Urovirt Julho e Agosto 2013

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edição julho e agosto de 2013


Dr. Carlos D'Ancona Fizemos mudanças no layout da revista com finalidade de identificar diferentes números da revista e facilitar a leitura. Nesse número selecionamos casos que falharam o tratamento inicial e foi feito cirurgia de resgate. Na literatura existem poucos trabalhos apresentando como resolver insucessos. Na sessão caso clínico é apresentado paciente do sexo masculino que apresentou incontinência urinária após prostatectomia radical que foi tratado com cirurgia de sling sem sucesso. Foi realizado cirurgia de implante o constritor uretral com melhora da continência. Em aprendendo por imagem é discutido recidiva dos sintomas de incontinência urinária após implante de Macroplastique em paciente do sexo feminino. Na investigação por imagem foi solicitado ressonância magnética de identificou o local da aplicação do material. A paciente foi tratada com cirurgia de sling com sucesso. Não deixe de ler em nova tecnologia o uso do cateter de Fogarty em casos urológicos. E por fim acompanhe as noticias da Urologia da Unicamp. Boa leitura,


corpo EDITORIAL EDITOR ASSOCIADO:

EDITORES:

Dr. Carlos D'Ancona

Dr. Paulo Palma

Dr. Daniel Carlos Silva

Dr. Ricardo Miyaoka

Dr. Ricardo Souza

CO EDITORES

Dr. Cassio Riccetto

COMITÊ EDITORIAL - RADIOLOGIA

Dr. Adilson Prando

COMITÊ EDITORIAL - ANATOMIA PATOLÓGIACA

Dr. Athanese Billis

COMITÊ EDITORIAL

Dr. Guido Barbagli

Dr. Manoj Monga Dr. Mario João Gomes Dr. Mark Soloway

Dr. Matthias Oelke Dr. Philip van Kerrerbroek


caso CLÍNICO edição: Julho e Agosto de 2013 Juliano Cesar Moro, Marcelo Cartapatti da Silva, Daniel Carlos Silva Disciplina de Urologia - UNICAMP

Incontinência urinária pós-prostatectomia – Constrictor uretral como alternativa terapêutica


caso CLÍNICO edição: Julho e Agosto de 2013 Juliano Cesar Moro, Marcelo Cartapatti da Silva, Daniel Carlos Silva Disciplina de Urologia - UNICAMP

HISTÓRIA CLÍNICA Paciente masculino, 59 anos, submetido a prostatectomia radical retropúbica há 7 anos por Adenocarcinoma de Próstata (Gleason 3+4, PSA inicial = 8,6). Apresentou bom resultado oncológico, com PSA < 0,001 e mantido ao longo dos anos. No entanto, desde os primeiros meses após a cirurgia, passou a apresentar incontinência urinária e disfunção erétil. Foi tratado com colocação de prótese peniana maleável e sling masculino Argus® há 6 anos. Teve bom resultado inicial com o sling, chegando a ficar seco. Entretanto, evoluiu com recidiva da incontinência 2 anos após a cirurgia. Desde então, refere perda urinária aos mínimos esforços, com uso de 3 a 4 absorventes por dia. Nega outros sintomas urinários.

ANTECEDENTES PESSOAIS: Hipertensão arterial primária bem controlada. Nega outras comorbidades.) EXAME FÍSICO: Presença de prótese peniana. Sem outros dados relevantes. INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR: Diário miccional:presença de 6 micções diárias, com média de 10 episódios de perda por dia em pequena quantidade. Uso de 3 a 4 absorventes por dia. Sem noctúria ou incontinência urinária quando estava deitado. Pad-test (Teste do absorvente): 860g/dia. Uretroscopia: Uretra de calibre normal. Anastomose uretrovesical de calibre normal, permeável ao cistoscópio 21F. Esfíncter uretral externo com contração preservada. AVALIAÇÃO URODINÂMICA:

Figura 1 - Gráfico da avaliação Urodinâmica – Fase cistométrica: CCM 350ml | Ausência de contração detrusora involuntária PPE 46cmH2O. Estudo fluxo/pressão (Q/P): Qmáx: 12ml/s | PdetQmax: 17 cmH2O | Volume urinado: 348ml. Realizado provas de esforço e fluxometria sem sonda vesical, com os seguintes achados: PPE: 49 cmH2O Qmáx: 22ml/s


caso CLÍNICO edição: Julho e Agosto de 2013 Juliano Cesar Moro, Marcelo Cartapatti da Silva, Daniel Carlos Silva Disciplina de Urologia - UNICAMP

CONDUTA Discutido com o paciente 3 opções terapêuticas: -Novo Sling -Esfíncter artificial -Constrictor uretral Descartado novo sling uma vez que já teve falha ao método. Não indicado esfíncter artificial por indisponibilidade no serviço, o que é uma característica comum a este método pelo seu elevado custo.

Oferecido constrictor uretral, que foi bem recebido pelo paciente, mesmo sabendo da grande chance deste método não proporcionar resolução completa da queixa. Entretanto, o paciente manifestava total compreensão das limitações do método e mostrou-se disposto a se submeter à cirurgia com o objetivo de ter melhora parcial da incontinência. Abaixo, fotos da cirurgia de colocação do constrictor uretral:

Figura 2 Dissecção da uretra bulbar para colocação do constrictor uretral

Figura 3: dispositivo isolado (esquerda) e manguito do constrictor posicionado na uretra bulbar (direita). EVOLUÇÃO Paciente acompanhado até 2 meses após a cirurgia com melhora de 60% da queixa. Está satisfeito com o resultado obtido.


caso CLÍNICO edição: Julho e Agosto de 2013 Juliano Cesar Moro, Marcelo Cartapatti da Silva, Daniel Carlos Silva Disciplina de Urologia - UNICAMP

DISCUSSÃO A incontinência urinária após a prostatectomia radical constitui complicação frequente, ocorrendo entre 5 a 25% dos casos. Trata-se de uma complicação não letal, porém com grande impacto na qualidade de vida. É fato conhecido que a IU tende a diminuir ao longo do tempo, e a recuperação é observada na maioria dos casos em 1-6 meses após a cirurgia.

Os fatores de risco de incontinência após prostatectomia radical são: idade do paciente no momento da cirurgia, estágio da doença, técnica cirúrgica, experiência do cirurgião, diagnóstico de hiperatividade do detrusor no pré-operatório e radioterapia prévias.

A avaliação do paciente deve incluir anamnese e exame físico. O diário miccional é importante ferramenta diagnóstica informando o intervalos entre as micções e o volume por micção. Teste do absorvente avalia a quantificação da perda. Endoscopia do trato urinário inferior é importante para verificação da uretra e excluir estenose da anastomose vésicouretral. Avaliação urodinâmica é importante para os casos de indicação cirúrgica, recidiva ou para pacientes com doenças neurológicas.

A terapia conservadora com medicamentos, fisioterapia, intervenções comportamentais, ou estimulação elétrica, é a forma de tratamento de primeira linha e muitas vezes estas são usadas de forma conjunta. Tratamentos cirúrgicos são normalmente reservados para pacientes com quadro persistente e que não responde ao tratamento conservador. Dentre as opções cirúrgicas, as principais são o sling masculino, constrictor uretral e esfíncter artificial. O sling é uma técnica de fácil execução, custo acessível e resultados animadores para casos leves a moderados. Muitas vezes é o primeiro tratamento cirúrgico efetuado no paciente. Existe controvérsia quanto a durabilidade dos seus resultados apesar de já existirem estudos na literatura mostrando persistência das taxas de sucesso 2 anos após a cirurgia.

O esfíncter artificial constitui o melhor método de tratamento para os casos graves, com altas taxas de sucesso. Apresenta como desvantagens o seu elevado custo e a necessidade de cirurgias de revisão do dispositivo.

O constrictor uretral é um método mais acessível, com taxas de sucesso variando de 70 a 80% para casos moderados a graves. A necessidade de revisões pode ocorrer em 10 a 15% dos casos e complicações são registradas, inclusive com necessidade de retirada do dispositivo por distúrbio obstrutivo.

Apesar das limitações apresentadas, este método constitui uma boa alternativa terapêutica para os casos de incontinência urinária pós-prostatectomia, principalmente aqueles leves a moderados, como o presente caso apresentado.


aprendendo por IMAGEM edição: Julho e Agosto de 2013 Tiago Aguiar; Tomas B. C. Moretti; Marcelo Cartapatti; Cassio L. Z. Riccetto; Paulo C.R. Palma Disciplina de Urologia - UNICAMP

Granuloma vaginal após correção de incontinência urinária de esforço com polímero de silicone (Macroplastique®)


aprendendo por IMAGEM edição: Julho e Agosto de 2013 Tiago Aguiar; Tomas B. C. Moretti; Marcelo Cartapatti; Cassio L. Z. Riccetto; Paulo C.R. Palma Disciplina de Urologia - UNICAMP

HISTÓRIA CLÍNICA O tratamento da incontinência urinária de esforço em mulheres apresenta taxas de sucesso em torno de 85% em médio e longo prazo, sendo o sling de uretra média o método mais utilizado (1). Substâncias com efeito de aumento de volume na uretra são alternavas ao uso de slings ( 2-4). Elastômeros de silicone (polidimetilsiloxane), através do sistema de implantação Macroplastique® são um desses agentes. Apresenta contudo, resultados mais modestos : 62% de pacientes secas no teste do absorvente em 12 meses, com a vantagem de ser aplicado em regime ambulatorial e com anestesia local (5). As complicações mais comuns são disúria e hematúria auto-limitadas, chegando até a 50% (6).

OBJETIVO Relatar caso de paciente submetida a tratamento de incontinência urinária de esforço com injeção periuretral de Macroplastique®, que em sua evolução apresentou recidiva da perda urinária associada a formação de granuloma vaginal.

MÉTODOS Foi realizada revisão do prontuário de paciente que efetuou tratamento com injeção periuretral de Macroplastique® para tratamento da incontinência urinária de esforço, que evolui com recidiva da incontinência associada a formação de tumor vaginal. A revisão iniciou-se no momento do diagnóstico da recidiva associada a suspeita da formação de granuloma. A partir deste momento a paciente foi seguida prospectivamente por período de 6 meses. Ao exame físico observa-se trofismo vaginal normal, ausência de prolapsos e perdas urinárias presentes quando solicitada realização de manobras de esforço.

Foi realizada avaliação urodinâmica: fluxometria livre com fluxo máximo (Qmax) de 18ml/s e volume de 304ml sem resíduo pós miccional. Cistometria com sensibilidade, complacência e capacidade normais capacidade cistométrica máxima (CCM) de 300ml. Houve perda com manobras de esforço com pressão de perda aos esforços (PPE) de 51 cm de H2O. Estudo fluxo/pressão (Q/P) com Qmax de 21ml/s e pressão detrusora no fluxo máximo (Pdet/Qmax) de 21 cm H2O. Volume de 319ml e resíduo desprezível (Figura 1).


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A paciente foi submetida a injeção periuretral de Macroplastique®, conforme descrito por Henalia et al (4). Procedimento realizado em regime ambulatorial sob anestesia local e a paciente recebeu alta 2 horas após término da cirurgia. Houve discreta hematúria limitada ao pós-operatório imediato. Inicialmente a paciente não apresentou perda urinária aos esforços e mostrava-se satisfeita com o tratamento. Contudo, após 6 meses de seguimento, a paciente queixou-se de recidiva dos sintomas: perda urinária aos grandes esforços (grau I de Stamey), além de sensação de “nodulo na vagina” e dispareunia. Aplicado novamente ICIQ-SF com escore de 13. Ao exame físico apresentava trofismo vaginal normal, ausência de prolapsos e perdas presentes com manobras de esforço. Notava-se ainda abaulamento de 3cm de diâmetro em parede anterior da vagina, com contornos regulares e paredes lisas, mucosa vaginal íntegra e sem modificação com manobras de esforço. Foi repetida avaliação urodinâmica (Figura 2)- Cistometria: sensibilidade, capacidade e complacência normais. CCM=480ml. PPE=129cm H2O. Qmax=18ml/s e Pdet/Qmax=22 cm H2O. Volume=385ml. Resíduo desprezível.

Realizada também ressonância magnética de pelve (Figura 3)- lesão com hipossinal nas imagens ponderadas em T2, de 3cm, em local correspondente a injeção de Macroplastique® às 6h, compatível com granuloma. Figura 3- Ressonância Magnética de Pelve. A e BCortes axiais ponderados em T2. Em A, lesões com hipossinal correspondentes a Macroplastique® injetado às 2 e 10h (seta preta). Em B, lesão de 3cm com hipossinal compatível com granuloma em local de injeção às 6h (seta branca). C e D: A mesma lesão com hipossinal nos cortes sargital e coronal respectivamente (triângulos preto e branco). Optado por ressecção de granuloma via vaginal e avaliação intraoperatória da uretra para definir conduta para incontinência. Ponderada correção ao mesmo tempo ou em segundo tempo e também como corrigir a incontinência: sling autólogo ou sintético.


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A via de acesso foi uma incisão em “U” invertido sobre o nódulo e procedeu-se a dissecção e retirada do mesmo - Figura 4. O nódulo estava envolvido por pseudocápsula que foi aproximada para cobrir a uretra, que se encontrava íntegra. Optado por correção da incontinência com sling sintético no mesmo tempo cirúrgico, visto que a uretra encontrava-se protegida pela pseudocápsula do granuloma. Foi usada a via retropúbica para implantação da tela.

Figura 4- A- Aspecto pré-operatório: nota-se abaulamento em parede anterior da vagina. B- Ressecção do nódulo. C- Aspecto macroscópico no nódulo cortado ao meio.

A cirurgia e o pós-operatório ocorreram sem intercorrências. Retirada a sonda vesical no primeiro pósoperatório, quando paciente recebeu alta hospitalar. O nódulo foi enviado para estudo anatomopatológico que confirmou tratar-se de processo crônico granulomatoso a corpo estranho (material exógeno) – Figura 5.

Figura 5- Processo crônico granulomatoso a corpo estranho. A paciente tem seguimento de 6 meses no ambulatório de urologia feminina. Apresenta-se seca, sem extrusão da tela, sem infecções de urina e sem sintomas de esvaziamento ou armazenamento.


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DISCUSSÃO A incontinência urinária é uma condição que leva a comprometimento importante na qualidade de vida da mulher (7). O tratamento inclui fisioterapia do assoalho pélvico, biofeedback, slings, esfíncter artificial e substâncias que ocluem a uretra. Esses últimos são indicados em pacientes que desejam ser submetidas a procedimento menos invasivos e entendem que a eficácia e duração são inferiores à cirurgia. Outras indicações são pacientes idosas, de alto risco anestésico ou que aceitem melhora na incontinência, sem necessariamente ficarem secas (8). Gamal et al em uma revisão sistemática, mostrou os resultados da injeção periuretral de Macroplastique®. As taxas de cura em curto, médio e longo prazo foram 43%, 37% e 36% respectivemente e de melhora 75%, 73% e 64% respectivamente. As complicações mais comuns foram retenção urinária em 7%, urge-incontinência 7%, infecções urinárias 3%, disúria temporária 50% e hematúria transitória 45%. Não houveram relatos de extrusão, migração ou reação imune (6). Há um relato de caso na literatura de um nódulo vaginal após injeção de Macroplastique®. Ocorreu como achado incidental em cistoscopia durante colocação de sling. A paciente havia sido submetida a injeções prévias de Macroplastique® em duas diferentes ocasiões com 12 meses de intervalo. O nódulo foi ressecado e a histologia mostrou reação giganto-celular ao redor de material exógeno (9).

O desfecho da paciente descrita em nosso relato mostrou-se compatível com a literatura do ponto de vista da resolução da incontinência: cura da incontinência inicialmente, porém sem sustentação em médio prazo. Contudo houve melhora subjetiva da queixas de incontinência e do escore no ICIQ-SF, ao se comparar o pré e pós-operatório de 6 meses, além de melhora objetiva nos parâmetros urodinâmicos.

Em relação às complicações, a hematúria autolimitada é um evento esperado. O nódulo vaginal por outro lado é uma raridade. Por isso foi documentado radiologicamente através de ressonância magnética e avaliado histologicamente.

O fato do nódulo estar envolvido por uma pseudocápsula, aliada a integridade da uretra, ajudou a decisão intraoperatória de correção da incontinência no mesmo tempo cirúrgico. Não se pode afirmar que em todos os granulomas após injeção de Macropastique® encontraremos o mesmo cenário favorável. Porém deve-se pensar e discutir com a paciente sobre o tratamento em um só tempo do nódulo e incontinência urinária.


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CONCLUSÃO A ocorrência de granuloma periuretral após injeção de Macropastique® é um evento raro. Se houver associação dessa complicação com recidiva da incontinência urinária de esforço, a resolução de ambos problemas em um mesmo tempo cirúrgico é factível. 1) Urinary Incontinence Guidelines Panel. Urinary Incontinence in Adults. Clinical Practice Guidelines. Rockville, Maryland: Agencyfor Health Care Policy and Research, Public Health and Human Services, 1992 (AHCPR publication 92-0038). 2) Palma, P. C. R., Riccetto, C. L. Z. and Netto, N. R., Jr.: Urethral pseudolipoma: a complication of periurethral lipo-injection for stress urinary incontinence. J Urol, 155: 646, 1996 3) Politano, V. A., Small, M. P., Harper, J. M. and Lynne, C. M.: Periurethral Teflon injection for urinary incontinence. J Urol, 111: 180, 1974 4) Henalla, S. M., Hall, V., Duckett, J. R., Link, C., Usman, F.,Tromans, P. M. et al: A multicentre evaluation of a new surgical technique for urethral bulking in the treatment of genuine stress incontinence. BJOG, 107: 1035, 2000 5) José Tadeu Nunes Tamanini, Carlos Arturo Levi D’ancona, Valdir Tadini And Nelson Rodrigues Netto, Jr. Macroplastique Implantation System For The Treatment Of Female Stress Urinary Incontinence. J Urol, Vol. 169, 2229–2233, June 2003 6) Gamal M. Ghoniem & Christopher J. MillerA systematic review and meta-analysis of Macroplastique for treating female stress urinary incontinence Int Urogynecol J (2013) 24:27–36 7) Kelleher, C. J., Cardozo, L. D., Khullar, V. and Salvatore, S.: A new questionnaire to assess the quality of life of urinary incontinent women. Br J Obstet Gynaecol, 104: 1374, 1999. 8) Roger R. Dmochowski, Jerry M. Blaivas, E. Ann Gormley, Saad Juma, Mickey M. Karram, Deborah J. Lightner, Karl M. Luber, Eric S. Rovner, David R. Staskin, J. Christian Winters and Rodney A. Appell† Update of AUA Guideline on the Surgical Management of Female Stress Urinary Incontinence J Urol Vol. 183, 19061914, May 2010. 9) S. Kulkarni, A. J. W. Davies, K. Treurnicht, T. J. Dudderidge, M. Al-Akraa Misplaced Macroplastique injection presenting as a vaginal nodule and a bladder massJ Clin Pract, April 2005, 59 (Suppl. 147), 85–86


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COMENTÁRIO EDITORIAL - 15/07/2013 As injeções periuretrais para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE) tem seu lugar no armamentário uroginecológico, sendo disponibilizados vários materiais, bem como diferentes técnicas de injeção periuretral. Tais procedimentos têm indicação reservada para casos como uretra fixa, falha de sling de uretra média ou quando a paciente não pode ser submetida a anestesia raquideana. Dentre os materiais injetáveis atualmente disponíveis, o polidimetilsiloxane (Macroplastique®, Uroplasty Inc, Minesota, MN, USA) tem destaque, apresentando boas taxas de cura/melhora em médio prazo (1) e aceitáveis taxas de cura/melhora em longo prazo (2), como apresentado em recente metanálise (3). O presente artigo relata complicação rara da injeção periuretral de Macroplastique por meio do Macroplastique Implantation System (MIS). Nódulo vaginal é um achado frequente de exame físico ginecológico pós-MIS, pois o material injetado às 6 h (2 mL) aloja-se na região suburetral. Apesar de serem geralmente assintomáticos, podem ser facilmente palpados como lesão móvel, indolor e endurecida (2). Em nossa experiência, quase a totalidade das pacientes submetidas ao MIS apresentaram nódulo palpável, principalmente na região suburetral. Entretanto, minoria queixou-se ou percebeu sua presence sob forma de nódulos vaginais (dados não publicados). O nódulo periuretral somente passa a incomodar quando apresenta sinais flogísticos e/ou de infecção secundária local ou ainda, interfere na atividade sexual. Em nossa série de casos tivemos caso semelhante a este apresentado que, por falha no tratamento da IUE com MIS, foi proposto reintervenção cirúrgica com sling de uretra média. A paciente percebia o nódulo na vagina por auto-palpação, mas isso não interferia em suas atividades diárias ou na atividade sexual. Entretanto, o que a incomodava, de fato, era a recidiva precoce da IUE. Na cirurgia de correção de IUE com sling, o nódulo periuretral foi ressecado com cápsula. Durante o procedimento ocorreu lesão inadvertida da uretra média, que foi diagnosticada e tratada imediatamente. A correção da IUE foi realizada após 90 dias de pós-operatório, sendo que a cirurgia de sling transcorreu sem complicações, com cura da IUE. Outros casos de recidivas de IUE que tivemos pós-MIS foram tratados apenas a colocação do sling de uretra média, sem a exerese do nódulo periuretral. Dessa forma, mesmo com o achado de exame físico de nódulo vaginal pós-injeção periuretral para tratamento de IUE com MIS, o foco manteve-se na correção da IUE. Em nossa opinião, o nódulo somente deverá ser abordado em casos sintomáticos.

REFERÊNCIAS 1) Tamanini JT, D’Ancona CAL, Netto NR Jr (2004) Treatment of Intrinsic sphincter deficiency using the Macroplastique implantation system: two-year follow up. J Endourol; 18:906-11 2) Tamanini JT, D’Ancona CAL, Netto NR Jr. 2006 Macroplastique implantation system for female stress urinary incontinence: long-term follow-up. J Endourol; 20(12):1082-6 3) Gamal M. Ghoniem & Christopher J. MillerA systematic review and meta-analysis of Macroplastique for treating female stress urinary incontinence Int Urogynecol J (2013) 24:27–36


novas TECNOLOGIAS edição: Julho e Agosto 2013 Luigi Cormio, MD, PhD,1 Oscar Selvaggio, MD,1 Giuseppe Di Fino, MD,1 Paolo Massenio, MD,1 Pasquale Annese, MD,1 Jean de la Rosette, MD,2 and Giuseppe Carrieri, MD1 JOURNAL OF ENDOUROLOGY Volume 27, Number 2, February 2013 a Mary Ann Liebert, Inc. Pp. 139–142 DOI: 10.1089/end. 2012.0432 Techniques in Endourology

Transurethral Distal Ureter Balloon Occlusion and Detachment: A Simple Means of Managing the Distal Ureter During Radical Nephroureterectomy


novas TECNOLOGIAS edição: Julho e Agosto de 2013 Luigi Cormio, MD, PhD,1 Oscar Selvaggio, MD,1 Giuseppe Di Fino, MD,1 Paolo Massenio, MD, 1 Pasquale Annese, MD,1 Jean de la Rosette, MD,2 and Giuseppe Carrieri, MD1

JOURNAL OF ENDOUROLOGY Volume 27, Number 2, February 2013 a Mary Ann Liebert, Inc. Pp. 139–142 DOI: 10.1089/end. 2012.0432 Techniques in Endourology

A nefroureterectomia radical é o tratamento padrão para tumores de células transicionais do trato urinário superior. Esta cirurgia contempla a excisão do ureter distal com retirada de um cuff da bexiga. Para esta etapa do procedimento, existe a opção de ressecção aberta (mais invasiva, dolorosa e associada a complicações incisionais) ou a endoscópica (técnica de “pluck”) com vantagem de ser minimamente invasiva. A via endoscópica se resume a RTU intramural do ureter e desperta receio pela possibilidade de vazamento de tumor a partir do meato aberto disseminando doença pelo retroperitoneo.

Este trabalho relata um método simples e barato para ocluir o ureter ressecado por via endoscópica e manter o princípio oncológico. Utilizando o cistoscópio, um cateter fogarty 5 Fr é introduzido no ureter do lado afectado pelo tumor. A extremidade distal do cateter então é cortada para permitir que o mesmo seja removido do aparelho de cistoscopia e, com um conector, o balão é insuflado com 1 ml de solução fisiológica. A comprovação da completa oclusão ureteral foi testada em cinco casos por injecção endovenosa de índigo carmim. Observou-se haver não efluxo do corante a partir do ureter com fogarty insuflado, diferentemente do meato contralateral. A partir daí, prosseguia-se com ressectoscópio a incisão circunferencial do ureter até a gordura perivesical liberando o meato da bexiga. O tempo médio total para esta etapa da cirurgia foi de 21,3 min (15-30 min) e o trabalho contou com 13 pacientes. Não houve recorrência tumoral com tempo médio de 39,8 meses.

Ricardo Souza Pos-graduando FCM – Universidade Estadual de Campinas


notícias da UROLOGIA edição: Julho e Agosto de 2013

SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CONTINÊNCIA (ICS) 2013 – BARCELONA/ESPANHA

Entre os dias 26 e 30 de agosto, oconteceu em Barcelona, a Reunião Anual da Sociedade Internacional de Continência (ICS). Além da atualização científica, importantes reuniões foram agendadas para os preparativos da próxima edição do evento, que ocorrerá em 2014, no Rio de Janeiro. A Unicamp estará representada com os urologistas Prof. Carlos D'Ancona (Presidente do Congresso de 2014), Prof. Paulo Palma, Prof. Cássio Riccetto e Dr. Daniel Silva. A Unicamp estará também representada por profissionais de outras áreas, como a Prof. Maria Helena Baena (enfermagem) , Adélia Lúcio e Renata Campos (fisioterapia).

BOM DIA UROLOGIA!! O evento foi um sucesso! Realizado nas dependências do The Royal Palm Plaza Hotel, no dia 12 de junho de 2013, em Campinas, os cerca de 80 presentes puderam assistir à uma verdadeira revisão e atualização sobre os temas mais frequentes nos consultórios urológicos: litíase urinária e obtrução benigna da próstata. Novas tecnologias, novos medicamentos e como utilizá-los na prática clínica. Tradicional, mas semprte atualizado. Esta foi mais uma edição do Bom Dia Urologia, organizado pela

Fotos palestrantes (esq. Para direita): Professores Roni Fernandes, Paulo Palma, Fernandes Denardi, Antonio Gugliotta, José Luis Chambo, Carlos D'Ancona, Osamu Ikari, Daniel Silva, Cássio Riccetto, Vera Belangero, Adilson Prando


edição julho e agosto de 2013 www.urovirt.org.br


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