Nossa História

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NOSSAHISTÓRIA

50 ANOS DO CURSO NA UNISINOS UNISINOS SÃO LEOPOLDO (RS) OUTUBRO DE 2022 - EDIÇÃO ÚNICA
UNISINOS Branding, criação e produção de campanhas publicitárias Coberturas jornalísticas e reportagens Desenvolvimento de produtos digitais, sites e redes sociais @agexcom.unisinos agexcom Peça um trampo! www.agexcom.com.br

EEnquanto relações-públicas normal mente não focamos nos números, mas dessa vez a comemoração me rece. Em 2022, os cursos da comu nicação da Unisinos completam 50 anos. A Agex - Agência Experimental, também vinculada à Escola da Indústria Criativa, com pleta 20 anos. E, como forma de homenagear o curso de RP, os alunos da atividade acadêmica de Escrita Criativa produziram, com muito carinho, esta revista comemorativa aos 50 anos do curso na modalidade presencial e 10 anos do curso na modalidade a distância. Então, com essa edição especial, vamos falar da importância desses números fazendo o que fazemos de melhor: dando protagonismo às pessoas. Pessoas que fizeram parte da nossa história ao longo desses 50 anos.

E, como forma de representar a história de cada um que já passou pelo curso de Relações Públicas, a revista evidencia as experiências

vividas por diferentes pessoas ao longo do tempo. Afinal, a nossa história é fundamental para a construção da bela trajetória que vem sendo trilhada pelo curso.

Nesta edição, textos sobre alunos, professo res, coordenadores e as experiências de alguns que passaram pelo curso, vão se misturar com a evolução da comunicação e da profissão, além dos desafios e ideais de quem deseja se formar RP. Não esquecendo, também, de momentos marcantes ao longo dos anos e do momento tão delicado que estamos vivenciando, e que impri miram nas nossas páginas tintas amargas, mas também de grande evolução e transformação.

A revista tem como intuito, homenagear a história que o curso de Relações Públicas escreveu ao longo desses 50 anos e 10 anos do curso EAD, e também para desejar que os próximos 50 anos sejam regados de conheci mentos, evolução, conquistas e novas lindas histórias, afinal, a nossa história continua.

POLI ESPINDOLA PROFESSORA ORIENTADORA

ÍNDICE

4/ Cinco décadas de dedicação

10/ 10 anos do curso RP em EAD Unisinos

14/ Semeando um pouco de si

17/ Os “fazedores de festinhas”

20/ Desconstruindo mitos

22/ Espaço conquistado

24/ Além das fronteiras

30/ O RP e os canais digitais de comunicação

34/ Como visar uma carreira de sucesso 36/ RP em um contexto pandêmico 40/ Todo mundo precisa de um RP

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CINCO DÉCADAS DE DEDICAÇÃO

Muitas

pessoas construíram o curso de relações públicas na Unisinos, todas elas tiveram pa péis importantes na trajetória desses 50 anos. Entretanto, algumas tiveram maior destaque, pois fo ram o elo entre alunos, professores e a universidade: os coordenadores e coordenadoras da graduação. Ao longo desta edição, todos serão apresentados em uma linha do tempo, além de entrevistas exclusivas com os últimos quatro coordenadores.

Tivemos 18 nomeações durante toda his tória do curso, sendo que, nos dois primeiros anos (1972 e 1973) não temos registro oficial dos coordenadores. No início, tínhamos um departamento de comunicações, presidido pelo Padre Miron Alexius Stoffels, que era responsável pelos cursos de Relações Públicas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Logo depois, em 1976 foi transformado em Departamento de RP e PP, seguindo com o Pe Miron até 1980.

Em 1980, tivemos o professor Jim Pereira Pompeu como coordenador até 1982 e que re tornou em 1986. Outro professor que esteve duas vezes como coordenador foi o Hunder Everto Corrêa, totalizando três anos e seis meses nesse

papel. Durante o período de um ano, tivemos a Profa. Eloá Mu niz da Silva (1993), Prof. Lauro Antônio Lacerda D’ Avila (2003) e a Profa. Gabriela Gonçalves (2004).

Alguns professores fica ram por apenas um semestre na coordenação, sendo eles: a professora Martha Geralda Alves D’Azevedo, o Prof. Hanns Peter Albert Joaquim Struck, o Prof. José Luiz de Carvalho Reckziegel, Prof. Carlos José Sillero, a professora Marisa de

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POR BIANCA DE SOUZA NUNES
5 “Sempre
que eu
pensava nesse cargo de coordenação, eu pensava nesse sentido: O que eu posso fazer de diferente, de melhor” TAÍS FLORES DA MOTTA COORDENADORA DESDE 2018 “Eu fui convidado a ser coordenador e o meu sentimento era de entusiasmo, sempre gostei do curso” LAURO D’ AVILA COORDENADOR DE 2003 A 2004

Carvalho Soares e a professora Tarsila Maria Pasa Madalena.

As professoras que mais atuaram na coor denação foram: Helenice Carvalho por 7 anos e Erica Hiwitaschi por 12 anos. Atualmente, nossa coordenadora é a professora Taís Flores da Motta, que já está há 4 anos.

Convidamos os últimos quatro coordenadores para responderem três perguntas sobre o período de sua coordenação, a primeira pergunta era: Como foi o momento da sua nomea ção como coordenador? Qual era o sentimento?

O Professor Lauro, coordenador em 2003, disse que: “Eu fui convidado a ser coordenador e o meu sentimento era de entusiasmo, sem pre gostei do curso, vinha do mercado, era um profissional e, na época, atuava no Hospital de Clínicas, e fiquei muito contente com o convite”. Ele conta que viajou para São Paulo com intutito de pesquisar inovações para o curso como coor denador, queria investir na criação de espaços no curso para pesquisa e extensão, até visitou a Universidade Metodista e a Cásper Líbero, mas que não foi bem-sucedido nisso. “Talvez uma falta de experiência minha acadêmica achei que poderia imprimir um ritmo como eu fazia na iniciativa privada. No mercado e na universidade as coisas têm outro ritmo, são diferentes. Então, ao mesmo tempo que eu entrei com entusiasmo e tentei dar uma outra dimensão pro curso, eu não consegui implementar esse tipo de atividade que eu achei que seria, e continuo achando que isso seria muito bom para o curso. Daria uma maior projeção do curso dentro da pesquisa e da extensão”.

A professora Gabriela conta que: “... não foi novidade eu ser nomeada coordenadora executiva, porque eu já estava atuando como coordenadora adjunta, um cargo que existia na época. E, antes de ser coordenadora adjunta, já tinham me passado responsabilidades dos cursos de extensão, de toda a área que a gente chamava de Centro 3, que era a parte das ciências da comunicação e também da parte de letras e linguística”.

Logo em seguida, a professora Erica entrou na coordenação e ela conta que “Foi um gran de susto inicial, pois a própria docência já era um baita desafio. Eu ainda estava aprendendo a ensinar, imagina coordenar um curso! Mas também fiquei muito motivada, pois seria um baita aprendizado. Ser professora universitária já é um grande prestígio para minha família, pois, no Japão, ser professor, ainda mais universitário, é estar num dos níveis mais altos da sociedade. Ser coordenadora deixou minha família mais

GABRIELA GONÇALVES

COORDENADORA DE 2004 A 2005

ERICA HIWITASHI

COORDENADORA DE 2005 A 2017

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“Eu incentivava bastante a escuta dos alunos e a conexão com a oferta de extensão, porque pra mim fazia muito sentido”
“As formaturas eram momentos de felicidade. É a coordenação que entrega o diploma e entrega esse aluno ao mundo”

orgulhosa ainda, e quando re cebia parentes ou visitantes do Japão, fazia um tour pelos cam pi de São Léo e POA. Dei meu melhor, e renderam muitos fios de cabelo branco, mas de muito crescimento pessoal e, tenho certeza, contribui muito para a Unisinos, e para a qualificação na formação dos profissionais de RP no Brasil”.

Também sobre os desafios e convite para a coordenação a professora Taís relata: “... quando eu fui nomeada coor denadora do curso eu já era professora há 7 anos e foi um momento legal, porque eu já conhecia bem os processos de profe e eu tinha vontade de ter esse papel de coordenadora (...). Na época, eu tinha deixado a coordenação de eventos, que era um trabalho bem intenso, e acabei sendo convidada para assumir a coordenação do curso. Ao mesmo tempo que foi bem

empolgante, foi também desafiador, porque eu tinha muita responsabilidade de fazer um tra balho que eu acreditava que seria bom para os alunos. Sempre que eu pensava nesse cargo de coordenação, eu pensava nesse sentido: O que eu posso fazer de diferente, de melhor. Então, esse foi o sentimento, de motivação, de alegria, mas também de tensão, pela responsabilidade”.

A segunda pergunta que fiz aos coordena dores foi:

Qual o momento mais marcante na sua trajetória como coordenador do curso?

Onde o professor Lauro contou que “... tive uma trajetória curta e talvez o momento mais marcante tenha sido quando fui convidado e também quando deixei a coordenação. Na época, o curso deixou de ter a diretora” e, neste sentido, os coordenadores passaram a ter mais autonomia e foi neste momento que o ex-professor deixou o cargo.

Já a professora Gabriela Gonçalves conta que foi um período curto e de transição, mas relata que “... mudou bastante a abordagem do que existia, eu tentei fazer muito mais uma política de escuta (...). Eu incentivava bastante a escuta

dos alunos e a conexão com a oferta de extensão, porque pra mim fazia muito sentido”. E também relata que batalhava para termos uma relevância sobre os eventos: “... a visão de eventos que sempre era muito desprezada por alguns colegas, e eu sempre vi nos eventos, que se nós, como profissionais da área de relações públicas, pu déssemos então se aproveitar desse diferencial, seria uma grande conquista pro curso (...). Tinha muito aquela ideia de “fazedor de festinha” e que achavam isso preconceituoso e eu sempre achei que quem sabe fazer um evento, sabe ge rir uma empresa de qualquer formato, né? E eu me lembro que ali eu comecei a plantar essa sementinha”.

Já a professora Erica, sobre o momento mais marcante na sua trajetória, conta: “Foram muitos momentos, pois foram

12 anos na coordenação. O mais importante foi, e ainda é, o carinho de muitos alunos e egressos, tanto na sala de aula, como nas orientações e aconselhamentos na caminhada no curso, e depois do curso. As formaturas eram momen tos de muita felicidade, pois é a coordenação que entrega o diploma e entrega esse aluno ao mundo. Outros momentos marcantes e de gran de aprendizado foram as modernizações dos currículos. Foram 3 atualizações da modalidade presencial e 2 da modalidade a distância. Aliás, dentro disso, deixo minha marca na história do curso, por ter sido pioneira na proposta do curso de Relações Públicas EAD no Brasil. (...) Além de inovação, desenvolvi meu trabalho na coordenação pautado pela ética, pelo cuidado com cada aluno, sempre buscando a formação humanizadora de nossa profissão, e estimu lando nossos formandos a buscarem sempre mais. O mundo sempre pede mais”.

Já para professora Taís: “O momento mais marcante como coordenadora foi aquela semana acadêmica que vocês, os alunos, organizaram lá no Labtics, que eu acho que foi um momento superbacana do curso. Todo mundo engajado e fazendo um trabalho legal, e a gente sentiu uma energia muito positiva e era tudo o que eu sempre quis. Quando eu pensava em coor denar o curso, era isso: deixar os alunos e os professores fazerem aquilo que eles achavam que era bom pro curso, em gerar esse senti mento positivo e integração verdadeiro. E eu acho que aquela semana acadêmica de 2019 (...) foi um momento muito marcante pra mim,

porque eu realmente senti que eu estava fazendo aquilo que eu queria, que era deixar as pessoas fazerem o curso ser o melhor. Assim, o melhor que ele pudesse, sem centralizar nada e deixando as pessoas fazerem o que elas quisessem dentro do curso”.

A última pergunta que fiz aos entrevistados foi:

Como foi ser o elo entre alunos, professores e a universidade?

O professor Lauro relata: “... na época que se fez o con vite para que eu tivesse um tempo integral dedicado à coordenação, sem turmas, e isso eu não aceitei, disse que estava na universidade pra ser professor e não queria abrir mão disso. Então eu reduzi as minhas horas com turmas, mas ainda permaneci com uma ou duas turmas, não lembro. Quando eu estive nessa condi ção de coordenador, realmente eu imaginava ser um elo en tre os alunos, professores e a universidade, né? No entanto, eu percebi que, como coorde

nador a época, eu tinha toda autoridade pra dizer não às demandas e pouca ou nenhu ma autoridade pra dizer sim. Então isso foi extremamente desgastante na relação, princi palmente com os alunos. Eu era aquele que impedia muitas de mandas dos alunos e isso não era legal, eu não me senti bem nessa condição. Quando eu saí da coordenação e assumi tur mas, eu procurei resgatar essa questão. Era meu objetivo res gatar minha boa relação, que sempre mantive com os alunos, e acredito que isso eu conse gui implementar, isso me deu satisfação. Eu fui convidado por duas vezes pra paraninfar turmas de formandos, sempre eu era convidado a compor a mesa como professor homena geado, a minha relação com os alunos voltou ao que era antes de ser coordenador e isso me deixou extremamente gratifi cado. Até hoje, já estou longe da universidade desde 2018, eu recebo por vezes mensagens de alunos, de ex-alunos, como tu estás me entrevistando aí pra para esse teu trabalho, e o que me deixa extremamente

1972 – (Não há registro)

1973 – (Não há registro)

1974 a 1975 – Miron Alexius Stoffels (Pe.) *

1976 a 1980 – Miron Alexius Stoffels (Pe.) **

1980 a 1982 – Jim Pereira Pompeu

1982 a 1983 – Martha Geralda Alves D’ Azevedo 1983 a 1984 – Hanns Peter Albert Joaquim Struck 1984 a 1986 – Hunder Everto Corrêa

1986 a 1988 – Jim Pereira Pompeo 1988 a 1990 – Hunder Everto Corrêa

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CONHEÇA OS PROFESSORES QUE OCUPARAM A FUNÇÃO DE COORDENADOR AO LONGO DA HISTÓRIA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

contente é ver os ex-alunos hoje profissionais atuantes, e destacados no mercado. Tenho vários alunos que mantém esse tipo de informação, o que me deixa muito feliz”.

Para professora Gabriela “... ser o elo foi bastante interes sante e desafiador (...) ajudar os alunos a encontrarem o seu caminho, eu acho, que ali o meu papel era de privilegiar a escuta com os alunos, era muito mais para que cada um encontrasse o seu caminho, do que necessariamente ser o elo”.

Neste sentido, a professora Erica se sentia catalisadora, sempre fazendo mediações e incentivando o entendimento para ciclos virtuosos. Além da importância de dar tempo ao tempo. Ela conta que “... apren di que a mediação não acon tece só num momento. É feito durante todo o curso. E isso é representar a universidade, é a coordenação que materializa a cultura da instituição de en sino. A Unisinos sempre deu à coordenação a recomendação de muita atenção e afeto ao estudante, mesmo que seja para dizer não. Uma vez veio

à coordenação, uma aluna que veio reclamar de outro professor que tinha deixado ela em Grau C. Ela dizia que era “cliente” e tinha direito de revisão da nota, e o professor não deu chance.

Ameaçou entrar na justiça, pois seu marido era advogado e ela pagava e tinha direitos. Fiquei chocada com essa fala. Escutei ela com calma e, ao final do desabafo dela, respondi que ela não era cliente. Para a Unisinos ela é uma pessoa, uma pessoa em formação, e entendia a confusão dela, mas que a universidade não é lugar de cliente, é de pessoas que buscam crescimento, não só profissional, mas pessoal. Ela não ficou muito contente com esse retorno naquele dia. Mas se manteve no curso, seguiu os semestres e, ao final, estava feliz com a conquista do seu diploma. Hoje, essa aluna é uma profissional muito séria, ela é RP, numa prestigiada organi zação, orgulhosa de sua profissão e da formação na Unisinos. Essa é uma das muitas, mais muitas histórias que vivi, mediando a relação, nem sempre harmoniosa, entre a universidade, os professores e os alunos. Sempre aprendendo!”.

Sobre essa pergunta, a professora Taís con tou que, em alguns momentos, até poderia ser mais esse elo, pois os alunos, muitas vezes, apenas procuram ela para resolver algum pro blema burocrático. Diferente dos professores, ela se sente uma representante deles junto à universidade. Ela relata que: “...acho que os alunos podiam me procurar mais nesse sen tido, para ajudar mais nos projetos que eles pensam, nas questões que eles querem pro curso e não só no momento de problema. (...)

Às vezes eu me sinto subu tilizada pelos alunos (risos). Nesse sentido assim, mas eu gosto de fazer esse papel, eu acho que sempre fui uma boa mediadora, tento ouvir os dois lados, tento ponderar também o lado da instituição, porque embora eu esteja pra defender o curso, pra defender a visão do curso, eu também tento ver o lado da organização da Uni sinos. Eu trabalho na Unisinos há muito tempo, entendo as complexidades da universi dade e eu gosto de fazer esse papel, acho que é um papel que eu tento fazer o melhor possível, para que seja bom pros dois lados”.

E é neste clima de parcei ra, companheirismo, trocas e muita dedicação que o curso de RP completa 50 anos. Nossos coordenadores e coordenado ras dedicaram muita atenção nessas décadas, e sabemos da importância deles na formação dos estudantes. Foram 1.433 alunos e alunas que recebe ram o grau de bacharéis em Relações Públicas na Unisinos, e hoje são profissionais que transformam o mundo.

1990 a 1991 – José Luiz de Carvalho Reckziegel

1992/1 – Carlos José Sillero

1992/2 – Marisa de Carvalho Soares

1993 a 1994 – Eloá Muniz da Silva

1994/2 – Tarsila Maria Pasa Madalena

1995 a 2002 – Helenice Carvalho

2003 a 2004 – Lauro Antônio Lacerda D’ Avila

2004 a 2005 – Gabriela Gonçalves

2005 a 2017 – Erica Hiwitashi

2018 (atual) – Taís Flores da Mota

Presidente do Departamento de Comunicações

Departamento de RP e PP

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(*)
(**)

10 ANOS DO

CURSO RP EM EAD UNISINOS

Nodecorrer do século XX algumas modalidades fora da sala de aula institucional surgiram como ferramen tas de educação, uma delas foi o ensino por correio. Eram muito populares os cursos a distância realizados de forma analógica, onde a principal ferramenta de ensino era através do Instituto Universal Brasileiro, que enviava apostilas por correio e o estudante concluía o curso en viando e recebendo conteúdos e matérias.

Se tratando de avanços, e, nesse sentido, avanços tecnológicos, o cenário sofreu muitas alterações no quesito “ensino não tradicional”. Com a ascensão da internet, ainda final do século passado, ela se torna uma grande aliada para as universidades e áreas de educação que então iniciam o pensamento de alinhar tecnologia e ensino, e, assim, surge a ideia de ensino a distância.

No início do século XXI, a internet se tornou cada vez mais um espaço de troca, experiências e, consequentemente, aprendizagens. Nesse cenário de transformações e adaptações, o profissional de Relações Públicas por ser mais flexível e se adaptar, podendo realizar e fazer comunicação independente do formato. Foi um momento em que profissionais,

e futuros profissionais da comu nicação, migraram para empresas digitais e, ali nesse espaço digital, o EAD se tornou uma possibilida de de ensino e aperfeiçoamento profissional.

DESAFIOS NA UNISINOS

No ano de 2008, após estudos e análises, reconhecimento de exem plos de outras universidades, e pensando qual a forma ideal de um curso a distância que entregasse qualidade, a Unisinos instituiu seu

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“A grande questão foi a gente não perder qualidade no curso, e tentar trabalhar todos os conteúdos dentro da realidade do EAD. Eu adorei participar, sou superfã do EAD”

“O ensino a distância coloca o protagonismo do aprendizado no aluno, tu ofereces todas as possibilidades de aprendizado, mas quem aprende sozinho é o aluno, ele tem que se esforçar, possui o suporte que vem em modelo de tutorias. O digital vem para aperfeiçoar e oportunizar novas formas de aprendizagem”

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ERICA HIWATASHI EX COORDENADORA DO CURSO DE RP DA UNISINOS

primeiro curso EAD, a graduação de Bacharelado em administração. Num formato com poucos alunos, entrega de materiais como apostilas e acompanhamento com tutores.

O curso de administração foi um salto de oportunidade para o ensino a distância. Diante das mudanças tecnológicas e comunicacionais, da experiência positiva com o curso de adminis tração, tornou-se necessário as adaptações no ensino. No curso de Relações Públicas presencial na Unisinos, o curso possuía a experiência dos 20%, em que 20% do curso poderia ser realizado de forma virtual. E isso foi uma oportunidade para os professores de RP se qualificarem com capacitações dadas pela Unisinos para fazer ensino através da criação e produção de comu nidades virtuais.

Em entrevista com a professora Erica, coor denadora do curso de RP da Unisinos por muitos anos, ela relembra que, diferentemente dos cursos de jornalismo e publicidade, Relações Públicas não via problema em se adaptar ao virtual, tinha a pouca experiência dos 20%, mas que encarou de frente a crise do digital e as novas adaptações. Foi necessário análise de mercado em que o EAD estava crescendo e, então, em 2009, veio o seguinte pensamento: Por que não oferecer um curso 100% a distância na graduação de Relações Públicas? Na época, foi apresentado a proposta à coordenadoria de marketing.

Já em 2011, durante uma reunião com o Ge rente de Graduação de Bacharelado, na época, professor Gustavo Fisher, os professores Erica, Nadege e Lauro, tendo elaborado o projeto da graduação EAD RP, apresentaram a ideia que foi recebida com entusiasmo e credibilidade. Nos meses seguintes, foi dado o aval e o grupo gestor, formado pelos professores citados, teriam 6 me ses para elaborar o projeto político-pedagógico. Apesar do entusiasmo, o grupo permanecia com receio da receptividade desse curso no mundo da comunicação no Brasil, relata Erica durante a entrevista.

O ensino a distância coloca o protagonismo do aprendizado no aluno e não mais no profes sor, então, tu ofereces todas as possibilidades de aprendizado, mas quem aprende sozinho é o aluno, ele tem que se esforçar, possui o suporte de esclarecimento que vem em modelo de tutorias. Isso já existia no século passado, mas totalmente analógico. E o digital vem para aperfeiçoar e oportunizar novas formas de aprendizagem, relata Erica.

Para a professora Nadege, também gestora do projeto RP EAD na Unisinos, implantar esse projeto foi um grande desafio, era necessário pensar as disciplinas pra uma realidade de 6 semanas de aula, quando no presencial são 19 semanas.

A grande questão foi a gente não perder qualidade no cur so, e tentar trabalhar todos os conteúdos dentro da realidade do EAD. Eu adorei participar, sou superfã do EAD, relata a professora Nadege.

REALIZAÇÕES

O curso de Relações Públicas à distância foi recebido pela Universidade de forma posi tiva, instituições de ensino reconheceram o curso e alu nos de muitos cantos do país começaram a estudar na área de comunicação. Um dos mais belos exemplos foi a primeira formanda no curso de RP EAD

em 2015, Rebecca Montanheiro, da cidade de Foz do Iguaçu.

O curso se tornou tão reco nhecido e importante que, ao exemplo da egressa Rebecca, foi possível realizar a gradua ção do curso que ela desejava, mesmo morando numa cidade em que a graduação em RP não era ofertada.

Rebecca falou, em entrevis ta, que já possuía formação em turismo e hotelaria, trabalhava na Usina Hidroelétrica de Foz do Iguaçu e, com o tempo, foi se aproximando e migrando para a área de comunicação, chegando, inclusive, a trabalhar na divisão de Relações Públicas da empresa.

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NATALIA SOARES

Foi através dessa inserção no mundo da comunicação que Rebecca começou a procurar uma graduação em Relações Públicas para aprimorar seus conhecimentos. Para ela, sair da cidade não era uma opção. Foi então que, pesquisando na internet, encontrou o curso de Relações Públicas EAD na Unisinos.

Sem dúvida nenhuma mi nha história com a Unisinos e o curso é uma história de muito sucesso, e a Unisinos fez muita diferença na minha formação, e hoje o posto de trabalho que eu ocupo tem muito do curso que eu fiz, relata Rebecca.

Uma outra egressa do curso entrevistada para esta matéria foi a Natalia Soares. Após dois anos de curso, Natalia mudou para o EAD quando se tornou comissária de bordo. Não havia a possibilidade de frequentar as aulas presenciais e a mesma fez bom uso da modalidade, poden do se organizar dentro de seus próprios horários, e conforme as suas necessidades.

Para Natalia, a experiência em estudar a distância em um curso que ela queria foi incrível, justamente por ser Relações Públicas uma área onde o pro fissional está conseguindo cada vez mais se colocar no mercado, e se mostrar importante para a comunicação empresarial.

“Temos um aluno que está finalizando o TCC RP EAD, e está se mudando para a Indoné sia. Houve uma época, antes da pandemia, que as provas eram presenciais, e isso limitava um pouco a ideia de alcançar pes soas fora do Brasil, mas, hoje, esse perfil mudou. São muitas mudanças que estamos ven do nesses últimos anos e es tamos conseguindo implantar no RP EAD”, relata a professora Nadege.

CRESCIMENTO E PERSPECTIVAS

A coordenadora do Cur so de Relações Públicas Taís

Flores da Motta comenta quais são os planos para o curso de Relações Públicas para os anos seguintes. Com entusiasmo, foi informado que, tanto pro EAD quando pro presencial, a meta será desenvolver novas formas de in serção de atividades extensionista nas aulas.

“A meta é poder que os alunos tenham vivencias práticas durante o curso, e práticas que geram impactos sociais. No presencial é mais fácil de acontecer pois temos normal mente todos os alunos de uma região, no EAD a gente tem um pouco mais de dificuldade, pois temos alunos de várias cidades e estado, será um trabalho mais completo, mas nossa perspectiva para 2022 é que se tenha expe riencias extensionista bem legais no EAD, vejo esse futuro com bons olhos”, relata Taís.

Durante esses dois últimos anos é inegável que houve uma mudança de mentalidade e comportamento com as empresas em relação a adaptação dos colaborados no ambiente virtual e remoto. Com as rápidas adaptações em virtude da pandemia, hoje se mostra muito mais tranquilo para o aluno EAD RP conseguir realizar um estágio ou ter uma experiencia de trabalho, pois, conseguiu-se criar uma cultural de trabalho remoto, que antes, os alunos EAD acabavam sendo impactados porque não conseguiam muita abertura nas organizações.

A mentalidade e as vivências mudaram, e o aluno RP EAD hoje se encontra em uma posição privilegiada, conhecendo o ritmo do ensino remoto e as facilidades de se adaptar e organizar seus próprios horários. O aluno RP EAD desenvolve competências de disci plina e autogestão do seu tempo e essas são competências que o mercado atual busca.

PANDEMIA

Estar no ambiente virtual abriu novos ho rizontes para novas oportunidades, conhecer e participar de eventos em outros lugares de modo virtual foi possível, e isso abriu os olhos também para os alunos do presencial que tinham receio de atividades online.

Atualmente, com a volta gradual das aulas, se fala sobre o ensino híbrido e a possibilidade que veio através dessas experiências de se trabalhar e aperfeiçoar essa modalidade que une presencial e virtual dentro da realidade de cada aluno, e também do professor.

O ensino foi, de fato, revolucionado após o início da pandemia, a Unisinos possuía tecnologia suficiente para encarar o desafio e manter as aulas, adaptar o ensino e apri morá-lo apenas mais um dos vários desafios que a universidades tem, mas, nada que seja

impossível. Há 10 anos atrás não foi impossível implantar o curso de Relações Públicas a distância, foi questão de es tudo, análise e empenho. Para muitos professores de Rela ções Públicas, incentivados pelos desafios, a modalidade híbrida é o futuro, em que o aluno poderá estar em am biente virtual, e que também poderá ter experiencias em laboratórios presencialmente.

Para encerrar essa modes ta homenagem, perguntei a cada uma das minhas entre vistas como elas resumiram o curso de relações públicas a distância, e o resultado foi esse:

DISRUPTIVO , pois é inovação, tecnologia que pro voca uma ruptura nos padrões e modelos que estão esta belecidos no mercado e nos ambientes de ensino.

AUTONOMIA , conside ro um dos principais pilares do EAD, autonomia do aluno para fazer seu próprio horá rio, desenvolver as atividades dentro do seu tempo, conci liar questões pessoais e pro fissionais, é um diferencial que o aluno do EAD já tem antes do aluno do presencial.

PLURALIDADE , o Rela ções Públicas te permite isso, e percebemos isso nos alunos do EAD, o curso junto com a modalidade te permite ver cosias por um ângulo maior. RP EAD te permite ser mais plural.

QUALIDADE , a Unisi nos consegue oferecer nosso ensino à distância desde o início das apostilas até a mo dernização ao Canvas, temos qualidade 4 estrelas.

DISCIPLINA , a gente não consegue fazer nenhum curso EAD sem disciplina, porque o curso, e para sermos bons profissionais, precisamos ter dedicação e disciplina, resul tado esperado não só no EAD mas também no presencial.

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SEMEANDO UM POUCO DE SI

Acada semestre são novos rostos, novas ideias e novas histórias a serem ouvidas e construí das. A rotina dos professores é uma constante imersão nos mais diversos campos: o conteúdo que precisa ser abordado, a didática que será aplicada, os formatos de acessibilidade aos alunos e até mesmo aquele algo a mais.

Ser ouvinte, receptivo, aco lhedor, empático e adaptável são habilidades não-listadas na divulgação da vaga de do cente, mas que certamente são necessárias para ocupar essa função.

A prática da docência per mite estabelecer vínculos, construir pontes, fazer flo rescer sonhos que possam ter sido esquecidos, é um resgate de autoestima.

Dentre os desafios do “Ser Educador” está o de ensinar com propósito, sentido e sig

nificado. Para o mestre Paulo Freire, “educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante”. O poder transformador da educa ção passa pelas mãos do professor através da relação que estabelece com seus educandos, do diálogo e reflexões que proporciona, das intervenções que realiza e das oportunidades que auxilia a perceber.

Diante de tantos desafios, a formação cons tante é necessária. O aprender a aprender se torna fundamental e o desenvolvimento de novas competências uma realidade visando uma amplitude de conhecimento e de di mensões às realidades sociais e intelectuais dos alunos. Para Marcelo (2009), a profissão docente é uma “profissão do conhecimento”,

de forma que o conhecimento e o saber validam tal profissão. A docência é baseada no “... compromisso em transformar esse conhecimento em apren dizagens relevantes para os alunos” (MARCELO, 2009, p.8).

É através do compromisso para com o lecionar, e das va riadas experiências e facetas que cada educador carrega consigo, que a construção do saber se torna plural e deixa sementes nos alunos.

Durante os 50 anos do curso de Relações Públicas na Unisinos, muitos mestres deixaram suas contribuições e, consequentemente, suas mar cas e sementes em cada um que participou dessa história. Foram projetos inovadores, trabalhos premiados, reco nhecimento de nota máxima perante o MEC e uma cami nhada de muitas conquistas, mas também aprendizados.

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POR NATHÁLIA DA SILVA GALLINO

HELENICE CARVALHO

Foi coordenadora no período de 1995 a 2002. Desempenhou um papel fundamental para o fortalecimento do curso na universidade e foi lembrada por colegas e alunos com muito carinho. “Até hoje aprendo com ela, não apenas sobre a profissão, mas como ser uma profissional competente com dedicação ao ensino e a pesquisa. Carrego ela no coração!”, de acordo com a egressa Marina Martins.

LAURO D’ÁVILA

Uma trajetória impecável, relembrada por alunos e docentes. Membro do corpo até 2011, o professor Lauro foi lembrado como um grande pai para o curso, calmo e conselheiro. Além disso, foi coordenador do curso na gestão 2003-2004. “Um professor inesquecível!”, segundo relato de Magda Ruschel.

VERA SCHMITZ

Conhecida como a rainha da distinção pelos TCC’s que orientou. Sua trajetória como docente do curso foi até 2011, onde ministrava atividades de teorias da comunicação e estágio obrigatório. Deixou sua marca pelo compromisso com os alunos e por desenvolver grandes soluções às cooperativas. “A Vera me mostrou a realidade da pesquisa, das atividades da área, me deu oportunidades de estágio o que me trouxe experiência prática e desafios que servem como aprendizado até hoje”, relatou a egressa Marina Martins (turma de 2003).

AUGUSTO PARADA

Fez parte do corpo até o ano de 2013 e deixou sua marca por sua simpatia e receptividade. Mais conhecido como Guto, estava sempre pronto para um desafio, um professor parceiro para desenvolver projetos e atividades. Foi um dos responsáveis por coordenar a revista Imagem RP, importante projeto para o curso.

VERA VARGAS

A Verinha. Ministrou a atividade de Comunicação Integrada, o que muito diz sobre sua trajetória, pois adorava realizar momentos de troca de experiências e histórias.

“Ela respirava eventos e tudo aquilo que não fosse, ela tornava um. Uma querida!”, disse a egressa Cristiane Herold.

LUIS FARIAS DUARTE

Um jornalista com um pezinho em Relações Públicas. O famoso Nikão contribuiu com o curso até o ano de 2021 ministrando atividades como redação e agências de comunicação. O legítimo parceiro dos alunos, muito dedicado e competente.

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HIWATASHI

Contribuiu com o curso até 2021 e deixou sua marca pela competência, dedicação plena e senso inovador. Foi a precursora do curso de Relações Públicas na modalidade EAD. “A Erica é uma pessoa fantástica”, relatou o egresso Raul Engel, da turma de 2011. É lembrada por muitos por ter o diálogo como primeira instância, além da sua doçura e receptividade com todos.

GONÇALVES

Foi coordenadora do curso (2004 –2006), e hoje é membro da equipe organizadora do TEDxUnisinos. Por determinado tempo, foi responsável por dar as boas-vindas aos calouros. Para muito alunos, a Gabi encantava àqueles que chegavam. “Eu tive certeza de que estava no curso certo pela aula inaugural que ela ministrou”, disse a egressa Cristiane Herold (turma de 2006). “Os dias de prova eram tensos, embora sempre adoçados com chocolates entregues por ela”, completou.

NADEGE LOMANDO

Responsável pelas atividades acadêmicas de planejamento e organizações. Egressos contam que são nas aulas da Nadege que o aluno decide se seguirá carreira no setor de eventos ou irá para o setor institucional da comunicação. É lembrada por plantar a semente da responsabilidade e organização. “Aprendi e aprendo muito com ela. Sempre me incentivou a seguir a carreira acadêmica e para isso não mediu esforços quando precisei de ajuda”, disse a egressa Tais Flores.

A SINERGIA QUE TRANSFORMOU!

FLORES

MOTTA

Egressa do curso, pode acompanhar a trajetória da graduação por quatro perspectivas diferentes: como aluna, tutora no EAD, professora e coordenadora. Muito responsável e dedicada, é quem recepciona e orienta os estudantes. Ela também trabalha no Unisinos Conecta, que oportuniza aos futuros alunos eventos voltados para a decisão de carreira. “Ela é uma pessoa muito inteligente e que tem muita empatia”, disse Daniela Corrêa (turma de 2018).

POLIANNE MERIE ESPINDOLA

Querida, atenciosa e muito dedicada. Está sempre disposta a criar projetos, dar cara nova às atividades e a ouvir os alunos.

Atualmente responsável por atividades como Escrita Criativa e Estratégias de Relacionamentos Organizacionais, na qual os alunos têm a oportunidade de organizar a Semana Acadêmica do curso. “A Poli transmite todo amor que ela tem pela profissão e pela vida para a gente. Isso é muito bonito e nos inspira”, relatou Daniela Corrêa.

Não se pode deixar de men cionar grandes nomes que muito contribuíram para a constru ção dessa bela história, como as professoras Elvira Coelho, Nísia Martins, Cristina Gomes, Tânia Almeida, Adriana Ruschel, Maria Helena Weber, Martha Azevedo, Beatriz Sallet, Jiani Bonin, Ana Paula da Rosa, Magda Ruschel, além dos professores Ricardo Vi telli e José Reckziegel. Os demais professores da escola de huma nidades e também de negócios, as tutoras da modalidade EAD e os parceiros de jornada do curso. O sentimento de gratidão foi o que prevaleceu em cada depoimento recebido e lembran ça compartilhada. Viva à todos aqueles que deixaram sua marca nesses 50 anos de caminhada!

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ERICA
TAIS
DA
GABRIELA

OS

“FAZEDORES DE FESTINHAS”

Relações-públicas

só fazem “festinhas”? Não! Fazemos muito mais. Quando se trata de celebrações, festejos e encontros, produzimos os eventos mais marcantes.

E, para comemorar o cinquentenário do curso na Unisi nos, vamos relembrar alguns desses eventos produzidos pelos RPs ao longo dos últimos anos.

Entre semanas acadêmicas, palestras e debates, os estudantes de relações públicas aprendem a lidar com a complexidade da construção e organização de um evento. Por trás de um evento de sucesso, existe um planejamento estratégico bem estruturado, montado de acordo com públicos-alvo e objetivos, e alinhado com os valores da organização, com o intuito de promover visibilidade, relacionamento e fortalecer a imagem dessa organização.

Neste sentido, o profissional de RP é treinado para que a execução do projeto seja perfeita – e para que consiga resolver todos os problemas da melhor forma possível quando imprevistos acontecerem (e sempre acontecem).

Ao longo do curso, os estudantes são desafiados a colocar a mão na massa através da realização da Semana Acadêmica de Relações Públicas – projeto idealizado, planejado e executado do início ao fim

pelos alunos. O último evento rea lizado, antes da parada das aulas presenciais, ocorreu em 2019.

SEMANA ACADÊMICA DE RELAÇÕES PÚBLICAS 2019

A Semana Acadêmica de 2019 foi produzida pela turma de Estra tégias de Relacionamentos Organi zacionais e contou com um elenco de convidados composto somente por RPs escolhidos pelos alunos. Os palestrantes, em sua maioria egressos do curso, falaram sobre suas atuações no mercado de traba lho e ministraram workshops para os participantes.

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Durante os quatro dias de evento, pudemos acompanhar a comunicadora e influenciado ra Mariane Araújo falando so bre “... as diversas facetas de uma RP nas mídias radiofôni cas e digitais”. A dobradinha de workshops do segundo dia com Rafaela Tedesco e Priscila Abreu falando sobre “SEO como instrumento de relacionamento e Inbound markerting: como um RP pode atuar neste segmento?” e “Métricas para redes sociais e como fazer relacionamento e engajar os públicos dos nossos clientes?”.

E a dobradinha do terceiro dia com Bruna Ribeiro e Ma theus Felipe falando sobre “Pla nejamento na prática e gestão de projetos em RP: métodos ágeis com ferramentas de edi ção de imagens e controle de gestão em comunicação” e “Di ferente eu? Como trabalhar com minorias, diversidade e PDC nas organizações”. O encerramento icônico ficou por conta de Israel Silveira com o workshop intera tivo “O corpo: expressão, movi mento, expansividade e o que ele pode potencializar na nossa forma de se comunicar” e a con fraternização dos alunos.

“Foi incrível participar da organização da Semana Acadêmica, porque foi lá que eu tive o primeiro contato com produção de eventos”, contou Sandrine Liége, aluna de RP. “Eu não par ticipei de um evento pronto, tivemos que começar do zero: pesquisa, construção, ambientação, até chegar na execução”, completou a estudan te. Sandrine também enfatizou a importância da atividade em sua jornada acadêmica: “foi o momento em que pensei ‘É isso mesmo que eu quero. Estou no caminho certo!’”.

Vítor Kochhann, aluno de RP que também participou da organização da Semana Acadêmica de 2019, falou sobre os bastidores do evento: “A Semana Acadêmica sempre é uma adrenalina, porque todos estão ali, na prática, em processo de aprendizagem, então sempre vai ter imprevisto e algo vai sair diferente do que foi pensado, mas, no final, tudo sempre dá certo e fica bonito”. Vi tinho, como também é conhecido o aluno do curso, divertiu-se ao falar sobre a importância de saber lidar com os imprevistos: “Quando se trata de eventos, quem atua no staff esquece qualquer relação de amizade. É necessário frieza para lidar com o estresse dos imprevistos”.

SEMANA ACADÊMICA DE 2020

Em 2020, com a paralisação das atividades presenciais da Unisinos em função da pandemia de Covid-19, os estudantes tiveram que enfren tar um novo desafio: a realização de um evento totalmente on-line.

O evento trouxe as participações de Ariane Feijó, Carolina Terra, Poli Espindola, professora

de RP da Escola da Indústria Criativa, Rodrigo Valente, Flo rilson Santana e Luana Dal tro. Os palestrantes aborda ram temas como “O Conceito de Inbound em RP”, “Para onde estamos indo? RP pós 4.0”, para tratar das necessidades, facetas e perfil do novo relações-públi cas, “Experiência de Gamificação para Organizações” e “Represen tatividade, gênero e minorias nas organizações”, que puderam ser acompanhados pelo Teams.  Sabrina Stein, integrante da turma de Estratégias de Rela cionamentos Organizacionais do segundo semestre de 2020, contou como foi organizar uma Semana Acadêmica totalmente virtual: “Foi de extrema impor tância para mim, pois, além de fazer algo inédito, eu pude ver todo o planejamento estraté gico que existe por trás de um evento como esse”. A estudante de RP ressaltou também uma vantagem do evento on-li ne: “O ambiente 100% virtual acaba atravessando as barrei ras da distância e possibilita que qualquer pessoa partici pe do evento” e garantiu que, mesmo virtual, foi “uma baita experiência”.

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ENCERRAMENTO DA SEMANA ACADÊMICA DE 2019 A COMUNICADORA MARI ARAÚJO FALANDO SOBRE A PROFISSÃO DE RP

À ESQUERDA, PROFESSORA POLIANNE ESPINDOLA FALA SOBRE O FUTURO DA PROFISSÃO DE RP.

TAÍS MOTTA, COORDENADORA DO CURSO DE RP, PARTICIPA DA SEMANA ACADÊMICA DE 2021. ABAIXO, ALUNOS E PROFESSORAS DE RP COM A CONVIDADA PRISCILA ABREU

CICLO DE DEBATES

Ainda no contexto de iso lamento social, no final de 2020, tivemos outro evento im portante para o curso: o Ciclo de Debates. O projeto, que nasceu com o intuito de desmistificar a profissão de Relações Públicas, contou com a participação de professoras, tutoras, estudan tes e egressos do curso de RP da Unisinos.

Visando a democratização do conteúdo, o evento foi rea lizado através de lives no perfil oficial do curso no Instagram. Assim, os mais diversos pú blicos interessados puderam acompanhar as conversas e en tender melhor o que, de fato, faz um RP.

Temas pertinentes como “Por que Bill Gates disse: ‘Se restasse um único dólar na mi nha conta, eu o gastaria com Relações Públicas?’”, a impor tância de ser RP para organizar um evento na pandemia, cap tação de recursos para turismo de eventos – num momento em que a reinvenção desses setores se faz necessária – e a questão da representatividade na co municação, mais especifica

mente, a construção da identidade negra, foram abordados pelas professoras Nadege Lomando, Erica Hiwatashi, Poli Espindola, Taís Flores da Motta e as tutoras do EAD Marina Rodrigues e Ana Isaia Barretto. Entre alunos e egressos do curso, também fizeram parte do time: Pris cila Severo, Eduardo Plínio Maciel Pereira e Martina Möller.

SEMANA ACADÊMICA DE 2021

Mesmo com a volta gradual das atividades presenciais na Unisinos, a Semana Acadêmica de Relações Públicas de 2021 também foi reali zada de forma virtual. Diferentemente dos anos anteriores, o evento foi organizado apenas por voluntárias – o que não mudou foi a capitã do time: a Prof. Poli.

A voluntária Sabrina Stein falou sobre a im portância da experiência adquirida com o evento anterior: “Para a Semana Acadêmica de 2021, tivemos uma base mais sólida e noção de tudo que devemos fazer, planejar e o que podíamos melhorar em comparação ao ano anterior”. A aluna também ressaltou a importância da atua ção da professora de RP, Polianne Espindola: “É sempre um privilégio ter a Poli como mentora. Ela batalha muito, vai atrás de tudo e nos ajuda a resolver todos os problemas”. “É uma troca muito enriquecedora”, definiu Sabrina.

Gabriel Carneiro Costa deu início na progra mação com a palestra “RP e as possibilidades pós-pandemia e saúde mental do profissional”. A segunda noite contou com a dobradinha entre César Karnal, com a palestra “Como ficar seguro

na escolha e decisão profissional e quais os pontos de atenção pós-pandemia para o mundo do trabalho”, e a Coordenadora do curso de RP, Taís Flores da Motta, respondendo à perguntas sobre o curso. A noite de encerramento foi com We Are Plural falando sobre criatividade e RP.

Cuidar da recepção dos con vidados é só a ponta do iceberg – e, ainda assim, demanda pes quisa, organização e fluxo de tra balho pré, durante e pós-even to. Nós, enquanto profissionais “fazedores de festinhas”, temos que enfrentar dificuldades com orçamento, captação de patro cínios e parcerias, definição de datas, estratégias de divulga ção, entre outros.

A classificação do evento varia de acordo com o formato: podendo ser desde um simples workshop a um grande festival, mas existe um profissional que sempre será a melhor opção para comandar a realização de um evento de sucesso: o relações -públicas. E estaremos sempre aqui para registrar esses mo mentos de eventos e aprendiza do dentro do curso de RP. Que venha a comemoração dos 50 anos e 10 anos do EAD!

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DESCONSTRUINDO MITOS

Emmuitas áreas e assuntos encontramos mitos e verdades, por exemplo, quando se fala sobre os benefícios em algum alimento ou exercícios físicos. Mas também, podemos encontrar nas áreas de atuação profissional. Principalmente em Relações Públicas, muitos mitos podem ser desconstruídos ao longo da jornada acadêmica e profissional.

Podemos encontrar a definição de mito no dicionário, cuja explicação significa “...substan tivo masculino algo ou alguém cuja existência não é real ou não pode ser comprovada. Crença construída sobre algo ou alguém” (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGÊS, 2016). Portanto, mito é a forma de contar ou só tentar explicar algo que não se tem conhecimento. Em Relações Públicas, existem ainda muitos mitos que podem, e devem, ser desconstruídos.

De acordo com a professora Nadege Lomando, a falta de entendimento da população sobre a profissão, é responsabilidade principalmente dos profissionais: “A falta de reconhecimento vem

principalmente do profissional de RP em não ensinar o que é a profissão, assim gerando menos reconhecimento.” Para a entre vistada, o maior esclarecedor da área é o próprio profissional, que, por muitas vezes, se sen te desmotivado a explicar as múltiplas facetas da profissão. A professora também destaca a falta de reconhecimento nas empresas: “Empresas não con tratam ninguém como RP, mas dentro de outra área e acaba que

os profissionais se acostumam e não ajudam na divulgação. “ Neste sentido, a egressa do curso Bruna Ribeiro, que até pouco tempo executava a ati vidade de Analista de Projetos Digitais, no marketing da Unisi nos, nos fala sobre a sua escolha em cursar Relações Públicas: “Eu achava que tinha que es colher no que iria trabalhar ao escolher o curso e hoje entendo que o mundo nos oferece novas oportunidades diariamente. O

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LIVRO “CARTAS A UM JOVEM RELAÇÕES-PÚBLICAS”, DA AUTORA LALÁ ARANHA

curso de RP foi e sempre será a melhor base que eu podia ter escolhido”. Para a entrevistada, como para muitos outros profissionais e estudantes, é difícil ter todas as respostas no início ou durante a graduação, e, mesmo após formado, não quer dizer que todos os alunos terão essas respostas.

Bruna também fala sobre sua escolha na atuação do mercado de trabalho: “Eu buscava um olhar estratégico da comunicação. Na época minha ideia era trabalhar com eventos, mas me apaixonei pelo digital onde busquei me apro fundar.” Dentro da área de Relações Públicas

podemos encontrar inúmeras possibilidades de atuação, basta ter foco, mente aberta e criati vidade para apreender sempre.

Uma das formas mais efica zes de entender melhor o que é Relações Públicas, é por meio de leituras de grandes teóricos e profissionais renomados da área. Podemos começar pelo livro “Cartas a um jovem re lações-públicas”, escrito pela autora Lalá Aranha. A escritora, que tem uma longa trajetória dentro da área, aborda as suas experiências e aprendizados na profissão. A escrita da Lalá Aranha é clara e sucinta, indi cada principalmente aos alunos iniciantes do curso, pois abre horizontes sobre as Relações Públicas, através do uso de cartas, criando uma espécie de conversa esclarecedora.

Um dos grandes ensinamen tos que podemos levar com as cartas de Lalá é que o profis sional que exerce RP, é quem soluciona e busca conclusões: “Seja a solucionática e não a problemática. Proponha solu ções para os problemas.” Para a autora, esse é um dos objeti vos do profissional, é encontrar soluções e resultados positivos

nas crises, ou ademais questões negativas.

Neste sentido, para o sau doso teórico Roberto Porto Si mões, a atividade de Relações Públicas é a busca de harmo nia entre organizações e seus públicos. Simões cita no texto

“Por uma rede teórica para re lações públicas” (2004), que as Relações Públicas têm a função política dentro da organização, ou figura pública em que faz a comunicação. Nessa visão do Simões, podemos encontrar formas de desvincular os mi tos encontrados na profissão, mostrando ao público que as Relações Públicas podem ser atividades voltadas ao bem co mum e de interesse coletivo.

Atualmente, sabemos que as Relações Públicas é uma ativi dade comunicacional, o profis sional que a exerce é preparado para criar e usar suas estratégias de relacionamento, mas não é “um relações públicas”. Não se decepcione, pois são os profis sionais responsáveis por fazer essa atividade existir e também preparados para colocá-la em prática! E, quando surgir aque les mitos sobre RP, você já sabe por onde começar.

PROFESSORA DO CURSO DE RELAÇÕESPÚBLICAS, NADEGE LOMANDO

EGRESSA DO CURSO DE RELAÇÕESPÚBLICAS, BRUNA RIBEIRO

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ESPAÇO CONQUISTADO

Interagir,

planejar, gerir, reagir, assessorar, idealizar, comunicar e relacionar. O profissional de Relações Públicas é ação. Mas, em meio a tantas habilida des, dúvidas e inseguranças também fazem parte da rotina deste, afinal: onde um profissional de Relações Públicas atua?

A verdade, apesar de desconhecida aos olhos de centenas de pessoas – e também de futuros profissionais – é que a profissão proporciona grande oportunidade de atuação em diferentes áreas e setores do mercado de trabalho. Agora, nem sempre essas oportunidades carregam o título de relações públicas na Carteira de Tra balho, o que para iniciantes pode gerar frustra ção e insegurança em relação à sua realização profissional.

A grande diferença desses profissionais são as suas habilidades, que permitem capacidade para assumir cargos e posições que diferem da sua formação, como menciona Roberta Montei ro, relações-públicas há 14 anos, formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instru tora de aprendizagem Profissional no Centro de Educação Profissional – Cep - Fundação Pão dos Pobres – Porto Alegre. Para a entrevistada, o título da função que você realiza independe, pois o mais importante são as ações que você promove através das suas habilidades e como as mesmas irão lhe realizam enquanto profissional.

O famoso “frio na barriga” fez parte da rotina de Roberta, que hoje, sente-se realizada atuando no terceiro setor. A crescente necessidade por profissionais que saibam identificar e se rela

cionar com diferentes públicos no terceiro setor faz Roberta acreditar que pode ser mais um bom motivo para a ascensão da profissão, pois, é mais uma pos sibilidade de atuação para quem não teme desafios e é movido pela arte de transformar vidas e diferentes realidades através da comunicação.

Passar cafezinhos e organi zar festinhas nunca foram as únicas funções que competem a um profissional de Relações Públicas. E essa “rotulagem” tem se tornada inválida perto do espaço e importância que a profissão vem conquistando.

Nos dias atuais encontramos relações-públicas em diferentes nichos, que vão desde as gran des organizações até micro e pequenas empresas. Eles estão por toda parte: na política, na saúde, na administração, na gestão de eventos, nos recursos humanos e gestão de pessoas.

Felizmente, a valorização des ses profissionais tem se dado à medida que as organizações e instituições precisam posi cionar-se de forma coerente com todos os seus stalkehol ders (diferentes públicos que possuem ligação direta com a organização) em relação aos valores pregados.

À procura de uma boa repu tação, a gestão das redes sociais, a assessoria de imprensa e a capacidade de relacionamento com diferentes públicos têm sido priorizadas por diferentes nichos, afinal, todos desejam se destacar, ou ao menos, se rem bem-vistos aos olhos da sociedade. É exatamente neste momento que o profissional de RP entra em cena e conquista seu espaço.

Apesar de preferir os basti dores, se engana quem pensa que este profissional não toma a frente de questões e proje

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POR CAMILA ALESSANDRA DA SILVA

tos. Pelo contrário, em gran des ações, ideias e gestões é o Relações Públicas quem está à frente, fazendo tudo acon tecer. Desafios movem esses profissionais e quando o assun to é empreender, eles também encaram.

Aliás, empreender tem sido uma das alternativas de diferen tes profissionais, que priorizam a liberdade e autonomia de criar e atuar, de onde e quando dese jarem. Como menciona Giulia Silvestre, formada em Relações Públicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Uni sinos, Ceo da Plural, criadora de conteúdo especialista em eventos criativos, assim como muitos, Giulia acreditava que trilharia sua carreira profissio nal em grandes empresas, até perceber que não era necessário limitar suas competências. Ir além, pensar “fora da caixa” e acreditar, fez com que empreen

der se tornasse um sonho para ela. A coragem, somada às habilidades construídas com diversas experiências em estágios e oportunidades de trabalho como Relações Públicas tornaram-na empreendedora.

Empreender no Brasil é um desafio diário, uma vez que se trata da figura feminina à frente de um empreendimento, o desafio é duplicado. Giulia afirma que a possibilidade de transitar por diferentes áreas de atuação que a gradua ção proporciona, é um agente facilitador neste processo diário. A atuação completa permite que ela desempenhe diferentes trabalhos, com dife rentes clientes, além de permitir a experiência de novas aptidões.

O campo de atuação de um Relações Públicas é onde ele desejar. Seja empreendendo, coorde nando, gerindo ou até mesmo planejando um evento. São as suas habilidades e capacidade de interação com os diferentes públicos que fazem desse profissional capaz para assumir diferentes cargos em diversas áreas do mercado. Pois, no final das contas, é sobre ser agente transformador através da comunicação. É sobre relacionamento: claro, eficaz e eficiente. Competências somadas exclusivamente ao Profissional de Relações Públicas.

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“É mais uma possibilidade de atuação para quem não teme desafios e é movido pela arte de transformar vidas e diferentes realidades através da comunicação”
GIULIA SILVESTRE ROBERTA MONTEIRO

ALÉM DAS

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GRUPO DE ALUNOS DA UNISINOS NA COREIA DO SUL

FRONTEIRAS

De50 anos para cá, o mundo enfrentou uma série de mudanças. Ao longo desse percurso, o processo de globalização foi se intensificando, o que tornou possível uma relação cada vez mais próxima entre os diferentes países e suas respectivas culturas.

A partir disso, originou-se uma demanda por profissionais que se adaptassem às cons tantes mudanças sociais e que apresentassem aptidões para relacionar-se com essas culturas distintas, que começaram a ultrapassar as barreiras impostas pelas fronteiras e passa ram a conectar-se umas às outras de forma extraordinária (SOUZA e TAVARES, 2017).

Tendo isso em vista, conforme Ribeiro (2004, p.8) “... as organizações que operam em diversos países têm o desafio de conhecer em profundidade as características dos públicos estratégicos...”. E, para isso, nada melhor do que se ter um profissional de relações públicas atuando nesse espaço.

Assim, buscando compreender esses com plexos públicos estratégicos e atingir um entendimento mútuo entre as partes, é que se originou mais uma área de atuação para o RP: as relações públicas internacionais.

A área de relações públicas internacionais surgiu a partir dessa necessidade de conec tar os públicos estratégicos da organização, apesar das suas diferenças geográficas, lin guísticas e culturais; isto é, o profissional que atua nesse segmento deve prezar pelo desenvolvimento de uma comunicação ade quada à cada nação com a qual se relaciona (RIBEIRO, 2004).

Dessa maneira, para conseguir realizar uma comunicação eficaz, se faz necessário compreender uma série de aspectos que envol vem cada nação, ou seja, conhecer profunda mente a cultura de seus públicos estratégicos, de forma a estabelecer um bom relacionamen

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POR AMANDA CAROLINE DA ROSA
“A Unisinos tem muitas possibilidades para diversos alunos para fazer intercâmbio. E tem diversos tipos de intercâmbio, até para aprender o próprio inglês”
LETÍCIA KLIPPEL BOERO ALUNA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

to com os mesmos e evitar possíveis crises (RIBEIRO, 2004).

Portanto, um conceito bastante impor tante a respeito dessa temática é a inter culturalidade que, conforme Ferrari (2014 apud SOUZA e TAVARES, 2017, p.4), “... se caracteriza, principalmente, pela existência de comunicação entre as diferentes culturas, através da compreensão e respeito mútuo”. Por isso, a interculturalidade deve ser uma meta a ser alcançada pelas organizações, pois é a partir dela que as barreiras entre as nações são quebradas, e que relacionamentos benéficos podem ser construídos.

E é nesse cenário global que se faz essen cial a presença de um relações públicas que compreenda a dimensão da interculturalidade e esteja disposto a abrir-se a diferentes expe riências interculturais, de forma a guiar sua organização pelo melhor caminho.

À vista disso, experiências interculturais, como intercâmbio, são muito válidas para quem deseja ingressar na área de RP interna cional; mas não somente para esse público. Viajar e conhecer as respectivas culturas de cada local trazem uma série de benefícios para a vida pessoal e profissional.

Conhecer novas realidades abre a mente para a importância da diversidade, o que am plia o conhecimento e torna os seres humanos mais tolerantes, acarretando a transformação do mundo para melhor. E, foi pensando nesse contexto globalizado e na importância das experiências interculturais na formação dos seus alunos, que a Unisinos implementou o setor de Mobilidade Acadêmica.

Conforme informado pela Equipe de Mo bilidade Acadêmica, os registros mais antigos das atividades de internacionalização na uni versidade datam de 1990, isto é, desde aquela época, a Unisinos vêm possibilitando a conexão dos seus alunos com o mundo.

E, de acordo com o site da Unisinos Global (http://www.unisinos.br/global/pt/), as ati vidades internacionais disponibilizadas pela Mobilidade Acadêmica podem ser de curta ou longa duração, e financiadas tanto pelo próprio aluno quanto por órgãos privados ou governamentais, ou seja, o setor oferece diversas possibilidades para atender as mais variadas necessidades dos estudantes.

Portanto, ao decorrer dos seus 50 anos, o curso de Relações Públicas se viu presenciando uma importante transição; se antes a conexão com o mundo através do estudo parecia inal cançável, agora ela se tornava uma realidade.

Dessa maneira, a partir da instauração da Mobilidade Acadêmica, os estudantes de Re lações Públicas da Unisinos passaram a ter a

oportunidade de vivenciar na prática a interculturalidade, e de adquirir um novo olhar com relação a si mesmo e o mundo; tudo isso mediado pela própria universidade.

E, conforme o passar dos anos, muitos RPs ultrapassa ram as fronteiras durante a graduação e se aventuraram pelo mundo. Jéssica Fabro, egressa do curso de Relações Públicas, que teve na Agexcom a sua primeira experiência profissional, foi uma dessas estudantes que vivenciaram uma experiência incrível no exterior.

Em 2015, quando já estava na reta final do curso, Jéssica participou do programa Top China, do banco Santander em parceria com a Unisinos. Jéssica contou que se inscre vera nos programas Top China e Top Espanha duas vezes; e, em sua terceira tentativa, ela foi contemplada com uma viagem de três semanas para a China.

“Essa bolsa é bem um in tercâmbio cultural”, contou Jéssica. Ela viajou com mais 123 alunos brasileiros, de to dos os lugares do país e, na China, ela teve a experiência de estar em sala de aula com chineses e brasileiros das mais variadas culturas.

Na China, Jéssica e os de mais alunos tiveram aulas bem interessantes sobre economia, política e cultura; com profes sores brasileiros e chineses, que lecionavam em inglês. “A gente teve aula de diversos temas e, no fim, a gente tinha que apresentar um projeto, e o grupo era composto por brasileiros e chineses; então foi legal porque a gente trocou experiências culturais muito legais”, relatou ela.

Além disso, no tempo livre das aulas, Jéssica teve a opor tunidade de realizar diversos passeios e conhecer famosos pontos turísticos, como a Mu ralha da China.

LETÍCIA KLIPPEL BOERO ALUNA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Sobre os desafios da via gem, Jéssica relatou que o fuso horário, a comida típica, o clima, e o idioma do país (em algumas situações espe cíficas) foram os fatores que mais lhe causaram estranhe za; porém, contou que “é tão empolgante chegar lá e viajar que tu nem presta atenção nos desafios”. E, dentre tantos aspectos interessantes dessa experiência, Jéssica relatou que a troca cultural foi a mais apaixonante delas: “Foi uma viagem incrível, ficou marcado para a minha vida; teve muito aprendizado. Foi muito legal conhecer pessoas de outros países, outros estados, e todo mundo junto trocando conhe cimento; então foi uma expe riência muito enriquecedora para mim, foram dias muitos especiais e que marcaram a minha vida. Tenho como um

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“A experiência de intercâmbio me ensinou na parte de gostar de relações públicas, entender que as pessoas são diferentes, pensam diferente; eu vejo isso na área de relações públicas”
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LETÍCIA KLIPPEL BOERO EM SEU INTERCÂMBIO PARA A AUSTRÁLIA
28 LETÍCIA KLIPPEL BOERO EM SEU INTERCÂMBIO PARA A AUSTRÁLIA

mundinho assim, sabe? Ver outras coisas, porque o mundo é muito grande. E tudo a gente se adapta, né? Acho que isso é um grande aprendizado de viagem”.

A capacidade de adaptação também foi um dos pontos levantados pela aluna do curso de Relações Públicas, Letícia Klippel Boero, quando com partilhou sua experiência de intercâmbio.

Letícia foi estagiária de Re lações Públicas na Assessoria de Relações Internacionais e Nacionais da Unisinos (ARIN), mais especificamente da área nacional, ligada diretamente à reitoria. Letícia, em deter minadas ocasiões, auxiliava o setor internacional, que tinha relação direta com a mobi lidade acadêmica; e já teve experiências na recepção de eventos internacionais em que a reitoria participava, como o fórum Brasil-Coreia.

“A Unisinos tem muitas possibilidades para diversos alunos para fazer intercâm bio”, comentou Letícia, “... e tem diversos tipos de inter câmbio... até para aprender o próprio inglês”.

lá, comecei a me soltar mais, aprender um pouco mais sobre mim, saber que eu não tenho limites, sabe?”, contou Letícia.

Portanto, ao conviver com diferentes pes soas, e percebendo a importância da comuni cação nesse cenário, foi despertado em Letícia um interesse pela área de Relações Públicas. Se referindo à experiência de intercâmbio, Letícia disse: “me ensinou na parte de gostar de relações públicas, entender que as pessoas são diferentes, pensam diferente; eu vejo isso na área de relações públicas”.

Nesse sentido, Letícia vê o intercâmbio como uma possibilidade para o desenvolvi mento pessoal e profissional dos RPs e, por isso, acredita que saber falar inglês é muito importante para quem faz relações públicas.

Ademais, Letícia vê o intercâmbio como uma forma de ampliar horizontes, apren der coisas novas e saber lidar com diversos tipos de públicos e culturas, o que auxilia o profissional de relações públicas a ampliar o seu repertório, despertando a criatividade e, assim aumentando a sua capacidade para lidar com situações adversas. “Eu me tornei uma pessoa muito adaptável, principalmente pela questão do intercâmbio”, disse Letícia, o que ela considera importante para um RP.

Para aqueles que pensam em realizar um intercâmbio, Letícia enfatiza que não é ne cessário pensar duas vezes antes de decidir. “Então, eu acho que o intercâmbio te amplia em todos os sentidos, a todas as possibilida des; e ele te abre diversas portas que tu nunca imaginarias que conseguiria”, disse ela.

dos melhores momentos da minha vida”.

E, para quem deseja reali zar a viagem dos sonhos, Jés sica deixou algumas dicas: se organizar, se programar e rea lizar uma boa pesquisa sobre o destino, estudando sobre a cultura e o idioma local. Ouvir as experiências de quem já visitou o respectivo destino também é fundamental. E “se estão tentando bolsa e não deu certo, não desiste, con tinua tentando que uma hora dá, sabe?”, falou Jéssica.

Como um conselho final sobre essa experiência, Jéssica comentou que “tem que ir ex plorar, conhecer, sair do nosso

Além de compartilhar as possibilidades que os alunos da graduação possuem, Letícia contou a sua própria vivência fora do país: “Eu já fiz inter câmbio para a Austrália, Sid ney... fiquei um ano lá, e foi a melhor experiência da minha vida. Eu fui com 18 anos, sem saber falar inglês, e sem co nhecer ninguém. Me ensinou a superar diversos desafios, sabe, e a crescer como pessoa assim, porque eu saí muito da minha bolha de conforto que eu tinha aqui no Brasil”.

A entrevistada também relatou que a experiência no exterior foi fundamental para o seu autoconhecimento. “Aprendi a me comunicar me lhor de certa forma, porque eu era muito tímida, não falava muito. Depois que eu fui pra

As experiências interculturais de Jéssica e Letícia representam as histórias de muitos RPs ao longo dos anos, e exemplificam a riqueza que existe para além das fronteiras. Expe riências interculturais abrem os horizontes para infinitas possibilidades, tornando as pessoas mais adaptáveis e abertas a novos conhecimentos.

Experiências interculturais, sejam elas de curta ou longa duração, trazem para os RPs aprendizados de uma importância imensu rável, que estimulam o seu desenvolvimento pessoal e profissional e agem de maneira transformadora em suas vidas.

Portanto, possibilitando que os alunos do curso de Relações Públicas tenham experiên cias interculturais ao longo de sua jornada, a Unisinos contribui para um futuro em que o RP ocupa o seu espaço de direito como um elo entre pessoas e nações, propiciando mais diversidade nas organizações e combatendo estereótipos culturais; seja atuando den tro dos limites do país, ou, para além das fronteiras.

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“Tem que ir explorar, conhecer, sair do nosso mundinho assim, sabe? Ver outras coisas, porque o mundo é muito grande. E tudo a gente se adapta, né? Acho que isso é um grande aprendizado de viagem”

O RP E OS CANAIS DIGITAIS DE COMUNICAÇÃO

contemporaneidade mudou a forma das relações humanas sociais e organizacionais, e esta dinâ mica, sempre em construção e alterações, tem crescido exponencialmente a cada dia, alterando o modo de relacionamento entre os mais diversos públicos da sociedade. Com isso, surgiram novas necessidades das organizações, ao que se refere a competitividade, lucratividade que as levam a desejar que sua marca esteja em um lugar de destaque, e sempre lembrada por seus públicos de interesse. E, nesta lógica, também se insere a realidade brasileira, onde, cada vez mais, observamos a popularização da internet.

E, pensando nos profissionais inseridos no mercado, muito provável que, em dado momento, a internet vai ter participação em todos os pos tos de trabalho, desde os mais simples aos mais complexos. Esta já é uma rede presente em nossa realidade contemporânea, que produz canais de comunicação indispensáveis na atual estrutura social e política da sociedade. Assim, estes canais de comunicação deixaram de ser acessados exclu sivamente pelo computador, suas janelas estão abertas nos mais diversos e modernos gadgets de nosso dia a dia.

Neste sentido, pensando no profissional de RP, e em todo este cenário de utilização em massa das redes sociais, e em seus mais diversos canais, em um momento que muito se fala em tudo ser imediato e ins tantâneo. Em entrevista com a pós-doutora Carolina Terra, a mesma relata sobre as com petências do RP: “Eu acredito muito que o profissional de RP

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POR CRISTIANO RODRIGUES DE FRAGA
31 RAWPIXEL.COM / FREEPIK

tenha total condições de gerir os desafios da comunicação digital, volátil, instantânea e imediata, mas penso que outros perfis também sejam adequados e complementares. Quem quer trabalhar nessa área, tem que se especializar, entender que é um universo absolutamente dinâmico e mutante. Portanto, o estudo e o aprendizado nes se segmento são contínuos. Eu diria eternos. Os algoritmos das plataformas mudam a todo mo mento. Surgem novas platafor mas e temos que entender como funcionam, se são pertinentes às nossas organizações, que for matos funcionam, que tipo de conteúdo as audiências esperam e buscam, como engajar, como promover uma comunicação de fato de mão dupla e por aí vai. A área digital é uma área que requer planejamento, estraté gia, especialização, mas também transversalidade e interdiscipli naridade. Temos que saber lidar com TI, áreas ligadas às exatas, ler números, sermos analíticos, tomarmos decisões baseadas em dados. Enfim, o profissional de RP pode e deve atuar no digital, mas, assim como em outras su báreas, tem que estudar, se espe cializar e investir em formações complementares”.

Neste sentido, o ambiente digital criou espaços de comu nicação com grande volume de informação, deu voz e liberdade aos mais diversos sujeitos que interagem entre si e com a socie dade podendo estes influenciar, modular percepções e ações em definida direção. Estabelecendo, assim, um fortalecimento ou diminuição do valor da imagem nos espaços organizacionais.

Neste contexto, o profis sional de RP, mesmo antes dos ambientes digitais e toda a ex posição e diversidades de canais de acesso a comunicação, já se apresentava como um verda deiro gestor na administração e nas relações com os públicos, audiências e lados. “Penso que somos capacitados para lidar com tudo isso”, relata Carolina.

Assim, o RP intermedia, media, equilibra, balanceia e trabalha junto aos influenciadores, das lideranças de opinião, dos públicos de in teresse desde sempre, isso já são competências da profissão muito antes de toda a exposição de mídia que temos hoje.

Nestes últimos 50 anos, a comunicação rom peu barreiras e mudou a forma de interagirmos com o mundo, ocorreram transformações na forma de pensar e agir em todos os contextos. E, quando pensamos nos canais de comunicação, e em profissional de RP administrando tudo isso, neste sentido nada mais importante do que falar como o curso evoluiu na Unisinos. Em entrevista, a doutora Taís Motta, atual coordenadora do curso de Relações Públicas, aborda: “O curso de RP se modificou junto e ao longo desse processo de transformação macro. Tanto em disciplinas es pecíficas como Comunicação Digital e Interativa, que substituíram antigas disciplinas de comuni cação dirigida. Como nas disciplinas tradicionais, como Planejamento em Comunicação e Crises Comunicacionais, onde o conteúdo está sempre se modificando e acompanhando o que tem de mais relevante no mercado de RP.”

De acordo com a entrevistada, o currículo vem sendo incrementado com novas discipli nas para estar alinhado aos temas emergentes da área. Assim, abordar temas de inovação pertinentes para a comunicação é o objetivo para que possamos proporcionar uma for mação integral e flexível alinhada as neces sidades do mercado: “No currículo 6 foram criadas disciplinas de Tópicos de Mercado

I e II, além da disciplina de Tópicos Acadêmicos”.

De acordo com a coordena dora de RP da Unisinos, agora em 2022 teremos o modelo de graduação Pro para o curso de RP presencial. O foco será a ex periência, reflexão e ação dos alunos, para que estes possam desenvolver seu senso crítico e serem estimulados ao prota gonismo de suas ações, estan do preparados aos desafios do atual cenário da comunicação, para o mercado de trabalho e seus propósitos de vida. Para a coordenadora: “A proposta bus ca desenvolver conhecimentos conectados às questões que o mercado e o mundo pedem atualmente, mas sem deixar de lado os propósitos pessoais. Desde o seu primeiro dia na Unisinos, professores mento res com bastante experiência no mercado acompanham o aluno na sua jornada com o objetivo de contribuir para o seu pro cesso de autoconhecimento, de aprendizagem e de planejamen to de carreira. A cada conjunto de Atividades Acadêmicas que o aluno concluir no curso, ele recebe certificações em áreas específicas. Isso significa que poderá comprovar as compe tências que já aprendeu para o mercado de trabalho.”

Com essa proposta, o objeti vo será formar profissionais que experimentaram diferentes ca minhos, isso pode abrir a mente e reconstruir até mesmo novos rumos que já estavam traçados: “E tá tudo bem mudar de ideia! Por isso, no início do curso, além de atividades práticas da profissão, ele terá disciplinas que focam em habilidades que o mercado vai exigir”, explica Taís, quando fala sobre as com petências do futuro.

Nesta perspectiva, as organi zações elevaram a régua quanto a competitividade, produtivida de e eficiência de suas equipes. E, neste sentido, os profissionais precisam estar alinhados a estas necessidades sobre isso. Assim, para Taís: “Nós temos um corpo

CAROLINA FRAZON TERRA
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docente altamente qualificado, a maioria com doutorado nas áreas da comunicação, além de ampla experiência profissional na área. Isso faz com que os alunos sejam estimulados para bus carem a qualificação contínua.”

Assim, para a coordenadora, o relacionamento com nossos alunos, mesmo após sua formação, nos auxilia a enxergar novos caminhos, outros olhares, novas lentes que contribuem ao contínuo desenvolvimento do curso, e a um engajamento perfeito em um ambiente que se está sempre aprendendo, explica Taís.

Quando olhamos para o profissional de Rela ções Públicas desempenhando suas competências na contemporaneidade, em seus múltiplos canais digitais na web 4.0, cada vez fica mais nítido o quanto obsoleto ficou a representação da co municação em uma figura simples de emissor e receptor.

A velocidade, a instantaneidade e a comple xidade em multicamadas destes atuais canais exigiram um novo olhar, uma nova postura e um novo modo de fazer comunicação.

Nesta lógica, a pós-doutora Jiani Adriana Bo nin fala, em entrevista para nós, sobre os novos espaços de comunicação e recursos de produção digital ao acesso de pessoas comuns, que produ zem comunicação midiática: “De fato, a digita lização alterou substancialmente o ecossistema comunicacional das sociedades”. São tempos marcados pela instantaneidade onde o local e o Global estão fortemente articulados. Diante disso, para a professora: “A ideia de receptor sempre foi insuficiente para dar conta de pensar os sujeitos comunicantes, pois as pessoas sempre produzi ram sentidos para o que viam nas mídias a partir

de seus contextos e referências constituídas nas suas trajetórias de vida. Com a digitalização e as possibilidades de produzir midiaticamente, a limitação do conceito funcionalista de recep tor fica mais exposta, dada esta nova condição comunicacional dos sujeitos.”

Neste sentido, a nova confi guração comunicacional tam bém altera as formas como as empresas e os profissionais de relações públicas se comunicam com as pessoas, demandando, entre outras coisas, novos rit mos, atenção às competências comunicacionais e culturais renovadas às expressões e de mandas dos sujeitos com quem se relacionam, explica a profes sora Jiani.

E, fazendo uma retrospectiva dos últimos 50 anos, pensando nos espaços de comunicação ocupados pelo profissional de Relações Públicas, e na relação com todos os seus públicos, Bo nin observa: “A digitalização vem impulsionando mudanças nas culturas dos sujeitos sociais e públicos, trazendo desafios renovados para a gestão da co municação e dos conflitos. A cultura da participação dos pú blicos, a possibilidade de expres

sar demandas, reivindicações e insatisfações coloca-se como um desafio constante para o gerenciamento das relações pelo profissional de relações públicas no contexto contemporâneo. O profissional de relações públi cas evoluiu competências para lidar com mídias digitais, não apenas de forma técnica, e sim interpretativas, sobre como se alteram as configurações e cul turas societais neste contexto.”

Dinamismo, mutante, estu do permanente, planejamento, mediação, experimentação, re construção, gestão, são algu mas das palavras trazidas pelas pesquisadoras que gentilmente aceitaram contribuir a esta ma téria, com o intuito de abor dar as competências do RP na contemporaneidade diante dos canais digitais de comunicação. Em contribuição e pertinente ao contexto resgato Paulo Freire, como observação ao perfil do profissional de Relações Pú blicas, somos sujeitos inaca bados em fase de construção que evolui através da interação com outros indivíduos e essa complexa interação que vive mos enriquece as aptidões do ser que trabalha em seu projeto de evolução.

JIANI ADRIANA BONIN TAÍS FLORES DA MOTTA
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COMO VISAR

UMA CARREIRA DE SUCESSO

tualmente, na sociedade contemporânea, a comunicação tomou uma força imprescindível e, de fato, foi impulsionada pela globalização e novas formas de se comunicar, lidar e consumir o mundo, adotados por uma geração com personalidade forte e atrelada a tecnologia.

De fato, é de conhecimento de todos as infi nidades de atuações que o mercado proporciona. Só que, mesmo assim, ainda existe aquela dúvida e preconceito Relações Públicas dá dinheiro? Relações Públicas dá sucesso?

Obviamente, as respostas dessas perguntas surgem da interpretação e da sua visão como aluno ou profissional, mas para entender melhor, Tais Flores da Motta e Polianne Merie Espindola, formadas em Relações Públicas e professoras de RP da Unisinos, trazem as suas interpretações. Sobre se sentir bem-sucedida como RP, Tais responde: “Eu lembro que quando consegui estágio na área de RP já me senti super bem-sucedida. Eu acho que ser bem-sucedido é muito relativo”, afirmou. Já sobre sucesso, Tais disserta: “Eu acho que su cesso é quando a gente trabalha com aquilo que a gente gosta de fazer, aquilo que nos dá prazer e traz a remuneração que a gente precisa.”

Entendemos que a área é expansiva e que as oportuni dades são abrangentes, mas é necessário dedicação e firmeza naquilo que almeja para conse guir o prazer profissional, de amar e ser feliz com o que faz: “As oportunidades surgiram, e eu sempre aproveitei da melhor forma. As coisas iam acontecen do, não foi sorte, pois eu corri muito atrás. O RP pode atuar em diversas organizações e áreas da comunicação, oportunidades tem. É importante o aluno fazer o máximo de estágio possíveis durante o curso, justamente pela quantidade de oportunida des e diversidade”, conclui Tais.

O Relações Públicas exerce um papel público e extrema mente necessário, preciso e técnico para qualquer área que ele busque atuação. Os apren dizados desse curso estão além de estereótipos, é necessário reconhecimento de como os estudantes estão aliados às políticas públicas e atuam em todas as áreas organizacionais, políticas e sociais, a qual uma democracia exerce.

“Eu me senti realizada quando pisei numa sala de aula como professora”, inicia Polian ne - “Se sentir realizado é ter sucesso pós- curso. É acordar todos os dias para trabalhar com aquilo que você escolheu fazer e realçar odos os dias conti nuar se desafiando”, continua — “Dinheiro não é parâmetro de sucesso. Medir desempe nho e performance, para mim, não vem do financeiro. Medir desempenho de trabalho é o quão feliz, motivado, engajado e realizado uma pessoa está”.

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POR JOÃO ANTÔNIO GUIMARÃES

O estereótipo em volta da atuação na área atrapalha, mui tas vezes, o aluno de enxergar as oportunidades que ele tem e pode, também, atrapalhar a visão antes mesmo de entrar na graduação. Mesmo que, em tempos melhores, ainda existem desmotivações que afetam o aluno de buscar seguir o curso e entrar na vida acadêmica na área de comunicação, em rela ção a isso, Polianne disserta: “Somos a área que mais tem atuação diversificada dentro da comunicação. Temos uma variedade muito grande de oportunidades”, afirma.

Com isso, é uma mudança em relação a visão do curso de Relações Públicas e passar a se enxergar como agentes ne cessários para comunicação e ser responsável por uma boa relação social entre uma orga nização e seus públicos pode significar o sucesso de quem, hoje, é aluno do curso e almeja uma trajetória bem-sucedida.

PROFESSORA POLI EM COMEMORAÇÃO

UNISINOS

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TAÍS, NA UNISINOS, APÓS PEGAR SEU DIPLOMA DE DOUTORA, ADQUIRIDO DURANTE PANDEMIA
AOS 50
ANOS
DA

E

RP EM UM CONTEXTO PANDÊMICO

m 2020 o distanciamento social modificou a vida de todos, no mundo inteiro, e não foi diferente com a comunidade acadêmica de RP, que teve de se adaptar com alterações nos horários de aula, pla taformas/formas de assistir a aula e até mudanças nas dinâmicas das atividades acadêmicas. Transferir toda a grade de estudo para o ambiente remoto, para quem é da modalidade presencial, não foi um trabalho fácil, e im pactou no desenvolvimento da comunidade acadêmica, que teve de pensar em como ajustar suas rotinas, casas, e seu psicológico para iniciar o ensino remoto.

Além dessa adaptação, existe também um impacto na relação desses públicos com o en sino, uma vez que, após a implementação de uma rotina remota, desenvolveram-se novas habilidades, novos processos, que facilitam, e até modificam, a maneira de pensar e atuar. Portanto, nem só para males veio o ensino remoto, ele nos mostra caminhos novos e pode deixar marcas muito além do restabelecimento do presencial.

A aluna Sabrina Stein, que ingressou na gra duação no primeiro semestre de 2020, relata

que o ensino remoto foi uma experiência desafiadora: “Con fesso que no começo foi difícil de me adaptar, prestar atenção e interagir com o professor, não pensei em trancar a faculdade, mas pensei em fazer menos ca deiras ou então cadeiras que não tivessem aulas práticas”.

Para a coordenadora do curso de Relações Públicas,

Taís Flores da Motta, é pre ciso enxergar essa adaptação como um copo meio cheio e meio vazio. “Em um primeiro momento tomamos um susto e foi desafiador, mas para os professores de relações pú blicas foi mais tranquilo, em função de já existir o curso EAD, outras áreas sofreram mais por não ter contato ou ter uma certa resistência com as ferramentas”, relata.

Sobre novas práticas e pos sibilidades do ensino remo to, a coordenadora do curso complementa: “O mais legal é que as vezes conseguimos fazer as coisas até de forma melhor do que faríamos no presencial, como por exem plo os eventos”. Quando Tais fala em eventos, menciona também a experiência da Hackacom Criativa, que teve uma abrangência enorme e chegou a ganhar o prêmio Set Universitário de comunicação, edição 2021.

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Já para os alunos que mi graram do ensino presencial para o remoto, fica um senti mento de saudades e de nos talgia, como para a formanda Vivian Maurelli, que comenta que, o ato de se deslocar até a faculdade e estudar em um ambiente externo auxiliava na imersão nos estudos. -Segundo Vivian, quando se está em um ambiente universitário é mais fácil se dispor ao aprendizado.

Entretanto, muitos alunos relatam ter se adaptado me lhor com o sistema online. É importante pensar que as per sonalidades são diversas, e nem sempre o que é benéfico para uns, pode ser para outros. Como é o exemplo da aluna Carine Hoff, que passou por um perío do difícil na pandemia, com a internação de seus pais. “Como passei por um período compli cado com meus pais internados em UTI em duas cidades di ferentes, as aulas remotas me ajudaram, pois pude assistir

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as aulas em outros horários nos dias que não consegui assistir, então não perdi conteúdos.”

Já o formando Guilherme Gomes teve uma experiência ainda mais difícil durante a pande mia, com o falecimento de seu pai (em função do Covid-19). “No segundo semestre eu adiei algumas cadeiras estava muito exausto de ficar sempre na frente do computador, eu reorganizei um pouco meus planos para poder fazer o TCC dentro do tempo.”

Outra experiência que foi totalmente adap tada foi a da formatura, que para muitos foi através de plataformas, ou nem aconteceu. “Com o retorno gradual alguns alunos ainda se sentem mais propícios a encerrar esse ciclo” relata Maria Fernanda Paull, que foi uma das primeiras for mandas na nova modalidade presencial do curso de Relações Públicas. “É diferente de quando eu estava na faculdade” diz Vivian Maurelli, “não existe ainda o mesmo sentimento”.

Para alguns alunos o sentido da formatura ainda está subjetivo, visto que o motivo prin cipal eram as comemorações com familiares,

como para o estudante Guilher me Gomes “Muito da ideia que eu tinha sobre a formatura era ter minha família, porque eles não tiveram oportunidade de estudar muito, principalmente meu pai, seria mais como uma simbologia representando o esforço dele, e acho que seria importante unir isso com a su per conquista que é terminar a faculdade, no entanto durante a pandemia eu perdi meu pai para a covid, e ai desapeguei um pouco da ideia de que não faz sentido, eu preciso terminar”.

Por outro lado, o cenário do mercado de comunicação é contraditório, é possível pre senciar inúmeras oportunidades surgindo em função da digita lização exponencial das orga nizações. Mas, por outro lado,

muitos setores como eventos, relacionamento e até planeja mento estratégico tiveram de se ajustar. “Antes da pandemia “fazer comunicação” onde tra balho, era algo insignificante, hoje depois de 1 ano e meio se tornou algo necessário, muitos dos processos internos e exter nos não iriam funcionar se não tivéssemos um canal consolida do”, conta Carine.

“É uma questão que a gente precisa dividir, o que é o mer cado da comunicação que acho que teve um boom durante a pandemia, claro também tendo um recorte do setor cultural, eventos por exemplo”, segundo o aluno Guilherme Gomes.

Nesse sentido a aluna Fer nanda Paul, assistente de Mar keting no setor de eventos da

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Unimed, acredita que é impor tante manter a maturidade e a calma e pensar que não é um fator isolado, o mundo inteiro está passando por isso, com difi culdade para estabelecer novos eventos, mas as demandas irão continuar. “A área de eventos em si foi muito prejudicada, mas a comunicação como um todo, principalmente a estratégica e digital não terá crise, temos que explorar nossos espaços”.

Os funcionários da Uni sinos também passaram por uma readaptação, tanto com o ensino remoto, quanto com o retorno gradual, como contam as profissionais da secretaria de comunicação da Unisinos “Não tivemos contato com todos os professores ainda, pois nem todos retornaram

ao campus, mas com os que tivemos contato, percebemos um medo de voltarem ao campus, mas acredito que aos poucos isso mudará. Nós que estamos acostumados em ver a Universidade cheia, sentimos muita falta em ver os alunos e professores transitando pelo campus, parece que falta alguma coisa.”

Para a coordenadora Tais Flores da Motta, muitos estudantes modificaram também sua rotina, e preferem o ensino a distância. “É muito difícil para um aluno que precisará sair de casa à noite após trabalhar o dia inteiro em home office ”. A professora enxerga o cenário como uma experiência, e acredita que mesmo liberados para o presencial, desenvolvemos muitas habilidades que vão continuar. “Em 8 meses desenvolvemos o que levaríamos 5 anos para implementar. Não acho que perdemos o ano, acho que ganhamos, em muitas outras formas”.

Por outro lado, Guilherme relata que a volta gradual em relação às formaturas: “Aos poucos eu começo a interpretar novamente a formatura

como uma forma de homena gear meu pai e simbolizar todo o esforço que ele e minha mãe tiveram para que eu conseguis se ocupar esse espaço, então eu gostaria de fazer uma colação presencial, mas respeitando todos os percalços que o mo mento nos impõe”.

Assim, ficou claro que as Relações Públicas é sobre se relacionar. Durante a pandemia tivemos que aprender novas formas de relacionamento, o que foi desafiador e exigiu a adaptação de toda comunidade acadêmica. Mas toda essa tra jetória levou a um aprendizado único, e, com certeza, uma nova forma de ser Relações Públicas surgiu, uma forma que traz es perança e olhares para um novo ciclo da profissão.

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TODO MUNDO

PRECISA DE UM RP

alvez você ainda não saiba, mas todos nós preci samos de um profissional de Relações Públicas. No dicionário da língua portuguesa, o significado de Relações Públicas consiste em: “Pessoa que trabalha em Relações Públicas, função administrativa que julga os comportamentos e as ações públicas, identificando os direcionamentos e condutas individuais ou de interesse público, para planejar e executar um programa que busca a aceitação pública”.

Entretanto, o RP é muito mais que apenas um planejador que cuida da boa imagem de uma empresa. O profissional de Relações Públicas é estrategista, cria a harmonia entre os diferentes públicos, é o porta-voz de uma empresa, ONG, instituição, ele constrói um relacionamento de comunicação que seja mutuamente benéfico, tanto para as organizações como para os públicos.

A Coordenadora do curso de Relações Públicas da Unisinos, Taís Flores da Motta, ao ser entrevis tada, relata que a essência da atividade de Relações Públicas é a harmonização, ou seja, a harmonia entre os diferentes públicos.

De acordo com relatório publicado pela Jobs of tomorrow - Mapping Opportunity in the New

Economy, que apontou 96 pro fissões do futuro, mais de 30% das atividades consideradas do futuro remetem ao profissional de Relações Públicas.

Apesar dos dados promisso res, a profissão de Relações Pú blicas ainda é pouco conhecida. Quantas vezes estudantes de RP não passaram por encruzilhadas ao explicar o que faz o profissio nal de RP, o que é, em que área atua. Spoiler: O Relações Públicas não somente promoter de fes tas. Sim, dentro da atividade de

Relações Públicas existe a área de eventos, mas esta é apenas a pontinha do iceberg.

Afinal, o que faz um profis sional de Relações Públicas? Em entrevista com Bruna Krindges Ribeiro Gabbardo, egressa do curso de RP da Unisinos, que foi colaboradora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos de 2013 a 2021, relatou sobre sua experien cia como profissional de Relações Públicas. Bruna optou pelo curso de RP em virtude ao enorme le que de oportunidades. Era o curso mais abrangente e de maiores possibilidades na área da comu nicação. Iniciou suas primeiras experiências profissionais como estagiária, trabalhando com re lacionamento com o cliente, no campo varejista. Logo após, com eventos e planejamento estra tégico. “Foi muito importante essas experiências nos estágios, pois eu pude fazer um troca de conhecimentos com profissionais mais experientes, onde eu pude interligar conteúdos passados em

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aula com a atividade na prática”, relata Bruna.

Seu primeiro objetivo, ao in gressar no curso, era trabalhar com eventos, e assim o fez. Tra balhou com eventos acadêmicos, sociais, institucionais e carrega uma rica bagagens consigo. Pos teriormente, surgiu uma oportu nidade de trabalhar no Instituto Humanitas Unisinos - IHU, onde voltou a ter um olhar mais abran gente da comunicação. Bruna cita que, no IHU, trabalhou com planejamento de campanha, estratégias de relacionamento, canais de comunicação, e a partir deste momento, iniciou o contato com o digital.

Inicializou o trabalho com redes sociais, sites, blogs e apai xonou-se pelo mundo do digital. Qualificou-se nessa área e iniciou seu trabalho com projetos, cria ção de grandes sites, estratégias de digital, marketing direto e seg mentação dos públicos. A egressa de RP, em sua entrevista, disserta sobre a importância de uma boa segmentação dos públicos, de vido ao crescimento do digital. O mercado está entendendo a importância de uma comunica ção segmentada, personalizada e centrada na atualidade, portanto,

faz-se necessário um profissional que converse com os diferentes públicos e dite o tom da conversa.

Desde seu primeiro emprego, com relaciona mento ao cliente, Bruna conta que sempre atuou como Relações Públicas, porém, isso não quer dizer que em sua carteira de trabalho constava que ela estava trabalhando como RP. Atualmente, é focada em CRM, a comunicação segmentada e estratégias de relacionamento. Concluiu com a importância do planejamento a curto, médio e longo prazo.

A atividade de Relações Públicas nunca foi tão importante e necessária como neste momento de pandemia. Em tempos de mudança, foi necessário adaptar-se, criar novas hábitos, reestruturar o mercado, a vida pessoal, enfim, nos reinventamos. Para as empresas, o desafio foi imenso.

A comunicação virou linha de frente para o mundo todo, e ao falarmos em comunicação, é impossível não pensar no profissional de RP. O relações-públicas, vem sendo cada vez mais re conhecido no mundo corporativo, por ter uma essência estratégica, construindo relacionamentos sólidos e saudáveis, primordiais neste momento de pandemia.

Adriano Braun D. Xavier, graduado em RP pela Unisinos, Relações Públicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos há mais de 19 anos, conta em sua entrevista que os principais desafios pós pandemia serão continuar promovendo e preser vando a boa imagem e reputação de uma marca, fazendo com que as tecnologias, que durante a pandemia se tornaram peças fundamentais, sendo comprovadas que funcionam, se tornem usuais no dia a dia das organizações. Xavier ressalta que deve ser feito o alinhamento do presencial com o

TAÍS FLORES DA MOTTA COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS DA UNISINOS

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“A essência da atividade de Relações Públicas é a harmonização, ou seja, a harmonia entre os diferentes públicos”
TAÍS FLORES DA MOTTA BRUNA RIBEIRO ADRIANO XAVIER

on-line, dessarte, otimizando o tempo, facilitando reuniões e principalmente tornando determinados eventos mais viáveis.

“Devemos ser um profissional completo, ca pacitado e sempre atualizado. A pandemia nos demostrou e ainda demonstra a necessidade de estarmos preparados para auxiliar, administrar momentos, situações, períodos de crise nas orga nizações que atuamos”, pontua Xavier.

O relações-públicas é um dos profissionais mais bem preparados para atuar em uma gama enorme de funções e atividades de uma entidade, empresa ou organização.

Adriano é responsável pelo setor de Relações Públicas do Gabinete da Reitoria da Unisinos. Coordena o Cerimonial e Protocolo da Univer sidade, atuando como mestre de cerimonias a frente aos eventos institucionais, formaturas, reuniões, recepções e visitas, sejam internas ou externas. Ao ser questionado sobre sua maior alegria atuando como profissional de Relações Públicas, Adriano conta que trabalhar com ce rimoniais e protocolos é a sua maior alegria. Organizando, assessorando e orientados os di ferentes momentos, atividades e eventos na instituição em que trabalha.

Afinal, por que todos nós precisamos de um profissional de Relações Públicas? Em entrevista com Giulia Rodrigues Silvestre, egressa do curso de RP da Unisinos, especialista em Empreendedo rismo Criativo em Eventos (Unisinos e Feevale), co-fundadora e CEO da Plural, aponta que todos precisam de um RP pois, todo mundo, de algu ma forma, necessita se relacionar com marcas e pessoas.

Em relação a empresas e pes soas que usam sua marca pessoal enquanto empresa (influenciado res), a empreendedora Giulia diz que cada vez mais as interações com os clientes precisarão ser feitas com uma estratégia de re lacionamento por trás. O consu midor de 2021, que se educou di gitalmente durante a pandemia, carece de consumo de marcas que o representem, que se conectem com ele, que tenham valores e propósitos parecidos e levantem bandeiras semelhantes a suas. Dessa forma, uma publicidade e venda direta não é mais efetiva se não houver, em paralelo, a construção de relacionamentos estratégicos.

Giulia concluiu que as marcas e influenciadores atuais preci sam ver seus clientes não apenas como potenciais compradores, mas como integrantes de suas comunidades, sejam elas digitais ou físicas. E o melhor profissional para a criação e gestão dessas comunidades e da manutenção do relacionamento estratégico é o RP.

Apesar de, todos nós preci sarmos de um RP, e a ativida de estar em 7 lugar no ranking de carreiras mais promissoras,

estamos em um processo gra dual de reconhecimento total da profissão.

Em entrevista com três alunos do curso de Relações Públicas da Unisinos, questionados sobre suas expectativas para o futuro do profissional de RP, nota-se que o desejo em comum destes futuros RPs é que atividade de Relações Públicas seja valorizada e tenha a visibilidade que merece.

Em entrevista com o estudan te de Relações Públicas da Uni sinos, colaborador da Unisinos, questionado sobre quais eram suas expectativas para o futuro do profissional de RP, ele relata que através do seu trabalho, a profissão seja reconhecida e va lorizada, e deste modo, se quebre as camuflagens da atividade de relações públicas em setores de organizações. “Fazendo com que as táticas da profissão tenham evidência, para que, perguntas como: o que é RP? O que faz? Como atua? Possam ser cada vez menos frequentes no dia a dia de nós relações-públicas”, conta Otávio.

Marcelo Schneider, estudante do curso de Relações Públicas da Unisinos, foi questionado em en trevista com a mesma pergunta.

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GIULIA SILVESTRE OTÁVIO MOURA MARCELO SCHNEIDER

“Devemos ser um profissional completo, capacitado e sempre atualizado. A pandemia nos demostrou e ainda demonstra a necessidade de estarmos preparados para auxiliar, administrar momentos, situações, períodos de crise nas organizações que atuamos”

ADRIANO BRAUN XAVIER RELAÇÕES PÚBLICAS DA UNISINOS

Marcelo relata, que suas expectativas para o futuro como profissional de RP, é a valorização da profissão tanto no primeiro setor, como no segundo e no terceiro, onde são necessários os trabalhos de RP.

Marcelo ressalta que a gestão da atividade, deve ser cada vez mais eficaz no aprendizado. Que, nacionalmente, o RP tenha tanto espaço e reconhecimento como no exterior. Que as opiniões e prognósticos do profissional de RP sejam ouvidas e posteriormente executadas. “Que não nos falte ética, responsabilidade com a verdade e harmonia entre a organização, instituição e o público. Que nossa ciência seja tão rica como uma mina de diamantes recém-descoberta, afinal, todo mundo precisa de um bom RP”, diz Marcelo.

Vitor Kochhann, colega de Otávio e Marcelo, estudante de RP na Unisinos, apontou quatro principais expectativas como futuro Profissional de Relações Públicas:

1- Ajudar a construir uma cultura cada vez mais popular dentro das organizações públicas e privadas, dando voz para atores que geralmente ficam restritos a papéis secundários;

2- Conscientizar outras áreas da importância da Comunicação Social na construção de uma sociedade plural, respeitosa e democrática;

3- Ajudar a difundir e popularizar a atividade de RP que é muitas vezes “desconhecida” até mesmo pelos profissionais;

4- Poder chegar no final da carreira, quase se aposentando, e sentir que o Mercado e o âmbito público/político aprenderam que RP não é im portante só pra construir imagem e gerar lucro.

O curso de Relações Públicas da Unisinos tem a nota máxima de excelência avaliada pelo MEC. A

Unisinos vem formando profis sionais da área da comunicação competentes e qualificados para o mercado há exatos 50 anos. A estudante de Relações Públicas e Jornalismo da Unisinos, Bruna de Oliveira Soares, conta, em entre vista, que se sentiu extremamente acolhida pela Unisinos no início de sua graduação, ainda que em um ambiente completamente diferente de sua cidade, distinto de tudo que ela havia conhecido até então.

A maior experiência que o cur so de RP proporcionou a ela, além dos projetos incríveis que teve oportunidade de participar, é o TEDxUnisinos, onde é voluntária, e diz ter muito orgulho de fazer parte desta equipe. Bruna enfatiza sobre a diversidade cultural, o acolhimento, a simpatia que a universidade tem.

A Unisinos tem um acervo de professores extremamente quali ficados e extraordinários, que não medem esforços para proporcio nar um ensino de qualidade. Por trás de uma excelente gestão de comunicação que a Universidade do Vale do rio dos Sinos possui, existe um profissional de Relações Públicas. Viu? Todos precisam de um RP, inclusive você.

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VITOR KOCHHANN BRUNA SOARES

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Endereço: Avenida Unisinos, 950. São Leopoldo, RS – Cep: 93022-750. (51) 3591.1122 www.unisinos.br

REITOR: Sergio Eduardo Mariucci

VICE-REITOR: Artur Eugênio Jacobus PRÓ-REITOR ACADÊMICO E DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Guilherme Trez PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO: Luiz Felipe Jostmeier Vallandro DIRETORA DA UNIDADE DE GRADUAÇÃO: Paula Dal Bó Campagnolo GERENTE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO: Tiago Lopes COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS: Taís Flores da Motta

NOSSAHISTÓRIA

Publicação experimental produzida por alunos da atividade acadêmica de Escrita Criativa, do curso de Relações Públicas

OrientaçãO Polianne Espindola (pmespindola@unisinos.br)

textOs Amanda Caroline da Rosa Bianca de Souza Nunes Camila Alessandra da Silva Cristiano Rodrigues de Fraga Daniela Genovencio Silveira João Antônio Guimarães Laura Pompilio Maggi Justo Lawrin Ritter Letícia dos Santos Flores Nathália da Silva Gallino Sabrina Stein

imagens Vector_corp / Freepik (capa) Arquivo pessoal (demais fotos)

ARTE

Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) COOrdenaçãO geral: Cybeli Moraes PrOjetO gráfiCO e diagramaçãO: Marcelo Garcia

ANÚNCIOS

OrientaçãO PedagógiCa: Letícia da Rosa suPervisãO téCniCa: Juliano Schmitt atendimentO PubliCitáriO: Andrius Jacobs Dri direçãO de arte e arte finalizaçãO: Marianne Alves Silva (Agexcom) Fernanda Correa Santos (Rede Solidária) Renata Ferreira Camboim (O Céu de Dom Luciano) redaçãO: Georgia Eduarda Machado Reis

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