parte da tarde o mau cheiro já se notava”. Da parte do executivo municipal, apenas o vereador Silvino Lúcio compareceu nesta visita. Ainda durante a assembleia municipal, o deputado da CDU, António Nobre, exortou a Câmara a verificar até que ponto a empresa está a cumprir a lei e a licença para a qual foi pedida a laboração do aterro, “pois em qualquer altura essa licença poderá ser retirada apesar de a Câmara ter contribuído para o surgimento deste problema.” Recorde-se que segundo a Zubareia, empresa de extração de

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mos, sempre falou em 4,6 hectares. “Dizia que este aterro não oferecia perigo em comparação com aquele que chegou a estar projetado para Vila Nova da Rainha”. Por outro lado “alegava a necessidade de se taparem os buracos ou com areia ou instalando-se um aterro de inertes”. E rematou com a questão do momento – “Como é que de um momento para o outro se fala em 25 hectares”? Triaza não se pronuncia sobre corte de sobreiros

Será intenção da empresa laborar com trés células durante os 25 anos para o qual o aterro está previsto areias que laborou na pedreira hoje ocupada pelo aterro, o acordo no âmbito do aterro previa a recuperação da restante propriedade, nomeadamente, a preservação dos sobreiros, a limpeza das linhas de água, e a manutenção dos caminhos da propriedade, bem como o cumprimento da área de exploração aprovada em PDM de 4,6 hectares e não de 16

hectares conforme a Triaza alega nesta altura ou até mesmo de 25 hectares conforme já foi aventado e aparentemente autorizado pela CCDR-LVT. Sendo que esta entidade refere que não está equacionada por um lado a recuperação paisagística tão ambicionada, mas também não está previsto o preenchimento da área escavada com resíduos perigosos como se-

ria a intenção da SUMA, segundo explanou o munícipe António Pires nesta reunião depois de consultar documentação. Como tal “o aterro não está legal”, aventou. O deputado do PSD, António Jorge Lopes, que acompanhou este dossier desde o tempo em que era vereador da oposição no município, lembrou que o antigo presidente da Câmara, Joaquim Ra-

O silêncio continua a ser de ouro junto das entidades que têm a obrigação de fiscalizar a atividade exercida no local pela Suma. Recorde-se que em dezembro último uma comissão de acompanhamento da Câmara; três elementos da Triaza; o representante da Agregados Ibéricos que chegou a explorar no local um areeiro; a Leirimóbil, também ligada ao processo que esteve na origem da passagem do terreno para o grupo Suma/Triaza; a Direção Geral de Energia e Geologia, e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) puderam teste-

munhar o cenário de arranque daquelas árvores: “À data de hoje confirmou-se o elevado número de desaparecimento de sobreiros, vedações dentro da propriedade, movimentação de máquinas no montado de sobro que podem levar ao desaparecimento dos restantes sobreiros existentes na propriedade, lagoas de lamas provenientes de lavagens das areias entulhadas por milhares de m3 de terras provenientes de desaterro, entulhamento de várias linhas de água que podem provocar danos aos agricultores a jusante e reflorestação de uma pequena linha de pinheiros quando o imposto e aprovado vedava completamente esta espécie.” Perante esta descrição e as acusações de que está a ser alvo e questionada pelo Valor Local, a administração da Triaza lava as mãos e responde que o nosso jornal tem de procurar esse tipo de respostas junto das autoridades competentes. Estas que têm sido permanentemente contactadas pelo Valor local ainda não responderam acerca da coima que necessariamente tem de ser emitida para a entidade que procedeu ao corte de sobreiros em causa.


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Alenquer

Casa do Albardeiro prepara exposição sobre I Guerra Mundial Casa do Albardeiro, na Paúla, freguesia de Cabanas de Torres, está a levar a cabo uma recolha de utensílios e documentos históricos que atestam a passagem de antigos combatentes das freguesias da Ventosa e de Abrigada e Cabanas de Torres, concelho de Alenquer, pelo campo de batalha na primeira guerra mundial. Este ano assinalam-se os 100 anos do fim daquele conflito bélico onde Portugal participou integrado no contingente britânico. Para já e no espaço que acolhe artefactos de outros tempos, estão em exposição desde uma arca “que foi o que despoletou esta ideia de fazermos uma exposição em torno do centenário da guerra”, refere Maria do Céu Duarte, responsável pela Casa do Albardeiro. A mostra estará patente em maio na Escola Secundária Damião de Goes, em Alenquer. Telhas trazidas do campo de batalha aquando de uma visita de estudo, um capacete, bem como uma maca e uma outra peça mais ou menos indecifrável que “tanto dava para o soldado carregar ao ombro como a cavalo fazem para já parte do espólio”. Um militar, o

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sargento-mor Armindo Santos Silva, está a ajudar Maria do Céu Duarte na identificação das peças e na atribuição das mesmas à época e ao conflito em questão. “Já sabemos que um boné encontrado por nós não se enquadrava”, por exemplo. Uma das mais recentes aquisições prendese com uma maca que em tempos teria feito parte de um hospital militar. Maria do Céu Duarte explica que este tipo de objetos estão apenas à distância de um clique. Na internet, familiares de antigos soldados da primeira grande guerra, estão a vender esses artefactos. Pelo que basta apenas uma pesquisa. Nesta altura, a responsável pela Casa do Albardeiro mostra também uma manta usada na sela dos cavalos, e uns calções que remontam àquele período. Nunca chegaram a ser usados mas a sua proveniência encontra-se atestada. Esta peça foi igualmente adquirida online. “Para muitas pessoas isto é um negócio”, conclui. Outra relíquia encontrada mas desta vez num antiquário de Alenquer foi o primeiro exemplar de um jornal que falava da pre-

sença de Portugal na guerra. A Casa do Albardeiro aguarda, agoParte do espólio que integrará ra, a chegada de uma medalha a exposição já se encontra na de um antigo soldado da Paúla Casa do Albardeiro que se juntará ao espólio já existente. Na exposição que se realizará de sete a 11 de maio, algum do espólio que foi possível pesquisar nas duas freguesias estará patente, e Maria do Céu Duarte refere que se estão a encontrar “verdadeiras preciosidades”. “Ainda na semana passada, em Penedos, foram-nos mostrados documentos escritos por um combatente, antes e durante a guerra, bem como um porta documentos e um talher”. Em Cabanas de Torres “descobrimos alguém que tem um postal muito bonito enviado pelo avô de França para cá, mas curiosamente o postal é inglês, tendo em conta que integrámos o corpo expedicionário em questão”. Ainda hoje as irmãs desse soldado guardam essa relíquia. Só do concelho de Alenquer partiram mais de 300 soldados para “Muitas fotografias têm surgido gueses e francesas ou a de “um a Primeira Grande Guerra, “e de também através do contacto com antigo soldado que depois de vir Ota já telefonaram para a Casa pessoas via redes sociais”. E as de França queria ensinar francês do Albardeiro na tentativa de dis- estórias não param de se multipli- aos mais pequenitos aqui das alponibilizar uma baioneta”, atesta. car como os amores entre portu- deias”. A recolha de histórias tam-

bém está a ser levada a cabo para ficarem expostas nesta exposição. A Casa do Albardeiro tem contado ainda com o apoio da Liga de Combatentes.

Alenquer: Igreja da Várzea revela novos dados das escavações Igreja da Várzea na Vila Alta em Alenquer que hoje é cenário para o Museu Damião de Goes e das Vítimas da Inquisição ainda tem muitas histórias para contar. Aquando de uma primeira deslocação do Valor Local às obras – que em finais de 2015 ainda estavam a decorrer – o vereador da Cultura, Rui Costa já tinha dado conta da importância histórica do local, onde nas proximidades existia uma judiaria pelo que muitos artesãos judeus acabaram por ser enterrados neste monumento, vítimas do Santo Ofício. Com a apresentação recente das conclusões dos

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trabalhos de escavações foi possível averiguar dos diversos usos desta igreja desde a idade média até ao período contemporâneo. Um dos dados que foi possível perceber através da análise dos extratos arquitetónicos prendeuse com as ocupações que chegou a ter, nomeadamente, já no século XIX, mas as primeiras fundações já viriam desde o tempo da Idade Média, século XIII. São também visíveis marcas do Renascimento “com as cantarias a exibirem marcas de pedreiro”, refere Raquel Raposo, arqueóloga responsável pelas escavações decorridas. “Foram ainda reapro-

veitados discos de estelas funerárias que foram utilizados como cabeceiras de sepulturas”, acrescenta. Até ao século XIX enterravam-se os defuntos nas igrejas. O encontrar desses enterramentos já era algo expectável por parte da equipa. Os mesmos não estão relacionados com Damião de Goes cujos restos mortais permanecem nesta igreja. Estas escavações arqueológicas foram também o mote para o primeiro estudo a abordar a componente da paleoparasitologia em Portugal através da análise das ossadas. Os resultados provaram que nos indivíduos em análise

não foram encontrados vestígios de parasitas. O estudo osteológico conseguiu apenas comprovar a existência de algumas doenças degenerativas articulares vulgo dos ossos. Dos seis indivíduos encontrados em conexão anatómica apenas três, todos do perío-

do contemporâneo, acabaram por ser investigados “para não afetarmos a necrópole, pois o nosso objetivo não era colocar a nu cada vez mais esqueletos”. Os restantes três encontram-se preservados no local e disponíveis para outros estudos que se

queiram elaborar. Foi ainda descoberta nestas escavações uma capela que ficava lateral à igreja que já tinha sido identificada no século XVI e na qual permanecia a laje tumular de Pedro Anes, figura histórica concelhia.

Castro de Vila Nova de São Pedro recebe iniciativas Município de Azambuja vai assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Históricos. A efeméride comemora-se a 18 de abril, sob o mote “Das gerações do passado para as gerações do futuro”, com uma visita dos alunos de Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa ao “Castro” de Vila Nova de S. Pedro. Este monumento nacional será tema de uma conferência, no sábado 21 de abril, pelas 16h00, em Manique do Intendente, na sede da União de Freguesias. Nesse fim-de-semana, revisita-se igualmente o saber-fazer culinário e a herança gastronómica local, com a 23ª edição das Tasquinhas de Manique do Intendente. A Direção Geral do Património Cultural, promove a divulgação do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Históricos com a finalidade de impulsionar o diálogo intergeracional enquanto ferramenta de conhecimento, de desenvolvimento e de diversidade.

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Durante as obras na igreja, várias descobertas tiveram lugar


20 Educação

Valor Local

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Azambuja adere a programa de combate ao insucesso escolar semelhança de outros municípios da Lezíria do Tejo, Azambuja também aderiu, no âmbito do Portugal 2020, a um programa que visa combater o insucesso escolar nas escolas da região, Com o nome Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar visa através da colocação de técnicos no terreno, nomeadamente, psicólogos diminuir as causas deste fenómeno. Ao nível do terceiro ciclo, a taxa de insucesso é particularmente visível neste concelho. A vereadora com o pelouro da Educação no município, Sílvia Vítor, refere que o programa “Azambuja Integra” já tinha como função desempenhar esse tipo de aproximação junto da comunidade escolar. Contudo o programa não estava a funcionar em pleno nos últimos tempos. Entretanto foi reformulado “com o objetivo de trabalhar na intervenção precoce em interação com as instituições particulares de solidariedade social ao nível do pré-escolar” com reforço de horas no que respeita à terapia da fala uma vez detetada esta necessidade. Já o novo programa está vocacionado para primeiro, segundo e terceiro ciclos. Ao todo serão quatro técnicos que também poderão vir a

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Autarca confiante no sucesso deste programa que vai arrancar em abril integrar, esporadicamente, o outro programa. Serão dois psicólogos clínicos, um animador sociocultural, e um educador social. Quanto aos fatores do insucesso escolar no concelho, Sílvia Vítor atribui em parte ao desinteresse pela escola que se vai instalando nos alunos, a que se junta,

por vezes, a condição socioeconómica dos pais. “Vamos ver como este projeto também conseguirá motivar os nossos alunos no sentido de os levar a fazer outras opções”, refere. Embora o abandono escolar não seja uma questão, “há muitas crianças com necessidades educativas especiais, e como não

houve intervenção precoce, mais complicado se torna querer que obtenham sucesso escolar”. Uma vez no terreno, os psicólogos desenvolverão “atividades de mentoria (que tem como objetivo ajudar o aluno a alcançar os seus objetivos). Terão como objetivo ainda desenvolver as capacidades sócio emocionais

do aluno em contexto de sala de aula também com a família presente e comunidade escolar”. Outras atividades de psicologia direcionar-se-ão para os alunos enquanto grupo, divididos segundo as problemáticas, e assim serão trabalhados. O apoio parental é outra das vertentes. Estimular os pais poderá revelar-se

como uma “tarefa mais ou menos difícil, mas no fundo traduzse numa oportunidade única, e creio que terão todo o interesse em participar no sentido do sucesso escolar dos seus educandos”. Algumas famílias com mais problemas já são acompanhadas pelos serviços sociais. Já quanto ao educador social vai implementar um programa de “boot camp” de inovação e criatividade “que pode decorrer dentro ou fora da escola”. Dinamizará ainda um espaço municipal com a designação de “Sala do Futuro” virado para a robótica e alta tecnologia bem como um laboratório móvel de inovação e aprendizagem que estará ao serviço de dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). O animador sociocultural trabalhará a nível do mindfullness (espécie de treino mental). Estas são abordagens que têm surgido em voga nas mais diferentes áreas e considera-se que a Educação pela forte carga de exigência e stress possa vir a ser beneficiada também. Os técnicos estarão no terreno em abril, depois de passarem por uma formação de algumas semanas na CIMLT. Estarão no terreno por três anos escolares, mais de 30 meses.

Escola da Quinta dos Gatos a necessitar de intervenção urgente vereadora do PSD, Maria João Canilho, em reunião de Câmara de Azambuja, deu conta do estado de degradação na Escola Professor Inocêncio Carrilho Lopes, vulgo Quinta dos Gatos, na sede de concelho. Desde as caldeiras que não laboram devidamente durante o inverno, passando por casas de banho desativadas, e mobiliário escolar degradado com as madeiras das secretárias lascadas, de tudo um pouco “se pode presenciar neste estabelecimento”. O chão das salas também estará impróprio para consumo, “dado que foi colocado linóleo por cima dos ta-

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cos, e agora estes começam a ficar à vista, também com muita humidade à mistura”. Seria ainda importante que a autarquia providenciasse “uma pintura das paredes na área da cozinha onde o salgadiço é assustador”, referiu a autarca. Sílvia Vítor, vereadora da Educação, em declarações ao Valor Local, estranha as queixas quanto à caldeira, “dado que não temos nenhuma indicação por parte da escola quanto a esse tipo de problemas”. “No final de janeiro, foi feita uma vistoria à escola com os nossos técnicos e com os técnicos de saúde, em que essa

questão não foi observada”. A vistoria passou ainda pelas casas de banho, cujo quadro não coincide com o da vereadora da oposição. Sílvia Vítor ainda assim refere que há questões que “são da competência da Câmara e outras da junta de Azambuja”. “Sempre que qualquer escola nos reporte situações dessa natureza são encaminhadas e resolvidas”. A Câmara apenas estava a par do problema da humidade na parede que “será prontamente resolvida”. “O mobiliário também será substituído entretanto, embora a Câmara não tivesse essa informação”, ressalva.

Escola primária da Quinta dos gatos a necessitar de intervenções de vária ordem

Jornadas da Educação em Arruda vila de Arruda dos Vinhos recebe a 13 e 14 de abril, a primeira edição das Jornadas da Educação cujo objetivo passa por afirmar na região e no país que Arruda dos Vinhos é também “um concelho educador de excelência”. Ao Valor Local, André Rijo diz que o município quer estar entre os melhores e estas jorna-

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das são um passo no sentido de discutir o futuro da educação no concelho de Arruda dos Vinhos. O presidente da Câmara Municipal de Arruda, salienta que esta iniciativa saiu da realização da conferência “Arruda 2025”, identificando-a como um elemento estratégico para o concelho. André Rijo quer fazer de Arruda uma “Smar Citiy” na área

da educação, confessando que está a colocar “a fasquia muito alta” neste setor. A iniciativa aberta à comunidade escolar e não só, tem de resto um programa bastante ambicioso. O autarca destaca entre os conferencistas o antigo ministro da educação, Marçal Grilo, que abrirá estas jornadas, ao passo que o ministro da educação Tia-

go Brandão Rodrigues fará o seu encerramento. Já no que toca à inovação, o autarca destaca a presença de oradores da Microsoft, e da Fundação Aga Khan, referindo aqui a importância da introdução das tecnologias nas aulas. Presente vai estar ainda João Couvaneiro, vice-presidente da Câmara de Almada, que “foi du-

rante muitos anos considerado um dos melhores professores do país que vem falar da escola do futuro”. Vinca igualmente a apresentação de alguns projetos municipais já em curso no país, como são os casos das Câmaras de Óbidos, Odemira e Cascais que vão expor os seus projetos educativos. Esta é uma iniciativa que está

para já programada para auditório municipal de Arruda dos Vinhos, mas André Rijo admite que dado o número de inscrições até ao momento, a localização poderá vir a ser alterada. O programa das jornadas já está fechado, e pode ser consultado na íntegra no site da autarquia em www.arruda.pt.


Valor Local

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Política 21

Antiga ministra das Finanças em jantar das mulheres social-democratas de Azambuja concelhia de Azambuja das Mulheres Social-Democratas (MSD) assinalou o Dia Internacional da Mulher com um jantar dedicado ao tema “No Feminino a Política é outra?”. A iniciativa contou com a participação de Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças do Governo de Passos Coelho. Ana Catorze coordenadora local das MSD, apresentou as principais preocupações desta estrutura, tendo destacado que “é preciso combater a desigualdade salarial entre homens e mulheres, que aumentou nos últimos anos”, porque “é inadmissível que numa sociedade moderna as mulheres ganhem menos do que os homens para fazerem o mesmo trabalho”. A eleita do PSD na Assembleia Municipal de Azambuja disse ainda que “além de mães, de encarregadas de educação, de donas de casa, as

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mulheres portuguesas trabalham em média 79 dias por ano sem serem remuneradas”. Ana Catorze concluiu afirmando que “por tudo isto e muito mais, somos uma verdadeira força da natureza”. Perante uma sala repleta de mulheres social-democratas, a antiga ministra das Finanças, começou por afirmar a sua satisfação “por saber que em Azambuja o PSD está a crescer e está cada vez mais forte” e recordou que já tem ido a outras sessões idênticas noutros pontos do país, mas “há muito que não via uma sala com tantas mulheres militantes e simpatizantes do PSD”. Maria Luis Albuquerque falou da sua experiência familiar e profissional, garantindo que nunca se sentiu limitada por ser mulher. A antiga governante fez questão de destacar:“Tive o privilégio de poder demonstrar que uma mulher

pode estar numa função tradicionalmente ocupada por homens”, porque “o ministério das Finanças é uma área em que as mu-

lheres não entram facilmente”. Após a intervenção inicial de Maria Luis Albuquerque seguiu-se um debate, onde foram coloca-

das diversas questões, que permitiram à principal convidada deste jantar analisar diversos aspetos do governo liderado por

Pedro Passos Coelho e perspetivar os principais desafios e problemas que se colocam a Portugal na próxima década.

Maria Luís Albuquerque falou da sua experiência governativa

Oposição critica Câmara de Alenquer por incumprimento no Orçamento Participativo PSD e o CDS-PP na Assembleia Municipal de Alenquer apresentaram uma recomendação tendo em conta o não cumprimento do regulamento relativo ao Orçamento Participativo levado a cabo desde 2014 pelo município, cujos prazos para a execução de determinadas obras têm vindo a resvalar consecutivamente no tempo. Nuno Coelho, daquela força política, salientou que ao invés de uma recomendação poderia estar a apresentar uma moção de

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incumprimento ou de censura “pelo não cumprimento de um regulamento que a própria autarquia apresentou, publicado em Diário da República, e como tal com força de lei que a Câmara não está a executar”. O autarca exigiu por isso “respeito e transparência” para com os munícipes, até porque segundo referiu “algumas das obras já estão calendarizadas para 2019”, o que na sua opinião só piora o estado de coisas. O eleito do PS João Nicolau censurou o deputado so-

cial-democrata quando este se referiu “à falta de transparência e de clareza do executivo municipal” nesta matéria apesar de reconhecer o atraso dos projetos e o mal-estar que tal poderá estar a causar junto de quem os propôs. José Machado, do Bloco de Esquerda, lembrou que quando se começou a falar desta medida por parte do executivo socialista no anterior mandato, todos recusaram falar em possíveis atrasos. “Disseram que isso não ia acontecer quando falei da neces-

sidade de não se comprometer as expetativas das pessoas”. “Certamente haverá razões poderosas para estes atrasos mas temos de enfrentar este problema quando falamos em participação cívica das pessoas, e trazê-las para a discussão dos seus problemas”. O presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, admitiu que esta é uma medida do seu executivo que não está a correr como previsto, mas que se tem reunido com frequência

Cartaxo

PS e CDU querem voltar a discutir a desagregação das freguesias Partido Socialista e os comunistas do Cartaxo querem voltar a discutir a desagregação das uniões de freguesia. Na última Assembleia Municipal, estes grupos políticos voltaram a colocar em cima da mesa duas moções que vão no sentido de levantar de novo esta discussão. As duas moções foram aprovadas por unanimidade e criticam a lei levada a cabo pelos governos CDS e PSD que juntaram algumas freguesias. No Cartaxo como em tantos outros concelhos, alguns grupos de cidadãos

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ficaram preocupados com o encerramento das sedes de junta de freguesia, todavia em todas as antigas freguesias existe uma sede que mantém os mesmos serviços e isso, vai minimizando a situação. O documento levado à última Assembleia Municipal, quer que este órgão “tome uma posição pública pela defesa da auscultação democrática das populações” nomeadamente aquelas que foram agregadas que no caso do Cartaxo, juntaram a sede de concelho a Vale da Pinta, e a Ereira

à Lapa. Ouvido pelo Valor Local, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, refere a importância deste documento que diz concordar por inteiro. O autarca refere que é a favor da auscultação das populações fazendo valer a decisão dos cidadãos sobre a manutenção dessas uniões, ou não. Contudo esta é uma decisão que não depende do município. Este último apenas poderá promover um pequeno referendo, mas não está nos planos da autarquia

para já. Pedro Ribeiro, refere que deverá ser a Assembleia da Republica a tomar uma decisão, dado que as moções agora aprovadas são recomendações ao Governo. Pedro Ribeiro salienta que a despoletar esta situação, estão declarações do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que declarou no congresso da Associação Nacional de Freguesias “que para este ano, teremos um novo processo de reorganização territorial das nossas freguesias”.

com os promotores que aguardam pela saída dos seus projetos do papel. Faltam concretizar projetos de 2015 que já deveriam estar concluídos no final de 2017. Sendo que do Orçamento Participativo de 2016 poucos foram ainda implementados. “Expliquei aos promotores as razões dos atrasos, sei que nem todos ficaram satisfeitos”, referiu. O autarca esclareceu que devido à

envergadura de alguns desses projetos – a que somam outros que não os do Orçamento Participativo – não existiam na Câmara técnicos superiores em número suficiente, razão pela qual foram abertas vagas para engenheiros recentemente. “Estamos a finalizar esse recrutamento para depois colocarmos esses projetos finalmente na contratação pública”.


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Valor Local

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Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade da ACISMA - Associação, Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja

Centro de Conhecimento para melhorar a qualidade dos alimentos A Comissão Europeia lançou, dia 13 de março, o Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos, gerido pelo Centro Comum de Investigação, em resposta às preocupações dos consumidores com a qualidade dos alimentos e as práticas fraudulentas no domínio alimentar. As preocupações com possíveis fraudes alimentares e com a qualidade dos alimentos minam a confiança dos consumidores e prejudicam toda a cadeia de abastecimento alimentar na Europa, desde os agricultores até aos retalhistas. Os casos recentes de fraude alimentar atingiram produtos como azeite, vinho, mel, peixe, produtos lácteos, carne e aves de capoeira. Além disso, os consumidores podem ser expostos a práticas comerciais desleais,

em especial no que se refere aos produtos alimentares disponíveis nos diferentes mercados, com diferenças significativas na sua composição, mas com uma embalagem similar. Atribuições do Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos: * Coordenar as atividades de fiscalização do mercado, por exemplo, em matéria de composição e propriedades organoléticas dos alimentos fornecidos com a mesma embalagem e marca em vários mercados da UE; * Operar um sistema de alerta precoce e informação para a fraude alimentar, por exemplo, através do acompanhamento dos meios de comunicação social e da disponibilização destas informações ao público em geral;

* Fazer uma ligação entre os sistemas de informação dos Estados-Membros e da Comissão, por exemplo, entre bases de dados que descrevem a composição de determinados produtos agroalimentares de elevado valor, como o vinho ou o azeite; * Gerar conhecimentos específicos a cada país, por exemplo, fazendo o levantamento das competências e infraestruturas laboratoriais nos Estados-Membros. O Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos vai produzir boletins informativos, mapas interativos, bases de dados e relatórios periódicos, tornando essas informações acessíveis ao público. Fonte: Rep. da CE em Portugal

Erasmus+ Virtual Exchange A Comissão Europeia lançou, dia 15 de março, o Erasmus+ Virtual Exchange, um projeto tendente a promover o diálogo intercultural e a melhorar as competências de, pelo menos, 25000 jovens, através de ferramentas de aprendizagem digitais ao longo dos próximos dois anos. O Erasmus+, acrescenta hoje uma versão em linha às suas ações de mobilidade, com vista a ligar mais estudantes e jovens dos países europeus e dos países da vizinhança meridional da UE. O projeto abrange os 33 países participantes no programa Erasmus+ e a região do Sul do Mediterrâneo, nomeadamente a Argélia, o Egito, Israel, a Jordânia, o Líbano, a Líbia, Marrocos, a Palestina, a Síria e a Tunísia. O Erasmus+ Virtual Exchange permitirá ligar os jovens, os

técnicos de juventude, os estudantes e os académicos dos países europeus e dos países da vizinhança meridional da UE, através de discussões moderadas, grupos de projeto transnacionais, cursos em linha abertos a todos e promoção da formação. A título de exemplo, jovens de diferentes países poderão entrar em contacto uma vez por semana para debaterem temas como a evolução económica ou as alterações climáticas, apoiados por um moderador e baseandose em material de preparação previamente distribuído. Todas as atividades terão lugar no âmbito dos programas do ensino superior ou de projetos juvenis organizados. Durante a fase preparatória, o Erasmus + Virtual Exchange suscitou o interesse de universidades e organizações de juventude, tendo já sido criadas 50 parcerias e formadas 40 pes-

soas como facilitadores para moderar debates. Os contactos e intercâmbios com os homólogos no estrangeiro são uma grande oportunidade de adquirir novos conhecimentos e competências, bem como para melhorar a tolerância e a aceitação mútuas. O intercâmbio virtual promove o diálogo intercultural entre os jovens, em conformidade com a Declaração de Paris, acordada na reunião informal dos Ministros da Educação da UE em março de 2015. A Declaração tem por objetivo promover a cidadania e os valores comuns da liberdade, tolerância e não discriminação através da educação. Para mais informações, consulte o website: Erasmus+ Virtual Exchange. Fonte: Rep. da CE em Portugal


Plataforma Estrada Nacional 3 oje, tenho que falar sobre a Estrada Nacional 3. Hoje está na ordem do dia, como infelizmente já o está há vários anos. Pelas piores razões – porque é um exemplo flagrante da incúria do Estado em proteger os seus cidadãos, da leviandade com que se avaliam prioridades de intervenção, de como questões de compadrio político e interesses particulares se podem sobrepor a necessidades reais das populações. E como dessa incúria, desse fazer vista grossa sobre problemas reais, dessa ausência de rigor e isenção na tomada de decisões, pode resultar a morte de dezenas de pessoas, centenas de acidentes e feridos num troço de estrada com cerca de dez quilómetros – e se continua a desviar o olhar e a assobiar para o lado. Falo da EN3 com o conhecimento de causa de quem foi, durante doze anos, Presidente da Câmara e com a humildade e a isenção de quem foi e continua a ser membro dum Partido com larguíssimas responsabilidades neste estado de coisas.

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Desde há longos de anos que a localização privilegiada do troço entre Azambuja e o Carregado atraiu à zona grandes superfícies de logística, apenas intervaladas pelas áreas de plantação de arroz entre Vila Nova da Rainha e o Casal Pinheiro. Naturalmente que, enquanto Presidente de Câmara, estimulei a instalação dessas unidades, - e disso sou acusado -, particularmente quando a Opel abandonou as instalações do Espadanal, criando um gravíssima situação de desemprego no Concelho e na Região. Fi-lo por duas razões: a primeira, porque era preciso desesperadamente criar postos de trabalho; a segunda, porque nesses anos que prenunciaram a crise de 2008 e nos anos subsequentes, se assistiu à debandada de empresas do País e a logística era o único sector que se conseguia atrair ao Concelho, salvo uma ou outra excepção. Mas tinha a consciência de que era necessária uma intervenção urgente na EN3 e, a muito custo, depois de dezenas de insistências, deslocações, negas em reu-

niões com ministros e secretários de estado, promessas nunca cumpridas, conseguiu-se traçar com as Estradas de Portugal um plano de intervenção que passava, no nosso Concelho por construir três rotundas entre Azambuja e Vila Nova – a Câmara já tinha, através do Polis, construído as rotundas de entrada poente e nascente em Azambuja- e duplicar nesse troço o número de faixas (de duas para quatro), com um separador central físico. A Câmara garantiria a concordância dos proprietários dos terrenos circundantes em fazerem as cedências necessárias – o que fez e todos os proprietários foram de imediato unânimes na cedência. Restava um problema técnico frente ao Cemitério de Azambuja onde não podia, obviamente, ceder-se terreno. Até hoje o Estado, através das Estradas de Portugal, não cumpriu rigorosamente NADA daquilo a que se comprometeu. Até mesmo as rotundas dos Casais de Baixo e da Modis foram promovidas pela Câmara em negociação

Joaquim António Ramos

com as empresas que se instalaram no local (Staples, F.C.C. e Modis), que as pagaram como contrapartida de instalação. Até hoje o Estado não cumpriu o acordo assinado pelo então Primeiro-Ministro José Sócrates depois de longas e duras negociações com o Governo na sequência do abandono da localização Ota para o novo aeroporto de Lisboa e que previa expressamente a intervenção na EN3 – condição sine qua nom para assinar o referido acordo, salvo erro em Setembro de 2008, nas Caldas da Rainha. Hoje tenho a consciência, que já por diversas vezes manifestei, que o chamado “Acordo de Contrapartidas da Ota” foi o maior logro político em que estive envolvido. Não havia vontade nem condições de levar para a frente nenhum dos grandes projectos do Acordo, como até hoje se demonstrou. O Governo – do Partido Socialista – negociou, tenho que o admitir, sempre de má-fé com as Autarquias Locais nele envolvidas. Hoje, dez anos passados, a situa-

A morte anunciada e o morrer ão pretendendo ser mórbido nem tão pouco ferir susceptibilidades, decidi nesta crónica, escrever sobre a morte, impulsionado pelo recente falecimento de um ente-querido e também pela leitura de um livro que intitularía de: «Crónica de uma morte anunciada» (apropriando-me do título de um livro do escritor colombiano, Gabriel Garcia Márquez), e que abaixo, referencio. Diz a sabedoria popular que “quem não morre novo, de velho não escapa”! Esta é a única certeza que temos, pois é uma inevitabilidade da existência humana! Como preâmbulo, digo-vos que, em medicina, o conceito científico de morte rege-se, naturalmente, por vários critérios, sendo que, o mais comum, é o da morte cerebral. Critério absolutamente irrele-

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Opinião 23

Valor Local

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vante face ao sentimento de perplexidade, impotência, dor e angústia do homem, perante o seu fim. Esta consciência pessoal sobre a morte ou o fim da vida, surge com o passar dos anos, agudizase na entrada da terceira idade e subjuga o pensamento quando já “velhinhos” recuperam algumas das boas memórias numa vã tentativa de se agarrarem à vida que inexoravelmente terminará “a breve trecho”; ou ainda, quando surge com o evoluir de uma doença grave, tomando uma forma depressiva, desesperante e impotente ou quando pacificamente, sem desesperança e com abnegada aceitação e resignação. Mas há também, os que se agarram à vida, porquanto “enquanto há vida, há esperança” e na lucidez, o pensamento nos ente-queridos e o sofrimento que lhes causaria a sua

morte. Neste contexto, há um extraordinário exemplo de uma vontade indómita de viver e de lutar contra uma morte que fora anunciada e, que se compagina no testemunho notável, de Joaquim António Ramos, no seu livro “A Ressurreição segundo Mister Cohen” cuja leitura recomendo vivamente aos meus leitores. Já o escritor José Cardoso Pires (1997) chamou “morte branca” à vida sem memória, após acidente vascular cerebral. Mas se, os que em vida, e como diz o poeta: “E aqueles que por obras valerosas/Se vão da morte libertando” (Luis de Camões), foram amados e amaram e, tiveram uma vida repleta de desejos e realizações múltiplas; outros há, que estranhamente, na sua morte não deixam qualquer “legado”, nem dor, nem saudade nos outros; são

ção da EN3 está pior do que em 2008: o movimento aumentou, o estacionamento nocturno da camions junto à berma é uma praga e começou a assistir-se à deslocação de grupos de trabalhadores a pé ao longo da estrada, de dia ou de noite, sem as menores condições de segurança. A verdade é que, apesar do número crescente de acidentes e das diligências dos Municípios de Alenquer e Azambuja, a situação continua na mesma. Sou dos que acredita que é em situações como esta que a sociedade civil deve manifestar-se, deve tomar iniciativas que obriguem os poderes públicos a cumprirem com as suas obrigações – se não com aquelas mais gerais de proteger os cidadãos e as suas vidas, pelo menos com os Acordos que assumiram oficialmente. O Estado deve ser uma entidade de Bem e, independentemente do Partido que governa, honrar os compromissos anteriores. Por isso aderi na primeira hora a

este movimento cívico que é a Plataforma da EN3, como forma do exercício de cidadania a que todos temos direito e dever. Como eu, muitos aderiram à Plataforma, alguns até com familiares ou amigos que perderam a vida nesse fatídico troço de estrada. Por isso participarei activamente – tanto quanto a saúde e a idade mo permitirem – em todas as acções em que a Plataforma se envolver, desde as audições pelos Grupos Parlamentares às velas de 15 de Maio e apelo a todos os meus conterrâneos para que o façam. E que o façam independentemente dalgumas vozes sem escrúpulos que apenas vêm política partidária num Grupo de Cidadãos unidos pela perda dum irmão, dum filho ou dum amigo que apenas pretendem exercer o seu dever cívico de evitar que mais tragédias do tipo de repitam.

Augusto Moita

pessoas que simplesmente deixam de existir à face da terra, como se nunca tivessem sido “gente” (sem identidade) ou estado em qualquer lugar (onde viver), que fenecem, confirmando uma morte que há muito tinha “ocorrido na sociedade” ou que estava há muito anunciada. Refiro-me concretamente a todos os “mortos-vivos” (desculpem-me a expressão) - os sem memórias, os dementes, os que vivem em estado vegetativo, os que estão em estado terminal, os dependentes de tudo e de todos, etc. - mas, particularmente os indigentes, os sem-abrigo (que são desprezados/ostracizados). Estes, quando “morrem clinicamente” há muito que já se “encontravam mortos”, seja no interior de si mesmos, seja na falta de identidade própria, e/ou na recordação de qualquer ente-querido e, cujos

corpos (despojos humanos) acabam numa laje de um qualquer Instituto de Medicina Legal, para mais tarde servirem de atração principal no proscénio de um qualquer hospital, para gáudio de imberbes estudantes de medicina. A morte, é naturalmente, o reflexo da vida que a antecede. Uns acabam com toda a dignidade em féretros e honras fúnebres prestadas por familiares e amigos; outros acabam indignamente nus e em gélidos “sepulcros” de formol! A morte de alguém, leva indelevelmente consigo, não só a sua identidade mas também a dos seus, transportando o nome de uma família. Os outros, os indigentes, os sem identidade, não só não serão reclamados para um funeral condigno, como permanecerão nos corredores inóspitos de uma qual-

quer morgue, aguardando a vez dos seus corpos serem esventrados, vilipendiados e exibidos. Mas...e apesar de tudo isto, não há pior perda: a mais dolorosa, ignóbil, incompreensível, revoltante, inaceitável e que questionará a nossa fé, do que a de um filho! Igualmente triste e sórdido é o que acontece aos idosos que perdem os seus cônjuges e que com eles se deixam “morrer também”, numa existência doravante inócua, solitária e dramática, passando a “viver” esperançosos que o “dia do juízo final” ocorra “amanhã”. Que me perdoem os leitores a dramaticidade desta crónica!


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Valor Local

A urgência de gerir eficazmente a água om o cenário de seca que vivemos, parece que só agora despertamos, a sério, para a necessidade de preservar e gerir eficazmente a água, um bem escasso, essencial à vida. Lembramo-nos do que aprendemos na escola, que 70% do Planeta é coberto por água, mas que desta, apenas 1% é água doce que pode ser utilizada para consumo humano ou outros usos complementares, como o agrícola. E que, se as disponibilidades de água já são poucas para fazer face ao crescimento da população mundial, a situação piora com a seca.

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O ambiente e os fenómenos naturais são cruéis, e os nossos hábitos consumistas desprezam o facto deste recurso natural não ser inesgotável. A culpa é, por isso, do ambiente e de todos nós, que somos irresponsáveis e não poupamos o suficiente. Este discurso e estas preocupações parecem óbvias e, sendo politicamente corretas, são veiculadas pela sociedade civil e pela escola. E o maior responsável, o Estado, em sentido lato, é o maior interessado em que a mensagem passe assim. Culpa-se o ambiente e os hábitos

dos consumidores, que se pretendem mudar, mas foi e é o Estado o primeiro a gerir mal este recurso, com o desperdício de água nos sistemas de abastecimento público que estão a seu cargo. Como se pode entender que haja sistemas de abastecimento com perdas de água superiores a 50 e 70% da água captada? Como se pode encarar com indiferença, inundações a céu aberto decorrentes de roturas que o Estado não repara, e que ninguém denuncia, por ser uma prática tradicionalmente aceite, ou de somenos importância? E a água que se perde, invisivel-

António Cunha*

mente, em redes obsoletas, reservatórios furados, que o Estado não repara, não renova e não substitui? Estarão estas redes aptas para assegurar, por outro lado, a qualidade da água? E a ausência de gestão de pressão na rede, que, por demasiado elevada, provoca rebentamentos em condutas? E o que dizer da ausência de sancionamento de ligações indevidas aos sistemas públicos de água, diga-se “furto de água”, porque é o Estado que tem a responsabilidade de fiscalizar e não fiscaliza nem sanciona? O Estado gere mal, mas esse não

A água água é um recurso natural essencial para a vida. Porém, com o passar dos anos a sociedade foi usando a água cada vez mais sem a consciência de que um dia ela pode acabar, em virtude da poluição, da degradação ambiental e das mudanças climáticas, provocada pelas atividades humanas. O comprometimento da qualidade da água pode inviabilizar o seu uso ou tornar impraticável o tratamento, tanto em termos técnicos quanto financeiros. Diversas são as substâncias tóxicas geradas nas diferentes atividades humanas. Nas práticas agrícolas, por exemplo, o uso sem controle de substancias químicas pode representar um grande perigo para o meio ambiente, para os ecossiste-

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mas e para a saúde humana. Dessa forma, é preciso que haja racionalização do consumo, acrescida do estabelecimento de estratégias de reutilização, tanto nas práticas agrícolas como nas atividades quotidianas residenciais, comerciais e industriais. Apenas 0,4% da água existente na terra é água doce utilizável, sendo que a destinada a consumo humano tem origem, na maior parte dos casos, em rios, lagos e lençóis freáticos. Em determinados casos, essencialmente no meio rural, ainda existem famílias que se abastecem diretamente de poços ou furos próprios, muitas vezes por opção pessoal. No entanto, dada a acentuada degradação da qualidade da água disponível que se

título deste artigo é uma frase do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro, que resume muito bem duas ideias essenciais que devem nortear a ação política. A primeira é a de que a Política não é um fim em si mesmo, pelo que deve ser desenvolvida em torno de valores e princípios, que também têm uma dimensão ética. Não vale tudo, porque há regras morais não escritas pelas quais qualquer Homem “deve” querer (dentro da sua liberdade) o bem e rejeitar o mal. É assim. Sempre foi assim. A segunda ideia essencial é a de que a Política é uma atividade nobre e por isso deve estar sempre ao serviço das pessoas e nunca ao serviço dos políticos, das suas famílias, dos seus amigos ou dos seus “camaradas” de partido. A

Política deve ser assumida com espírito de missão e em liberdade. Porque quem fica dependente de um qualquer cargo político para pagar as suas contas, perde a liberdade de decidir apenas em função do bem comum e fica “preso” aos vários interesses particulares que procuram condicionar o poder político. Como é óbvio, em todas as organizações, nomeadamente nos partidos políticos, há quem seja sério e há quem não respeite o “mínimo ético”. Mas não tenho dúvidas em afirmar que a esmagadora maioria dos políticos, seja de que força partidária for, é gente honesta, com valores e princípios, que tudo dão para fazer o melhor em prol da sua comunidade. Por isso, é injusto que os políticos sejam todos tratados da mesma

é o maior problema. A questão é não ter consciência disso, é considerar que está no caminho certo, e que precisa de tempo para solucionar o problema. Mas o tempo está a esgotar-se. A água é um bem público, porque é de todos nós, mas a gestão não pode ser feita de acordo com a bitola do Estado, pois este desperdiça, e esse desperdício vai continuar a onerar os consumidores, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista ambiental, este último cada vez mais crucial. Em vez de colocar o ónus no con-

sumidor e nos seus hábitos, e na necessidade de poupar, o Estado tem que primeiro fazer um mea culpa. O Estado tem que deixar de desperdiçar, displicentemente, água a rodos, ou, com se diz na gíria, água “em barda”. * CEO do grupo Aquapor Presidente da Assembleia Geral da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente

António Oliveira*

tem verificado ao longo dos tempos, provocada pela intervenção do Homem na natureza, a maioria das pessoas tem um sistema de abastecimento comum. No nosso Concelho, o abastecimento de água é assegurado quer em quantidade quer em qualidade, pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, sendo praticamente 100% da população abrangida. Do mesmo modo, também quase a totalidade do Concelho se encontra coberto com redes de drenagem de águas residuais, as quais são tratadas em ETAR. Os SMAS de Vila Franca de Xira, no que respeita à poupança de água, desenvolvem um trabalho contínuo, desde logo pelo grande

investimento que têm vindo a fazer na redução das perdas, através da renovação da rede de abastecimento, da aquisição de equipamentos para a deteção das mesmas, tendo no ano de 2017 atingido um valor de 17%, quando a média nacional se situa nos 32%. Por outro lado, também muito importante, é feita a educação ambiental, junto das crianças e jovens e da população em geral, quer através das iniciativas que desenvolvemos ao longo do ano, como sejam as comemorações do dia mundial da água, o dia da criança e também nas campanhas realizadas no nosso site e pelos encartes, que periodicamente juntamos às faturas que chegam aos nossos clientes, no sentido de sensibilizar a população para o

A política sem ética é uma vergonha O

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forma e pela mesma “bitola”. Não é verdade que sejam “todos iguais”, “todos corruptos”, “todos ladrões” e que “todos querem tacho”. Um membro de uma assembleia de freguesia recebe por cada reunião pouco mais de 15 euros. Isso é ser ladrão? Um vereador sem pelouro “ganha” pouco mais de 60 euros por cada reunião quinzenal. Isso é ter “tacho”? Contudo, estas acusações generalizadas trazem consigo o “reverso da medalha”: ao mesmo tempo que o cidadão comum acusa os políticos de serem “todos iguais”, contemporiza e desvaloriza os comportamentos menos corretos e pouco éticos praticados pelos agentes políticos que estão mais próximos de si. Se for um político que o cidadão comum só encontra na televisão

ou nos jornais, tudo será dito e escrito, em particular nas redes sociais como o Facebook… Se for um eleito que o cidadão até conhece pessoalmente, então tais comportamentos pouco éticos são desvalorizados e até recebidos com um “encolher de ombros”… Apesar desses comportamentos configurarem o “uso e abuso” de dinheiro dos nossos impostos em benefício particular dos tais “políticos de proximidade”… É o carro oficial que durante o fim de semana é usado para ir às compras lá para casa… É a contratação da filha, da cunhada, do primo, do tio às descaradas e sem qualquer pejo… É os bilhetes de futebol oferecidos para assistir a jogos em camarotes de luxo… É os “regimes de exclusividade” ao mesmo tempo que se mantém uma atividade profissional

uso sustentável deste precioso recurso. Se pensarmos em anos como 2017, em que as quantidades de precipitação que se registaram foram diminutas, tendo causado situações de seca graves, somos levados a fazer uma reflexão séria sobre os reais efeitos das alterações climáticas e que de facto temos que adotar com urgência, medidas de consumo sustentável assim como comportamentos responsáveis no que se refere à poluição e à contaminação dos solos. Em suma, o aumento exponencial do consumo aliado à crescente adição de substâncias estranhas e tóxicas aos recursos hídricos, têm feito diminuir a sua quantidade disponível e, consequentemen-

te, tem crescido a necessidade de se pensar em novas opções de gestão, a nível local, regional e global, deste bem tão precioso e nem sempre suficientemente valorizado. Pois o consumo sustentável implica saber usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades e aspirações das gerações futuras. * Presidente do Conselho de Administração dos SMAS

António Jorge Lopes*

paralela durante o horário da dita “exclusividade”… Estes são comportamentos que até podem respeitar a Lei, mas não são éticos. É a típica “chico-espertice” que encontra respaldo no fraco escrutínio que os eleitores fazem daqueles que elegeram. Na verdade, há uma dimensão que é individual, que é do foro íntimo do político e que só dele depende: ou é sério ou não é, tem valores e princípios ou não tem. Mas há uma outra dimensão que é coletiva, que é de cada um de nós: só vamos ter melhores agentes políticos com cidadãos mais atentos, mais vigilantes, mais exigentes. Depois de exercermos o nosso DIREITO de VOTO ganhamos o DEVER de FISCALIZAR quem ganhou.

Os cidadãos não se podem afastar deste Direito-Dever. O não exercício do direito de voto (a abstenção) só premeia a mediocridade. O não cumprir com o dever de fiscalizar, questionar, exigir, reclamar, também só premeia a mediocridade. A maioria dos políticos são sérios. Mas o alheamento dos cidadãos face à realidade política e à “Coisa Pública” faz aumentar os “chicosespertos” e diminui a qualidade dos eleitos. E nessa perspetiva até se pode dizer que a mediocridade é uma doença que fere a Democracia… * Advogado


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Municípios unidos pela água s desafios que se colocam na gestão dos serviços de abastecimento de água e de águas residuais (adiante designados por serviços de água) são numerosos, e complexos. De facto, conciliar diferentes dimensões, algumas das quais parecendo ser conflituantes entre si, não é tarefa fácil: assegurar a equidade e universalidade no acesso a estes serviços, mantendo níveis tarifários compatíveis com a capacidade económica das pessoas, mas que simultaneamente possam assegurar uma adequada sustentabilidade económico-financeira das entidades gestoras, num quadro em que as exigências em termos de qualidade são cada vez maiores, resulta numa equação de difícil resolução. Mais difícil é ainda, nos casos em que estes serviços são prestados por entidades gestoras de reduzida dimensão (em termos de popu-

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lação servida), e que para além destes serviços são igualmente responsáveis por muitos outros, como é o caso dos Municípios. Importa salientar que na esmagadora maioria dos casos, a gestão dos serviços de água (pelo menos na vertente “em baixa”) era, antes de 2009 (ainda é), assegurada diretamente pelos Municípios. Muitas das vezes, seja devido à sua reduzida dimensão, à escassez de meios humanos, técnicos e / ou financeiros ou a dificuldades (políticas) em assumir a definição de trajetórias tarifárias adequadas, é difícil para um Município, de forma isolada, conseguir responder de forma afirmativa aos desafios acima elencados. A motivação Perante este cenário, nos primeiros anos do século XXI, vários Mu-

nicípios da sub-região da Lezíria do Tejo, no seio da Comunidade Intermunicipal desta região, decidiram estudar a possibilidade de encontrar uma solução conjunta para ultrapassar os desafios que todos eles enfrentavam.

Francisco Oliveira*

Essa solução teria de responder, de forma cabal, a esses vários desafios, a saber: - aumentar a acessibilidade física ao serviço (especialmente no saneamento); - melhorar os níveis de qualidade

e eficiência do serviço prestado; - aumentar a resiliência dos sistemas (de abastecimento e saneamento); - assegurar a sustentabilidade ambiental e económico-financeira dos serviços; - manter um nível de acessibilidade económica ao serviço compatível com o nível de rendimento da população; - permitir aos Municípios manter o controlo sobre um serviço que todos consideravam estratégico. O processo de criação da empresa não foi fácil, mas com empenho e determinação foi possível ultrapassar as dificuldades. A criação da Águas do Ribatejo permitiu, como vimos, uma evolução notável em diversos indicadores. Contudo, temos a perfeita noção que existe ainda um longo caminho a percorrer, mas temos tam-

O Novo Tribunal em Vila Franca de Xira e a Estratégia para a Regeneração Urbana no Concelho oi assinado, no passado dia 12 de março, o protocolo para disponibilização do terreno e elaboração dos projetos para o novo Tribunal de Vila Franca de Xira (que albergará o Tribunal de Comércio Lisboa Norte), entre o Município e o Ministério da Justiça. Foi um momento importante para o Concelho e para o conjunto da população que beneficiará desta infraestrutura (para já não falar dos agentes do sistema de justiça, que têm trabalhado em condições físicas muito deficitárias), a nascer na zona da antiga Armada, recentemente adquirida pela Câmara Municipal. Esta área de desenvolvimento urbano (a da antiga Armada) representa, também ela, uma oportunidade relevante para a Cidade de

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Vila Franca de Xira, permitindo viabilizar, entre outros investimentos, o completamento do Nó II à autoestrada, prevendo-se a criação de uma nova saída para quem vem de Lisboa, facilitando a acessibilidade não só para os residentes na zona de Vila Franca de Xira (Bom Retiro, Agruela e outras) como também para os do Concelho de Arruda dos Vinhos. A atratividade do território da antiga Armada crescerá também exponencialmente com a efetivação desta acessibilidade, estando nas mãos da Câmara Municipal o incentivo à nova dinâmica económica e social que ela pode facilitar. A ancoragem de um serviço tão importante como o novo Tribunal numa nova zona a desenvolver,

constitui mais um elemento positivo a acrescentar à manutenção deste ativo territorial na esfera pública, possibilitando novas condições e dinâmicas ao complexo desportivo do UDV, à qualificação da porta sul de entrada na Cidade e à apropriação de zonas urbanas até hoje destacadas do centro urbano, como os Bairros do Paraíso e da Mata, entre outros. À ligação pedonal e ciclável que todos já utilizam entre Alhandra e Vila Franca de Xira seguir-se-á, pois, assim o Município a motive e/ou concretize, uma nova leitura urbana, qualificada e moderna, cuja projeção e materialização urge; razão pela qual, propositadamente, toda a área anteriormente ocupada pela Escola da

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Metaforas e Parabolas Lda - Co-

municação Social e Publicidade; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050-318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 10171 • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt

Armada foi qualificada como Área de Reabilitação Urbana nos instrumentos que concretizam a Estratégia para a Regeneração Urbana do Concelho, a par dos centros antigos das suas localidades. Uma coisa é certa: da capacidade de congregar vontades, esforços e bons entendimentos no Município e com as entidades que agora têm entre mãos o poder da definição concreta do desenvolvimento do projeto da zona da antiga Armada dependerá a rapidez, a eficácia e a qualidade da intervenção futura. Cabe agora aos diversos Partidos presentes nos órgãos autárquicos saber posicionar-se ao lado da qualidade e do futuro (a ver vamos se poderemos contar, civicamente, com uma ampla frente de dispo-

bém a convicção que vamos conseguir continuar a trilhar esse caminho de forma sustentada e equilibrada. A Águas do Ribatejo é a prova de que é possível gerar consensos e compromissos entre diversos Municípios, procurando o “bem comum”, com uma gestão pública eficiente, uma estratégia sustentável ambiental e financeiramente, assegurando de forma equitativa e justa o acesso de todos a um serviço público essencial, esperando que o seu exemplo possa servir de inspiração a outros para que, juntos, possamos construir um futuro mais sustentável. * Presidente da Águas do Ribatejo

Fernando Paulo Ferreira*

nibilidade para pensar, projetar e dinamizar esse território da forma mais participada possível). Notas finais: 1 - Encontram-se a decorrer os procedimentos concursais para a requalificação da EN10 entre as Cidades da Póvoa de Santa Iria e Alverca; para a criação de corredores verdes (eixos) de Santa Sofia a Povos; para a reabilitação de imóveis de habitação social municipal e respetivos espaços públicos; e decorrem as obras do novo Parque Urbano Moinhos da Póvoa, que permitirá a ligação ciclável e pedonal do Concelho ao Parque das Nações, em Lisboa (assim Loures concretize a requalificação da sua zona ribeirinha, como todos anseiam);

2 – O Município de Vila Franca de Xira viu recentemente aprovadas todas as candidaturas que apresentou aos Fundos Europeus Estratégicos de Investimento, o que viabiliza, para já, investimentos diretos em intervenções de requalificação urbana e social no valor aproximado de vinte milhões de euros, no que prenunciará, mais uma vez, excelentes graus de execução do quadro comunitário, cujo arranque foi tão atrasado pelo Governo anterior. * Presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira


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