SEGUNDO CADERNO ASEMANA Curitibanos, 20 de fevereiro de 2015, Edição 1629
Prejuízos para automóveis AS
Rennan Santos
Curitibanos
O aumento no preço dos combustíveis trouxe um gasto extra no orçamento do consumidor, mas para alguns deles os gastos podem subir ainda mais. A proposta de elevar de 25% para 27% o percentual de álcool na gasolina, acertada entre o governo federal e representantes do setor sucroalcoleiro deve aprovada, ainda este mês, pela presidente Dilma Rousseff.
C
om a aprovação, cada litro de gasolina terá 270 ml de etanol, acréscimo que não prejudicará os motores flex, mas que trará prejuízos para proprietários de veículos movidos somente a gasolina. De acordo com o mecânico Marcelo França Silva, a longo prazo, todos os motores apresentarão problemas, mas a maior preocupação é com motores carburados. “Além do aumento no consumo de combustível, mais álcool pode representar a chance de superaquecimento no motor, queima da junta do cabeçote e o não reconhecimento do combustível, sendo que muitos precisarão de uma regulagem completa no motor” explica o mecânico, reforçando que o desgaste das peças internas também é consequência de mais álcool. Apesar de mais cara, a gasolina pódium é reco-
mendada para carros mais novos equipados com motores de alta performance, como os turbo. “É um combustível de qualidade superior, com alta octanagem e que permanece com os 25% de etanol, altamente recomendável aos motores turbo, que se abastecidos com gasolina de baixa qualidade, trarão dor de cabeça aos proprietários”, reforça Marcelo.
Aumento no consumo de combustível será perceptível ao motorista
RENNAN SANTOS
Motores Flex Conforme o mecânico, os motores flex não sofrerão com o novo percentual de etanol na gasolina, pois já são devidamente preparados para rodar com os dois combustíveis, independentemente da quantidade um do outro. Além disso, a própria bomba de combustível destes veículos também se manterá normal, pois já é apta a trabalhar com ambos os combustíveis. No entanto, em alguns veículos flex, a luz da injeção eletrônica no painel também poderá acender. Neste caso, será necessário levar o carro à uma oficina mecânica para fazer reconhecimento de combustível, através do procedimento de diagnóstico eletrônico.
Motores com injeção eletrônica Nos motores injetados, o mecânico explica que o proprietário notará a oscilação da marcha lenta e também, o aumento no consumo. Quem acompanha o computador de bordo do veículo, perceberá a queda na autonomia e na quilometragem por litro. O módulo de injeção eletrônica em modelos mais antigos também pode não reconhecer a mistura de mais etanol na gasolina, fazendo com que a luz da injeção acenda no painel. “Em alguns modelos será necessário fazer o diagnóstico eletrônico para ajuste no modulo de injeção. Outros motores mais novos terão a luz acesa no painel, que logo se apagará, pois em alguns casos o sistema logo conseguirá reconhecer a mistura”, orienta Marcelo. A sonda lambda, responsável por calcular a mistura ar/combustível, também pode apresentar problemas, o que aumentará ainda mais o consumo de combustível. É possível também, que a bomba de combustível apresente problemas devido a maior quantidade de álcool.
Mecânico alerta que veículos movidos a gasolina apresentarão problemas