DORADILLA - Cínthia da Silva Ribeiro

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O padrão de vida solitário, focado em manter as aparências e o sucesso profissional, abandonando assim parte dos relacionamentos e satisfação própria, tem gerado um círculo repetitivo, vicioso e perigoso. Sendo modernos, estamos a nos mover dentro do circuito de apontar e isolar, designar e resolver problemas, versões especificamente modernas, autopropulsoras e auto-aceleradoras dos ciclos de ação e reação, e assim somos incapazes de conceber maneiras alternativas de enfrentar as adversidades que tendem a emergir em rápida sucessão. (BAUMAN, Zygmunt, 2008. p 102).

1.2 A ansiedade e a mudança de comportamento De acordo com a psicóloga Fátima de Freitas, a ansiedade é um sentimento habitual e saudável quando é bem balanceado. Poderia ser desastroso caso houvesse a falta da ansiedade em algumas situações do dia a dia, é a ansiedade e o medo que aumentam a produção de hormônios e substâncias que nos fazem lutar, ou fugir de situações de perigo. (FREITAS, 2016) Melhor do que servir como alerta, a ansiedade é necessária para o aprendizado, porém em todas as circunstâncias a ansiedade excessiva é prejudicial, sendo um sentimento benéfico somente se houver a capacidade de manter a calma relativa ao contexto. De acordo com a psicóloga Rita Calegari, “a ansiedade é necessária para manter as pessoas alertas no dia a dia, porém é como se fosse uma pitada de sal na comida: se usado em exagero, pode ter um resultado desastroso” (Apud GOMES, Felipe. São Paulo: Glamour, 2016). Para discernir quando se trata de um estado afetivo normal ou patológico basta observar a duração, freqüência e a intensidade das crises, sendo indispensável a busca da ajuda de um profissional da saúde mental. Conforme defende a psicóloga Ângela M. B. Biaggio (2000), diferente do que muitas pessoas pensam, a ansiedade se difere do sentimento de medo, pois as respostas a determinada situação são diferentes. O medo acarreta à fuga, enquanto a ansiedade é uma sensação angustiante de medo não solucionado. A pessoa permanece aguardando um acontecimento ruim como se não houvesse saída. Além de ocasionar descontrole das emoções, a ansiedade afeta o estado físico do indivíduo, podendo gerar falta de ar, taquicardia, sudorese, tremores, calafrios, dores de cabeça e dores no corpo. O comportamento também é influenciado pelo estado emotivo. Um experimento realizado em Israel, no Instituto Weizmann de Ciência (CORRERIO, 2016), avaliou a resposta do cérebro dos voluntários, a fim de entender a mudança produzida pela ansiedade. A conclusão mostrou que pessoas ansiosas são mais propensas a associar experiências novas às anteriores, pois elas generalizam os estímulos.

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