Jornal Heliópolis e Região ed. 1 de 2017

JORNAL

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h e l i ó p oE REGIÃO LIS

VOCÊ SABIA?

Acreditamos que o trabalho de base é fundamental para ampliarmos os diálogos com moradores sobre questões da comunidade e da sociedade em que vivemos, para isso nos organizamos enquanto movimentos para promover o empoderamento das pessoas.

distribuição gratuita

Movimento de Mulheres de Heliópolis e Região

As Mulheres que sempre foram protagonistas das lutas em Heliópolis se organizaram enquanto movimento para debater questões como igualdade de gênero, direitos humanos, direitos da mulher e o combate ao sexismo.

Venha fazer parte desta luta!

Encontros: Todo primeiro sábado de cada mês, das 09:00hs às 12:00hs.

Movimento LGBT - O Grito da Diversidade

Visando valorizar a população gay, lésbica bissexual, transexual e transgênero moradora de periferias, que nasce o movimento LGBT O Grito da Diversidade, buscando fortaleceler a luta contra o preconceito e a discriminação existente na sociedade, com foco na humanização, valorização da população LGBT, e debate por efetivação de políticas públicas.

Venha fazer parte desta luta!

Encontros: Todo 3ºsabado de cada mês, das 09:00hs às 13:00hs

Movimento Sem Teto UNAS

Buscando organizar os moradores de favelas para a luta por efetivação de políticas públicas na área da moradia, discutindo estratégias por uma moradia digna, organizamos o Movimento Sem Teto de Heliópolis e o Movimento Sem Teto da Água Funda e Jardim São Saverio no sentido de buscar um diálogo junto ao poder público e discutir com ele proposta de políticas públicas para o atendimento dessa demanda.

Venha fazer parte desta luta!

Encontros: Todo primeiro sábado de cada mês - Heliópolis, Jardim São Saverio e Água Funda.

Movimento da Juventude - Fala Jovem

A necessidade dos jovens moradores de Heliópolis e região em se reunir para discutir sobre políticas públicas e ações que fomentem o protagonismo juvenil, fez a necessidade de criar um espaço/grupo para promover esse diálogo. Assim o movimento da Juventude Fala Jovem se mobiliza.

Venha fazer parte desta luta!

Encontros: 3º Quarta-feira de cada mês, às 16:00hs

03 MORADIA

Movimento Negro UNAS

Com a necessidade de aprofundar os debates e a ações que promovem a igualdade étnico-racial, o coletivo negro da UNAS vem se organizando para promovem o enfrentamento e o combate ao racismo.

Venha fazer parte desta luta!

Encontros: 2º Sábado de cada mês, das 09:00hs às 13:00hs

EXPEDIENTE: COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO: Douglas Cavalcante TEXTOS: Andre Silva, Deiliane Martins de Souza, Douglas Cavalcante, Hugo Fanton, João Bosco e Rodrigo Bastos.

REVISÃO: Nayara Noronha FOTOS: Douglas Cavalcante, Tiago Nascimento, Tiago Costa e Gildivam Felix e Reprodução da Internet DIAGRAMAÇÃO: Tiago Ishiyama / Estúdio Estrondo

Tem sugestões de matéria ?

Então manda pra gente! comunicacao@unas.org.br

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Precisamos nos organizar para garantir a participação e os direitos dos moradores.

05 ECONOMIA SOLIDÁRIA

07 25 ANOS RÁDIO HELIÓPOLIS

POLÍTICA

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7 EDITORIAL

POLÍTICA

SEGUIMOS NA LUTA POR GARANTIA DE DIREITOS.

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É com muita satisfação que apresentamos mais uma edição do Jornal Heliópolis e Região.

A UNAS segue mobilizada para garantir avanços e conquistas nos seus vários eixos de atuação. Nos últimos meses, continuamos fortalecendo os trabalhos com uma série de equipamentos e projetos que atendem mais de 4500 crianças e adolescentes, além de jovens, adultos e idosos, totalizando cerca de 12.900 pessoas atendidas diretamente.

Nossa luta deve seguir em frente e se fortalecer, pois o Governo Temer está trazendo muitos retrocessos para o povo brasileiro. O desemprego aumentou em níveis alarmantes, e hoje já atinge mais de 14 milhões de pessoas. Corremos o risco de perder nossos direitos trabalhistas e nossa aposentadoria, caso sejam aprovadas as reformas trabalhista e da previdência. Nossa luta é por nenhum direito a menos e Diretas Já!

No município não é diferente com o Governo Dória, que prometeu eficiência mas só trouxe piora para os serviços públicos. Em nossa região, o maior risco é a proposta da COHAB de comercialização das terras, prevendo o pagamento dos moradores pelas casas, sem levar em consideração que as pessoas vivem aqui há mais de 30 anos e são responsáveis pelo desenvolvimento da região. E pra piorar, a COHAB quer comercializar as terras sem garantir a documentação que reconhece a moradia. Somos contra essa medida.

Defendemos a participação da comunidade em todos os momentos do processo de regularização fundiária, que deve ser realizado com base no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor do Município de São Paulo. É fundamental que todos os moradores se organizem e participem das reuniões na comunidade para debatermos nossas propostas para a regularização fundiária. Queremos diálogo com a Prefeitura, exigimos nosso direito à participação e convidamos a todos a se posicionar diante desse absurdo.

Na saúde, os retrocessos vão além: houve diminuição significativa das verbas, e um congelamento de R$ 1,8 bilhão de reais nos investimentos na saúde só nos primeiros quatro meses de gestão. Por isso, a proposta de fechar as farmácias dos postos de saúde, a falta de remédio e a paralisação nas obras em hospitais e postos de saúde. Em Heliópolis, até hoje a Prefeitura não entregou uma nova unidade de saúde na Estrada das Lágrimas, nº 1604, local já alugado desde o ano passado para abrigar um novo posto de saúde.

Apesar dos gastos mensais com aluguel, não há nenhuma sinalização de que a unidade será inaugurada. Além disso, Heliópolis sofre com a ameaça de fechamento da UBS Vila Carioca, anunciado pelo coordenador da Saúde da Região Sudeste, na presença do próprio prefeito Dória, que disse ser “ótimo”, após saber que a unidade será fechada.

O prefeito Dória também diminuiu os recursos investidos em educação, o que implica em dificuldades para as famílias obterem uniforme escolar, leite e outros recursos que há anos são garantidos na cidade. Além disso, Doria determinou a retirada das brinquedotecas nos Centros de Educação Infantil (CEIs) e diminuição de repasses, o que prejudicará o atendimento das crianças.

Nas páginas deste jornal, tratamos desses temas e apresentamos nossas propostas e ações. Boa leitura!

Já se passou mais de um ano desde que um golpe parlamentar colocou Temer na Presidência. E nesse período, de maio de 2016 a junho de 2017, foram muitas as perdas para o povo brasileiro. O desemprego aumentou em níveis alarmantes, atingindo hoje mais de 14 milhões de pessoas, e foram aprovadas medidas que retiram direitos sociais nas áreas da moradia, educação, saúde e assistência social, como a Emenda Constitucional 95, que congela investimentos sociais para os próximos 20 anos. Estão em curso propostas de mudança na constituição que acabam com os direitos trabalhistas e com a aposentadoria. Pra completar, aumentou a violência urbana e os massacres contra trabalhadores do campo e da cidade. Por isso, a palavra de ordem entre as classes trabalhadoras é resistir e lutar, por nenhum direito a menos e Diretas Já!

O desemprego disparou De acordo com os últimos números

divulgados pelo IBGE, o desemprego continua em alta e no primeiro trimestre de 2017 atingiu 14,2 milhões. O número é 14,9% superior ao último trimestre de 2016, o equivalente a 1,8 milhão de pessoas a mais desocupadas em apenas três meses. A taxa de desemprego de março de 2017 foi de 13,7% da população economicamente ativa. Quando Dilma era presidenta, em março de 2015, essa taxa era de apenas 7,9%, o menor índice da história. Agora, no governo Temer, acontece o contrário, estamos vivendo a maior taxa de desemprego desde que começou a ser medida no formato atual.

“Reforma trabalhista” é mais retrocesso! O cenário deve ficar ainda pior se o governo Temer conseguir aprovar a chamada “reforma trabalhista”, um conjunto de mudanças na Constituição que retira direitos dos trabalhadores. Se o texto for aprovado pelo Senado, conforme defendem o PMDB e o PSDB, o trabalhador sofrerá uma série de impactos, dentre eles: maior dificuldade para ter acesso à Justiça do Trabalho; possibilidade de jornadas de 12h diárias, sem pausa sequer para alimentação ou qualquer tipo de intervalo; fim do recebimento do feriado em dobro para quem trabalha em regime de 12x36; os sindicatos pelegos poderão firmar acordos coletivos que reduzem os direitos previstos em lei; será permitida a contratação de trabalhador como “autônomo”, ainda que trabalhe com jornada fixa e obedeça ordens dos donos das empresas; as gratificações não serão mais incorporadas no salário e o dano moral será medido de acordo com o salário, e não pelo lucro da empresa.

Reforma da previdência é o fim da aposentadoria!

Outro grande risco aos trabalhadores é a chamada “reforma da previdência”, que representa o fim da aposentadoria. Caso seja aprovada, a idade para aposentar será de 65 anos para homens e mulheres, com um tempo mínimo de 25 anos de contribuição. Além disso, para receber o benefício integral, todo trabalhador terá de contribuir por 49 anos. Isso significa trabalhar a vida toda com carteira assinada, sem qualquer pausa. Ou seja, praticamente todos os brasileiros ficariam impossibilitados de receber o benefício integral, dadas as altas taxas de desemprego, de informalidade e de rotatividade no mercado de trabalho.

Fim dos direitos sociais O golpe também trouxe piora para os

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direitos sociais. Com a mudança na Constituição aprovada em 2016 (PEC do Fim do Mundo), o governo Temer congelou os investimentos em saúde e educação para os próximos 20 anos. Os impactos já são visíveis, com obras de hospitais e postos de saúde paradas e mudança radical no financiamento estudantil. Os alunos que obtiveram o FIES agora têm de pagar a dívida assim que se formam, e aqueles que desejam ingressar na faculdade têm mais dificuldade de obter vaga no Prouni. Além disso, houve uma diminuição no Bolsa Família. O governo Temer tem criado uma série de dificuldades para acesso à bolsa, e tirou do programa pessoas que realmente necessitam.

Retrocessos na moradia Esse novo governo composto por

partidos como PSDB, PMDB, PSD, PP, PSC e DEM também acabou com o Programa Minha Casa Minha Vida. Em 2017, até o momento, não houve nenhum repasse da Caixa Econômica Federal para entidades construírem novas casas. Pelo contrário, a Caixa aumentou a faixa de renda de acesso para mais de dez salários mínimos, beneficiando as famílias mais ricas, e cortou financiamentos de até R$ 900 mil, impedindo acesso às faixas de renda média e baixa. Não há, no governo Temer, qualquer outra alternativa para moradia popular.

Criminalização

da luta Esses ataques aos direitos trabalhistas e sociais são combinados com repressões aos movimentos sociais e situações de extermínio. Os povos indígenas, os trabalhadores Sem Terra e a juventude das periferias das grandes cidades são vítimas de polícias que respondem com violência a situação de injustiça social. Exemplo disso aconteceu em 24 de maio, no Pará, onde, de acordo com relatos, a política torturou e matou dez trabalhadores rurais Sem Terra.

Aumento da violência A cultura de ódio tem contribuído

também com o aumento da violência urbana. O Atlas da Violência, divulgado em junho de 2017, mostra que as populações jovem e negra são as maiores vítimas de homicídio no País. Atualmente, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. O número de homicídios por ano no país cresceu de 48 mil para quase 60 mil em menos de 10 anos, números semelhantes ao de países em guerra.

Corrupção e crise A principal justificativa que PSDB e PMDB

dão para os cortes nos direitos e para a aprovação do fim da aposentadoria e da CLT é a crise econômica. De acordo com o governo Temer, o país está quebrado, não tem dinheiro para se recuperar da crise. Contraditoriamente, todos os dias aparecem no noticiário empresários com malas de dinheiro para comprar políticos aliados de Temer. Além disso, empresas como a JBS, que delatou Temer, são grandes sonegadoras. A JBS é a maior empresa na ativa com dívida na previdência. De acordo com reportagem publicada no Estadão, a JBS deve atualmente cerca de R$ 400 bilhões para a previdência. Além disso, a empresa enfrenta mais de 34 mil processos na Justiça do Trabalho. Não é à toa que os deputados e senadores financiados pela JBS agora querem aprovar o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. De um lado, a empresa deixa de pagar. De outro, os políticos que ela financia jogam a conta da crise nas costas do povo brasileiro.

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3 MORADIA

EMPREENDEDORISMO

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O

O projeto de Economia Solidária da UNAS completou em maio dois anos de existência.

Desde 2015, foram identificados os microempreendedores existentes dentro da comunidade e estimulada a comercialização por meio da cooperação criando novos mecanismos de geração de renda. Conveniado com a Secretária Nacional de Economia Solidaria, do Ministério do Trabalho e Emprego, o projeto tem por objetivo construir relações econômicas igualitárias, tendo uma perspectiva central de fortalecimento dos pequenos comércios, coletivos culturais e artesãos de Heliópolis e região.

“Fizemos o mapeamento dos empreendimentos, e percebemos que em Heliópolis se faz economia solidária, a partir do princípio de que a economia solidária é a valorização do comércio local. Construímos a Coopersol – Rede Cultural de Cooperação Solidária, com quase 40 empreendimentos, e podemos chegar a 60 em 2017”, explica Ângela de Souza Pereira, coordenadora da Coopersol e da Biblioteca Comunitária de Heliópolis.

As pessoas participantes promovem feiras de economia solidária e formações, que acontecem a cada 15 dias. “Dentre os temas trabalhados estão os conceitos do que é a economia solidária, que vai contra o capitalismo e se preocupa com o ser humano, com a nossa felicidade. A economia solidária trabalha questão de se preocupar com o outro, fazer junto e não querer competir. Além disso, nas formações, trabalhamos as questões do negro, do indígena, dos quilombolas, e de tudo que forma a rede”, complementa Ângela.

“Percebemos que em Heliópolis se faz economia solidária, a partir do princípio de que a economia solidária é a valorização do comércio local” Ângela de Souza Pereira

Maria de Fátima, 43, participa do projeto de Economia Solidária e vende cachorro quente aos finais de semana. Todas as quintas, sextas e sábados ela monta a estrutura na própria garagem em Heliópolis. Ela começou o próprio negócio, pois estava ociosa e a renda da casa vinha apenas do marido. Conheceu o projeto Economia Solidária por uma amiga, que a ajudou a seguir em frente. Um dos momentos mais especiais para Fátima foi a primeira feira Feminista de Heliópolis, promovida em parceria com o Movimento de Mulheres de Heliópolis e Região. “As mulheres puderam mostrar a sua força”. Hoje, ela consegue se comunicar melhor com as pessoas e fazer parcerias, por entender que um pode ajudar o outro e que a economia solidária pode enriquecer Heliópolis tanto culturalmente, quanto economicamente.

Em Fevereiro deste ano, a COHAB entrou em contato com algumas associações de moradores da favela de Heliópolis para comunicar uma nova proposta de comercialização da terra, ainda mais absurda que a última, recusada pelos moradores em 2007. Nesta nova proposta, a COHAB propõem a comercialização das terras, prevendo o pagamento dos moradores pelas casas (sem levar em consideração que pessoas moram aqui a 30, 40 anos e passaram suas vidas construindo suas casas e hoje terão que pagar por algo que elas próprias construíram) e ainda sem garantir a documentação que reconhece a moradia, e sim um termo de quitação que dá ao morador apenas a possibilidade de iniciar o processo de reconhecimento da escritura nos órgão competentes (buscar engenheiro para providenciar planta do imóvel, registro em cartório e outros documentações). Além de não garantir a propriedade aos moradores, o documento tem diversos pontos contraditórios, e também não especifica o processo de urbanização de áreas de riscos, becos e vielas.

A COHAB não leva em consideração a luta do povo de Heliópolis, pois o contato com as associações de moradores foi apenas para apresentar uma proposta já pronta, com a justificativa de que a Favela de Heliópolis está em uma área valorizada e a COHAB não teria mais dinheiro para construção de novas moradias. Com base nisso, a companhia defende a necessidade da comercialização dos lotes e foge da responsabilidade de efetivar o direito à moradia digna da população.

Com a justificativa de que a Favela de Heliópolis está em uma área valorizada, a COHAB defende a necessidade da comercialização dos lotes e foge da responsabilidade de efetivar o direito à moradia digna da população.

Somos Contra essa atitude autoritária da COHAB e da Prefeitura de São Paulo, de propor a comercialização das terras da favela de Heliópolis sem nenhum diálogo com os moradores. Decidimos então apresentar a todos(as) 8 itens que defendemos para o projeto de Regularização e Urbanização de Heliópolis, que efetivem a participação dos moradores nos processos de decisão sobre suas moradias.

• O que Defendemos:

Assembléia de moradores 2007

1. Participação da comunidade em todos os momentos do processo de regularização fundiária e urbanização de Heliópolis.

2. Garantia de funcionamento do conselho gestor das ZEIS conforme previsto no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor do Município de São Paulo 3. Garantia de moradia para todos que moram em Heliópolis; 4. Que COHAB e Prefeitura façam conjuntamente com a comissão de cada núcleo de Heliópolis, quadra à quadra, rua à rua reuniões com os moradores para dar transparência ao projeto de urbanização de Heliópolis; 5. Participação na articulação das peças orçamentárias e o acompanhamento dos custos e gatos; 6. Os moradores de unidades habitacionais que pagam o TPU – Termo de Permissão de Uso, devem ter a garantia a escritura de imediato.

7. Construção e aprovação, com participação popular, nos projetos de intervenção propostos para o Plano de Urbanização; exemplo: Todo o processo de urbanização do núcleo Lagoa deve ter a participação dos moradores do núcleo lagoa.

8. Construção de 5.000 novas moradias populares em Heliópolis.

O que são ZEIS? São áreas ocupadas por população de baixa renda, destinadas a criação de habitações de interesses social.

Heliópolis é considerada uma ZEIS pelo plano diretor estratégico de São paulo

“Fiquem atentos! Precisamos nos organizar para garantir a participação e os direitos dos moradores.”

A proposta apresentada pela COHAB esta disponível em nosso site: www.unas.org.br/blog

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5 ALÔ COMUNIDADE

ALÔ COMUNIDADE

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Milhares de pessoas tomaram as ruas de Heliópolis no último dia 08 de Junho na 19ª edição da Caminhada pela Paz, os 4 quilômetros percorridos pelas ruas da comunidade, contou com a participação de crianças, jovens, adultos e idosos que levantaram cartazes reivindicando a garantia de direitos e a efetivação de políticas públicas, questionando também o atual governo que tem como objetivo ameaçar os direitos sociais, tais como a aposentadoria e direitos trabalhistas. Durante a caminhada foram abordados também temas como o genocídio da população negra e periférica e a violência contra mulheres e LGBT’s.

"Todas estas frentes de reivindicação servem como um grande articulador na efetivação do Bairro Educador onde escolas, projetos sociais e moradores trabalham com a cultura de paz. Onde o importante é a vida e não a morte” disse: Cleide – Presidenta da UNAS.

19ª Caminhada pela Paz de Heliópolis

“A PAZ É DE TODOS OU NÃO É DE NINGUÉM”

Histórico

A Caminhada Pela Paz de Heliópolis surgiu em 1999, quando uma aluna da EMEF Campos Salles foi assassinada no caminho de volta para sua casa. Leonarda tinha 15 anos e se tornou símbolo da luta contra a violência que vitimava muitos jovens na comunidade. O então diretor da escola, Braz Rodrigues Nogueira, buscou lideranças comunitárias, como João Miranda, na época Presidente da UNAS, para realizarem a 1º Caminhada Pela PAZ de Heliópolis.

Este ano a Caminhada chegou a sua 19ª edição percorrendo as ruas de Heliópolis Sob o tema “Políticas Públicas + Consciência Comunitária = Sociedade Educadora”.

8ª Caminhada pela Paz da Região Sob o tema “Movimento da Paz contra a Desigualdade Social” cerca de 3 mil pessoas caminharam pelas ruas do Parque Bristol e Jardim São Saverio no último dia 26 de Maio. Crianças e adolescentes de projetos sociais da UNAS e de escolas da região exibiram trabalhos que promovem temas relacionados a cultura de paz dentro das comunidades, além de bandeiras de combate às desigualdades e retrocessos em direitos fundamentais à população.

Em sua 8ª edição a Caminhada pela Paz na Região mostrou que a paz não está representada apenas pela pomba branca mais também por milhares de pessoas unidas por garantir direitos humanos básicos a todos e todas.

E

m 8 de Maio de 1992 era criada a Rádio Corneta, pela necessidade da UNAS dialogar com todos os moradores sobre as assembleias e mutirões que aconteciam na favela. `¬ recursos obtidos com a ajuda de padres alemães, que desenvolviam um trabalho na região, foi possível a compra de um equipamento bastante simples. Era o início da Rádio Corneta, como era antes conhecida, pois não passava de alto-falantes espalhados pelos postes da comunidade.

Entendendo que a Rádio é um instrumento fundamental de mobilização e organização popular, a UNAS buscou melhorias para esta ferramenta, com mais pessoas participando e programas dos mais diversos conteúdos voltados aos moradores. Em 1997, a antiga rádio corneta vira Rádio Heliópolis, modulada na frequência 102,3 FM. Após dois anos, a Rádio muda de frequência e passa a ser sintonizada em 97,9 FM e continua levando conteúdo de utilidade pública aos moradores, além de programas informativos e musicais.

Gerô, liderança comunitária, relembra um dos momentos mais difíceis da Rádio, seu fechamento em 2006. “No dia 20 de julho de 2006 a rádio foi fechada. Eu estava na sala de reunião lá em cima. A Claudinha estava aqui fazendo seu programa Frequência de Sucesso e chega os caras da Policia Federal. Quando a Anatel fechava rádio, fechava sozinha. Aqui veio com polícia, pensaram: favela, o que vou encontrar lá? Me chamaram, chego e vejo o João Miranda conversando com eles, percebi a gravidade da situação. Liguei pro Sérgio Gomes da Oboré: “A Anatel tá aqui fechando a rádio, manda email pro Brasil inteiro!”, conta Gerô. A Polícia Federal apreeendeu o transmissor, a CPU do computador, dois microfones e aparelho de CD, impedindo o funcionamento da Rádio.

As lideranças da UNAS entraram em contato com diferentes autoridades, tais como o então Senador Eduardo Suplicy (PT) e Aloysio Mercadante (PT), e garantiram uma campanha de solidariedade e apoio. Por todo o País, a UNAS expressou: cala-se a voz de Heliópolis! João Miranda, então presidente da UNAS, foi preso, e disse: “Se comunicar e informar a população é crime, então sou um dos maiores criminosos de Heliópolis”.

A luta da Rádio Heliópolis contribuiu para que outras associações interessadas conseguissem ter suas próprias rádios. As mobilizações da UNAS resultaram em uma lei que regulariza as rádios comunitárias e a abertura de um canal para São Paulo. “Articulamos todo mundo. Sentamos com Carlos Neder (PT), e com Franco Montoro (PSDB) que fizeram um projeto de lei que resultou na LEI 9.612, que não é a melhor lei, mas é a que temos. Lei nas mãos, dissemos para a Anatel: ‘Você fala que não é o carrasco das rádios comunitárias, mas quando teremos um canal pra capital, você diz que no dial não tem espaço, e agora’”?, explica Gerô.

Ao longo de um ano de luta pela reabertura, pessoas como Zenildo, Regis, Danilo, Renato, Libeira, José Maria, Cida Lourenço, Zefinha, seguiram com seus esforços em defesa da Rádio Heliópolis. Gerô, por sua vez, prometeu que só sairia da rádio quando entregasse ela legalizada. “A gente estuda aqui, estuda ali, e a rádio funcionando nessa frequência 87,9 FM. Foi quando veio um parecer em 2008, indicando que a Rádio não traz qualquer interferência.

O então presidente da República, Lula, veio pessoalmente a Heliópolis entregar a outorga para liberação.

Durante a cerimônia, Lula disse: “olha Geronino, olha João Miranda, que vocês falem mal, de parlamentar, de mim, mas falem bem de vocês, está aqui o papel”, entregou Lula, com Dilma do lado, Ministra da Casa Civil, José Serra, governador, e Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo à época.

A UNAS avançou muito nesses últimos anos na defesa da comunicação comunitária. As batalhas para manter a Rádio Comunitária Heliópolis FM são diárias, e atualmente conta com 22 voluntários. Neste 8 de Maio, a Rádio Comunitária Heliópolis comemorou 25 anos de resistência, como um dos principais meios de mídia alternativa aos moradores das periferias paulista e do mundo. Transmitida também pela Internet, a Rádio leva informação e entretenimento a todas comunidades.

Nas emediações da comunidade sintonize no Rádio 87,5 FM