Valor Local -Edição Junho 2014

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Destaque

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Luís de Sousa mostra o projecto que permanece na gaveta

Valor Local

Praia Casa Branca chegou a este estado

Cenário desolador nas praia

Não é novidade que as praias fluviais da região estão ao abandono, mas muitos insistem em frequentar esse uma importante âncora na capacidade de atrair mais turistas, mas por enquanto os projectos teimam em não gimentos financeiros. Por outro lado as entidades estatais são vistas como os maus da fita pelos autarcas por c ao interesse de investidores. ¢ Sílvia Agostinho praia fluvial de Azambuja, mais conhecida como praia da Casa Branca, tem conhecido ao longo dos anos períodos muito diferentes entre si, principalmente quando a população recua décadas e se recorda de dias bem passados ali. Por diversas ocasiões procedeu-se a obras que permitiram alguma qualidade aos veraneantes, mas nos últimos anos, o estado de degradação é tal que não há quaisquer condições para tomar banho. O clima é de insalubridade e a placa avisa quem teima em armar-se em destemido e avança para um banho, sem se importar com a sujidade das águas. Estivemos no local e falámos com algumas pessoas que por ali estavam naquelas condições mas que não quiseram ser identificadas. Para as mesmas, pouco importava “as condições da água”. Sabiam do perigo, mas o mais importante era poderem refrescar-se nestes dias de calor intenso. Nos últimos mandatos de Joaquim Ramos esteve em cima da mesa um projecto que com-

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preendia ligar a praia em causa à congénere de Valada do Ribatejo, no concelho do Cartaxo, situada a poucos quilómetros, bem como a reparação da pró-

pria praia fluvial. Antes disso, o antigo presidente quis dar alguma dignidade ao local, e procedeu a algumas melhorias no mobiliário urbano, recomposi-

O barco Vala Real quando ainda navegava

ção do cais fluvial, construção de parque infantil, e abertura de bar. “O Tejo passa a cinco quilómetros de Azambuja e a população

não vigia a manutenção daquele espaço, e devo dizer que depois de ter lá feito obras, poucos dias depois, já tinham retirado os paus das cercaduras e feito fogueiras de bacalhau e torricado”, refere Joaquim Ramos. Por outro lado, “aquela zona é demasiado lodosa para haver uma praia em condições, quanto a isso pouco se pode fazer. O problema é que as pessoas querem uma praia porque o vizinho também tem”, sentencia. Mais tarde ainda houve lugar a um projecto que oscilou entre três milhões de euros e 1,5 milhões, no penúltimo mandato de Ramos, até 2009, que consistia numa ciclovia até Valada, paralela ao dique ou por cima desse mesmo dique. Tratava-se de uma parceria com o Cartaxo, entretanto abandonada porque também esfriou o interesse de parte a parte. Até porque negociar com os ditos “ambientalistas das instâncias governamentais” começou a ser cada vez mais “complicado”, refere. “São uma espécie de fundamentalistas do ambiente que invadiram a CCDR. Diria mesmo eco-xiítas completamente infiltrados na

ARH-Tejo e obcecados com a preservação ambiental, na perspectiva de que não se pode tocar em nada, nem para melhor nem para pior”. A falta de financiamento e as dificuldades criadas por aquelas instâncias levaram ao abandono do projecto. O antigo presidente vai mais longe – “O ministério do Ambiente e as CCDR’s são grandes responsáveis pelo atraso do país”. “Quando tentei fazer a recuperação do Palácio das Obras Novas, apareceram dois grupos económicos muito interessados em transformar aquilo numa pousada de charme, ou num parque temático sobre a evolução do homem. Quis trabalhar nisso, mas nunca consegui saber que organismo do Estado mandava naquilo. Sabia-se só que era do Património do Estado, e pronto já não conseguimos avançar mais. Os investidores obviamente acabaram por desistir”. A Rota dos Mouchões foi um dos ex-libris do concelho, quando Azambuja teve uma palavra a dizer, há uns anos atrás, sempre que se fava em turismo fluvial, e o barco “Vala Real” ad-


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