heliópoLISJORNAL E REGIÃO Contribuir para transformar Heliópolis e Região num Bairro Educador, promovendo a cidadania e o desenvolvimento integral da comunidade. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 04 03 05 HELIÓPOLIS TERÁ UPA 24HS VIOLÊNCIA INFANTIL GOVERNO DE TRANSIÇÃO 06 SOLIDARIEDADE A satisfação do sentimento de dever cumprido é sintetizada de maneira única quando o sorriso solto e o brilho no olhar das crianças são reproduzidos a cada entrega feita. edição 4 Campanha de Natal da UNAS mobiliza grande rede de solidariedade e presenteia 5 mil crianças
océrebro precisa de nutrientes para desenvolver, assim como o todo nosso corpo, e para o cérebro se desenvolver ele precisa de alimentos ricos em nutrientes. Recentemente um amigo relatou-me que, por semana, sua família tinha meio quilo de feijão, carne seca e farinha para comer, essa era a base da alimentação do nosso povo, isso quando tinha uma roça ali no fundo de casa. É nesse cenário que muita gente sai do nordeste fugindo da fome.
No Brasil o salário mínimo é de R$ 1.212,00 reais, 37% da população sobrevive com apenas um salário e mais de 65 Milhões de pessoas ganham até dois salários mínimos, o que equivale à uma renda de $2.424,00 reais por mês. Mas o que você faz com isso hoje? Na cidade de São Paulo o valor médio da cesta básica é de $740,00 reais, o aluguel aqui em Heliópolis é cerca de $800,00 reais. Esses dois gastos básicos, alimentação e aluguel, já são maiores que o valor pago no salário mínimo. Como uma família de 3 ou 4 pessoas sobrevive com esse valor? E não estamos falando da conta de água, luz e transporte. O pai, a mãe não tem dinheiro para uma pipoca, um passeio com os filhos, o povo está fazendo uma “gambiarra” para sobreviver.
O que significa as crianças no farol da Av. Tancredo Neves ou na Avenida do Cursino, é para ajudar no orçamento da
família, tem gente que não entende, discrima, mas o trabalho infantil voltou, a precariedade voltou, a fome bate na porta de milhões de brasileiros.
O resultado dessa política, são famílias endividadas, gente comprando comida no cartão de crédito, parcelando o alimento. As favelas estão aumentando, em São Paulo são mais de 3 mil favelas, frutos da desigualdade estrutural do país. E o resultado disso ao longo prazo é o impacto no desenvolvimento humano, o impacto no desenvolvimento intelectual.
O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Porque sua população passa fome? Porque não há distribuição das riquezas geradas no país? Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.298,91. O desafio é gerar emprego e renda digna para que as pessoas possam ter acesso para além do básico.
Em 2023, teremos um novo governo eleito, que sua prioridade zero será combater a fome. O Lula, é ex-morador da Vila Carioca e do Parque Bristol, conhece essa realidade, saiu com a família do Pernambuco fugindo da miséria, e sabe o que é
a dor da fome. Em Janeiro ele assume a Presidência com o compromisso de mudar a triste realidade de nosso país hoje, com inflação, desmonte de políticas públicas, fome e desemprego.
Aqui nos manteremos mobilizados pela garantia de direitos e acesso ao trabalhador e aos moradores de favela, e nesse aspecto a UNAS tem sido atuante, tendo ao seu lado importantes parceiros.
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EDITORIAL 2 edição 4
João Bosco Nonato Secretário Geral e membro da Diretoria Ampliada da UNAS
CAMPANHA MOBILIZA HELIÓPOLIS A ROMPER O SILÊNCIO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
No mês de outubro de 2022, a UNAS passou a unir diversos projetos, pesquisadores e entidades da sociedade civil para efetivar ações que combatam o crescente aumento de denúncias de violência sexual e violência intrafamiliar entre crianças e adolescentes da favela de Heliópolis. Esse aumento esteve relacionado à volta das aulas presenciais, uma vez que o ambiente escolar permitiu aos professores e educadores perceberem mudanças severas no comportamento dos alunos.
As ações estão divididas em três grandes eixos, que tratarão nos próximos meses, em geral, do fortalecimento dos conselhos tutelares e das instâncias de controle social da região, das ações de educação e sensibilização comunitária por jovens capacitados, do incentivo a projetos de educação sexual nas escolas e da garantia de atendimento especializado e em rede às crianças e adolescentes em situação de violência sexual e familiar.
Infelizmente, a violência sexual contra crianças e adolescentes é comum no Brasil como um todo. O Sistema de Informação de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN), apontou que esse público representava 70% do total de casos de violência sexual, sendo que, 68% foram cometidos por pessoas próximas com histórico de violações anteriores. Já o boletim epidemiológico do Ministério da Saude mostra que de 2011 a 2018 foram notificados 184.524 mil casos de violência sexual, dos quais 76,5% foram cometidos contra crianças e adolescentes, situação que indica maior vulnerabilidade nesta faixa etária da vida.
Ainda, por ser cometida, em geral, no ambiente doméstico e por pessoas próximas, a violência contra crianças e adolescentes acaba sendo escondida. Familiares ficam constrangidos em revelar a situação, assim como também temem ficar sem subsistência, porque muitas vezes o agressor é quem mantém financeiramente a casa.
Por isso, são muitos os casos que permanecem subnotificados, envolvidos por estigmas, tabus, medos e retaliação. Atitudes como estas fortalecem as barreiras de silêncio ao redor do tema, gerando custos humanos altos.
A UNAS compreende que garantir um bairro seguro para as crianças e adolescentes é um dos horizontes para a consolidação de um Bairro Educador. E isso só acontecerá quando o sistema de defesa, assistência social, saúde e educacional atuarem em rede.
IDENTIFICAR E DENUNCIAR SITUAÇÕES DE ABUSO É UMA TAREFA SOCIAL DE TODOS!
Há seis maneiras de você denunciar casos de abuso. Com o telefone, é possível ligar tanto para o Disque 100, central telefônica que encaminha denúncias para os órgãos de proteção do município, quanto para o 190. É possível, também, baixar o aplicativo Direitos Humanos Brasil. Pelo computador, é possível entrar em contato com a Ouvidoria Online, pelo email disquedenuncia@sedh.gov.br. Por fim, os Conselhos Tutelares e as Delegacias de Polícia, especializadas ou comuns, também são responsáveis por receber denúncias de violação de direitos.
Romper o silêncio e refletir sobre o tema são formas de prevenir abusos sexuais, onde o objetivo é a mobilização e conscientização de toda sociedade brasileira para o compromisso de proteção das crianças e adolescentes.
CRIANÇA E ADOLESCENTE 3 edição 4
Luta por UPA 24 horas em Heliópolis sai do papel e inicia as obras
Aluta é diária e para conseguir direitos no Brasil é preciso se mexer. Desde 2015, o Fórum Popular de Saúde da UNAS e os moradores de Heliópolis cobram a Prefeitura de São Paulo por melhorias na saúde da população da maior favela da cidade. Foram anos e diversos atos para conseguir a inauguração da nova UBS para partirmos para uma outra etapa, a construção da UPA 24 horas no lugar onde hoje fica o atendimento da AMA Sacomã.
A Unidade Básica foi inaugurada em 01 de Novembro de 2019, e desde lá a UNAS junto aos conselheiros de saúde da região lutam pelo início das obras da UPA, o compromisso do então Secretário Municipal de Saúde da época Edson Aparecido era para que no momento que a UBS estivesse pronta as obras da UPA começassem, porém assim como o que foi prometido em questão de datas o projeto também foi alterado, a planta original da UPA que era para ser nível três acabou sendo transformada em nível um pela Prefeitura, que voltou atrás após pressão e manteve o projeto original, mas as datas foram se prorrogando ano após ano. Já faz cerca de três anos que a Unidade de Pronto Atendimento deveria ser entregue, mas por falta de prioridade, atrasou.
O local onde foi construído a nova UBS ficou alugada por cerca de 4 anos antes de ser entregue, foi gasto cerca de um milhão e meio só de aluguel sem usar o espaço. As mani-
festações começaram em 2018 para que o processo fosse agilizado já que o dinheiro gasto ali no espaço inutilizado é cerca de 20% da verba destinada para a UPA, mas parece que o Estado no geral (Prefeitura, Governo Estadual e Federal) não se importa com isso, mas a comunidade sofre. Três anos se passaram para que as obras se iniciassem, se fosse colocar prazos prometidos, nesse período poderiam ter sido feitas duas UPAs.
O hospital de pequeno porte trará para a Heliópolis e região, ortopedistas, pediatras, leitos de internação, entre ou-
tros tantos acessos que os moradores têm que procurar fora. Hoje a comunidade sofre com a falta de médicos, leitos, especialistas e as vezes um atendimento de qualidade, por isso é tão importante que essas obras se iniciassem “Foram anos de luta e pressão nos governos para que tivéssemos ao menos uma data de início, mas finalmente essa data chegou, fui lá e conversei com o engenheiro que me garantiu que agora vai, já encomendou materiais e está contratando a mão de obra.” disse Manoel Otaviano Conselheiro Municipal de Saúde e Diretor da UNAS sobre o processo até aqui.
ALÔ COMUNIDADE 4 edição 4
Projeto oriundo de muita luta dos moradores, atrasou cerca de três anos, mas deu início as suas obras em Novembro
Jovem pesquisadora da UNAS compõe grupo de transição do Governo Lula
Sabrina Santos, 22 anos, é pesquisadora do projeto da UNAS, Observatório De Olho Na Quebrada e estudante de Ciências Econômicas e Políticas Públicas pela UFABC. Estava em Minas Gerais quando foi informada que iria compor o grupo de trabalho de juventude no governo de transição para 2023.
O informe aconteceu apenas quarenta minutos antes do anúncio oficial do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. “Eu não esperava que isso acontecesse e foi uma grata surpresa”, relata. Sabrina compõe um trabalho territorial importante em Heliópolis e região, sendo pesquisadora do Observatório De Olho na Quebrada, projeto realizado pela UNAS com financiamento da Open Society Foundations, promovendo levantamento e interpretação de dados que fogem das mídias tradicionais.
Para Sabrina. “Qualquer ação que consiga trazer à tona a discussão dentro das mídias, do poder público, é algo que é muito notável, principalmente no âmbito da juventude, que foi tão descaracterizada nos últimos tempos.”
Esta é a primeira vez que Heliópolis e Região conta com um membro na equipe de transição do governo federal, podendo levar questões reais sobre a juventude periférica e não a distorção do que é a realidade na maior favela de São Paulo. “Estar ali é algo fantástico, me considero muito honrada por causa disso, por levar a voz de Heliópolis, das discussões que a gente tem aqui e é preciso extrapolar, as favelas têm questões muito específicas de suas juventudes.”
Filha de mãe pernambucana e pai baiano que vieram em busca de melhores condições de vida, Sabrina viveu uma
vida excluída dos direitos mais básicos e nas margens da precariedade, mas sempre foi estimulada pelos pais para persistir nos estudos, uma vez que eles não tiveram esta oportunidade. Foi a vivência e os estudos que levou ao questionamento sobre as condições que sua família vivia e o entendimento da importância dos movimentos sociais e da luta por garantias de direitos. “A minha entrada na faculdade foi permeada por essa questão de querer uma mudança social, para o meu bairro e para os bairros que convivia” conta Sabrina. “Eu luto hoje para que as pessoas tenham essa garantia de direitos básicos e depois desses, vem a questão delas terem qualidade de vida, delas poderem usufruir de cultura e de lazer.”
Sabrina espera levar a experiência de sua vivência na UNAS e em Heliópolis para compor os trabalhos da equipe de transição do governo Lula. “Dentro do Observatório a gente convive com pessoas que são diversamente “racializadas”, com pessoas que, apesar de ter
a mesma origem territorial, são permeadas por questões de idade, de gênero, então você percebe todo dia um obstáculo novo a ser enfrentado, você aprende os desafios que as pessoas enfrentam e acho que essa é a principal lição que levo para o grupo de trabalho.”
Compor a equipe de transição do governo pareceu algo inimaginável para uma jovem negra e periférica. “A gente sempre acredita que para adentrar nesses espaços você precisa de uma formação muito grande, o que não é mentira, você precisa de um conhecimento técnico muito grande e, até o momento, a gente acreditava que a experiência que havia sido acumulada aqui dentro [UNAS] não seria suficiente.” Mas a nomeação para o grupo de trabalho de Juventudes foi uma epifania para Sabrina compreender que viver em território periférico é, por si só, a própria experiência. “É essa experiência que precisa estar lá no governo, a experiência de viver numa favela e saber quais os problemas que aqui acontecem.”
POLÍTICA 5 edição 4
Campanha de Natal da UNAS mobiliza grande rede de
solidariedade
Estamos próximos do Natal, período de grandes festividades que possui uma origem religiosa e que ao longo dos tempos, tornou-se um momento focado no alto potencial comercial e na geração de lucros cada vez maiores, deixando grande parte da população a margem da rica troca de presentes, dos fartos banquetes servidos, evidenciando uma excludente situação de pobreza, distanciando o real sentido de partilha, comunhão, solidariedade e união, mantendo um cenário de fome e miséria social.
A UNAS, que atende durante todo o ano milhares de crianças, na intenção de ressignificar o Natal de tantas famílias atendidas, criou a campanha “Adote uma Sacolinha de Natal”, com o propósito de arrecadar através de um gesto concreto de doadores e parceiros, uma sacolinha contendo roupas e brinquedos, inspirando sentimentos que move todas as pessoas engajadas nessa missão, promovendo assim uma cultura de solidariedade.
A campanha começou a cerca de três meses com um planejamento envolvendo os departamentos e projetos da organização. O lançamento aconteceu no dia 12 de outubro, Dia das Crianças, onde as pessoas poderiam começar a retirar a sacolinha nos projetos da UNAS, contendo as informações da criança a ser presenteada ou até mesmo, doando o valor de cem reais para posterior conversão em vale compra na loja CAEDU, parceira da ação. As Lojas Pingo de Gente, Titia Coruja e TC Premium, somaram forças como parceiras e lojas referência na compra dos itens da sacolinha, incentivando também a geração de renda dentro de Heliópolis.
e presenteia 5 mil crianças
A ação solidária em prol do Natal com mais esperança da UNAS, mobilizou um grande time como os projetos da organização que realizaram o levantamento das informações, confecção das sacolinhas e uma intensa divulgação. Centenas de doadores individuais e parceiros institucionais fizeram a diferença nessa grande e ousada ação de presentear mais de 5 mil crianças e adolescentes. Mobilizados e sensíveis no propósito de reforçar que o Natal é movido também pelo esperançar de dias melhores. Stefano colaborador do Itaú destaca a participação da equipe do Banco na ação. “Esse projeto pra gente é mega importante. Ele está super alinhado com a cultura do bem que é impactar positivamente a sociedade. Aqui é uma forma singela de poder contribuir de alguma forma e doar um pouco de tudo aquilo que recebemos. Sou nascido e criado na comunidade da Brasilândia, ou seja, eu também fiz parte de projetos sociais como atendido assim como essas crianças. Eu sei como esse dia é importante para elas por que eu tenho
gravado na minha memória até hoje o presente que eu ganhei, a pessoa que me entregou e o que ela me disse. Foram palavras que eu guardei no meu coração e que fizeram a diferença na minha vida. Queremos fazer aqui exatamente isso, gravar no coração dessas crianças um momento de alegria para que elas tenham uma esperança pro futuro.”
A satisfação do sentimento de dever cumprido é sintetizada de maneira única quando o sorriso solto e o brilho no olhar das crianças são reproduzidos a cada entrega feita. Ressignificar o sentido e o propósito do Natal, não é uma tarefa simples e muito menos fácil. Mas o sentimento de responsabilidade social e de solidariedade, com toda certeza foi disseminado através de uma linda onda do bem, que alcançou milhares de famílias atendidas e daquelas que somaram forças nas doações, no gesto singular de amor e união em prol de quem mais necessita, dando sinais claros que devemos sempre esperançar.
IMPACTO SOCIAL 6 edição 4
Festival Helipa Music expressa Arte, Cultura e Cidadania na voz de crianças e adolescentes
Após dois anos realizado de maneira remota por conta da pandemia da COVID-19, o Festival Helipa Music voltou a acontecer no último 22 de Outubro de maneira presencial, sendo um marco nas vidas de centenas de crianças e adolescentes.
O 12º Festival Helipa Music, o maior evento cultural realizado por crianças e adolescentes, prestigiou e concretizou sob o tema ‘A Luta e a Resistência pelo novo Esperançar’ os trabalhos desenvolvidos nos CCA’s (Centro para Crianças e Adolescentes) administrados pela UNAS.
Esta foi a primeira edição a ser realizada fora de Heliópolis, sendo o Jd. São Savério o palco das apresentações, que contou com a abertura do Tambores de Aço Fundação CSN, atração
de Volta Redonda (RJ) e com os onze CCA’s, que levantaram bandeiras como o combate a violência contra a mulher, a desigualdade social, imigrantes e refugiados, educação, direitos humanos, cultural e a importância do trabalho de base.
“Ver as crianças e adolescentes dos CCA da UNAS se apresentando nos enche de orgulho e nos faz acreditar em um futuro melhor para nossa comunidade.” Conta Reginaldo Gonçalves, coordenador e organizador do Festival Helipa Music desde 2010.
A 12ª edição do Festival Helipa Music foi realizada pela UNAS em parceria com o projeto Garoto Cidadão, da Fundação CSN, e do selo cultural Estrondo Beats e o apoio da E.E. Dr. Álvaro de Souza Lima.
UNAS em parceria com SME levam crianças de CEIs para conhecer a Chácara Encantada
O direito de brincar é um direito de toda criança, passeio à Chácara Encantada incentiva a imaginação das crianças fora do território.
Fazer um passeio escolar é um privilégio no Brasil atual, famílias em vulnerabilidade mal tem condições de se manterem vivas, imagina só poderem pagar por um passeio para seus filhos. Com este pensamento, a UNAS em parceria com a Secretaria Municipal de Educação proporcionaram um passeio para a Chácara Encantada, com CEIs - Centros de Educação Infantil de Heliópolis e de comunidades da região, promovendo um momento mágico, lúdico e possivelmente único para essas crianças.
Ao todo participaram 1563 crianças dos 17 CEIs da UNAS nos três dias de passeio, dentre elas algumas não são mais atendidas nas creches por conta da idade, mas ainda mantém vivo um vínculo com o projeto. Alguns familiares de alguns alunos em condições especiais também acompanharam o evento como o caso da Maria Thais de 22 anos, que
é prima do Yuri, uma criança que tem algumas restrições alimentares “A chácara é ótima, e todos aqui se preocuparam com a alimentação dele, ele está adorando eu vim por preocupação mas percebi que aqui ele tem toda uma atenção onde eu posso ficar mais tranquila, se houver outras oportunidades eu consigo confiar que nada acontecerá”.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES 7 edição 4
Ano de luta mas também de muitas realizações
Oano de 2022 foi um ano de lutas, de ir para as ruas para dar um olhar crítico às necessidades. Durante a pandemia foi notável o quanto a população das favelas, sofrem com a falta de um governo efetivo com políticas públicas que englobam a todos. A UNAS durante o ano de 2022 retomou suas atividades presenciais, um período que trouxe à tona diversos problemas que não eram vistos com tanta atenção, como a fome, a falta de moradias, a violência doméstica e a evasão escolar, entre tantos outros considerados adversidades da minoria.
A instituição durante esse ano tornou a reivindicar os direitos de todos nas ruas, foi a volta da grande e aguardada Caminhada pela paz, oriunda de uma luta antiga que prevê uma comunidade segura. Também houve três caminhadas contra a fome, duas em Heliópolis e uma nas comunidades da região, luta que se mostrou o terror das minorias principalmente na pandemia, onde a Associação teve um trabalho significativo sendo reconhecida como uma das maiores ONGs do Brasil. Mas o trabalho realizado até aqui não é para o reconhecimento, mas sim uma necessidade! Todo o trabalho realizado pela UNAS desde o seu início é fruto de reivindicações dos moradores, em 2022 o título de Bairro Educador fez jus ao seu propósito com o Seminário Heliópolis Bairro Educador e a Semana de Direitos Humanos, com temas e discussões sobre a educação emancipatória, pensando na evasão escolar que bateu seu recorde durante o período. Outros eventos que marcaram o ano foram o Helipa Music que incentivando todos os jovens e adolescentes atendidos a olharem para o seu cotidiano e o transformando em música, teve também a Copa ECA, um evento esportivo
de confraternização junto aos artigos do Estatuto da Criança e Adolescente, empoderando todos sobre os seus direitos. Outras ações não menos importantes que aconteceram foram a volta da Corrida e Caminhada de Heliópolis com 300 corredores em oito categorias e o Arraiá da UNAS que ajudou os empreendedores locais.
Diversas ações internas também foram realizadas como a reforma da quadra do CCA Heliópolis, O CEI Girassol ganhou um novo prédio e uma ampliação nos seus atendimentos, a criação do Museu Digital Heliópolis onde é possível acessar registros dos 50 anos de história da comunidade, a inauguração do Centro de Educação Popular Dona Antônia abrigando projetos importantes e e a implantação de 5 hortas comunitárias em CEIs e CCAs. Durante o ano tivemos também a parceria com a Cacau Show que reverberou na doação de 5 mil ovos de Páscoa na comunidade, além de cursos de chocolateria para empreendedoras locais com a Harold. Dois cursos de pós-graduação em parceria com a UFABC foram criados para incentivar a formação acadêmica, além de uma campanha extensa para conseguir atendimento para crianças de 04 à 06 anos.
Este ano eleitoral trouxe uma visão dos jovens do Observatório De Olho na Quebrada para a importância de um estado democrático, com a campanha Bora Votar Quebrada e um ato cultural na rua Capitão do Mato nomeado Capitão de Quem? Onde os jovens puderam trazer uma visão para problemas sociais apontando preconceitos como o racismo. A luta por políticas não findou aí, o Fórum Popular de Saúde da UNAS e os moradores de Heliópolis reivindicaram à Secretaria Municipal de Saúde uma UPA
24h que foi prometida há cerca de três anos, reverberando no início das obras em Novembro deste ano.
A Instituição conseguiu a criação de mais quatro projetos, esses que são: o MUDEM (Minas e Manos Desconstruíndo o Machismo) que visa formar jovens multiplicadores a fim de incidir politicamente na prevenção a violência contra mulheres e também na desconstrução da lógica machista e patriarcal da sociedade. O Educa Rádio que leva a ferramenta de educomunicação e fomenta a cultura e cidadania com diversas oficinas. A Paz é o Caminho que contribui na disseminação das práticas circulares como uma perspectiva de tomada de decisões e comunicação não violenta. E o Centro de Cidadania LGBTI da Zona Norte Luana Barbosa dos Reis (O CCLGBTI Zona Sul já é administrado pela Instituição).
Sobre 2023 e as expectativas para o ano a Presidenta da UNAS Cleide Alves disse: “Estou muito animada e já sabendo que em 2023 será uma coisa de doido, o Brasil faliu no último governo, espero que o Lula nos traga fôlego, uma energia a mais pra gente continuar denunciando as mazelas que precisam, pra gente não desanimar. Não vamos enfraquecer, vamos continuar nessas ações de rua, até porque só de não ouvir frases de morte, como armamento, feminicídio já nos dá um fôlego para seguir lutando, mas vamos ser positivos nossa democracia está garantida não chegamos no fim, vamos continuar semeando nossa luta, enraizando nossos movimentos para que nossos direitos sejam garantidos, vamos começar a florescer em 2023, vai ser um ano de mostrar que temos força e que somos muitos. A UNAS vai continuar na luta pela garantia de direitos junto com todas e todos moradores de Heliópolis e região.
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