Meio Ambiente e Sustentabilidade

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meio ambiente e sustentabilidade

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os circundam. Foi esta ciência que desenvolveu o conceito de ecossistema do qual falamos anteriormente. Observe-se que está implícita no termo a idéia de interdependência entre os seres vivos e seus ambientes naturais, formando-se o que se costuma chamar de cadeia alimentar. Os ecossistemas brasileiros, chamados também de paisagens naturais, são variados e ricos em biodiversidade, que pode ser entendida como o número de espécies animais e vegetais que existem em uma dada extensão de terra. Sobre este conjunto de ecossistemas ou paisagens naturais, formaram-se as sociedades humanas. No Brasil, podemos falar de alguns tipos específicos de paisagens naturais. São elas: Amazônia; Sertões ou Nordeste Seco; Cerrados; Mata Atlântica; Florestas de Araucária e Pradarias Mistas. Na próxima aula, voltaremos a falar sobre estes ecossistemas, bem como sobre sua situação em termos de conservação ambiental.

RELAÇÃO SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE Todos os seres vivos estabelecem relações com o meio, transformando-o de acordo com sua capacidade biológica e necessidades de sobrevivência. Homem e natureza fazem parte de um mesmo conjunto, mas aqui não podemos desconsiderar a especificidade dessa espécie viva, a única que, além de se reproduzir biologicamente e viver em sociedade, é também capaz de criar história; de produzir e transmitir conhe-

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cimentos; de criar cultura e arte; de sobreviver em diferentes latitudes do planeta; de transformar a natureza de acordo com suas necessidades e interesses, etc. A capacidade de modificar o ambiente, própria das espécies vivas não-humanas, é sempre limitada a condições biológicas. Assim, espécies litorâneas dependem, invariavelmente, de ecossistemas litorâneos para sobreviver. Não se tem notícias de colônias de gaivotas nos cerrados, assim como de certos tipos de flora tropical em regiões áridas ou semi-áridas. Com a espécie humana é diferente. Explorando o território na busca da sobrevivência e, sempre que necessário, ampliando essa busca para além dos limites naturais, a espécie humana evidenciou ao longo do tempo uma necessidade, aparentemente ilimitada, de ocupação territorial, além de provocar profundas mudanças nos meios que ocupa. A sua aptidão tanto para transformar o ambiente em que vive, como para buscar novos ambientes para viver, diferentemente de espécies cujas vidas regulam-se pelos ecossistemas naturais, está na origem da própria sociedade e permite entender os deslocamentos humanos em torno da biosfera. Nesse sentido, o homem modela, como nenhuma outra espécie, o meio em que vive. Sem querer vasculhar muito o passado, as relações entre sociedade e a natureza nasceram a partir do momento em que os primeiros grupos humanos surgiram e, daí em diante, a história do homem se confunde com a da natureza e vice-versa, visto que a sobrevivência dos primeiros está estreitamente vinculada com a existência do meio em que vivem. Mais do que isso: o homem, na condição de ser genérico, é parte integrante da natureza. A separação entre sociedade e natureza, em certo sentido, fomos nós que inventamos à medida que fomos evoluindo! Vamos, pois, ver como isso foi acontecendo.


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