Jornal Heliópolis e Região ed. 2 de 2017

JORNAL

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h e l i ó p oE REGIÃO LIS

VOCÊ SABIA?

Desde 2001, a UNAS ampliou sua atuação para além de Heliópolis, preocupada com os alarmantes índices de vulnerabilidade social registrados em bairros periféricos no chamado “fundão do Ipiranga”. A UNAS passou a trabalhar na mobilização local por efetivação de políticas públicas e pela garantia de projetos sociais, principalmente na área de proteção infantil.

Atualmente, desenvolvemos os seguintes projetos na região: 1 Serviço de Medida Socioeducativa em Meio Aberto 1 Núcleo de Proteção Social e Apoio Psicológico

distribuição gratuita

4 Centros para Crianças e Adolescentes 1 Serviço de Assistência Social à Família

O trabalho começou há 16 anos com o CEI Clímax, primeiro projeto da UNAS na chamada “região”. Hoje, a UNAS é reconhecida e sua atuação impacta diretamente na vida de 2.684 famílias, por meio de 13 projetos sociais inseridos em comunidades do Jardim São Saverio, Parque Bristol, Jardim Clímax, Boqueirão, Jardim Maria Estela, Jardim Saúde, Água Funda e Vila Brasilina.

1 Projeto de Prevenção à violência infantil

5 Centros de Educação Infantil

03 RECONHECIMENTO

Projeto Esporte, Direito da Criança.

A UNAS em parceria com a Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Cidade de São Paulo, apresentam o mais novo projeto à comunidade. O Projeto Esporte, Direito da Criança irá oferecer atividades esportivas de Futsal, Vólei e Basquete a 1.800 crianças e adolescentes de 6 à 14 anos moradores de Heliópolis e região.

EXPEDIENTE: COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO: Douglas Cavalcante TEXTOS: : Andre Silva, Deiliane Martins de Souza, Douglas Cavalcante, Hugo Fanton, e José Geraldo de Paula Pinto.

REVISÃO: Nayara Noronha FOTOS: Tiago Costa, Joel Nogueira, Douglas Cavalcante, Junior Migrante e imagens da internet DIAGRAMAÇÃO: Tiago Ishiyama / Estúdio Estrondo

Tem sugestões de matéria ?

Então manda pra gente! comunicacao@unas.org.br

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04 O QUE É CCA?

07 NOVA UBS SEGUE FECHADA

POLÍTICA

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7 EDITORIAL

POLÍTICA

C

om muita alegria, apresentamos o Jornal Heliópolis e Região. Neste mês, a UNAS tem muito a comemorar: fomos reconhecidos como a melhor ONG do Brasil na categoria Desenvolvimento Local na primeira edição do #melhoresOngs, uma iniciativa do Instituto Doar e da Revista ÉPOCA. Além disso, fazemos parte da lista de 100 organizações reconhecidas como as melhores ONGs do Brasil para se doar.

Estar entre as 100 melhores é sinal de muita competência: a escolha se deu por um comitê executivo composto por representantes da Revista ÉPOCA, do Instituto Doar e do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas. Com a premiação, novamente se constata que o nosso trabalho no dia a dia com as crianças, adolescentes e jovens é eficaz e empoderador.

Além da premiação, esta edição do jornal traz temas variados, tais como a realização da Semana de Direitos Humanos, do Festival Helipa Music e a importância dos Centros para Crianças e Adolescentes (CCAs). Apresentamos uma matéria sobre o desmonte das políticas de saúde na cidade de São Paulo e debatemos os retrocessos na legislação trabalhista, que entram em vigor a partir de 11 de novembro.

Por isso, contamos com a sua contribuição para avançar na luta contra os retrocessos na efetivação de direitos, pela retomada do desenvolvimento econômico-social do Brasil e pelo desenvolvimento integral de Heliópolis e Região. Uma das formas de contribuir diretamente com o trabalho da UNAS pode ser pela campanha on-line de reforma do CCA Mina. Basta entrar na página kickante.com.br/unas e fazer a doação.

Boa leitura!

Antonia Cleide Alves Presidenta da UNAS

CAMPANHA DE REFORMA DO CCA MINA O CCA Mina está passando por reformas para garantir melhor atendimento às crianças e aos adolescentes da comunidade. O prédio foi construído na década de 1980 e necessita de uma reforma urgente. Para isso a UNAS buscou parceiros, e a Pró-Vida, entidade reconhecida por suas ações de responsabilidade social, realizou a doação de todo o material (cimento, bloco, ferro, etc), para viabilizar a reforma do prédio que atende 120 crianças e adolescentes com idade entre 6 à 14 anos.

Nós já conseguimos todo o material de construção, mas ainda não temos condições de arcar com a mão de obra necessária para que nosso CCA tenha uma estrutura segura e agradável para o trabalho desenvolvido com nossas crianças e adolescentes. Então lançamos uma campanha online para arrecadar recursos e tornar o sonho de um novo espaço possível. Doe para nossa campanha e contribua para que centenas de crianças e adolescentes de Heliópolis possam ter um espaço seguro e agradável para o desenvolvimento de suas atividades.

DOE AGORA ACESSANDO www.kickante.com.br/unas •Informação sobre o atendimento

O atendimento do CCA Mina continua acontecendo, mas em outro espaço. As crianças e adolescentes foram realocadas provisoriamente na Quadra Poliesportiva Heliópolis, localizado na Rua da Mina. O local recebeu adaptações para oferecer o devido atendimento as crianças, e foi aprovado pela Engenharia do CRAS – Centro de Referência da Assistência Social do Ipiranga.

Corrupção no Governo Temer e retirada de direitos do povo brasileiro

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mês de setembro começou com mais um escândalo de corrupção. A Polícia Federal encontrou, em um apartamento em Salvador, mais de R$ 51 milhões guardados em caixas e malas, quantia atribuída ao ex-ministro do presidente Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB). Enquanto isso, o Governo Temer alega a suposta falta de recursos para justificar as mudanças na aposentadoria e nas leis trabalhistas, além dos cortes nos investimentos em saúde, moradia e educação. De um lado, sobra dinheiro em malas. De outro, falta dinheiro para efetivar direitos.

Mudanças trabalhistas afetam a todos O mais duro ataque aos trabalhadores aconteceu com a aprovação da chamada “reforma trabalhista”, um conjunto de mudanças na legislação trabalhista que retira direitos. A partir de novembro, as mudanças passarão a valer, e devem atingir todo povo brasileiro, sobretudo, os trabalhadores mais pobres. Por isso, mostramos aqui os principais ataques previstos:

• Jornadas intermitentes, ou seja, um modelo que permite o trabalho descontínuo. Isso significa que o trabalhador poderá trabalhar apenas por alguns dias ou horas e sua remuneração será por hora (mesmo contratado, o trabalhador pode ficar afastado e não receber, sendo convocado para trabalhar nos períodos de interesse do patrão); • Dificulta o acesso à Justiça do Trabalho; • Os sindicatos pelegos poderão firmar acordos coletivos que reduzem os direitos previstos em lei • Será permitido o trabalho da mulher gestante e lactante em local insalubre; • Será permitida a contratação de trabalhador como “autônomo”, ainda que trabalhe com jornada fixa e obedeça ordens dos donos das empresas; • As gratificações não serão mais incorporadas no salário e o dano moral será medido de acordo com o salário, e não pelo lucro da empresa.

A volta da privataria O discurso fajuto da falta de dinheiro também está sendo usado por Temer e seus apoiadores, sobretudo do PSDB, para justificar a volta da privataria no Brasil. Em agosto, foi anunciada a venda de muitos patrimônios do povo brasileiro, que durante os governos Lula e Dilma foram fundamentais para promover o desenvolvimento do país e a criação de empregos. O pacote de privatizações de Temer inclui 57 empresas, dentre as quais está a Eletrobrás, a maior empresa de energia da América Latina, responsável por 31% da capacidade da geração de energia do Brasil e por 47% das linhas de transmissão. Caso seja vendida, o povo brasileiro corre grande risco de ver suas contas de luz dispararem, além da ameaça do fim da tarifa social de energia.

A isso, somam-se as entregas do Pré-Sal às multinacionais, além de rodovias, portos, aeroportos e, pasmem, até da centenária Casa da Moeda, empresa responsável pela emissão de dinheiro e passaporte brasileiros. Com a volta da privataria, o País abre mão de sua soberania e do controle de suas riquezas, que deveriam ser do povo brasileiro.

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3 RECONHECIMENTO

JUVENTUDE

Festival Helipa Music leva debate sobre Direitos Humanos e Cidadania através da música

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favela de Heliópolis recebeu, em 27 de agosto, a sétima edição do Festival Helipa Music, o maior evento cultural feito por jovens e para jovens dentro da comunidade. O evento celebra o trabalho realizado por educadores e educandos nos CCA’s – Centro para Criança e Adolescente de Heliópolis e região.

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UNAS e outras organizações sociais foram reconhecidas como as melhores ONGs do Brasil.

A premiação se deu na primeira edição do #MelhoresOngs, uma iniciativa do Instituto Doar e da Revista ÉPOCA, que contou com um número surpreendente de inscrições: mais de 1500. No Brasil, existem mais de 300 mil ONGs, entre associações de caridade, organizações da sociedade civil, institutos e fundações filantrópicas. Para a UNAS, estar entre as 100 é sinal de competência.

O palco da sétima edição do Festival Helipa Music foi o CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli, onde centenas de crianças e adolescentes se apresentaram expressando rimas cheias de conteúdos e reivindicações sob a temática dos Direitos Humanos.

A comunidade pôde assistir a performances de dança, interpretação e músicas que abordaram questões sociais como racismo, identidade de gênero, violência e corrupção, além de um jogo de perguntas e respostas sobre mitos e verdades relacionados ao álcool, feito pelos participantes do Projeto Compartilhando, com objetivo de prevenir e sensibilizar os jovens sobre as consequências do consumo do bebidas alcoólicas na adolescência.

Agradecemos a todas as crianças, adolescentes, jovens, familiares, educadores e moradores presentes que, juntos, tornaram mais um Festival Helipa Music possível, com muito amor, dedicação e trabalho coletivo. “ O MAU QUE ATRASA MUNDO

EXTINÇÕES DE ANIMAIS

DESDE O INICIO DOS TEMPOS

E LUTAS RELIGIOSAS

OPRESSÃO, REPRESSÃO

AFETAM MUITOS PAÍSES

DESEJOS E SENTIMENTOS.

GANÂNCIA PELA VITÓRIA.

BRIGAS POR RELIGIÃO

GENOCÍDIO, HOMICÍDIO

HUMILHAÇÃO PRECONCEITO

QUE MARCARAM HISTÓRIA

GUERRAS ATIGEM NAÇÕES

DEIXARAM MUITOS REFLEXOS

MATANDO BRANCOS E PRETOS

MAS BEM DISTANTES DA GLÓRIA. ”

trecho da música apresentada pelo CCA Izaura

III Semana dos Direitos Humanos - Movimentos Sociais, Cultura e Resistência

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a última semana de agosto de 2017, os Movimentos de Mulheres, Negros, LGBT e Juventude da UNAS, além dos Centros de Educação Infantil (CEIs) e Centros para Criança e Adolescente (CCAs) organizaram a 3ª Semana dos Direitos Humanos com apoio do CEU Heliópolis. Foi um momento de reflexão e diálogo sobre os direitos humanos. Os debates perpassaram temáticas variadas, tais como o enfrentamento ao racismo e a atuação do movimento negro em Heliópolis e Região; a luta pelos direitos da população LGBT; a luta pelos direitos das mulheres; a luta contra todas as formas de violência de gênero; além de discutir sobre as políticas públicas voltadas para a juventude das periferias urbanas.

Uma das atividades aconteceu no CCA Georgina, na região do Parque Bristol. As crianças do projeto convidaram o vereador Eduardo Suplicy (PT) para debater os direitos humanos na cidade de São Paulo. Suplicy passou a tarde no local, contribuindo com a reflexão sobre a renda básica da cidadania e a importância do fortalecimento da rede de proteção infantil na capital paulista.

Além deste evento, a UNAS levanta a bandeira dos Direitos Humanos durante todo o ano, organizando e implementando projetos voltados à efetivação de direitos básicos a população em nossa comunidade. Entre nesta luta e participe das ações da UNAS. Esperamos por você para fortalecer a luta por nossos direitos e mais dignidade!

Consulte as datas, locais e horários de nossas atividades em: www.unas.org.br

Além desse reconhecimento, a UNAS ainda recebeu o prêmio de melhor ONG do Brasil na categoria Desenvolvimento Local. Antonia Cleide Alves, Presidenta da UNAS, foi quem recebeu ambos os prêmios e ressaltou: “Foi muito emocionante receber essa premiação, primeiro porque estamos entre as 100 melhores ONGs do Recebem o prêmio Antonia Cleide Alves Presidenta da UNAS e Barbara Betania Coordenadora de Projetos país, o que não é qualquer coisa, e também por ver que nosso trabalho no dia a dia com as crianças, os adolescentes e os jovens é eficaz e traz empoderamento. Eu me senti muito feliz em ver a representação da comunidade e do povo aqui hoje. E é um pouco do que trabalhamos, no sentido de dizer às crianças e aos jovens que esse espaço também é nosso e mostrar que, com oportunidade, eles podem ser o que quiserem ser, pois quando estamos concorrendo a este tipo de prêmio, nós mostramos que somos capazes, e podemos ir para esses locais e disputar frente a todas as organizações. A UNAS é uma associação que nasceu com a luta dos moradores e pela luta dos moradores, e hoje, consegue ganhar como Melhor ONG em Desenvolvimento Local do Brasil. Só tenho a agradecer a todas as trabalhadoras e trabalhadores da UNAS que atuam pelo bem da comunidade, pela inclusão das crianças e acreditam nas pessoas. Esses prêmios hoje devemos a todos que acreditam na justiça social.”

As melhores ONGs foram eleitas por um comitê executivo composto por representantes da Revista ÉPOCA, do Instituto Doar e do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas. A comissão julgadora avaliou cinco princípios gerais: causa e estratégia, representação e responsabilidade, gestão e planejamento, estratégia de financiamento, e comunicação e prestação de contas.

Recebermos esses prêmios é sinônimo de reconhecimento pelos quase 40 anos de trabalho na efetivação de direitos e pela melhoria na qualidade de vida dos moradores da favela de Heliópolis e região.

Estamos muito felizes e gostaríamos de dividir esse prêmio com a comunidade, nossos parceiros e as trabalhadoras e trabalhadores que atuam diariamente promovendo o empoderamento e a inclusão social de milhares de pessoas.

unas.org.br facebook.co m/UNASheli opolis @UNASHelio polis

“ VER QUE NOSSO TRABALHO NO DIA A DIA COM AS CRIANÇAS, OS ADOLESCENTES E OS JOVENS É EFICAZ E TRAZ EMPODERAMENTO. EU ME SENTI MUITO FELIZ EM VER A REPRESENTAÇÃO DA COMUNIDADE E DO POVO AQUI HOJE. E É UM POUCO DO QUE TRABALHAMOS, NO SENTIDO DE DIZER ÀS CRIANÇAS E AOS JOVENS QUE ESSE ESPAÇO TAMBÉM É NOSSO E MOSTRAR QUE, COM OPORTUNIDADE, ELES PODEM SER O QUE Antonia Cleide Alves QUISEREM SER ”

youtube.com /UNASORG twitter.com/ UNASHeliop olis1 87.5 FM

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5 ASSISTÊNCIA SOCIAL

ALÔ COMUNIDADE

Por que precisamos dos CCA’s?

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gestão do prefeito João Doria em São Paulo mantém cortes nos investimentos sociais, e parte dos impactos atinge diretamente a saúde. Nos primeiros meses do ano, de acordo com o Relatório Quadrimestral de Gestão apresentado na Câmara Municipal em maio, foram congelados R$ 1,8 bilhão de reais na saúde. Ou seja, esse dinheiro foi arrecadado pela prefeitura, mas a gestão Doria decidiu não investir no sistema de saúde. As consequências da falta de verbas são sentidas, principalmente, nas periferias de São Paulo, e em Heliópolis isso significa ameaça de fechamento de postos de saúde e a não abertura de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS) prevista na Estrada das Lágrimas, nº 1604. “A prefeitura alugou o prédio para funcionamento da nova UBS Sacomã em novembro de 2015, e gasta por volta de R$ 35 mil de aluguel. Isso, somado aos custos com vigilância e manutenção, significa um gasto em torno de R$ 40 mil todo mês. Mas até hoje, essa nova UBS não foi aberta”, afirma Manoel Otaviano da Silva, diretor da UNAS e conselheiro municipal de Saúde. Além disso, explica Manoel, estava prevista a inauguração de outra UBS para o local em que funciona o CAPS 3, na rua Comandante Taylor. “É um absurdo, porque estava tudo previsto, fizeram a reforma e depois de tanto gasto fica lá parado e dizem que não tem dinheiro para abrir”, completa.

Para piorar a situação, em junho, durante visita de Doria à UBS Vila Carioca, o Coordenador Regional de Saúde Sudeste, Dr. José Roberto Abdalla, afirmou, em transmissão ao vivo no Facebook do prefeito que sua gestão pretende fechar a unidade (confira no Youtube o vídeo: https://youtu.be/yKXq88LiBkU). Com isso, a população hoje atendida na unidade de saúde localizada na rua Antonio Frederico, 117, terá de procurar outras unidades na região. No vídeo, a mudança é comunicada como se fosse um grande feito, e recebida pelo prefeito com entusiasmo. “É outro absurdo. Eles falam que as pessoas serão atendidas na UBS Rossini, que não comporta a demanda. A UBS da Carioca nem traz gasto para a Prefeitura, pois quem paga a manutenção é a Shell, pela contaminação na Vila Carioca, é uma reparação a esse dano à comunidade”, complementa Manuel Otaviano Outra ameaça na região é a de fechamento da AMA Pq Bristol.

Moradores/as do Parque Bristol, Jardim São Savério e Vila Moraes, dentre outros bairros, estão se organizando para lutar contra mais esse retrocesso.

A situação da saúde na cidade de São Paulo é preocupante. Além das obras paradas, unidades não inauguradas e tais ameaças de fechamento, que incluem as bases do SAMU, houve distribuição de remédios com datas de validade próximas ao vencimento, e seguem em falta nos postos 30 tipos de medicamentos, algo admitido pelo próprio secretário. “Para piorar, o prefeito João Dória trata a dependência química com bombas e repressão policial”, lembra Manuel Otaviano. Na atual gestão, há uma criminalização da pessoa em situação de dependência química, com violação de direitos humanos fundamentais e falta de preparo nos hospitais e demais serviços de referência para lidar com esse tipo de problema de saúde.

OUÇA A RÁDIO COMUNITÁRIA HELIÓPOLIS Nas imediações da comunidade sintonize o rádio em 87,5 FM ou pelo site: www.radioheliopolisfm.com.br

Você já ouviu falar sobre CCA? Sabe o que é? Conhece alguém que frequenta, ou tem filho ou filha matriculado?

Se você não conhece ou conhece, pedimos que continue a leitura e permita-nos contar mais sobre esse projeto.

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sigla CCA significa Centro para Criança e Adolescente. Trata-se de um projeto conveniado com a prefeitura de São Paulo via SMADS – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. A UNAS administra 11 CCA’s, distribuídos por Heliópolis e Região. Atendemos cerca de 1560 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento pessoal e social, por meio de atividades socioculturais e educacionais no contraturno escolar que oportunizem a conquista da autonomia, cidadania, e fortaleçam vínculos familiares e comunitários.

Fabíola é cabeleireira, e sua filha está pelo primeiro ano no CCA Aziz AB Saber, localizado na Cursino. A rotina é simples: pela manhã a filha vai para a escola, e após a aula é hora de ir para o CCA, onde almoça e realiza diversas atividades até às 16h30, horário de saída.

Maria Clara tem 6 anos e está no CCA há pouco tempo, mas Fabíola notou algumas mudanças nos interesses da filha, depois que começou a frequentar o CCA. Relata que a filha passou a se interessar por assuntos relacionados com a natureza, teatro, saúde e atividade física. “Acredito que, com acompanhamento, ela vai ser uma pessoa melhor no futuro, e estará em uma sociedade melhor”, complementa, ressaltando que o CCA é importante para que as crianças não fiquem na rua, afinal, os pais precisam trabalhar.

Shirley Roberta, coordenadora pedagógica do CCA Aziz, explica que eles trabalham a educação social da criança e do adolescente.

Com temas transversais como cidadania, ética, direitos e deveres de cada um. “Fui uma criança de CCA, minhas filhas também, hoje eu sou pós-graduada e aprendi que tenho que correr atrás dos meus direitos”. Ela nos contou que muitos pais ainda são analfabetos e voltaram a ter interesse pelos estudos depois que frequentaram as reuniões de pais e responsáveis, que acontecem uma vez por mês. Nesses encontros, além de falarem sobre as crianças, sempre são propostas atividades para os pais.

Todos os trabalhadores/as dos CCAs são fundamentais no projeto político-pedagógico. Rita de Cássia, por exemplo, fazia trabalhos voluntários até que surgiu uma vaga para cozinheira. Passou no processo seletivo e, após começar a trabalhar, matriculou-se no curso superior de pedagogia. Atualmente, está finalizando o curso e é educadora no CCA Aziz. Para ela, o projeto impacta no desenvolvimento tanto da vida da criança e do adolescente quanto da dela própria. “Na escola, eles não têm essa liberdade de falar e de expressar as próprias opiniões, já neste espaço isso faz parte do desenvolvimento deles”. Ela diz que o maior desafio é suprir as necessidades que as crianças e adolescentes esperam do educador, por isso sempre está aberta a ouvi-los.

Se você leu até aqui, provavelmente percebeu a importância de mantermos o CCA, então nos ajude a cobrar da Prefeitura a continuidade desse serviço. No último dia 04 de setembro, a Presidenta da UNAS, Antônia Cleide Alves, e o Diretor de Relações Institucionais da UNAS Nazareno Antônio da Silva (o Buiu), foram recebidos pelo chefe de gabinete da Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (SMADS), José de Castro. A reunião foi agendada em resposta a uma solicitação de audiência encaminhada pela UNAS em agosto deste ano ao Secretário da SMADS, Felipe Sabará, para tratar de atrasos no repasse de recursos aos projetos sociais desenvolvidos pela UNAS em parceria com a SMADS e da continuidade dos serviços.

Na reunião, os representantes da UNAS falaram sobre os riscos de fechamento de diferentes equipamentos, tais como os Centros para Crianças e Adolescentes (CCA's), os Serviços de Assistência Social a Família (SASF), de Medida Socioeducativa (MSE's) e o Centro Dia do Idoso, devido aos constantes atrasos nos repasses mensais de recursos que mantêm serviços e programas conveniados com a SMADS. A falta de verbas implica em atraso no pagamento de salários, na compra de alimentação e na manutenção geral dos projetos, além de trazer insegurança e incerteza para as crianças, pais e a comunidade quanto às intenções da Prefeitura com relação à continuidade desses importantes projetos em Heliópolis e na cidade de São Paulo.

Castro reconheceu os atrasos nos repasses das verbas para a UNAS e demais entidades, mas alegou problemas de fluxo de caixa na SMADS e garantiu que serão solucionados gradativamente. De acordo com ele, até 2018, os problemas não voltarão a se repetir. No entanto, afirmou que não há recursos financeiros disponíveis para novos projetos. Diante disso, Cleide ressaltou a importância de manter os serviços em funcionamento, e afirmou que “é preciso ter diálogo permanente da Prefeitura com as entidades que mantêm os projetos sociais na cidade de São Paulo”, e destacou a importância de ampliar os investimentos sociais, sobretudo nas áreas de juventude e mulheres”.