Jornal Valor Local - Edição Dezembro 2021

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Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 106 • 16 Dezembro 2021 • Preço 1 cêntimo

Alenquer: Oposição arrasa criação de corpo de Polícia Municipal

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Sociedade na 5

Falta de passadeiras na rotunda de Aveiras preocupa população e autarcas

Sociedade na 8

Com dois anos de pandemia como vai ser o Natal nos lares de idosos da região

Destaque da 12 à 15

Ecolezíria na linha da frente na compostagem doméstica

Ambiente na 19 PUB


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Arruda dos Vinhos com 50 casas velhas à espera de reabilitação concelho de Arruda dos Vinhos discutiu no dia três de dezembro as suas políticas de habitação, e qual o papel dos municípios na captação de pessoas, investimentos, promovendo ao mesmo tempo o acesso a casas acessíveis. A secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, enfatizou o papel do Estado na promoção do programa Primeiro Direito que permite que estratos desfavorecidos da sociedade possam usufruir de habitação condigna como de resto está a acontecer com a requalificação do Bairro João de Deus na localidade de Arruda. Contudo entre o setor da construção civil e do imobiliário no concelho, o sentimento é de que há escassez de oferta no mercado local, com cada vez mais casas degradas (cerca de 50 só na sede de concelho). Por outro lado, começam a escassear as áreas para nova habitação. João Pedro Cavaco, arquiteto, orador num dos painéis da tarde, sustentou que em 2019 houve uma grande procura do concelho sendo que não existiam imóveis em número suficiente para corresponder a essa demanda. O arquiteto enfatizou que a Covid trouxe também uma nova moda, a do desejo por habitações que com-

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Arruda dos Vinhos discutiu o presente e o futuro no mercado da habitação

preendam algum espaço exterior para as famílias usufruírem, tendo em conta o fantasma dos confinamentos trazido pela pandemia. “Quem vem viver para Arruda dos Vinhos não quer um apartamento fechado”, referiu sublinhando que tem a perceção de que existem muitos fogos não ocupados em vários loteamentos e há que perceber as razões que levam a isso, exortando a Câmara de Arruda a levar para a frente essa averiguação que considera importante para

o futuro do mercado imobiliário local. Por outro, e no mercado da reabilitação urbana salientou que por vezes a burocracia imposta leva a que muitos proprietários desistam de renovar os seus imóveis, para além de que “o preço das matérias-primas está cada vez mais descontrolado”. Já Cristophe Matos, construtor civil local, também focou a questão dos custos cada vez maiores na construção com as margens de lu-

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cro a ficarem cada vez mais reduzidas, desmistificando a ideia de que “os construtores civis ganham rios de dinheiro”. “Só um pedreiro custa 1500 euros por mês, a que se soma o aumento de todos os custos do que implica construir uma casa. Sendo que para reabilitarmos, temos casos de municípios onde nem sequer vale a pena, porque as burocracias são enormes, e por isso continuamos a ver casas velhas desertas em grandes centros urbanos”, dando

como exemplo Almada. “Qualquer investidor quer respostas rápidas a nível dos processos de licenciamento, informação prévia, porque quem paga é o cliente final que perde rapidamente a paciência se começar a ver muita areia na engrenagem”, demonstrou. O agente imobiliário Paulo Viduedo, com vasta experiência no mercado de Arruda dos Vinhos, referiu que a lei trouxe também mais constrangimentos para a regene-

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ração de pequenas casas em ruínas com menos de quatro hectares. Por outro lado, e nas habitações anteriores a 1951, herdadas pelos seus clientes, muitas delas degradadas e que podiam ser alvo dos programas de reabilitação, “há dificuldades na obtenção das certidões que são obrigatórias para se iniciarem os processos”. Paulo Viduedo exortou ainda o município a agilizar de uma forma mais célere determinados processos relativos à facilitação de documentos que são necessários para que no fim de contas o mercado imobiliário não se ressinta ainda mais do momento atual dominado pelo encarecimento das matériasprimas. “A aposta na regeneração urbana é importante porque as pessoas querem tudo mais rápido e os bancos também estão cada vez mais exigentes”. Viduedo sentenciou – “Quinze dias de atraso em algum procedimento pode significar o desinteresse total do comprador”. Acrescentou também que “a pandemia veio alterar o perfil de cliente que escolhe Arruda para comprar casa, e não um apartamento. Apenas as classes etárias mais altas em que os filhos já saíram de casa é que preferem esse tipo de solução”.

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Alenquer: Jovem pasteleira, Leonor Catarino vence concurso internacional Sílvia Carvalho d’Almeida eonor Catarino é a mais recente estrela no firmamento da gastronomia em Portugal. Com apenas 25 anos, a jovem de Alenquer, residente em Abrigada, venceu recentemente o prémio internacional da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, uma associação que premeia os melhores chefes a nível europeu, neste caso, em pastelaria. Leonor, que ganhou o gosto pela cozinha em pequena, ao ajudar a mãe a confecionar bolos, não podia estar mais feliz. A aluna do nível cinco de gestão e produção em pastelaria da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste viajou para Tallinn, capital da Estónia, para participar no evento do qual sairia vencedora, depois de ter também conquistado o prémio de “pasteleiro júnior “no concurso de interescolas, que decorreu em Vila Real de Santo António, e lhe deu acesso à final. Concorreu com um colega belga, escolhido aleatoriamente, e teve que afinar a sua estratégia de ação em cerca de uma hora, tendo que ultrapassar a barreira linguística e cultural. Entenderam-se “bastante bem”, refere ao nosso jornal, embora um dos maiores

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Jovem Alenquerense brilha lá fora problemas tenha sido o da comunicação, já que tiveram de falar exclusivamente em Inglês, “Com o nervosismo, por vezes, esque-

cíamo-nos dos vocábulos apropriados”, recorda. De resto, é usual nas escolas de turismo os alunos aprenderem idiomas como

o Inglês e o Francês, a primeira porque é uma língua franca, e a segunda porque a culinária francesa tem muita influência.

As sobremesas que apresentou para o certame foram Bolo de Cenoura e Avelã com Creme de Maracujá, Strussel de cacau, composto por um crocante feito com cacau, como o nome indica, mousse de queijo, massa oublié, ou massa túlipa, que é bastante parecida com a bolacha dos gelados, e também espuma de rum. A aprendiz, que está no terceiro ano do curso, vai estagiar em breve para o Hotel Penha Longa em Sintra, um dos seus sonhos, e provavelmente trabalhará com uma das suas maiores referências ao nível culinário, o chef executivo de pastelaria, Francisco Siopa. Conta-nos que até ao 12º ano, não sabia bem se seria possível para ela seguir o sonho da culinária, pois não acreditava que fosse uma profissão com muita saída profissional, ou pelo contrário, que fosse bem-sucedida na área. Entretanto, tirou um curso de pastelaria na empresa Jerónimo Martins e cozinhava como hobby, até que trabalhou quatro anos numa fábrica de confeção de bolos. A experiência não correu bem, mas deulhe ânimo para seguir a sua paixão e logo que pôde inscreveu-se na escola de pastelaria onde estuda atualmente. Quanto ao futuro, quer poder es-

tudar um pouco cá dentro e no estrangeiro, trabalhar na área e ganhar experiência, e só depois abrir um negócio próprio. Gostaria por exemplo de estudar na “Cordon Bleu” em Paris, uma das escolas internacionais mais conceituadas de culinária, conhecida por ensinar a famosa pastelaria francesa, que é das mais requintadas e difíceis de confecionar. Mas avisa que é “uma escola de difícil acesso”, tanto pelo grau de exigência que imprime aos candidatos, como pelo valor das propinas e custos associados a uma estadia numa das cidades mais caras do mundo. Para além do chef Siopa, a sua maior referência na cozinha é o seu professor da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, o chef Bruno Marques, que ajudou bastante neste concurso e foi essencial para o seu sucesso. Para Leonor, este prémio organizado pela AEHT representa um marco na sua ainda curta carreira, e possivelmente uma porta que se abre para novos voos. Leonor diz que gosta de cozinhar todo o tipo de receitas, mas em particular prefere a pastelaria francesa, que embora seja das mais difíceis, também “representa um desafio maior.” PUB


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Alenquer: Oposição arrasa criação de corpo de Polícia Municipal Câmara Municipal de Alenquer vai criar um corpo de polícia municipal. Chegou a falar-se de uma verba de 10 milhões a médiolongo prazo, mas terá sido uma fake news. Nesta altura estão previstos apenas 60 mil euros para o arranque do projeto no orçamento de 2023, e segundo declarações de Pedro Folgado, presidente da Câmara, ao nosso jornal o investimento inicial pode chegar apenas aos 200 mil euros dado que terá de incluir a aquisição de viaturas e fardamento, mas após esse arranque será uma questão de manutenção do futuro corpo policial com os normais custos. Esta era uma medida inscrita no programa eleitoral do candidato do PSD, Nuno Miguel Henriques, atual vereador da oposição eleito por aquele partido, que saudou a medida, e que o Partido Socialista com maioria no órgão executivo considerou como válida. Pedro Folgado especifica que “já tinha sido pensada antes”. Segundo a autarquia, esta polícia cujo número de elementos ainda não é conhecido terá competências nas áreas da fiscalização de trânsito e estacionamento, segurança das instalações camarárias, eventos e fiscalização do urbanismo. O aumento da criminalidade no conce-

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lho, de que são exemplo assaltos recentes a instalações autárquicas, e a falta de efetivos da GNR estarão na base da sustentação desta proposta. O concelho também tem problemas a nível da fiscalização do estacionamento, e na Barrada, Carregado, têm sido frequentes as queixas de moradores junto do nosso jornal quanto à permanência de camiões em locais onde é proibido o parqueamento. Segundo apurámos junto da GNR o número de coimas passado tem sido residual nesta componente. Folgado refere que “a fiscalização é cada vez menor” e também não tem encontrado entre os trabalhadores municipais pessoas interessadas em fazer aquele trabalho, reconhecendo que a atividade da GNR tem deixado a desejar, nomeadamente, no que respeita a fazer com que os cidadãos cumpram as regras de trânsito e estacionamento. Acredita que esta polícia da Câmara pode vir a ser importante para servir de complemento às forças de autoridade existentes. Em 2022, vai ser lançado o dossier procedimental que deve incluir pareceres da administração pública, da administração interna, e do conselho de ministros. Por parte da oposição, os comu-

Alenquer prepara-se para criar à semelhança de outros concelhos o seu corpo de polícia municipal nistas alegam em nota de imprensa que a criação desta polícia corresponde “a uma desresponsabilização do Estado central nas funções de garantia da segurança pública, criando, também ela, uma falsa ilusão nas populações, uma vez que, manifestamente, tal competência não pode ser atribuída a um corpo municipal”. “A solução para a falta de recursos nas funções de fiscalização municipal, de proteção civil, e outras atividades

de apoio às populações devem necessariamente passar pelo reforço dos meios dos departamentos municipais competentes e não por uma perigosa e ilusória criação de um corpo dito de polícia”. Refere ainda aquele partido que o orçamento para esta medida “é enganador”, uma vez que “só vislumbramos a inscrição de uma verba afeta diretamente à Polícia Municipal de uns escassos 60 mil euros, para executar até 2023”.

Já o PSD de Alenquer, através do seu novo presidente da concelhia, Pedro Afonso, refere que esta é “uma tentativa descarada” de aproveitamento “das contribuições dos munícipes angariadas através dos seus impostos para se substituir àquilo que devia de ser da competência do Governo através de reforço dos efetivos da GNR em todo o concelho”. O PSD acredita mesmo que o município vai investir 10 milhões de euros, e sublinha essa verba no seu press release. Contactado o município é rejeitada essa verba. O PSD enfatiza – “Não podemos deixar de mostrar o nosso descontentamento até porque hoje a fiscalização e outros serviços municipais já podem ter quase tantas competências como aquelas que a Polícia Municipal poderá deter na fiscalização do cumprimento das normas regulamentares municipais, nomeadamente, na proteção animal e da natureza, fiscalização de estabelecimentos e atividades comerciais, de construção e obras, vigilância de espaços públicos e abertos ao público e transportes públicos, guarda do património municipal, fiscalização da legislação do ruído, ocupação da via pública, feiras e venda ambulante, elaboração dos autos de no-

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tícia com remessa à autoridade competente, e também festas e espetáculos”, pelo que esta proposta “não passa de uma vaidade exibicionista demasiado cara”. Segundo o PSD, a medida também não deixa de ser um pretexto, para “engordar” o quadro de pessoal do município, “para certamente criar mais uma divisão, e assim ter mais um chefe de divisão, e um cargo de Comandante da Polícia, o qual não tem carreira técnica equiparada aos funcionários municipais, mas uma carreira especial, e por si só mais onerosa”. Sobre este comentário do PSD, Folgado prefere não tecer demais considerações, argumentando que a medida tem sustentabilidade e que o que conta para si é a posição do vereador do PSD que aplaudiu a medida. Já “quanto às divergências entre o eleito e a concelhia é lá com eles”. O autarca dá a entender que não pode ficar à espera que o quadro da GNR local possa ser substancialmente aumentado para colmatar as deficiências, dada a escassez de militares, e por outro lado, já lhe foi transmitido pela tutela que o concelho não tem capacidade para receber um quartel da PSP, força de segurança normalmente adstrita às cidades. PUB


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Junta de Cardosas apresenta projeto do observatório astronómico à população Foto Daniela Assis

Para já a iniciativa contou com um pequeno telescópio mas o projeto é mais ambicioso

Iniciativa encantou a população Moinho das Cardosas, freguesia de Arruda dos Vinhos, deu mais um passo no sentido de ser transformado num observatório astronómico, como de resto o Valor Local deu conta na edição passada. No dia 11 de dezembro foi aberto à comunidade com a iniciativa “Ver Estrelas no Moinho”

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A iniciativa foi da junta de freguesia local, com o apoio do município e juntou dezenas de pessoas, entre miúdos e graúdos à volta deste edifício, que já faz parte da paisagem da freguesia. Situado num ermo, o Moinho foi de resto uma aposta ganha pela junta de freguesia, que ao ver o

equipamento sem uso, decidiu dar corpo a esta iniciativa de “Ver Estrelas no Moinho”, já que a sua localização constitui um fator chave para o projeto. Para já, “viram-se as estrelas” de forma simples, mas a montagem de um telescópio não está fora de questão, muito pelo contrário.

Ao Valor Local, Fábio Amorim, presidente da junta, destaca que o moinho foi recuperado, mas até à data não se sabia muito bem qual o fim a dar-lhe. E foi em jeito de brincadeira que esta ideia nasceu. Este projeto, que agora deu o primeiro passo, teve o apoio de Car-

la Natário que é uma astrónoma arrudense que trabalhou no Reino Unido, que segundo o presidente da junta “é a nossa referência técnica” destacando que a ideia “foi bem acolhida pela população que a considerou fora da caixa”. Fábio Amorim quer dar corpo à

ideia, e para isso precisa pelo menos de 100 mil euros para realizar obras de adaptação ao moinho. Os próximos passos passam por encontrar soluções técnicas e financeiras, sendo que Carla Natário terá um papel importante no projeto. PUB


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Comandante dos Bombeiros da Póvoa distinguido Comandante dos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria e Comandante Municipal Operacional

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de Vila Franca de Xira, António Carvalho, foi agraciado no passado fim de semana pela Liga dos

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Bombeiros Portugueses. O comandante que foi no passado mês, também candidato à liderança da Liga, recebeu a distinção da “Fénix de Honra”. António Carvalho acabou por não ser eleito para aquele organismo tendo sido derrotado por António Nu-

nes, antigo inspetor geral da ASAE. O momento serviu para agradecer os serviços prestados por António Carvalho, momento esse partilhado com o corpo de bombeiros que dirige e “com todos os Bombeiros e Bombeiras que me

têm acompanhado ao longo dos anos, aos Elementos de Comando que comigo fazem e fizeram equipa”, referiu numa nota nas redes sociais. Na sua página de Facebook, António Carvalho agradeceu ainda às várias direções dos bombeiros

com as quais trabalhou nos últimos anos e também “aos Órgãos Sociais da Federação de Lisboa, pois sem todos vós esta homenagem não era possível”. António Carvalho é ainda presidente da federação dos bombeiros do distrito de Lisboa.

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Falta de passadeiras na rotunda de Aveiras preocupa população e autarcas atropelamento de uma mulher de sessenta anos, do qual o Valor Local deu nota nas suas redes sociais, na estrada de acesso à autoestrada em Aveiras de Cima foi o mote para se voltar a perguntar pelas passadeiras de peões há muito reivindicadas pela população. Em reunião de Câmara, Rui Corça, vereador da oposição PSD, referiu a sua preocupação sobre um assunto muito antigo e que desde há muitos anos que tem vindo a ser falado pela oposição e até pelos autarcas eleitos. O autarca disse ser urgente encontrar soluções e por isso interrogou Silvino Lúcio, presidente da Câmara, sobre o assunto, exortando-o a ter outra proatividade neste assunto e mais energia junto da administração central. “Felizmente que o acidente não teve consequências graves. Mas pergunto se estamos à espera que exista um acidente com consequências mais graves para depois metermos todos a mão na testa e exigimos todos indignados à IP que tome uma atitude”. Silvino Lúcio, presidente da Câmara, manifestou igualmente a sua preocupação sobre um assunto que reconhece ser antigo. O

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Mais um atropelamento junto a esta rotunda trouxe assunto à baila numa das últimas reuniões de Câmara

presidente da Câmara assegurou que tem vindo a ser tratado, ainda assim sem a rapidez desejada pelos autarcas e pela população. A autarquia chegou em tempos a colocar no local uma passadeira,

mas a Infraestruturas de Portugal (IP) mandou retirar a mesma por não se encontrar na esfera da autarquia nem na sua competência sobre aquele via. O presidente da autarquia assegu-

rou terem já existido reuniões com a IP em conjunto com o executivo da junta de freguesia de Aveiras de Cima. “Estamos à espera que saia da parte da Prevenção Rodoviária Portuguesa a autorização

para a implantação da passadeira junto à rotunda”. Silvino Lúcio salienta que as futuras passadeiras ficarão um pouco mais a norte da rotunda por motivos de segurança, mas aguarda o sim das autorida-

des que tarda em chegar. O que é certo é que a rotunda de Aveiras de Cima com acesso à Autoestrada do Norte, tem sido um assunto por concluir nos últimos anos. Para além das passadeiras, os autarcas têm vindo a reiterar a necessidade de colocação de iluminação na mesma, mas ainda assim, e mesmo já com alguns, poucos candeeiros, está longe de ser a ideal, até porque a rotunda está apenas parcialmente iluminada e isso tem também influencia na segurança da via e das pessoas. A situação não é de resto a ideal, até porque residem pessoas dos dois lados da estrada e nos últimos anos tem crescido o número de acessos ao outro lado da via, onde inclusivamente foi colocada uma roulotte de comes e bebes que tem atraído muitos camionistas que aumentam o volume de trânsito e de pessoas a atravessar a estrada, pelos menos à noite e aos fins de semana. Este é outro assunto que perturba os moradores, que para além das questões do trânsito, queixam-se ao Valor Local de situações mais complicadas que envolvem alguns clientes daquele espaço com o consumo excessivo de álcool. PUB


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Pelourinho de Alhandra volta à praça principal da localidade Pelourinho de Alhandra, voltou a ser recolocado na principal praça da localidade. A iniciativa partiu da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira que investiu na recuperação do monumento, classificado como Imóvel de Interesse Público, cerca de 30 mil euros. As cerimónias que decorreram no primeiro dia de dezembro, foram de resto bastante participadas pela população e autarcas que não quiseram deixar passar o momento, que é considerado de máxima importância histórica para aquela vila. O monumento agora recuperado foi retirado da praça em 1893 e associado ao reinado de Dº João III e regressa quase 128 anos depois. Durante estes anos esteve guardado e até há cerca de alguns anos começou a ser intervencionado, no sentido da sua recuperação. Para Mário Cantiga, presidente da Junta de Freguesia este é um momento importante para a freguesia e para a história. O autarca considera positivo este trabalho de reimplantação do pelourinho de Alhandra, “que é património classificado como monumento de interesse público, algo

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Antigos e novos autarcas neste acontecimento

que muito nos deve orgulhar”. Mário Cantiga sublinhou as peripécias pelas quais passou a reimplantação do monumento, que começou nos mandatos da socialista Maria da Luz Rosinha e

atravessou os mandatos do anterior presidente da Câmara Alberto Mesquita até aos dias de hoje. Para o presidente da junta “não é todos os dias que se escreve mais uma importante página na

história da nossa terra, do concelho e consequentemente do nosso país”. Mário Cantiga recordou a história da reimplantação do pelourinho, começando pela união de um

“conjunto de ilustres alhandrense em 1905”. O monumento teria sido retirado em 1893 “em consequência da reforma administrativa de 1855” e é por isso que o autarca considera importante esta his-

tória que veio a devolver o pelourinho aos alhandrenses, reforçando a importância do conhecimento do passado, tendo em vista o presente e o futuro. Para Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, esta reimplementação foi mais do que justa para a população. O autarca frisou o trabalho feito pelos anteriores presidentes de câmara, sem os quais, esta obra não teria sido possível. O presidente da Câmara destacou que a reposição do monumento “era um objetivo da autarquia de há muitos anos”, referindo que existiram várias fases para a conclusão dos trabalhos, e que os alhandrenses foram acompanhando todo o processo “com tentativas de avanços e recuos na concretização de um trabalho que demorou a ser feito”. O autarca referiu que o pelourinho de Alhandra representa simbolicamente “o poder, a justiça, a independência e um símbolo de respeito pela história e património”. A implantação do monumento foi integrada na requalificação da Praça 7 de Março que teve um custo global de cerca de 150 mil euros. PUB


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Câmara de Azambuja arranca com programa 1º Direito concelho de Azambuja deu o primeiro passo na possibilidade de mais agregados carenciados conseguirem aceder a habitação a custos controlados com a assinatura de um protocolo entre o município, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, e o presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), Luís Gonçalves no âmbito deste programa denominado “1º Direito” no passado dia 2 de dezembro. Foram identificados, no concelho de Azambuja, 115 agregados familiares, compostos por 221 pessoas, que vivem em condições habitacionais consideradas indignas. A programação estratégica de soluções de habitação para esses casos, contemplada neste acordo um investimento global muito próximo dos 5 milhões de euros (4 milhões 976 mil 600 euros). O plano financeiro define várias fontes de financiamento, em que o IHRU disponibilizará uma

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Primeiro direito contempla verba de cinco milhões de euros para o concelho

verba de 2 milhões 513 mil 240 euros a fundo perdido e, ainda, 1 milhão 950 mil 925 euros a título de empréstimo bonificado. O valor restante, na ordem de 512 mil euros, será assegurado por autofinanciamento.

Na cerimónia, o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, disse estar lançada a semente “para transformar o nosso território” e dar “um alento à nossa construção civil”. O autarca deu a entender que pode recorrer ao Plano de Recuperação

e Resiliência (PRR) para este projeto adiantando que estão a ser delimitadas as áreas de reabilitação urbana com vista ao 1º Direito. Sendo que não está posto de parte o recurso às casas do bairro prisional de Vale de Judeus, devo-

lutas mas que após recuperação podem servir para alojamento de famílias em regime de renda apoiada. O vereador com o pelouro da Estratégia de Apoio à Habitação, António José Matos, enfatizou que vêm trabalhar todos os

dias para o concelho seis mil pessoas e como tal o município tem de ter condições para atrair parte desse fluxo e com isso crescer do ponto de vista da sua população, o que não é o caso atualmente ao surgir como o concelho da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo com as rendas mais caras, só ultrapassado na região pelo de Vila Franca de Xira. O vereador aponta o primeiro semestre do ano que vem para concluir o regulamento que especifica as condições de acesso ao arrendamento acessível. Já a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, evidenciou “as dificuldades que a classe média começa a ter no acesso à habitação acessível” e deu o mote para que o município aproveite as verbas a 100 por cento da janela de oportunidade que é o PRR para encetar o quanto antes este programa, e canalize a verba já conseguida dos cinco milhões para outros projetos.

Câmara de Alenquer aprova impostos municipais para 2022 A Câmara Municipal de Alenquer aprovou as taxas dos impostos municipais para 2022. Assim e no que diz respeito à derrama a

aplicar sobre o lucro tributável sujeito a imposto relativo ao rendimento de pessoas coletivas (IRS) continuará a ser de 1,5 por cento.

O IMI permanece nos 0,38 por cento para os prédios urbanos e 0,80 por cento para os prédios rústicos. O município prevê aplicar PUB

ainda majorações de 30 por cento junto dos proprietários que não façam obras em prédio degradados, e por outro lado ajudar na diminuição do valor do imposto para as famílias com dependentes a seu cargo. Durante a campanha eleitoral, o executivo socialista foi acusado de não baixar o Imposto Municipal sobre Imóveis para 0,3 por cento, o valor mínimo. Em reunião de Câmara, o presidente reeleito, Pedro Folgado, mantém o mesmo valor defendendo que para continuar a apoiar “as famílias e as empresas do concelho precisamos de continuar a arrecadar receita, e também para fa-

zer face aos demais encargos que temos”. O vereador da CDU, Miguel Carretas, defendeu que o IMI continua a ser um “imposto cego”, acreditando que o município teria folga de tesouraria para “pelo menos baixar o valor do imposto para os prédios urbanos”. O autarca defende que quem não reabilita deve ser penalizado, e como tal vê com bons olhos a majoração de mais 30 por cento. Já o eleito do PSD, Nuno Miguel Henriques, alertou para o facto de nem todos os munícipes terem “condição financeira para reabilitar casas, nomeadamente, as provenientes de heranças que

se encontram muitas vezes num avançado estado de degradação”. O vereador defendeu ainda uma “discriminação positiva” para quem queira “reabilitar ou ir viver para casas nas freguesias rurais”, e por outro lado e numa tentativa de captar “quadros qualificados para residirem no concelho, a criação de uma espécie de vistos gold do ponto de vista fiscal no mercado da habitação”. A proposta de derrama foi aprovada com os votos a favor do PS, e CDU e a abstenção do PSD. Já o IMI recebeu o voto contra da CDU, abstenção do PSD, e os votos a favor do PS.

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinalado na Escola Secundária de Azambuja O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi assinalado na Escola Secundária de Azambuja com uma palestra dirigida aos alunos. O tema é sensível, mas as novas gerações parecem estar atentas ao que as rodeia. A prova disso foram as questões colocadas a Jorge Paiva e a Emilda Vaz, ambos com necessidades especiais, e que têm de superar diariamente barreiras que muitas vezes acabam por ser um obstáculo difícil. Maria Carminda Azevedo, professora, moderou um debate intenso com perguntas e respostas sobre quase tudo, demonstrando a participação ativa e a preocu-

pação dos alunos sobre as principais dificuldades dos dois convidados. Por um lado, Jorge Paiva, que cegou em 2015 e que mesmo assim deu a volta ao país acompanhado de um cão guia, e Emilda Azevedo, antiga aluna da Escola de Azambuja e hoje funcionária, que mesmo presa a uma cadeira de rodas não desiste de sonhar e de lutar pelos seus ideais. Em suma foram duas histórias de superação e força, que serviram de exemplo aos mais jovens. Jorge Paiva é licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, natural de Santa Maria da Feira,

Portugal, com 53 anos de idade; trabalhou sempre como assessor de negócios e consultor fiscal. Tendo nascido com baixa visão, ficou cego aos 47 anos, no ano de 2015, durante o qual fez seis intervenções cirúrgicas que, no entanto, não conseguiram reverter o processo. Iniciou, ainda durante essa fase, um rápido caminho de recuperação da mobilidade, que culminou em 2017 com a atribuição do seu cão-guia Zangão. Esta recuperação foi fonte de inspiração para um intenso processo de transformação da sua vida, tanto a nível pessoal, como profissional. Segundo o próprio, foi como nascer de novo.


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Região reforça espírito natalício com a pandemia ainda em pano de fundo Em Alenquer está dado o mote para que mais turistas venham conhecer a Vila Presépio

A magia do Natal branco em Azambuja Miguel António Rodrigues m pouco por toda a região, as autarquias quiseram garantir o mínimo de normalidade neste Natal. A iluminação de Natal, associada, muitas vezes a outras iniciativas mais lúdicas, está a tomar forma e ganha este ano contornos diferentes, não estivéssemos nós ainda em pandemia e sem condições para acontecimentos que envolvam grandes aglomerados de pessoas. Ainda assim, municípios como Arruda dos Vinhos, Benavente, Salvaterra de Magos e Cartaxo, não quiseram deixar de celebrar esta época e colocar à disposição das pessoas campanhas de apoio ao comércio tradicional e às famílias, neste último caso através de ações dedicadas às crianças e com a colocação de iluminação associada ao Natal. São também os casos de Vila Franca, Azambuja, e Alenquer que mais uma vez voltam a apostar na “magia do Natal” para tentar minimizar o último ano em que a Covid- 19 voltou a dominar o dia a dia das pessoas e das empresas. Em Vila Franca de Xira, acenderam-se as luzes de Natal no final de novembro em todo o conce-

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lho. Um ritual que já tem alguns anos de existência e que junta também muitas das iniciativas das respetivas juntas de freguesia. Na União de Freguesias de Alverca-Sobralinho, o programa é extenso, com várias atividades a decorrer um pouco por toda a parte e com uma programação que vai vigorar até ao dia 19 de dezembro. Esta programação de Natal integra atividades destinadas aos vários grupos etários, de onde se destacam as crianças, mas também os pais. A iniciativa decorrerá com muita “animação de rua e espetáculos musicais nas igrejas, abrangendo sempre os dois territórios - Alverca e Sobralinho” segundo uma nota da Junta de Freguesia, que juntou igualmente duas paradas na rua com a presença do Pai Natal no palácio do Sobralinho, com muita animação para as crianças. Um pouco por todo o concelho, assistiram-se, como na cidade de Vila Franca de Xira a vários mercadinhos de Natal e a muitas outras iniciativas promovidas pelas juntas de freguesia, não só na sede de concelho, mas também por parte das restantes, com destaque para o “acender” das luzes de Natal no final do mês de novembro.

Em Alenquer, o destaque foi, mais uma vez, para a “Vila Presépio” que volta a marcar toda a região, em torno do seu presépio gigante na encosta da vila, e em torno das múltiplas iniciativas destinadas a miúdos e graúdos, mas que desta vez decorrem dentro da vila. Mas a grande atração foi mesmo a inauguração do Museu do Presépio. À Rádio Valor Local, Rui Costa, Vice-Presidente da Câmara de Alenquer sublinhou a importância deste museu. Tendo em conta todo o contexto que a vila vive por alturas do Natal. Este é um novo espaço museológico integrado na rede de museus municipais, que contará com várias exposições. Uma delas permanente, onde se encontram os conteúdos históricos como: “Alenquer, o Presépio de Portugal”, “Presépio, Franciscanos e Alenquer”, “O Presépio da Carnota: o mais antigo conhecido”, “As Cheias de 1967”, “O Presépio Monumental em Alenquer” e “Reis Magos: O Pintar e o Cantar dos Reis em Alenquer”. Sobre este novo projeto, o vicepresidente salientou ao Valor Local que este é o quinto espaço museológico a abrir “numa vila pequena como a nossa num nú-

cleo urbano”. A autarquia pegou num edifício muito danificado para encetar esta concretização. Rui Costa diz ser importante contar a história de Alenquer e a sua relação com o presente. Desde a chegada dos franciscanos ao famoso presépio de Carnota, “o mais antigo de Portugal”, passando pelo presépio monumental, e imagem de marca, que está edificado na encosta da vila. Alenquer vai receber concertos e contos de Natal, visitas guiadas ao presépio, exposições de presépios nos Paços do Concelho, e muitos divertimentos para os mais pequenos como o carrossel mágico ao estilo parisiense, mercados de rua e outros pontos de atração. Já por Azambuja, a autarquia leva a cabo mais uma edição dedicada a miúdos e graúdos no Jardim Municipal Dr. Joaquim Ramos. Este ano, o município aposta no filme “Frozen” que dá mote ao “Jardim de Natal” com o nome White Christmas. António José Matos, Vice-Presidente da Câmara de Azambuja, destacou ao Valor Local “a boa aceitação das pessoas”. O autarca sublinha a importância desta iniciativa face ao período que es-

tamos passar, tendo em conta a pandemia por Covid 19 e o projeto que envolve o comércio local, através da atribuição de vales de compras a serem reutilizados no mesmo. “No ano passado, fizemos este projeto e este ano volta a ser um sucesso com largas dezenas de comerciantes a aderirem”. António José Matos vinca que a edição deste ano tem algumas novidades como o “Mercadinho de Natal” e a venda de livros da biblioteca a 50 cêntimos “que é uma forma de levarmos a cultura para a casa das pessoas”. A isto a autarquia junta também a loja dos produtos locais, com vinho, mel bolachas e outros artigos produzidos no concelho. A iniciativa da Câmara de Azambuja, decorre até 6 de janeiro de

2022, e junta espaços e adereços direcionados a todas as famílias e comunidade em geral. Sobre a celebração da passagem de ano e à semelhança de outros concelhos, também Azambuja não irá festejar. António José Matos refere que o estado da pandemia não o permite para já, e por isso o executivo azambujense não quis arriscar. Ainda no concelho de Azambuja, as freguesias de Aveiras de Cima e a União de Freguesias de Manique, Maçussa e Vila Nova de São Pedro, levaram a cabo as suas próprias iniciativas. A realização de um “mercado de Natal” com produtos locais e com a ajuda das coletividades, foram o mote para estas duas freguesias alegrarem um pouco os seus fregueses.

Em Alverca e Sobralinho há vários pontos de interesse para miúdos e graúdos PUB


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Com dois anos de pandemia como vai ser o Natal nos lares de idosos da região Sílvia Carvalho d’Almeida o destaque deste mês quisemos saber como será o Natal dos mais idosos que se encontram nos lares da região. Porque, especialmente nesta época de encontros familiares, de festa e de alegria, não nos podemos esquecer daqueles que se encontram em situação mais vulnerável, muitas vezes de doença, e que não poderão estar com as suas famílias, tendo em conta a situação pandémica que vivemos. Em 2020, passaram-se momentos difíceis, com grandes surtos de infeção de Covid-19 nos lares, contudo e com o início da vacinação logo em janeiro, 2021 decorreu de forma mais tranquila, mas não deixaram de surgir notícias a dar conta de alguns focos da doença um pouco por toda a parte. O lar da Misericórdia de Alhandra foi notícia em 2020, pois aquando da segunda vaga no último trimestre desse ano, um surto terminou na morte de 26 utentes, num total de 86 infetados, a que se somaram mais 30 trabalhadores. Este ano a situação foi relativamente tranquila. Tal como nos conta José

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Joaquim Alves, provedor da instituição: “Não tivemos nada a salientar, apenas dois casos que

foram rapidamente debelados”. Na maior parte deste ano, os utentes puderam ter visitas dos

seus familiares, o que neste momento não é permitido devido ao agravar da situação pandéPUB

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mica, e por orientação da Direção Geral de Saúde (DGS). Todos os idosos e funcionários do

lar estão vacinados com a terceira dose da vacina, e este processo decorreu “muito bem”, na opinião do provedor. No entanto, todos os cuidados são poucos para esta população, que se encontra muitas vezes debilitada por comorbilidades graves. Estar afastado da família, especialmente numa fase da vida e numa época em que há uma maior tendência para o saudosismo, parece ser o maior desafio, sendo que há famílias que já não se abraçam há muito tempo. José Joaquim Alves diz que “temos de nos pôr na pele dos outros” e perceber que “é quase inevitável que nesta situação, os idosos se sintam um pouco mais tristes do que o habitual”. No entanto, explica que os lares deixaram de ser há muito tempo “apenas lares” para passarem a unidades de cuidados continuados. Isto é uma grande mudança no paradigma, “já que a ideia que se tinha dos lares até aqui é que se tratavam de depósitos onde se deixavam os mais velhos que não tinham utilidade para a sociedade”. O provedor explica ainda que muitos dos utentes possuem patologias como demência, o que não lhes


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Na Misericórdia de Vila Franca é mais um Natal sem os familiares mas com várias atividades a decorrerem permite ter uma noção clara de tudo o que se está a passar, e os que ainda estão lúcidos, têm receio de saírem do ambiente protegido do lar e contrair a doença, pelo que a aceitação das medidas foi pacífica. Pelo que nos diz, as famílias continuam a querer visitar os seus idosos, e estes sabem disso. Situação diferente é aquela de abandono em que muitos se encontram, especialmente nesta época de festas. Os relatos de pessoas mais velhas deixadas em hospitais continuam a crescer, sendo Portugal um dos países com maior índice de abandono de idosos. José Joaquim

Alves conta-nos que estão constantemente a ser contatados pelo hospital, com pedidos para “irmos buscar pessoas em situação de alta médica, abandonadas pelas famílias” o que na sua opinião é um problema da nossa sociedade. As camas que têm no lar, em acordo com a Segurança Social, e que muitas vezes se destinam a estes casos, “estão quase sempre cheias”. A instituição está já no seu limite máximo de 120 camas. O provedor considera que “há que criar condições para que cada vez menos pessoas sejam encaminhadas para os lares”, devendose apostar antes em melhor

apoio domiciliário, “mais expressivo e eficaz”, até porque é diferente ir para uma unidade de cuidados continuados quando “não há mesmo outra opção” do que fazê-lo por sistema. Os utentes que se encontram no lar da Misericórdia de Alhandra, não se poderão queixar, contudo, de falta de cuidados. Para este Natal, José Joaquim Alves conta-nos que “temos uma festinha programada, só com eles, nem os funcionários estarão presentes. Vamos pôr um pouquinho de música, com alguém que vai lá tocar acordeão, também o professor de musicoterapia fará um programa com eles.

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Jorge Carvalho foca que este será mais uma no difícil para os idosos da sua instituição Tudo para que os idosos se sintam, bem e em casa”. Provedor da Misericórdia de Vila Franca enfatiza o abandono de idosos nos hospitais Já o provedor da Misericórdia de Vila Franca de Xira, Jorge Carvalho, conta-nos que no lar da instituição, também haverá festas de Natal, “com animação, muita música de acordeão e de guitarra, e fado”. Apenas os utentes e as funcionárias estarão presentes, estando este ano também as famílias interditas ao espaço. No entanto, os familia-

res poderão acompanhar as festas através das redes sociais da instituição, nomeadamente, o Facebook e Instagram, e “ver as dinâmicas deste ano, sendo que as fotos publicadas têm a aprovação prévia” dos mesmos, de acordo com as regras de proteção de dados. Haverá poesia, canto, e “o que cada um quiser e puder trazer”. Serão os idosos que se encontram numa situação mais favorável de saúde a participarem mais ativamente na festa de Natal tendo em conta que muitos outros utentes não o vão poder fazer. Tal como nos indica o provedor, “há muitos idosos que se encontram aca-

mados, e outros com Alzheimer”. A instituição, que possui este centro, também dá apoio domiciliário, e este ano, estará a fazê-lo a novos e velhos utentes. A procura por lares nesta altura do ano é também maior, segundo Jorge Carvalho, e isto devese mais uma vez ao facto de muitos idosos serem abandonados em urgências de hospitais. “Os hospitais estão cheios de pessoas que não precisam de lá estar. Sou constantemente contatado pelo Hospital de Vila Franca de Xira com casos destes, o que se acentua nesta época do ano.” Esta situação seria

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ainda mais grave, segundo o provedor da instituição, se não existisse o enorme número de lares ilegais um pouco por toda a parte, o que no fundo significa que “não têm acordo com a segurança social”. Jorge Carvalho não põe em causa o tratamento dado aos idosos nessas estruturas ainda que clandestinas. “Em muitos delas, os utentes são bem tratados”. Sente, sobretudo, que o Estado não está a dar uma resposta suficiente a este problema. Revela ainda que nalguns casos os familiares que o contatam “não tentam descartarse das suas responsabilidades” para com os idosos. “Na maioria dos casos, não é isso que acontece. Sabemos das dificuldades que por vezes é ter uma pessoa nesta situação em casa. Os filhos trabalham, e não se podem ocupar dos muitos cuidados que estas pessoas precisam. Os idosos caem com facilidade, não comem pela sua mão, o que torna tudo muito mais complicado”. Para Jorge Carvalho, e relativamente ao facto de neste ano, à semelhança do anterior, as visitas a casa dos familiares por parte dos idosos também estarem proibidas, refere que é natural um maior sentimento de tristeza nos idosos nesta altura do ano, e dá o exemplo de quando esteve em África na guerra colonial, em que passou dois Natais longe dos seus familiares, e sentiu muito a sua falta. Isto para dizer que “os idosos

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sentem tal como nós, pelo menos aqueles que ainda têm o discernimento e as capacidades cognitivas intactas, e por isso apercebem-se de que estes são tempos excecionais”. “Este é um período em que especialmente nós de sangue latino, gostamos de estar todos juntos, e celebrar, e neste momento as saídas são perigosas porque nunca se sabe o que pode acontecer. Podemos ficar infetados por um simples abraço, e temos de ter cuidados redobrados.” Lar de Vale do Paraíso refeito do surto de Covid do início do ano No lar da Associação Nossa Senhora do Paraíso, e segundo Olga Capão, diretora técnica da instituição, este ano de período pandémico foi “muito complicado”, com o aparecimento de um surto em janeiro, onde “apenas um dos utentes não ficou infetado”. E sobretudo, porque “as instituições não têm instalações preparadas para tal”. Refere que tiveram de fazer alterações nas salas e como tal “colocámos os idosos positivos num andar e os negativos num andar distinto, e à medida que mais casos se verificavam, íamos transferindo os utentes, o que aconteceu, portanto, na maioria dos casos.” Os principais sintomas verificados foram febres, sendo estas debeladas com antipiréticos, e a maioria dos idosos sentia muitas

dores no corpo. No entanto, apenas dois utentes faleceram entre os que contraíram a doença. Acabou por ser um surto mesmo em cima do início da vacinação, sendo que este processo decorreu tranquilamente, “sem nenhum percalço”, e todos os ido-

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sos têm a segunda dose da vacina, uma vez que quem esteve infetado, a maioria, não necessita do reforço da terceira dose. Lidar com esta situação foi difícil, pois também algumas funcionárias ficaram doentes, e outras afastaram-se da instituição, com receios da Covid. No en-

tanto, a diretora técnica ressalva que não foram apenas os meios humanos que faltaram neste período, com treze pessoas a cargo, mas também os meios físicos. Embora tivesse existido “algum apoio da Câmara Municipal, Junta de Freguesia de Vale do Paraíso, e da Proteção Civil

que foi entregar equipamentos de proteção individual, e outro tipo de materiais necessários, mas ainda assim insuficientes”. Neste natal os idosos não poderão sair da instituição, excetuando-se os casos em que terão necessidade de ir a atos médicos, por períodos inferiores a 24

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Dezembro 2021 horas, que não implicam isolamento, mas poderão receber visitas dos seus familiares através de uma parede de acrílico, podendo assim matar saudades que nesta época mais ainda se fazem sentir. Olga Capão conta que muitos utentes “não se apercebem do que se está a passar, e os que se apercebem acabam por aceitar, pois a família vai explicando o que se passa”. Contudo são poucos os que na sua instituição se encontram completamente lúcidos. Houve, há semelhança dos outros lares, uma festa de Natal com troca de presentes com o tradicional carneiro, e haverá uma procissão ao ar livre, que decorre todos os anos, por esta altura, a da Nossa Senhora do Paraíso. De resto, na Consoada haverá o tradicional bacalhau. Para a diretora técnica, o que os idosos realmente mais apreciam é a procissão, colocando-se muitas vezes às janelas para verem o cortejo passar. No entanto, explica que esta é uma altura do ano especialmente “sentimental e dada a emoções, porque as pessoas estão afastadas das suas famílias, sendo que até há dois anos era habitual irem passar as festas a casa.” Relativamente ao abandono de idosos não sente que o lar onde exerce funções tenha mais procura por este motivo. Argumenta que a região onde o lar se insere é “rural, e por isso os seus habitantes ainda são “muito ami-

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No Lar Associação Nossa Senhora do Paraíso há diversas atividades programadas para este Natal gos do seu amigo”, ou seja, “cuidam muitos dos seus idosos”, dizendo que estas situações de abandono se verificam “mais nas grandes cidades onde as pessoas não têm tanto tempo para tal.” Presidente da ALI foca contradições na lei para as visitas Para o Presidente da Associação de Apoio Domiciliário de La-

res e Casas de Repouso de Idosos (ALI), João Ferreira Almeida, “os lares são muito suscetíveis de contágio, uma vez que há funcionárias a entrarem e a saírem todos os dias, e muitas vezes a andar de transportes públicos, o que é um risco acrescido, sobretudo se não houver um grande rigor no cumprimento das medidas de prevenção”. De resto e num balanço da vacinação, refere que a entrada em cena das vacinas

“revelou-se bastante eficaz não na prevenção dos contágios, mas na redução da taxa de mortalidade dentro destas casas”. Descuidos podem acontecer em qualquer altura, “mas não são a maioria dos casos”. Houve grandes surtos durante o primeiro trimestre do ano, que “felizmente já estão longe de serem a realidade”. As medidas de precaução como uso de máscara e desinfetante para as mãos são essenciais para evitar que isto

aconteça. A vacinação está quase completa nos lares da associação, excetuando-se nos casos em que por as pessoas terem contraído a doença não devem ser vacinadas. As visitas continuam permitidas, mas neste momento é obrigatória a apresentação de teste, com uso de máscara. Na maioria dos casos, com uma barreira física para prevenir os contactos. Esta situação é “desagradável, mas inevitável”, desabafa.

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Isto implica que as festas que se organizavam nesta época com as famílias não serão possíveis. Já as visitas a casa poderão acontecer por períodos inferiores a 24 horas, facto com o qual João Ferreira Almeida não concorda, pois “há uma contradição muito grande ao exigir a apresentação de um teste negativo aquando das visitas dos familiares, mas já não ser preciso apresentar este teste se os forem buscar para saírem, o que não tem sentido nenhum. Não sabemos como as pessoas se vão comportar, dificilmente resistirão a beijos e abraços, o que se torna numa situação muito difícil de controlar.” Isto é especialmente contraditório, uma vez que se o familiar se apresentar dois dias depois no lar para visitar o parente, terá que apresentar teste. O processo de vacinação decorreu, segundo a sua opinião, “muitíssimo bem”, o que não poderia ter acontecido desta forma se a comandar a operação não estivesse o Almirante Gouveia e Melo, pois este “fez um trabalho fantástico”. O facto de ser um militar do exército, fez com que tivesse imprimido “uma dinâmica e uma organização”, que não teria sido possível “se de outra pessoa se tratasse”. Conclui, dizendo que é típico do exército “planear, organizar e coordenar” desta maneira tão eficaz, e que o papel do Almirante foi assim “essencial”.

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Opinião

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As doses de reforço da vacina Covid-19 poderão ajudar na proteção contra a Omicron, mas não acabarão com a pandemia rimeiro, o mundo combateu a Alfa, depois a Beta, a Gama e a Delta. Agora, o planeta enfrenta a variante Omicron. De acordo com o universo cientista, esta nova estirpe tem uma série de mutações que a distinguem das anteriores, originando preocupações acrescidas, incluindo a possibilidade de as vacinas disponíveis poderem deixar de ser eficazes. Como resposta, vai-se assistindo, um pouco por todo o mundo e de forma generalizada, a recomendações no sentido de os “reforços” serem administrados a maiores de idade e passados três meses desde a última dose. O objetivo subjacente às doses de reforço consiste em garantir à população um alto nível de imunidade e, com efeito, em reduzir o número de pessoas que carecem de hospitalização e que, inclusivamente, possam vir a falecer como consequência da disseminação da variante Omicron. Apesar de tudo,

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esta lógica assenta na ideia de que as vacinas atualmente disponíveis apresentam, pelo menos, alguma eficácia contra esta nova variante. Ainda assim, é muito cedo para a ciência confirmar definitivamente esta ideia. A comunidade científica está, portanto, a atuar de forma preventiva e sem certezas em relação à eficácia da solução “dose de reforço”. Então, nesta fase, assentando a estratégia e a esperança nas doses de reforço, como funcionam estes “boosters”? Os estudos científicos sugerem que a imunidade construída pela exposição às vacinas e ao vírus diminui com o tempo. Um ensaio clínico levado a cabo recentemente no Reino Unido investigou a resposta imunológica das pessoas quando lhes foi

administrada a mesma vacina tanto para as duas primeiras doses como para o reforço e quando a dose de reforço foi diferente. O ensaio estudou grupos de indivíduos que receberam duas doses das vacinas Pfizer ou AstraZeneca. A estas pessoas foram aleatoriamente administrados reforços com uma de quatro vacinas Covid diferentes. Todos os reforços aumentaram os níveis de anticorpos quando administrados após duas doses da vacina AstraZeneca e seis em cada sete aumentaram os níveis de anticorpos quando administrados após a vacina da Pfizer. Ainda assim, os especialistas vão alertando para a dificuldade de prever, com rigor, o nível de proteção

de longo prazo que as vacinas e os reforços garantem, especialmente quando o quadro futuro envolve a possibilidade de surgimento contínuo de novas variantes. O meio médico refere ainda que a medição do nível de anticorpos significa pouco quando se trata de antecipar a eficácia de uma vacina na prevenção de doenças que resultem, a prazo, em hospitalização ou morte. A comunidade científica ainda não sabe, com certeza, se a Omicron e outras variantes futuras obrigarão à administração de reforços adicionais, mas vai adiantando que é possível que sim. É provável que o nosso sistema imunológico necessite de exposição regular às proteínas virais Sars-CoV-2, para se ir “lembrando” de gerar a resposta imunológica necessária. Só o tempo permitirá ter esta certeza. A maior incerteza neste processo resulta da forte probabilidade de surgirem variantes do Sars-CoV-2

A pesada herança!! proximam-se a passos largos as eleições legislativas de 30 de janeiro e é altura de perguntar qual é a herança que nos deixam estes dois governos do Partido Socialista de António Costa apoiados pela estrema esquerda parlamentar? A resposta é fácil e muito óbvia para todos. Deixam-nos um país estagnado economicamente e a ser ultrapassado sistematicamente pelos seus parceiros europeus, inclusive pelos Países de Leste que entraram na União Europeia muito mais tarde do que nós. Estamos mal em quase todos os todos os indicadores

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(aumento da mortalidade infantil, pobreza, salário médio quase igual ao salário mínimo nacional, caos na escola publica e no SNS , aqui muito agravado pela situação de pandemia).. Deixanos um aumento da população no limiar da pobreza. Deixa-nos um Portugal mais endividado, mais empobrecido, menos competitivo, com a carga fiscal em máximos históricos, tendo como contraponto, um Estado “colonizado” pela clientela socialista, com os serviços públicos à beira do colapso e onde a precariedade laboral cresceu a olhos vistos.

Dezembro 2021

João Santos

muito diferentes daquelas que circulam na atualidade. Um quadro destes poderá resultar na necessidade de produção de vacinas completamente novas. Começa, atualmente, a ser notório o encorajamento para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid19 que assegurem proteção contra vários tipos de coronavírus, evitando a necessidade de uma vacina diferente para cada nova estirpe que surja. É, no entanto, um objetivo mais “simples” de ser encorajado do que de ser concretizado. A agravar, e muito, o atual contexto de incerteza, está o facto de em muitas áreas do globo se registar um défice muito acentuado de doses de vacina contra a Covid-19. Para evitar o surgimento de outras variantes preocupantes, como a atual Omicron, é fundamental reduzir a transmissão viral em todo o mundo. Se isto não ocorrer, surgirão, inevitavelmente, variantes “indiferentes” às vacinas atualmente

disponíveis. E se assim for, o relativo sucesso alcançado no primeiro ano e meio de pandemia será perdido, podendo vir a registar-se níveis elevados de mortalidade e um imenso prejuízo para o bem-estar de milhões e milhões de pessoas. Para concluir, é possível comparar a Pandemia de Covid-19 a um incêndio florestal, com as devidas diferenças. É um fenómeno muito perigoso, com elevada severidade associada e que não obedece a fronteiras administrativas. Por ser um fenómeno altamente suscetível ao alastramento, a crise sanitária que atravessamos carece de regulação única, concertada e de âmbito global. Por esta razão, a disponibilização de vacinas e doses de reforço a apenas alguns países, sem as distribuir também pelos países com menos recursos, contribuirá para que os primeiros não deixem de permanecer altamente vulneráveis a novas estirpes.

Lélio Lourenço

O partido socialista governou sempre encurralado pelos partidos de esquerda que não permitiram qualquer alteração significativa que permitisse alterar e empreender as reformas que o Pais precisa para crescer e criar riqueza. Vamos ouvindo os responsáveis políticos afirmarem que dispomos hoje da geração mais bem qualificado de sempre e o que temos para lhes oferecer? A emigração não pode ser o caminho para a nossa juventude. Chegámos aqui com a generalidade dos ministros envolvidos em casos e casinhos, com o ine-

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narrável Cabrita á cabeça, com Marta Temido a chamar nomes aos profissionais de saúde, com a remodelável Van Dunem a acumular pastas governativas; enfim com um sinal de fim de ciclo e absolutamente incapazes de qualquer ímpeto reformista. E agora? Com a afirmação crescente do PSD de Rui Rio, reforçado pela vitória nas recentes eleições internas e com o seu ímpeto reformista e de transformação da sociedade portuguesa o PSD afirma-se aos olhos dos Portugueses como a única alternativa ao marasmo socialista que nos tem

des(governado) e nivelado por baixo. Com uma aposta na iniciativa privada e num crescimento económico robusto e capaz de criar mais e melhor emprego e que garanta mais prosperidade para todos os Portugueses. Que promova uma verdadeira reforma do Estado, salvaguardando sempre o Estado Social, na Educação, na Saúde e na Segurança Social e com uma aposta clara e efetiva nas funções de soberania como a Administração Interna, na Justiça e nas Forças Armadas. Em suma, depois de 6 anos de governação socialista que nos

afastaram dos níveis de progresso e crescimento que todos nós ambicionamos é tempo de virar a página e voltar a confiar os destinos da governação de Portugal ao Partido Social Democrata no próximo dia 30 de janeiro, por Portugal e pelos Portugueses. Votos de um Feliz Natal e de um Próspero Ano Novo para todos !!

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Cultura

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Gana - o grupo de Hip Hop de Arruda que está a dar que falar Nuno Vicente afa, Luís, Freddy e Sandro, é esta a formação dos Gana, banda Hip Hop, de Arruda dos Vinhos, que lançou recentemente “James Brown”, single de avanço do seu segundo EP. Segundo disse Rafa ao nosso jornal, numa conversa em que participou também o Luís André, a banda, surgiu de um encontro entre os dois, que já tinham um passado em algumas bandas, no mercado oitocentista de Arruda dos Vinhos, onde a meio de uma conversa o Rafa (que é o vocalista) perguntou ao Luís (teclista): “E se fizéssemos uma banda?”. Luís respondeu prontamente que sim, mas tinha uma dúvida - “Vamos a isso... Mas com quem?” Depois de pensarem em alguns nomes chegaram ao baixista Freddy e ao baterista Sandro. Estava assim reunido este grupo de quatro amigos cujo objetivo inicial passava simplesmente por fazerem música à sua maneira, na qual se revissem. Com a banda reunida estava na

R

A banda passou pelos estúdios da Rádio Valor Local

altura de criar um som próprio; de fazer a composição dos temas e aí entram as influências de cada

um, que são várias. O Luís André, por exemplo, tem uma formação mais jazzística, tendo a

Rita Pea lança “O Mar d’Electra” A escritora de Aveiras de Cima, Rita Pea acabou de lançar uma nova obra – “O Mar d’Electra”. Assumindo-se mais madura e desinibida dentro daquilo que tem sido o seu percurso literário e pessoal, Rita Pea confessou que o novo livro é também parte desse processo de conhecimento pessoal. Pea volta a apostar de novo na poesia, território no qual se sente mais à vontade, depois de já ter

experimentado no passado a prosa. A pandemia trouxe-lhe ainda novos desafios e recentemente começou um curso de guionismo dentro da escrita. A apresentação de “O Mar d’Electra” decorreu na Junta de Freguesia de Aveiras de Cima no dia 4 de dezembro. “No início deste ano, tive uma experiência que recomendo a toda a gente, uma sessão de nu artístico com uma fotógrafa, que acabou

por ser bastante transformador, e comecei a escrever poesia com ainda mais vigor, e quando dei por mim tinha um livro escrito passados seis meses”, confessa. Com esta obra, já são quatro no percurso da escritora – “Este em especial é carregado de muito amor e muita liberdade”. O texto final do livro é uma “ode ao amor próprio em prosa”, mas o livro “tem também uns laivos de poesia erótica embora

sua formação passado entre outros lugares pelo Hot Clube. O Freedy é o groove, com passa-

não o queira catalogar nessa categoria estanque”. “No fundo o mais importante é que estou a descobrir a minha voz na literatura, descobrindo que o meu caminho é a poesia erótica. O público feminino identifica-se bastante com o meu tipo de escrita”, conta. “O Mar d’Electra” está à venda nos locais habituais - na Wook, Fnac, Bertrand, bem como no site e redes sociais da escritora.

gem por várias bandas na área do pop e funk, e o Sandro, com um passado mais ligado aos rit-

mos mais pesados como o rock e o metal. Se a isto tudo juntarmos o rap na voz do Rafa, encontramos um som diferente, com identidade própria, um hip hop melódico, dançável mas com a consciência social característica deste género de música. Para o futuro (agora que aos poucos se vai voltando à normalidade), os Gana querem chegar a mais públicos e a grande força da banda são os espetáculos ao vivo. Segundo o Rafa e o Luís, os Gana, têm cerca de quinze temas prontos a sair, mas a forma avulsa como se consome música hoje em dia, onde num álbum apenas uma ou duas têm relevo, passando as outras despercebidas, faz com que seja preferível lançar o formato EP com “duas ou três de cada vez fazendo com que o público lhes preste mais atenção”. Assim, James Brown é o single de avanço de um segundo EP que está para muito breve e onde os Gana vão continuar a mostrar toda a sua qualidade e o seu estilo que marca a diferença no hip hop feito em português.

Rita Pea conta já com quatro obras de literatura no seu currículo

Hugo Sampaio estreia-se na escrita com “Bairro da Poesia” “B airro da Poesia” é o primeiro livro escrito por Hugo Sampaio. Cantor, professor e agora escritor, Hugo Sampaio apresenta uma nova faceta, com poemas direcionados para todos os públicos, mas sobretudo para

os mais velhos. Hugo Sampaio disse na Rádio Valor Local que este livro servirá para que os outros “também possam escrever”, e é por isso que apostou numa singularidade – a página dedicada ao prefácio está

em branco, ao mesmo tempo que o restante livro deixa espaço aberto à imaginação de quem o ler. Este é um projeto inédito de Sampaio, que se foi inspirando nas diversas viagens que fez ao longo

da sua carreira e que começou a tomar forma no primeiro confinamento em 2020. O autor esclarece que a ideia é chegar às várias universidades seniores do país e da região e possibilitar aos mais velhos uma

experiência de escrita, levando-os a participar com os seus poemas neste projeto, usando para isso as páginas deixadas propositadamente em branco. Este é um projeto inédito de Hugo Sampaio, com inúmeros poemas

que poderão vir a ser musicados em breve, sendo esse, outro desafio que tem em carteira para os próximos tempos. Ouça a entrevista na integra em podcast em www.radiovalorlocal.com

Hugo Sampaio partilhou com os ouvintes da nossa rádio a sua nova experiência PUB


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Ambiente

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Dezembro 2021

O naufrágio do projeto Ilha de Lisboa Sílvia Agostinho Agência Portuguesa do Ambiente chumbou o projeto de agroturismo previsto para o Mouchão do Lombo do Tejo num investimento de 35 milhões de euros do empresário Sidik Latif. O perigo de inundação e cheias foi o principal motivo para esta decisão, saudada na última reunião de Câmara de Vila Franca de Xira, pelo vereador da CDU Nuno Libório, tendo em conta que o projeto, a seu ver, colidia com o Plano de Ordenamento e Reserva Natural do Estuário do Tejo e com o Plano Diretor Municipal. O município nunca escondeu que via com bons olhos a transformação do mouchão num resort de luxo que segundo o projeto previa para além da componente de turismo de natureza 70 quartos e um spa, mais 60 a 70 “vilas” em madeira entre os 250 e os 450m2, e diversas valências a nível de bens e serviços. O autarca instou Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara, a assumir uma posição sobre o estado de coisas no mouchão. O autarca negou que em algum momento a Câmara tenha dado luz verde ao denominado projeto “Ilha de Lisboa”, contudo ressalvou que não se opõe “ao turismo que possa ser considerado de

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Projeto ambicioso conhece agora o seu desfecho

altíssimo nível desde que respeitadas as regras e que o privado acate os pareceres pedidos pelas entidades”. O anterior presidente da Câmara, Alberto Mesquita, nunca se coibiu de referir que se a APA chumbasse a “Ilha de Lisboa” tal seria um revés para a promoção turística para o concelho, mas o novo presidente optou por não se manifestar sobre a decisão da APA, nem lamentando nem concordando. O Mouchão do Lombo do Tejo

tem cerca de 900 hectares e é o segundo mais extenso dos três existentes no concelho de Vila Franca de Xira. Situa-se em frente da cidade de Alverca, já do outro lado do estuário do Tejo, e tem sido utilizado para fins agrícolas. Segundo a APA é uma zona ameaçada por cheia onde não são possíveis novas construções, apenas reconstruções sem aumento da área, desde que de implantação igual ou inferior e sem aumento de volu-

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metria. Também não são permitidas alterações de uso que au-

mentem o risco de pessoas e bens.

Durante este ano, um grupo de académicos redigiu um documento em que defendia a não transformação do mouchão no projeto que estava em cima da mesa. “Em defesa do Estuário do Tejo”, assim se chamava o documento que falava da intensificação da presença humana no mouchão pois significaria “mais ruído e perturbação à vida selvagem do estuário em especial da avifauna”. A propriedade foi adquirida por Sidik Latif em 2018, por 35 milhões de euros, com o intuito de dar um cunho turístico ao local que passaria não só por um empreendimento hoteleiro, mas também pela disponibilização de várias atividades ligadas ao lazer como equitação, kitesurfing, vela e passeios de charrete, que ao que tudo indica naufragou com este parecer da APA pelo menos nos moldes em que foi apresentado.

Águas do Tejo Atlântico com projeto inovador na produção de gases 100 por cento renováveis O Grupo Dourogás e a Águas do Tejo Atlântico arrancaram, esta quarta-feira, 15 de dezembro com um projeto inovador, na Fábrica de Água de Frielas, em Loures, que consiste na produção de gases 100 por cento renováveis, gerados a partir do biogás produzido pelas lamas com origem no tratamento das águas naquela infraestrutura. Na cerimónia esteve presente o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. Além da da apresentação do projeto e das suas potencialidades ambientais, o evento incluirá ainda um momento simbólico para memória futura, com a colocação de uma caixa com a descrição do empreendimento e dos seus objetivos. Esta parceria entre a Dourogás Renovável, empresa do Grupo Dourogás, e a Águas do Tejo Atlântico, do Grupo Águas de Portugal e responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Grande Lisboa e Oeste, irá permitir a produção de biometano, hidrogénio verde e e-metano – gases 100% renováveis – que serão, posteriormente, injetados na rede de gás natural e utilizados como combustível veicular, promovendo uma mobilidade mais sustentável ao reduzir a emissão de gases com efeito estufa e aumentando a qualidade do ar. Em causa, estão dois projetos de demonstração tecnológica

de conceito – Hidrogasmove e Solargasmove – que recorrem a tecnologia pioneira em Portugal para produzir biometano 100 por cento renovável, a partir do biogás gerado pelas lamas produzidas na Fábrica de Água de Frielas, e estão completamente alinhados com o conceito de economia circular, ao transformarem resíduos em recursos energéticos e, desta forma, produzindo uma energia limpa. Enquanto o projeto Hidrogasmove recorre à purificação do biogás das lamas de ETAR, o Solargasmove aposta no processo de metanação para produzir metano sintético, combinando-o com hidrogénio verde (produzido por eletrólise, a partir de fonte solar e de águas residuais). Tanto o biometano como o metano sintético são substitutos di-

retos e limpos do gás natural. Com benefícios económicos e ambientais evidentes, estes projetos permitem, assim, demonstrar a viabilidade de produção destes gases naturais e, desta forma, contribuem, com efeitos imediatos, para a descarbonização da rede de gás natural e do setor dos transportes, atualmente assentes em combustíveis fósseis. A Águas do Tejo Atlântico é uma empresa tem como objetivo a recolha, o tratamento e a rejeição de efluentes domésticos e urbanos, de forma regular, contínua e eficiente, provenientes de cerca de 2,4 milhões de habitantes, abrangendo entre outros, e na nossa região, e os municípios de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, e Vila Franca de Xira.

Pontapé de saída na fábrica de Água de Frielas no concelho de Loures


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Ambiente

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Ecolezíria na linha da frente na compostagem doméstica Miguel António Rodrigues Ministro do Ambiente e Ação Climática apadrinhou simbolicamente na freguesia de Glória do Ribatejo, no concelho de Salvaterra de Magos, a inauguração de cinco centros de compostagem para a área de influência da Ecolezíria. São unidades que vão estar ao serviço das populações servidas pela empresa municipal Ecolezíria, nas freguesias de Glória do Ribatejo/ Granho, e Muge em Salvaterra, Pontével no concelho do Cartaxo, Benfica do Ribatejo no município de Almeirim, e na vila de Alpiarça. O Ministro, João Pedro Matos Fernandes, acompanhado da Secretária de Estado, Inês Santos, salientou o empenho das autarquias da região nesta matéria, que têm vindo a ser um ponto importante no combate às alterações climáticas do Governo. O Ministro salientou que a empresa Ecolezíria, acaba por ser “um exemplo” e continuará a ser um exemplo nos tempos mais próximos destacando o empenho e o trabalho desenvolvido “no cumprimento das metas naquilo que é a sua estrutura económico-financeira” salientando “a proximidade re-

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Inauguração do centro d compostagem na Glória do Ribatejo

lativamente ao comum do cidadão e a aposta contínua na educação ambiental e sensibilização para estas matérias em concreto”. O ministro não poupou elogios à Ecolezíria, que citou mesmo como um exemplo a seguir no resto do país. Para João Pedro Matos Fernandes, “estamos aqui perante uma das poucas empre-

sas em Portugal que cumpre as metas estratégicas ambientais. E isso deixa-me muito orgulhoso”. João Oliveira, presidente da Junta de Freguesia, destacou o trabalho e a importância que este centro de compostagem significa para a sua freguesia. O autarca referiu que o mesmo representa um passo em frente, e mostrouse orgulhoso nesta matéria na re-

gião. Também Carlos Coutinho, o presidente da empresa, e presidente da Câmara de Benavente, sublinhou a importância deste ato e recordou o trabalho realizado pela Ecolezíria no que toca ao meio ambiente. Coutinho recordou que entre os municípios que compõem a empresa, “são produzidas cerca de 63 mil toneladas

de resíduos urbanos. Dessas, 57 mil toneladas correspondem a resíduos indiferenciados, e calculamos que cerca de 20 mil toneladas devem corresponder a biorresíduos”. Faca aos números apresentados, Carlos Coutinho diz estar consciente do caminho “exigente que temos pela nossa frente para atingir as metas que estão definidas”, recordando que estão criadas e definidas ações para conseguir corresponder às exigências e às metas. Hélder Esménio, presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, destacou igualmente o trabalho desenvolvido pela autarquia no que toca ao ambiente. Na recolha de lixo, o autarca reforçou a aquisição de duas viaturas de recolha “para substituir as mais antigas”. De modo a “conseguirmos aumentar a operacionalidade dos serviços e assim conter o aumento das tarifas dos resíduos sólidos”. Ao Valor Local, o ministro do Ambiente destacou o trabalho que existe pela frente no que toca à compostagem em Portugal. João Pedro Matos Fernandes destacou que para já são poucas as empresas que têm cumprido as me-

tas do PERSU – Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos, que são cada vez mais exigentes “porque a sociedade é cada vez mais exigente com a gestão que fazemos dos nossos resíduos e com a consciência que temos de ter quanto a isso. Na Ecolezíria, é muito evidente que existe esse espírito”, referiu o ministro. Para João Pedro Matos Fernandes, “os resíduos têm de ser encarados como recursos, estando a Europa e o mundo com uma crise de matérias-primas, isso é até muito sensível e evidente”. O ministro sublinhou que existe “o estímulo certo vindo de fora para que nos valorizemos ao máximo nos desperdícios” e por isso acrescenta “que a compostagem é um processo muito importante”. O ministro enfatizou os números já apontados por Carlos Coutinho relativos aos resíduos que vão para aterro e destacou que “no limite devemos mesmo querer que sejam reduzidos ao máximo, até porque se há coisa que em Portugal não abunda, são terrenos férteis” e por isso defende que toda a matéria orgânica recolhida na compostagem “colocada no solo com consciência é essencial para podermos regenerar o solo”.

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Município de Alenquer já fez as obras no Centro Saúde Carregado e espera que Estado cumpra a sua parte Câmara Municipal de Alenquer deu por concluídas as obras de requalificação da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados do Carregado. A intervenção, cujo investimento final rondou os 50 mil euros, estava prevista no protocolo celebrado entre o município e a ARSLVT, a 1 de outubro de 2020, com vista à instalação de uma Unidade de Saúde Familiar naquela localidade, informa o município em nota de imprensa. O término das obras, em setembro, assinalou o cumprimento da parte do protocolo que competia ao município, que despendeu cerca do dobro do valor que estava protocolado (27 mil euros), devido a ajustamentos que não estavam contemplados inicialmente. Entre as melhorias efetuadas, destaca-se a criação de um novo balcão de atendimento, que irá permitir maior celeridade no processo, sobretudo em épocas de maior afluência. A adaptação do edifício permitiu dotá-lo de todas as condições para alojar a desejada USF do Carregado e, dessa forma, reforçar os cuidados de saúde da população. O Carregado aparece como a situação mais premente do concelho, devido à falta de médicos de família. Apesar da existência de sete médicos, apenas um pode ter lista de utentes atribuída, o que resulta numa insuficiente capacidade de resposta. Paulo Franco, vereador com o pelouro da saúde, dá conta do ponto de situação - “Tínhamos como projeto para a Saúde do concelho a criação de uma USF no Carregado, com Santana da Carnota

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Câmara de Alenquer investiu 50 mil euros na requalificação do edifício

como polo. Criar uma USF em Alenquer e outra na Abrigada, em que Olhalvo e Merceana seriam geridos por equipas médicas dessa unidade. A unidade de Alenquer já é USF, a do Carregado está pronta para poder ser. A de Abrigada é o processo mais demorado. Estamos a fazer um procedimento de contratação, para a elaboração de um projeto de execução, recorrendo ao Plano de Recuperação e Resiliência.” Processo de criação da USF do Carregado O projeto da USF do Carregado foi encarado como prioritário para o município, num “caminho com várias etapas e que ainda está a ser percorrido”, como referiu Paulo

Franco. “Com vista à criação de uma USF no Carregado, primeiro foi preciso dar autonomia à unidade, o que aconteceu em 2019. Antes reportava a Alenquer, à semelhança de todas as outras. Numa segunda fase, foi preciso perceber se haveria condições para criar uma USF, que é um projeto de voluntariado assente em três pilares: médico, enfermagem e administrativo. Havendo, numa terceira fase foi preciso então adaptar o Centro de Saúde do ponto de vista de instalações para alojar uma USF.” Só depois de cumpridas estas etapas, a autarquia decidiu partir para a requalificação do edifício, mas não sem antes fazer algumas exigências e protocolar esse compromisso.

“Até à transferência de competências para o município, a ARSLVT tem direito de superfície sobre as unidades de Alenquer e Carregado. Trabalhámos em conjunto nesta matéria e a ARSLVT reconheceu a necessidade de realizar obras, contudo não tinha condições financeiras para as fazer. Foi aí que nos comprometemos a fazer as obras, mas antes ainda exigimos que fossem feitas melhorias como a instalação de água quente e a construção de um segundo balneário. Em outubro de 2020, estabelecemos então um protocolo para a realização das obras, uma vez que saía fora das competências da Câmara. Em contrapartida, a ARSLVT criava a USF. Depois disso, finalmente começámos as obras, que duraram cerca de

quatro meses, porque só puderam ser feitas aos fins de semana e feriados”, indicou o vereador. Cumprida a parte do protocolo que competia ao município, Paulo Franco espera agora que a ARSLVT possa honrar o compromisso e recrutar médicos para a unidade do Carregado. “Isso foi transmitido à Ministra da Saúde na reunião de 8 de setembro e novamente a 11 de novembro, aquando de um segundo encontro”, recordou, insistindo na ideia de que falta ainda dar esse passo rumo ao objetivo proposto. “Neste momento, o Carregado está pronto para acolher uma USF. Só falta mesmo haver médicos, porque tanto enfermeiros como assistentes administrativos da unidade já manifestaram o interesse

em integrar o projeto. Sabemos que tem uma especificidade diferente, com 60 nacionalidades, pelo que a resposta tem de ser em consonância com estas características. Fizemos visitas à USF da Baixa de Lisboa, cujas características são semelhantes, e lançámos o desafio a alguns médicos, mas a solução tem de partir do Governo, porque é um assunto da sua competência.” Para já, a autarquia mostra-se disponível para colaborar com as autoridades competentes, no sentido de colmatar rapidamente a falta de médicos no concelho. “Vamos continuar a insistir nesta matéria, porque temos legitimidade para isso. Não foi apenas um acordo de boca, foi assinado e tem de ser cumprido”, vincou.

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Diretor da Rádio Valor Local faz balanço do projeto e apresenta algumas novidades para 2022 Sílvia Carvalho d’Almeida a entrevista especial deste mês, falámos com Miguel António Rodrigues, diretor do jornal e rádio Valor Local. Começou a sua carreira de jornalista há mais de trinta anos, e fala dos desafios que o futuro apresenta e também do papel fundamental que os jornalistas têm na sociedade, mas que muitas vezes é pouco reconhecido. “Comecei na rádio sem saber o que estava a fazer, e o que mais me atraiu foi aquela mística da voz a sair pelo outro lado, de termos feed-back dos ouvintes.” É desta forma que tenta explicar o objeto da sua maior devoção. A comunicação e o jornalismo, sim, mas em particular a rádio. Começou aos 13 anos numa rádio de Azambuja, no tempo das rádios pirata há trinta e cinco anos. Passou por várias estações ao longo dos anos, pela imprensa escrita, e pelo caminho fez informação de trânsito. Mas para Miguel António Rodrigues, “a rádio sempre teve uma magia especial”. A rádio Valor Local tem neste momento um ano e quatro meses de existência e vamos falar um pouco desta ainda recente caminhada mas com vários projetos em carteira. A somar ao Jornal Valor Local, que desde 2013 traz informação e cobertura jornalística a sete concelhos da região, a rádio Valor Local é “uma rádio do Século XXI, de Azambuja para o mundo”, e composta por vários colegas mas também amigos que fazem desta a família da Rádio. Para além da direção composta por Miguel António Rodrigues e Sílvia Agostinho colaboram na rádio: Nuno Barrocas, Nuno Vicente, Renato Pinto, António Loureiro, Mónica Guerra, Mário Frota, Sílvia Carvalho d’Almeida, Nuno Miguel Barata, Luís Jesus, Leonor Gonçalves, Teresa Ferreira entre muitos outros. “A família Valor Local está a crescer, e todos os meses cresce um bocadinho”. Considera que os projetos nunca estão todos realizados, porque “temos de ter a capacidade de olhar sempre para o futuro”. A rádio “foi um projeto que sonhámos dois anos antes de o concretizarmos, e demorou este tempo por questões logísticas. Quando passámos a estar no centro comercial quadru-

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Miguel António Rodrigues viu muitas mudanças no setor ao longo dos seus 35 anos de carreira plicámos o espaço” o que permitiu que esta iniciativa pudesse ver a luz do dia. Quanto ao futuro da rádio desvenda que teremos novidades em breve, com rubricas e entrevistas com eurodeputados, sobre temas da atualidade política europeia e internacional, mas também relacionadas com a saúde, economia e o bem-estar, sobretudo ligadas ao dia a dia das pessoas. Para o jornalista, “em 2022 temos muitos projetos, há muito para fazer, e esperamos que a Covid-19 não venha estragar os planos”. Até porque entre os vários projetos estão programados ciclos de conferências, o que só será possível sem medidas de confinamento em vigor, já que dependem da participação do público. Miguel dá-nos conta que a rádio sofreu grandes transformações ao longo dos tempos, especialmente na última década, e que a Rádio Valor Local tenta beneficiar de toda a tecnologia disponível atualmente para proporcionar uma experiência de qualidade aos seus ouvintes, fazendo deste projeto “único ao nível do online” pois combina “música e informação com profissionais em antena”, quando na generalidade dos projetos online a componente da informação não está presente. Explica que só desta forma é possível ouvir a rádio em qualquer local do mundo, tendo vários

ouvintes nos Estados Unidos da América, em França, e no Canadá, entre outros países, especialmente onde existe uma comunidade portuguesa com uma grande expressão. “Os portugueses estão em todo o mundo, e as tecnologias permitem-nos chegar, onde a rádio de ondas hertzianas não permite.” Lamenta que o acesso à informação, especialmente de qualidade esteja cada vez mais limitado, porque como refere “os preços aumentam, mas os ordenados das pessoas não sobem”, motivo pelo qual faz questão da gratuitidade do jornal, que chega já aos dez mil exemplares mensais. O jornal que conta ainda com edição online é também uma opção para os falantes de português que desejam saber sobre os temas da região. Miguel acredita que a qualidade e empenho dos profissionais da rádio e do jornal é o que permite sobreviver num mercado em que a competição é feroz. Mas ao invés de culpar o advento das redes sociais pelo declínio das vendas dos jornais, prefere dizer que este facto contribuiu para depurar quem de facto merece aceder às receitas de publicidade, que como sabemos, migraram para os motores de busca, Facebook e agregadores de notícias. “O jornal Valor Local é um jornal de grande reportagem, que vai ao terreno, o que o

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho • NIPC 514 207 426 Sede, Sede do Editor, Redação e Administração: Rua Engenheiro Moniz da Maia, Centro Comercial Atrium , nº 68 Loja 17 2050-356 Azambuja Telefones: 263 048 895 • 263 106 981 • 96 197 13 23 • 93 561 23 38 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23 • Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 • Sílvia Carvalho d’Almeida • TPE-360 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente • Nuno Barrocas • multimédia@valorlocal.pt Colunistas: João Santos • Mário Frota • Lélio Lourenço • Rui Alves Veloso Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Adão Conde Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços Administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt

torna um jornal único, também. É muito mais fácil estar por detrás de um site e não ir ao terreno, fazer jornalismo de secretária. Não há marca que vá apostar em algo assim, que eu nem considero jornalismo”. Para si, “quem diz que o jornalismo vai acabar são pessoas que desistiram, e nós não desisti-

mos de nada na vida”, evitando assim uma abordagem catastrofista do tema. Quanto ao papel fundamental dos jornalistas na sociedade, e ao seu escasso reconhecimento, esclarece que no seu entender, “quem deve reconhecer o seu trabalho são os leitores e os ouvintes’’.

Tudo o resto “são uma série de interesses que eu ainda não percebi ao fim de 30 anos, como por exemplo o dos políticos que quando ‘a coisa’ não é como querem não hesitam em destruir a reputação e o valor dos profissionais desta classe. Percebemos que há quem se organize, e não falo de uma pessoa ou duas, mas de grupos inteiros nas redes sociais com o intuito de mandar uma pedra ao trabalho de colegas meus, por vezes não hesitando em chamar nomes às pessoas, e vimos isso nas autárquicas, por exemplo. É o que temos hoje em dia- o bullying ao jornalista só porque o seu trabalho está mais exposto do que o de muitas outras pessoas. Por outro lado, e nomeadamente a comunicação social regional e local não é hoje como era há 20 anos, temos profissionais formados, profissionais com tarimba de anos, e não curiosos, que tão depressa têm de fazer um texto sobre o aniversário de um rancho folclórico, como mergulhar a fundo na leitura de um dossier exigente como o do aterro de Azambuja ou da concessão das águas de Alenquer, desdobrandose num quadro de exigências para todos os gostos, mas continuamos a ser tratados como amadores.

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