Relatório sobre o Estado do Voluntariado Mundial (SWVR)

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RELATÓRIO SOBRE O ESTADO DO vOLUNTARIADO mUNDIAL DE 2011

de redes sociais. Todos contribuem para um sentimento de bem-estar. Na comunidade, o voluntariado pode levar a uma maior coesão pelo fortalecimento da confiança e redução do conflito. Dentro da sociedade, uma maior inclusão através do voluntariado traz vantagens econômicas e ajuda a desenvolver nações fortes e coesas. Quando houver um maior reconhecimento dos parâmetros gerais do voluntariado apresentados no Capítulo 1, o voluntariado se tornará mais integrado no debate da inclusão social. A bibliografia sobre o voluntariado e inclusão centra-se sobretudo na ação voluntária das organizações formalmente constituídas. Tal ação deve ser encorajada. No entanto, de um modo geral, o voluntariado feito por grupos excluídos ocorre num contexto informal. A definição mais abrangente adotada pela comunidade internacional, refletindo todas as formas da ação voluntária, deveria contribuir para tornar

o papel do voluntariado mais visível. Ainda há muito que pode ser feito. Por exemplo, os governos podem incluir o voluntariado nas políticas que tratem da inclusão, abrangendo tanto os tipos de voluntariado formais, organizados, como os informais. As micropolíticas do voluntariado e as macropolíticas para combater a exclusão social precisam trabalhar em uníssono. Por exemplo, o acesso à legislação do trabalho poderia ser estendido para incluir o voluntariado assim como poderia a legislação antidiscriminatória. No núcleo de inclusão está o reconhecimento das capacidades e não das incapacidades dos indivíduos. Isto requer uma abordagem aberta e flexível. Os governos, as organizações da sociedade civil e o setor privado são capazes de dar uma orientação proativa aos grupos excluídos, juntamente com outros segmentos da sociedade, para envolvê-los no voluntariado. Se tal acontecesse e se surgissem

QUADRO 5.9  Falando Positivamente acerca do HIV: China “Digo sempre às pessoas com um sorriso: o HIV é um vírus, não é um pecado! Vivemos com o HIV e ainda podemos contribuir para a sociedade,” declara Xiaofeng, que contraiu o HIV numa transfusão de sangue. Quando isto se tornou conhecido, enfrentou a humilhação e a discriminação, mas decidiu falar acerca do assunto. Apesar das regulamentações que proíbem a discriminação institucional contra as pessoas que vivem com o HIV, na China as barreiras ainda persistem. O medo do estigma impede, frequentemente, que as pessoas acedam aos serviços e divulguem a sua condição de infectados pelo HIV às famílias e aos amigos. O Projeto Conversas Positivas (Positive Talks Project) foi iniciado em 2007 pela Marie Stopes International China, uma organização sem fins lucrativos que presta serviços de planejamento familiar e de saúde reprodutiva e sexual, com o apoio do PNUD e da UNAIDS, e em consulta com o Centro Nacional de DST/AIDS Prevenção e Controle, e com a Associação Chinesa de Prevenção e Controle de DST/AIDS. Mais de 40 pessoas que vivem com o HIV de toda a China foram formadas como formadores e oradores educacionais. Posteriormente, os oradores do Conversas Positivas realizaram formações em departamentos governamentais, empresas do setor privado, universidades, órgãos de comunicação, ONGs e com pessoas das áreas rurais. Em junho de 2008, cinco oradores do Conversas Positivas treinaram 7.500 voluntários dos jogos Olímpicos de Beijing para conscientizá-los acerca do HIV. Através do seu empenho, os oradores do Conversas Positivas têm originado mudanças para um comportamento positivo, reduzindo a discriminação contra as pessoas que vivem com o HIV.

Fontes: Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS). (2010b, March 6); Luo Nan [Gerente de projeto, Positive Talks Project], Comunicação pessoal. (2011, July 15).

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