Relatório sobre o Estado do Voluntariado Mundial (SWVR)

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RELATÓRIO SOBRE O ESTADO DO vOLUNTARIADO mUNDIAL DE 2011

bem-estar está rapidamente ganhando respeito como um conceito útil para orientar e informar a política de desenvolvimento. Oferece “uma oportunidade única para melhorar os modos pelos quais as nossas políticas são feitas e dá um novo fôlego ao processo democrático” 44.

Fazer a conexão explícita entre o voluntariado e o bem-estar ajudaria a assegurar que a política leve em conta todas as opções para ação

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Existem várias definições de bem-estar e diferentes opiniões sobre o que deve ser incluído nela. Trata-se, certamente, de conectar o processo de desenvolvimento aos fatores que refletem uma melhor forma de qualidade de vida para todos. Como vimos, para o voluntariado, a questão de relacionamentos é fundamental. O nosso próprio bem-estar está intimamente ligado ao que contribuímos para a vida dos outros. Onde a economia fomenta valores de interesse pessoal e a competição para alcançar a satisfação máxima, o foco no bem-estar encontra maior motivo para valorizar a compaixão e a cooperação, os dois valores centrais do voluntariado. O discurso sobre qualidade de vida e bem-estar, e o seu lugar no modelo de desenvolvimento em evolução, deve reconhecer a solidariedade e os valores recíprocos do voluntariado como partes das dinâmicas que aprimoram o bem-estar humano. O caminho a se seguir é o de dar especial atenção à contribuição do voluntariado para “sociedades saudáveis que são boas para se viver” como descrito anteriormente, ou ao que o Índice Canadense do Bem-estar se refere como “vitalidade da comunidade”. Uma sociedade saudável é aquela cuja importância é dada aos relacionamentos formais e informais que facilitam a interação e envolvimento e, assim,

geram um sentimento de pertença. É também aquela em que existe uma ampla participação de todos os setores da população. Como vimos em outras partes deste relatório, as comunidades que apresentam essas características são as melhores para avançar e satisfazer as aspirações comuns. São mais capazes de construir a sua resiliência para resistir aos choques e tensões que os pobres, em particular, enfrentam regularmente. O capítulo a seguir vai examinar alguns aspectos da estrutura de desenvolvimento em evolução e a emergência do bem-estar como um elemento chave. No entanto, já podemos afirmar que os formuladores de políticas precisam incorporar o voluntariado nos seus debates atuais. Em muitos aspectos, o voluntariado já existe implicitamente. Contudo, fazer a conexão explícita entre o voluntariado e o bem-estar, e a ligação com os pesquisadores e profissionais que trabalham na área de engajamento voluntário, ajudaria a assegurar que a política leve em conta todas as opções para ação. A comunidade de pesquisa deve ampliar o seu trabalho sobre o voluntariado. Necessita abordar o impacto da ação voluntária sobre o bem-estar das comunidades e das sociedades de forma muito maior, especialmente no mundo em desenvolvimento. Organizações que envolvem voluntários devem ser proativas na divulgação do impacto do seu trabalho. Este impacto não se limita apenas aos voluntários, ou às causas e às pessoas a quem a ação voluntaria é dirigida. As organizações precisam olhar para a contribuição completa dos seus esforços para a saúde das sociedades.


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