O Papel do Educador na Era da Interdependência - Valdir Cimino

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O Papel do Educador na Era da Interdependência

Em 2003, o então presidente da França, Jacques Chirac, proibiu, nas escolas públicas da França o uso de véus, quipás e crucifixos, reflexo de uma realidade histórica concreta, portanto nova e desafiadora, e reagiu com a proibição autoritária, vangloriando-se de que, assim, estaria preservando o conceito de república. Na prática, porém, assistiu-se uma atitude padronizada, exemplo de intolerância e incapacidade de aceitar as diferentes formas de encarar o mundo. A escola não pode ser um local de pensamentos reacionários, mas sim um campo fértil para a participação, debates e relação direta com as inovações contemporâneas, que devem enriquecer o ambiente educacional.18 No recente estudo “Metrópoles, desigualdades sócio-espaciais e governança urbana”, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ficou claro que a troca de informações entre as classes sociais é fundamental para o desenvolvimento humano e para a promoção do aproveitamento escolar, pois amplia a noção de que não é a posição social que torna uma pessoa melhor, mas seus valores de vida e sua capacidade de abrir a mente para o novo.19

Radiografia social brasileira A Associação Nacional de Empresas de Pesquisas (ANEP),20 apresenta os dados com base no levantamento socioeconômico do IBGE–2000 para construção da pirâmide que divide o Brasil em termos de “classes sociais”.

18 SOARES, 2004. 19 BOLAN, 2004. 20 www.anep.org.br. Acesso em: 15 fev. 2004.

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