Trajetória e formulação para implantação da pmh de BH na gestão da Frente Popular

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No início da década de 90, finalmente, é assinado um convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, que havia sido criada em 1987 como fruto do acúmulo das mobilizações realizadas até então. Esse convênio prevê a construção de mais de 3 mil unidades habitacionais em mutirão e autogestão, além de intervenções em cortiços e favelas, sendo considerado pelo movimento uma grande vitória (TIJIWA, 1992).

A partir da primeira, outras caravanas se sucedem nos anos seguintes, sempre ampliando o número de participantes e de delegações estaduais envolvidas, incluindo em sua programação grandes manifestações públicas e negociações junto ao Congresso Nacional, à CAIXA, e, posteriormente, à então Secretaria Nacional de Habitação. Nesse processo também se amplia a abrangência das discussões, que passa a incorporar questões que se referem à luta mais geral pela reforma urbana assim como à luta específica de outras modalidades do movimento por moradia. Nesse sentido, a articulação passa a defender, por exemplo, propostas como: a criação de uma política e de um sistema nacional de habitação, a aprovação do sistema nacional de saneamento e a regulamentação do capítulo da Constituição Federal dedicado à política urbana, entre outros.

As reuniões de negociação acontecem também no intervalo entre as caravanas, sempre incluindo entre os objetivos a criação de um programa federal na linha da produção habitacional com mutirão e em autogestão. Essa proposta do movimento é contemplada em parte com a criação do PROHAP Comunidade, um programa financiado com recursos do FGTS que se restringe naquele momento a poucos empreendimentos mas representa um

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