SEGUNDO CADERNO ASEMANA
Curitibanos, 13 de março de 2015, Edição 1632
Vendas locais despencam 4,5% AS
Rennan Santos
Curitibanos
Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) revelaram que o número de consultas para vendas a prazo recuou pela segunda vez neste ano. A queda de 4,83% registrada em fevereiro foi menor que a de janeiro, quando o número de consultas despencou 28,85% devido ao encerramento do período de festas de fim de ano, que tradicionalmente impulsionam as vendas, mas não fizeram com que o setor desligasse o alarme para problemas em 2015.
O
presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Curitibanos (CDL) Roque Pellizzaro Junior, que também preside o SPC Brasil, informou que, neste ano, em níveis local e nacional, houve um Carnaval antecipado, o que impactou negativamente no mês de fevereiro, que ficou mais curto. “O mês que deveria ter quatro semanas acabou tendo três, o que prejudicou a estrutura do calendário. No que diz respeito ao comércio local, tivemos queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado”, revelou Roque. Já em nível nacional, o presidente destacou que o cenário é um pouco melhor, mas também vem demonstrando queda nas vendas. Ele
afirmou que o comércio curitibanense sentiu bastante a situação atual da economia, mas um cenário interessante no município é a inadimplência, que não se elevou e mantém-se no mesmo patamar do ano passado.
RENNAN SANTOS
Perspectiva para o ano Roque ressaltou que as perspectivas não são positivas para este ano. “O Brasil está aumentando as taxas de juros e enxugando liquidez. A inflação está alta e acaba impactando negativamente no orçamento das famílias”, avaliou Roque. Além disso, os preços controlados pelo governo, como energia e combustível, que tiveram recentes altas, também pesam no orçamento familiar. “Devemos fechar o ano com uma redução no PIB próxima a 0,5%”, completou. O setor agropecuário e as empresas que estiverem alavancadas sentirão o peso da crise, assim como quem tem dívidas em moeda estrangeira. O presidente ressaltou que a única maneira de tentar escapar da crise é cortando despesas. “As empresas estão tendo de se enxugar, reduzindo o orçamento, reestruturando o portfólio do produto e mix de loja. O dinheiro ficou caro e esses cortes são imprescindíveis para tentar driblar a crise”, disse Roque.
Segundo Roque, empresas estão cortando despesas para tentar driblar a crise
Internet A Internet, segundo o presidente, veio para ficar e as compras online são uma realidade à qual os comerciantes devem se adaptar. Roque ressalta que, negativamente, nas compras pela Web, há
o tempo de entrega dos produtos, sendo uma compra programada, pois não é possível obter o produto na hora, como acontece no comércio local. Além disso, para compras online, o parcelamento
exige que o consumidor tenha cartão de crédito. “O crescimento das compras pela Internet é grande. No ano passado, foi de 27,5%, e, neste ano, deve manter níveis em torno de 15%”, finalizou Roque.