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Saúde da Mulher

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Mude 1 Hábito

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Câncer de Mama

Se amar é olhar para si com carinho!

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Acompanhe a entrevista com a mastologista, Dra. Lucia Aiko Hamaji Homma, CRM 32235 RQE 11798, que esclarece dúvidas sobre o câncer de mama, tratamentos, diagnósticos e a importância do autocuidado.

Podemos defi nir câncer de mama, atualmente, como um grupo de doenças que acometem as mamas iniciando através da multiplicação desordenada de células formando o tumor maligno. Grupo de doenças devido às variedades de tumores com diferentes comportamentos e diferentes tipos de respostas ao tratamento. O diagnóstico precoce é importante porque quanto menor o tamanho da lesão, maior é a chance de cura. Os exames de imagem como as mamografi as e ultrassonografi as podem detectar as lesões impalpáveis. A confi rmação diagnóstica é feita pelo estudo anátomo patológico, isto é, através das biópsias.

Qual a importância do autocuidado para prevenção do câncer de mama?

Com o câncer de mama não falamos em prevenção e sim em detecção precoce. Não existem medidas preventivas para evitar o câncer de mama, mas podemos falar em diminuição de riscos. O autoexame é muito importante, pois é possível palpar lesões a partir de 1,0 cm dependendo da sua localização. Com a inspeção das mamas, podemos observar através do espelho a presença de alteração da pele (pequenas retrações da pele, alterações da coloração da pele, retração do mamilo e inchaços).

Quais são os fatores de risco para desenvolvimento da doença?

O maior risco é ser do sexo feminino. As mulheres têm pelo menos, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, 100 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que os homens principalmente, depois dos 40 anos. Ter história familiar positiva para câncer de mama em dois ou mais membros da família como mãe, pai, fi lhos e/ou, irmãos. Mulheres que tiveram o primeiro fi lho após 35 anos. Menstruação precoce em menores que 12 anos e menopausa tardia após 50 anos. Mulheres obesas, mulheres que ingerem bebida alcoólicas e mulheres que não praticam atividade física.

Qual a importância do diagnóstico precoce? Como é feito o diagnóstico?

Quais os sinais e sintomas ao realizar o autoexame que devem servir de alerta para uma investigação médica?

Ao fazer a inspeção das mamas através do espelho, quando é possível notar alterações na coloração da pele, retrações da pele e/ou abaulamentos e inchaços. A palpação poderá

mostrar lesões de consistência fi rme, principalmente as que tiverem localização mais su-

perfi ciais. Também é importante investigar a secreção mamilar espontânea, ou seja, aquela em que a paciente nota que sujou a roupa.

Como os estágios e os tipos de câncer de mama são classifi cados? Eles evoluem igualmente?

Os estágios da doença são classifi cados através da observação de 3 parâmetros: tamanho do tumor + comprometimento dos linfonodos axilares + doença à distância.

Podem ser classifi cados em carcinomas inva-

sivos e carcinoma “in situ”. Os invasivos, dependendo do tamanho da lesão e estágio da doença, serão tratados com cirurgias radicais ou conservadoras, associado à quimioterapia e/ou radioterapia e/ou hormonioterapia. Os carcinomas “in situ “ não tem poder de invadir e são tratados localmente através das cirurgias e radioterapias. Poderá ser utilizado a hormonioterapia em casos em que há positividade para receptores hormonais não só como controle local, mas também como prevenção da doença na mama contralateral. Os carcinomas “in situ” fi cam localizados somente na mama e podem evoluir acometendo toda a mama tendo, muitas vezes, de se-

rem tratadas com a mastectomia radical. Já os tumores invasivos tem diferentes evoluções, mas fatalmente, se não tratadas precocemente, podem acometer toda a mama comprometendo os linfonodos axilares e supraclaviculares e órgãos a distância como ossos, pulmão e fígado.

Quais são os tratamentos?

A forma de tratamento dependerá do tipo de carcinoma, da idade e das condições clínicas do paciente e do estágio da doença. Muitas vezes optamos pela quimioterapia neoadjuvante (quimioterapia prévia), no intuito de diminuir o tumor e realizar procedimentos cirúrgicos menores e confortáveis.

Quais são os potenciais efeitos colaterais e risco desse tratamento?

Os potenciais efeitos colaterais e riscos do

tratamento são analisados caso a caso, levando em conta a idade e o estado clínico do paciente, o tipo de tumor e o estágio da doença. Dos tratamentos cirúrgicos, poderão ter desde alguma assimetria/cicatrizes mamárias como também a retirada da mama com ou sem reconstrução imediata. Os efeitos colaterais com a quimioterapia podem ocorrer, sendo mais comuns a queda de cabelo, dores articulares, náuseas e vômitos. Mas todas as pacientes são avaliadas previamente através de exames para avaliar condições clínicas, a fi m de receberem não só tratamento cirúrgico como quimioterapia, radioterapia e /ou hormonioterapias com segurança.

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A mulher que tem silicone nos seios pode fazer a mamografi a normalmente ou o material interfere no resultado? E no autoexame, interfere?

As mamografi as são realizadas normalmen-

te em pacientes portadoras de implante de silicone. Existem técnicas e manobras associadas na realização de mamografi a, não interferindo no resultado e também trazendo segurança e evitando danos às mamas com silicone. Na palpação, devido a localização das próteses sub muscular ou sub glandular, facilitam o autoexame empurrando a glândula mamária para frente possibilitando a palpação de nódulos profundos.

Quais são os fatores que ajudam a diminuir o risco de câncer de mama?

Manter uma alimentação saudável com pouca gordura e carboidratos, sorrir mais, não abusar da bebida alcoólica e praticar atividades físicas. Mudar hábitos é sim muito importante, não há mais dúvidas quanto aos benefícios, não só para diminuir os riscos do câncer de mama, mas como de outras doenças melhorando a qualidade de vida.

O câncer de mama também pode manifestar em homens? Quais sintomas mais comuns? E o tratamento é o mesmo da mulher?

Sim, pode manifestar em homens, mas em menor escala, de 3 a 4% dos casos. Os principais sintomas são nódulo e secreção papilar, retração do mamilo e da pele, alterações dos linfonodos (ínguas) na axila. O tratamento é o mesmo das mulheres, com cirurgia, quimioterapia e/ou hormonioterapia e radioterapia. Devido oao tamanho da glândula mamaria ser menor nos homens, geralmente, há necessidade de ser um tratamento cirúrgico radical.

Por que o apoio familiar é essencial para a paciente?

O apoio familiar é muito importante e irá refl etir no tratamento. Apesar do acolhimento de toda equipe multidisciplinar dispensada, o paciente se torna muito vulnerável às reações depressivas devido ao tratamento estar associado a alterações clinicas e psicológicas, abalando sua autoestima. Como o câncer de mama afeta na maioria das vezes as mulheres, que geralmente são o centro, o núcleo familiar, a sua condição acaba interferindo em toda a rotina familiar. O acolhimento familiar dando suporte, não só emocional, como também pensando em formas de deixar a vida dela com menos preocupação. Auxiliando-a nos afazeres domésticos, acompanhando nas consultas e sessões de tratamento, mostrando parceria e cumplicidade, motivando-a a enfrentar a doença, ouvi-la nos seus medos e apreensões, não a importunar com problemas desnecessários, é de grande valia. Cuidados com a sua alimentação, valorizando-a dentro da estrutura familiar, encorajando-a a passar pelo tratamento e dando esperança de uma vida melhor irá tornar seu tratamento mais brando, cooperando assim, com o sucesso do tratamento.

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